Ao som dos álbuns Mistérios
do Rio Lento (The Voice of Lyrics, 1998), Santiago de Murcia: a portrait
(Frame, 2007) e Dreams (GSP, 2011), da violonista, compositora,
professora e pesquisadora musical Cristina Azuma. Veja mais aqui &
aqui.
A foto do bode pelo voo
do que não era Foolyk... - Naquela hora Bodinho passava aos
esculachos de bronca! Pela rua apertada arengava com a invisível matrona
Branca, chamando na grande os Cabeças de Touro, desafetos que azedavam o seu
angu. Quase todo dia ouvia os passos trôpegos dele elucubrando as galhadas
carburantes das ideias tresloucadas, as quais viviam imersas com galos cantando
no juízo, calombos na testa, pescoço troncho pelo peso da tonta cachola
insegurável, um quengo pra lá de injuriado com pilhérias e pulhas na ponta da
língua. Era ele, todo santo dia. Sim, é que ele vivia às voltas com a marvada Teibei
e, nessa noite, parece, assim soube, ele inventou de misturar com a cachaça Maria Joyce. Aí deu o créu! Testemunhou-se que ele se dizia ali na hora podre de rico,
sacando dos bolsos para quem quisesse ver um punhado de pó de kyawthuite.
Vôte! Ninguém levou a sério, nunca levava. E não demorou muito e lá se viu ele pelos
ares, aos berros segurando no rabo duma nuvem para nunca mais. Foi ser prefeito
lá no céu, dizem. A cena levou-me à biblioteca – local em que se juntava todo
tipo de personagem saído das páginas dos livros, afora todo tipo de biruta que
resolvia dar as caras assim do nada. Sim e foi lá mesmo que pude numa manhã
para lá de festiva reviver os Retalhos em Detalhes, do memorável amigo
Mendes Givanilton – sujeito da mais profunda estima e doutras tantas dos
pileques na mangação pelo malogro do teatro de Fenelon, das tardes
domingueiras no Clube dos Ferroviários com a Escolinha do Professor Língua de
Trapo, dos tropicões nos anseios inglórios, das viradas de noite por altos
papos sem bater pestana nem piscar o olho, das muitas e tantas até o dia depois
da maior viagem dum show de Hermeto Pascoal, com a notícia de que ele tinha ido
sem um mínimo aceno de adeus. Quarentanos se passaram e tudo isso só pra vê-lo
ressurreto no ensolarado meio dia de sábado do Pintando na Praça. Era como se
estivesse numa das viagens de Gulliver – muitas hestórias pra contar, mas
aqui nunca foi Foolyk do Desfontaines, nem nunca será. Essas coisas
mexem com o coração nesses tempos loucos: o que de sonho se fez real, o que de
chão no voo da vida. Até mais ver.
Sylvia Plath: Comigo, o presente é para sempre, e o para sempre está sempre mudando, fluindo, derretendo. Este segundo é a vida. E quando ele se vai, ele morre. Mas você não pode recomeçar a cada novo segundo. Você tem que julgar pelo que está morto... Veja mais aqui, aqui & aqui.
Denise Levertov: O
que ouvi foi todo o meu ser dizendo e cantando o que sabia: eu posso...
Veja mais aqui.
Delmira Agustini:
Às vezes eu tremia com o
horror do meu abismo...
Veja mais aqui & aqui.
DESPEDIDA
Imagem: Acervo ArtLAM.
O tempo estava
agradável \ O dia estava ensolarado \ As esquadras passavam \ Homens e mulheres
com mochilas e \ roupas camufladas \ Primeiro meu marido saiu com um grupo \ Depois
deixei a menina com a esquadra seguinte \ Uma jovem virou-se e disse-me para
não me preocupar, que eu iria cuidar dela \ Então fui em direção à coluna do
meu grupo \ Pensei em como avisar meu marido para não voltar \ Bom já tínhamos
todos ido embora \ Alguns amigos ficaram \ Atrás na calçada esperando seus
esquadrões \ Era hora de paz \ Não houve guerra \ Os pássaros cantavam nas
copas das árvores \ O dia ensolarado.
Poema da poeta,
tradutora e cantora de câmara búlgara Christina Vassileva.
MINHA JORNADA NOTÁVEL - […] Fiquei
perplexo que tantos alunos não gostassem de matemática e tivessem dificuldades
com ela. Imaginei que
eles tinham um pai que não gostava de matemática e dizia que era difícil ou um
professor que não tinha paixão ou paciência para tornar a matemática relevante
para suas vidas. Em casa, nunca deixei minhas meninas me dizerem que matemática ou qualquer
outra matéria era difícil. Desde que eram bem pequenas, sempre tentei incorporar o aprendizado, fosse
matemática, ortografia ou atividades criativas, como costurar e montar
quebra-cabeças, em suas vidas. Tentei mostrar a elas como o que estavam aprendendo na escola se conectava
às nossas vidas fora da escola. Claro, eu as fazia contar tudo — as estrelas no céu, os degraus do fundo ao
topo da mansão Carson ou as pessoas na igreja em qualquer domingo. Em viagens de carro, eu as fazia somar os
números nas placas dos carros que passavam na nossa frente. Ou eu as fazia cobrir os olhos e soletrar
o estado. Se eles
estivessem ajudando na cozinha, eu poderia escrever uma receita, entregá-la a
eles e pedir que calculassem quanta quantidade de cada ingrediente
precisaríamos se eu quisesse fazer metade daquele lote de biscoitos ou bolachas. [...].
Trechos extraídos da obra My
Remarkable Journey: A Memoir
(Amistad Press, 2021), da matemática, física e
cientista espacial estadunidense Katherine Johnson (Katherine Coleman Goble Johnson 1918-2020),
uma das primeiras afro-americanas a trabalhar como cientista na NASA,
expressando-se: Eu ficava animada com algo novo, sempre gostei de coisas novas, mas dou
crédito a todos que ajudaram. As meninas são capazes de fazer tudo o que os
homens são capazes de fazer. Às vezes, elas têm mais imaginação do que os
homens. Precisávamos ser assertivas como mulheres naqueles dias – assertivas e
agressivas – e o grau em que tínhamos que ser assim dependia de onde você
estava. Eu tinha que ser. Você perde a curiosidade quando para de aprender. Goste
do que faz e então fará o seu melhor.
LIBERTAÇÃO PELA
PSICOLOGIA – [...] não é uma questão de intencionalidade:
colocar uma ciência fundamentada em termos individualistas e viciados a serviço
da comunidade, só resultaria na reintrodução ou manutenção das necessidades e
vivências do homem "capitalista". A questão é transformar os próprios
esquemas de compreensão e de trabalho a partir da perspectiva do povo
salvadorenho. Dito de outra maneira, devemos redefinir os próprios fundamentos
da ciência psicológica. [...]. Quem deve, então, determinar as
necessidades "verdadeiras" e "falsas"? A quem cabe
diferenciar o que há de autêntico e o que há de alienante no interior da
consciência popular? Por acaso, deverá o psicólogo social se converter em
"intérprete" das necessidades populares? Problema que não é de fácil
solução, nem mesmo para aqueles que, surgidos do próprio povo, se convertem em
sua vanguarda política, mas que, ao chegarem nesse lugar, frequentemente,
perdem o contato existencial com suas bases e tendem a assumir como voz do povo
o que não é mais do que a sua própria voz. [...]. Trechos do estudo O
psicólogo no processo revolucionário (Vozes, 1980), do psicólogo e filósofo Ignacio
Martín-Baró (1942-1989). Veja mais aqui.
JOÃO CABRAL DE MELO
NETO
A obra do poeta e diplomata João Cabral de Melo
Neto (1920-1999). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
&
O II Seminário A Presença Indígena na Zona da
Mata de Pernambuco ocorrerá na Biblioteca Pública Municipal Felenon
Barreto, em Palmares-PE, no dia 09 de novembro. Veja mais aqui, aqui, aqui &
aqui.
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