Ao som dos álbuns Choreography
(2004), Subject to Change (2001), Storm (1997), The Classical (1996)
e The Original Four Seasons and the Devil's Trill Sonata: The Classical (1999),
da violinista e esquiadora singapurense Vanessa-Mae (Vanessa-Mae
Vanakorn Nicholson). Veja mais aqui.
Pantomima dos
simulacros... – Ontem morri, hoje sou outro. Uma coisa ficou
certa: o passado é uma ilusão, como tudo que deixou de ser verdade, então só
lembrança incorrigível. Agora encarei o que possa ser o real e não era nada do
que já vi ou senti - só sei porque fechei as pálpebras e reduzi-me à minha
própria escuridão. Era quase um sonho de múltiplos espelhos borgeanos e, em
cada um deles, uma fisionomia antiga – uma das minhas muitas faces. Parei diante
da efígie mais próxima e não era eu sobrevivendo enlutado à voz de uma locutora
que reiterava a minha descrição indubitável. E me falava de quantos Golias e o
último homem do profético bigodudo que piscava um olho escondido. Havia rumores
e era preciso mitigar as expectativas, enquanto sentia-me provocado pela
indiferença nas ruas das noites despovoadas, todas elas quase apagadas pela
neblina e declives de sombras disfarçando reviravoltas, hedonismos e
ressentimentos, heroísmos e paliativos, devoções cegas e facas amoladas. Surpreendi-me
com a sua persuasão iminente de que deveria procurar por meu próprio deserto.
Aqui não seria jamais o meu lugar, como e onde o mundo da condenação compungido
pelo insuperável: a cena milenar se repetia de norte a sul, lestoeste, a cada
dia, razão pela qual sugeriu-me não mais fizesse a barba, nem cortasse as unhas
ou cabelos. Afinal, o inferno era aqui mesmo e sequer sabia onde ficava - havia
quem sugerisse nos matasse a todos para conferir-se bem de perto, oh sabidos. Corri
o risco e até o dia de hoje não sei sonhei ou o que sucedera dessa insólita viagem,
simplesmente não lembro: a vida é morte e vice-versa, parece – fiquei com essa
impressão. Até mais ver.
Elif Shafak: Os livros nos mudam. Os
livros nos salvam. Eu sei disso porque aconteceu comigo... Veja mais aqui.
Trudi Canavan:
É melhor conhecer
a dor rápida da verdade do que a dor contínua de uma falsa esperança
arraigada... Sempre há um pouco de verdade em cada boato, o problema é
descobrir qual parte...
Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.
Catherine Deneuve:
Amor não é sobre posse, mas sobre estimar e permitir que a outra pessoa seja
livre. O amor deve ser celebrado todos os dias, não apenas em ocasiões
especiais... Veja mais aqui.
OS FATOS DA ARTE
Imagem: Acervo ArtLAM.
A estrada do Arizona
navegou pelo deserto – \ um navio de guerra cinza desenhando um velório preto,
\ parando ao pé da mesa laranja, \ não querer andar por aí. \ Homens e mulheres
Hopi – castanho, pequeno e argiloso \ —peered para baixo a partir de suas mesas
em tratores amarelos, caminhões de água, \ e homens brancos com bolhas de sol –
vermelhos como formigas de fogo – rebocando \ Esperam protetores solares em
reboques de Airstream reboques \ em caravanas atrás deles. \ Os anciãos sabiam
que essas estradas da bia eram remédios ruins – sabia também \ que os jovens
ouvem cada vez menos, e esses jovens Hopi \ necessário trabalho, portanto,
reserve suas ferramentas, blocos de raiz de algodão de madeira \ e meio acabado
Koshari o palhaço katsinas, então \ assinado com o Departamento de Transportes,
\ foram contratados para esfaquear exercícios profundamente na grossa carne
vermelha da terra \ em First Mesa, dirija lâminas de faísca gigante nos rostos
das mesas, \ executar as brocas tão profundas que fumam, barbundo todos os
homens Hopi \ em branco – maus espíritos, disseram os Anciãos – \ As lâminas
pegaram fogo, queimadas – Ma’saw está com raiva, disseram os Anciãos. \ Novas
lâminas foram levadas de helicóptero. Enquanto os anciãos sonhavam \ seus
braços e pernas tinham sido clivados e seus torsos foram arremessados \ ao
longo da borda de uma mesa de jantar, os jovens Hopi foram \ de volta ao
trabalho cortando a terra em grandes pedaços de ferrugem. \ Ninguém notou no
início – não os trabalhadores brancos, \ não os trabalhadores indianos, mas nos
montes de mesa desmantelada, \ entre os tortos e pilhas de areia, \ coloque as
pequenas tigelas cinzentas de crânios de bebês. \ Não até que eles subiram até
o fundo eles viram \ os ossos prateados brilhando da parede de terra e rocha
recém-difundada - \ um mosaico de mausoléum, uma tapeçaria doente: os
minúsculos restos \ despertado do berço empoeirado da morte, cortado pela
metade, rachado, \ envolto em pedaços de cobertores com o tempo. \ Vamos
chamá-lo de um dia, disse o capataz branco. \ Naquela noite, todos os
trabalhadores indianos ficaram bêbados – ficaram doentes \ — enquanto os
anciãos afundaram em suas kivas em oração. Na manhã seguinte, \ enquanto a
amanhece no horizonte, os trabalhadores do estado escalavam as mesas, \ bateu
às portas de pueblos que os tinha, gritou \ para aqueles que não têm eles, \ exigindo
que os homens Hopi voltem ao trabalho – então implorando-lhes – \ em seguida,
comprá-los uísque – implorando novamente – finalmente enviando seu branco \ esposas
até a trilha perigosa gravada nos lados íngremes \ para comprar cestas de
mulheres Hopi e avós \ como sinal de tratado. \ Quando isso não funcionou, os
trabalhadores do Estado chamavam os índios de preguiçosos, \ enviou suas
esposas que usavam o chapéu de sol para comprar mais cestas \ katsinas também –
então chamado de Hopis good-for-nothings, \ Antes de implorar-lhes de volta
mais uma vez. \ Vamos tentar novamente de manhã, disse o capataz. \ Mas os
trabalhadores indianos nunca mais voltaram – \ As chamadas de bia e dot para o
trabalho ficaram sem resposta, \ como a febre Hopis ficou amontoada dentro. \ Os
pequenos ossos meio enterrados nas fendas da mesa \ na escuridão uma vez santa
da terra silenciosa e sempre-noite – \ Sorrissou ou suspirou sob o luar,
enquanto as mulheres brancas \ em Airstream trailers escreveu cartas para casa
\ elogiando a paciência de seus maridos, descrevendo os selvagens preguiçosos:
\ tal miséria em suas casas de pedra e gesso – cobs de milho empilhado \ chão a
teto contra paredes em ruínas - suas cerimônias diabólicas \ e a maneira
bárbara enterraram seus bebês, \ Oh, e aqueles lindos e belos cestos.
Poema da premiada
poeta, professora & ativista mojave extadunidense Natalie Diaz.
MEMÓRIAS DE UM URSO
POLAR – [...] Eu sempre me sinto sendo empurrado de volta para a solidão quando alguém me
diz que está frio em um dia quente. Não é bom falar tanto sobre o clima — o
clima é um assunto altamente pessoal, e a comunicação sobre o assunto
inevitavelmente falha.
[...] Começou a crescer mofo nos meus ouvidos porque ninguém nunca falava
comigo [...] Eu abomino a estupidez e a vaidade humanas que se orgulham
de forçar tigres, leões e leopardos a se sentarem confortavelmente lado a lado.
Isso me lembra da coreografia do governo que exibe minorias vestidas com cores
vivas em um desfile, minorias às quais foi concedida uma migalha de autonomia
política em troca de fornecer uma simulação óptica da diversidade cultural em
seu país de residência. Mas os animais selvagens (ao contrário dos humanos)
formam grupos de acordo com as espécies para desfrutar de benefícios
específicos [...]. Trechos extraídos da obra Memoirs of a Polar Bear (New Directions, 2016),
da escritora japonesa Yōko Tawada, que na sua
obra akzentfrei - Literarische Essays (Konkursbuch Verlag, 2016),
expressa que: [...] O muro que tenho na memória ainda
consiste em homens armados que estavam prontos para atirar nas pessoas após
serem instruídos a fazê-lo. Novos muros estão constantemente sendo construídos
em nosso planeta aquoso e azul. Onde há um muro, a vida está ameaçada de ambos
os lados. [...].
Já no seu livro The Emissary (New Directions, 2018), ela expressa que: [...]
Ser capaz de ver o fim de qualquer coisa lhe dava uma
tremenda sensação de alívio. Quando criança, ele presumia que o objetivo da
medicina era manter os corpos vivos para sempre; ele nunca havia considerado a
dor de não poder morrer. [...]. Por fim, no seu
livro Scattered All Over the Earth (New Directions, 2018), ela expressa
que: […] As pessoas estão sempre dizendo que as humanidades estão
mortas, então é estranho quantas conferências existem. [...]
para qualquer funcionário, o trabalho é, até certo ponto, um lugar onde
estranhos puxam você da direita, da esquerda, de cima e de baixo, beliscando,
esfregando e geralmente bagunçando você de manhã à noite. [...].
DIVERSIDADE - Sem diversidade não há vida...
Pensamento do escritor, educador e ambientalista tapuia Kaka Werá Jecupé,
que no seu livro O Trovão e o Vento: um caminho de evolução pelo xamanismo
Tupi-Guarani. (Polar\Instituto Arapoty, 2016), expressa que: [...] o
risco de perdermos nossa identidade é bem grande. Realmente: integrar o antigo
ao novo e o novo ao antigo é um paradoxo. Como a harmonia do mundo vem do jogo
dos contrários, ela requer uma integração desses opostos [...]. [...] a
matriz tupi está na base de dialetos que [...] se desdobram [...] marcando
as etnias com matizes próprios [...] A tradição revela que a natureza
repete até hoje a dança da criação macrocósmica para que possamos guiar-nos de
acordo com seu ritmo e sua harmonia. [...]. O seu pensamento está embasado
nas expressões de que: Muito massacre, dor, sofrimento: é isso o que marca a
história. É o nascimento do Brasil, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de
Salvador. Cada cidade grande deste país tem em seu bojo, no seu centro, uma
memória escondida de muito sangue derramado... Muitos aqui sabem que nós
lutamos pela demarcação de nossos territórios, mas é importante saberem que os territórios
mais degradados não foram os materiais, mas sim os territórios das culturas e
das almas. No meu entendimento, essa geração precisa, cada vez mais, saber da
importância que é o respeito e a manutenção de uma cultura, de uma alma, da
diversidade, de todos aqueles diferentes de si... Veja mais aqui.
A ARTE DE PAULO
BRUSCKY
Tão antiga quanto a
história da humanidade, é na carnavalizAÇÃO que a performance assume, de uma
forma prática/contínua… Num palco chamado Pernambuco, cada folião é um
performático, inventando gestos, quebrando conceitos, criando estéticas,
mesclando linguagens, assumindo/teatralizando o seu personagem... Na troca de
informações entre artista e cientista, um aprende com o outro. Considero essa
troca de informações essencial. Cada um em sua área, sem ser absorvido. É mais
fácil subverter o cientista do que o contrário. Somos cientistas também... A
subversão só faz sentido se a obra não é entendida como uma ordem autoritária,
se ela permite a recreação/recriação...
Pensamento do poeta e
artista multimídia Paulo Bruscky. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.
&
11.645 INDÍGENAS E
DIVERSIDADE PARA A PAZ
O Movimento de
Retomada Mata Sul Indígena & ONG Thydêwá lançaram o livro 11.645
Indígenas e Diversidade para a Paz, com objetivo de revitalizar a língua
materna, salvaguardar saberes/práticas ancestrais e lutar pelo direito à
terra/território, pela soberania alimentar e recuperação da vegetação nativa
(Mata Atlântica), compartilhando suas cosmovisões para a Educação Escolar. A
obra está disponível em português para download gratuito. Para baixar clique
aqui.
Vem aí:
Dareladas – Centenário de Darel Valença Lins aqui.
Tem mais:
Livros Infantis Brincarte
do Nitolino aqui.
Poemagens & outras
versagens aqui.
Diário TTTTT aqui.
Cantarau
Tataritaritatá aqui.
Teatro Infantil: O
lobisomem Zonzo aqui.
Faça seu TCC sem
traumas – consultas e curso aqui.
VALUNA – Vale
do Rio Una aqui.
&
Crônica de
amor por ela aqui.