Ao som dos álbuns Gema (2013), Live from
Aurora (2016), Phenomena (2019) e Devaneio (2023), da banda
instrumental feminina Ema Stoned, formada por Alessandra Duarte
(guitarra e vídeo-projeção), Elke Lamers (baixo) e Jéssica Fulganio
(bateria e vocais).
A segunda da semana
sou... - Um galo anônimo madrugou alhures o canto do
porvir no limiar do dia. Assim despertei com os ossos da memória revolvidos
pelos pássaros palreando à minha janela. Respirava a solidão do quarto pelas
lembranças esvaídas. Aos quatro ventos a teia das pulsações e foi ali onde a
pedra tataravó me mostrou o barulho das coisas vivas: era eu quem transpirava e
um passado saltava aos olhos, com todo o incomensurável e interdependente, a
descendência e a herança fecundada. Quem duvidou possa o sorriso largo, saibam
quantos toda luz brilhava para que todas as águas corressem rio afora e todo
mar movia e era mais que a plena sensação viva, porque o chão germinava a todo
instante as raízes que me prolongavam por onde o sangue escoou e nada mais
extinguiu as faces ancestrais, que emergiam do meu peito ao que via e me fez mais
que a mim próprio no espelho mútuo das vibrações ecosóficas mais divinas. E houve
um dia e fui irmão para conhecer o dia e a noite: a paz encontrada no que buscava
e havia quem supusesse contar meus pecados ao mundo árido, só porque ouvi os que
partiram, quando madurou o amor como o que já era muito mais que amar. Todos estavam
mortos há tempos e comigo conviviam muitos mais vivos e conversavam até os
instantes mais próximos dagora, a me dizerem mais do que sou Abya Yala. E
aquele madrugador canto era meu Pindorama ensolarando a cidade estiolada em
meus braços, como se soubesse que não haveria mais ninguém e restavam apenas
meus fantasmas. Aliás, era este o derradeiro alento, porque o amanhecer trazia
a verdadeira vida todo santo dia. Até mais ver.
Anne Perry: Os homens que não conseguem rir de si mesmos me assustam ainda mais do que aqueles que riem de tudo... Veja mais aqui e aqui.
Nora
Roberts: Se você não for atrás do que quer, nunca terá. Se
você não pedir, a resposta é sempre não... Veja mais aqui e aqui.
Eleanor Catton:
Nunca
subestime o quão extraordinariamente difícil é entender uma situação do ponto
de vista de outra pessoa... Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
UM POEMA
Imagem: Acervo ArtLAM.
Na palma da minha mão tenho esta paisagem \ que
percorro de eléctrico. Linha número um. \ Sinto o ferro das rodas. Tiras
submissas de trilho. \ Como um brinquedo educativo. \ Uma garota cede seu lugar
para mim. \ À medida que contornamos a curva, a linguagem muda. \ As sílabas
caem da boca. \ Um grito bruto. \ "Aproveite enquanto dura, criança, \ aproveite
este momento. Este bonde. Este mais adiante." \ Mas não o mais longe. Isso
eu sei. \ Seus cabelos grisalhos já estão esperando \ no fim da fila. \ Ainda
estou sentado \ enquanto sua bengala branca sai \ apoiando minha profecia. \ “Estou
falando com você, criança” \ A menina ri. Que piada, \ dizem os passageiros: a
vida ama a morte. \ E quando o bonde chega à parada, \ seus freios ainda estão
rindo.
Poema da poeta polonesa Ewa Lipska, integrante
da geração da "Nova Onda". Veja mais aqui.
ORBITAL
– [...] A Terra, daqui, é como o céu. Ela
flui com cor. Uma explosão de cor esperançosa. Quando
estamos naquele planeta, olhamos para cima e pensamos que o céu é em outro
lugar, mas aqui está o que os astronautas e cosmonautas às vezes pensam: talvez
todos nós que nascemos nele já tenhamos morrido e estejamos em uma vida após a
morte. Se tivermos que ir para um lugar improvável e difícil de
acreditar quando morrermos, aquele orbe vítreo e distante com seus lindos shows
de luz solitários pode muito bem ser ele. [...] Nós importamos muito e não importamos nada. Alcançar
algum pináculo de realização humana apenas para descobrir que suas realizações
são quase nada e que entender isso é a maior realização de qualquer vida, que
em si não é nada, e também muito mais do que tudo. Algum
metal nos separa do vazio; a morte está tão perto. A
vida está em todo lugar, em todo lugar. [...]. Trechos extraídos da obra Orbital (Atlantic
Monthly Press, 2023), da escritora inglesa Samantha
Harvey, que no livro The Shapeless Unease: A Year of Not Sleepin (Grove
Press, 2020), expressou que: […] Para escrever ficção, você tem que se envolver em fraude organizada, na
lavagem de experiência no paraíso fiscal das palavras. [...] Se a mente é uma cacofonia, o subconsciente é
um teatro silencioso. [...]. Também no seu livro
No The
Western Wind
(Grove Press, 2018), expressou que: […] Por que o tempo não pode ir para trás e para frente
também? Se o tempo não é um rio, mas um círculo, e se você pode
viajar em volta de um círculo de uma forma ou de outra e terminar onde começou,
por que ele não pode ir para este lado e para aquele? [...] Só alguém com uma mente de pedra poderia
continuar com a ideia de que nós, em nossa pequena ilha, somos separados
daqueles outros lugares — aquele grande mundo são fios de arco-íris
entrelaçados em nossos cinzas e verdes. De onde veio esse
cinto de couro? ele me perguntou, de um cinto que eu não conseguia ver. Não
de cabras inglesas, mas norueguesas. E a farinha para assar
pão que alimenta nossas grandes cidades? De grãos do Báltico,
bem alto no norte. E a ferragem em nosso novo cata-vento? Ferro
espanhol. Nossa pequena terra é salpicada de estranheza, o Senhor
quer nossa mistura colorida. [...].
Veja mais aqui.
FILOSOFIA OUTRA PINTURA - As pessoas não sabem
como incorporar uma palavra, elas não veem a palavra... Pensamento da
pintora e escritora russa Lena Hades (Lena Jeydiz), que é autora do
artigo Thus
Spoke Lena Hades: Nietzsche's Texts Live In Me (HuffPost, 2017), no qual
expressa que: [...] Estou triste pelo fato de estar sozinho neste
campo e que outros artistas não estejam envolvidos na personificação artística
dos textos de Nietzsche. Talvez seja porque os artistas em massa não são
filósofos o suficiente, ou como Marina Bessonova me disse - "eles são, em
sua maioria, pessoas sem educação" (embora, eu acho, não se trate apenas
de educação). Essas pessoas não sabem como incorporar
uma palavra, elas não veem a palavra. Muitas vezes, os artistas estão
envolvidos em substituições baratas - eles fazem do assunto da arte seu mundo
interior e seus problemas. E como o mundo interior é frequentemente pequeno e
feio, então essa arte também é desinteressante e chata. Nietzsche considerava a
história humana dos últimos dois ou três milênios como uma história pessoal. O
mundo interior desse tipo tem direito a uma longa vida na cultura, na arte!
Essa criatividade vai além dos complexos psicológicos individuais e do lixo,
dos quais ninguém precisa e dos quais é necessário se libertar. [...]
Para se
aproximar de Nietzsche, é preciso ser "chamado por seu espírito".
Essas são palavras muito precisas - ser chamado. Se formos chamados por Nietzsche, podemos
fazer algo interessante. [...].
CENTENÁRIO DE
PERNAMBUCO DO PANDEIRO
[...] Ter aquele
cavaquinho em minhas mãos foi um marco na minha vida, ele ali, à minha
disposição. Não sei e nem quero comparar, mas emoção de tirar o som do seu
primeiro instrumento, com ele assim, coladinho no peito, é como ver o primeiro
sorriso dos filhos, são coisas que a gente cala nos recônditos da alma, e com o
passar do tempo, as lembranças dessas emoções retiram lágrimas dos olhos da
gente com maior facilidade [...].
Trecho extraído da
obra A velha guarda do choro no planalto central (FCS/UFG\FUNAPE, 2012),
organizado por Ana Lion e Sebastião Dias, tratando sobre o instrumentista e
compositor Pernambuco
do Pandeiro
(Inácio Pinheiro Sobrinho - 1924-2011), o pandeirista que é um dos fundadores
do Clube do Choro de Brasília, que integrou os conjuntos de Radamés Gnattali e
Severino Araújo, acompanhou diversos artistas da música nacional. Veja mais
aqui.
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