A ALMA DE GISMONTI - Os acordes do Palhaço de Circense trouxeram lembranças
do primeiro contato na Dança das Cabeças: acordes de cordas e teclas, batidas
de corpo e de alma. Outras memorações, como a do Nó Caipira ou Zig-Zag, tão
similares às coisas de minha gente com suas quermesses cumprindo penitentes a sua
obrigação para livrar das mandingas, enganando as dores do mundo às mungangas e
saudando a vida nos parques de diversão, ou na saída da sessão do cinema, as
rodas de conversa com adágios e licenciosidades nas lapadas da tirana com
estalado dos dedos e caretas de mamulengo pras quatro festas do ano, no meio de
loas com livusias e pinoias de Malasartes e Camonge. Ah, minha gente, como coisas
de Carmo, a Cidade Coração e a herança ítalo-libanesa: a mãe que canta acalanto
para ninar o futuro do seu filho ou como quem junta mão-de-milho a tomar da
garapa ou do ponche, soltando lorotas e potocas para quem puxa moda de viola,
parlendas e mnemonias das coisas do Monge de Ipanema ou de Conselheiro, a glosa
do mote de quem ouviu Pai João e bate o pandeiro embolado no coco que é assim:
quando não se sabe o começo, não sabe onde é que é o fim. Como alma ameríndia e
de malungo, como mel de uruçu: Altura do Sol do Meio-Dia, Xingu dos Iaualapitis,
Kuarup, Amazônia, a Árvore, A Viagem do Vaporzinho & o Dirigível Tereré e O
Pai das Águas Luminosas e todas as trilhas, estradas de ferro desaparecidas e
dos que mijavam na cova ou cortavam orelhas para o sangue dar no mocotó e na volta
da canela mandarem ver no parraxaxá! A alma dos Corações Futuristas e a Janela
de Ouro do Sonho 70: seguro os Sete Anéis que lá vem Lôro, Frevo, Maracatu e
caboclinhos! E mais: a Sanfona, a Fantasia, o Mágico e o Orfeu Novo que saiu do
Computador para Academia de Danças e eu coroado com meu poeminha no Jornal
Caipira do Em Família. E lá vem mais Folk Songs, Meeting Point, El Viaje, Guitar From Live Works In Montreal, e isso com João Cabral,
Ferreira, Amado, os Sonhos de Castro Alves, Villa-Lobos & Trem Caipira Num Feixe
de Luz da Alma de Pessoa e Música de Sobrevivência. É vida de alma e corpo, Água
& Vinho, Duas vozes e a Dança dos Escravos, O Pagador de Promessas desde a Infância
na Casa das Andorinhas, com Saudações
e tudo mais. Enfim, a alma é uma Carta de Amor. © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo & aqui.
DITOS & DESDITOS: [...] A nossa crença na realidade da vida e na
realidade do mundo não são, com efeito, a mesma coisa. A segunda provém
basicamente da permanência e da durabilidade do mundo, bem superiores às da
vida mortal. Se o homem soubesse que o mundo acabaria quando ele morresse, ou
logo depois, esse mundo perderia toda a sua realidade, como a perdeu para os
antigos cristãos, na medida em que estes estavam convencidos de que as suas
expectativas escatológicas seriam imediatamente realizadas. A confiança na
realidade da vida, pelo contrário, depende quase exclusivamente da intensidade
com que a vida é experimentada, do impacto com que ela se faz sentir. [...].
Pensamento da filósofa
política alemã de origem judaica Hannah Arendt (1906-1975), que, entre
outras coisas atinentes à educação, expressou que: A escola não é de modo algum o mundo, nem deve
ser tomada como tal; é antes a instituição que se interpõe entre o mundo e o
domínio privado do lar. A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo
o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele, se amamos nossas
crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo. Veja mais aqui, aqui & aqui.
A ARTE
DE SARAH BERNHARDT
Quando a cortina é levantada, o ator deixa de pertencer a si próprio.
Ele pertence ao seu caráter, ao seu autor, ao seu público.
A vida é curta, mesmo para quem vive muito tempo, e
devemos viver para os poucos que nos conhecem e nos apreciam, que nos julgam e
nos absolvem e por quem temos o mesmo carinho e indulgência.
SARAH BERNHARDT - A arte
da atriz francesa Sarah Bernhardt (1844-1923), a Divina Sarah, considerada
a mais famosa atriz da história, por ter sido A dama das camélias de Dumas, a
Iphigénie e Phèdre de Racine, a Valérie de Eugène Scribe, a Armande da Les
Femmes Savantes de Molière, a Jeanne-Marie de Theuriet, a Dona Maira da Ruy
Blas de Hugo, a Le Mariage de Figaro de Beaumarchais, a Cordélia do King
Lear de Shakespeare, a Pelléas de Maeterlinck, Salomé de Oscar Wilde, entre
outras, afora atuar em diversos filmes, tornando-se a pioneira do cinema entre
os anos de 1908 a 1923. Também foi escultora e se envolveu com pintura e artes
visuais, expondo suas obras em Paris entre os anos de 1874 e 1896. Posou para
Antonio de La Gandara e Alphonse Mucha, escreveu três livros autobiográficos e
foi condecorada com a Légion d’honneur pelo governo francês. Diversas
publicações fazem o acervo de obras sobre sua vida, dando conta que em vida ela
teve mais de 1.000 homens diferentes. Veja mais aqui e aqui.
A FOTOGRAFIA DE ANJA MATKO
A arte da premiada
fotógrafa, artista e designer eslovena Anja Matko, que é forma em Tecnologia
gráfica e de mídia em Ljubljana. Veja mais aqui.
A OBRA DE EGBERTO GISMONTI
Quero dizer que
ninguém grava 60 discos porque sabe exatamente o que está fazendo. Quem grava
60 discos está procurando mais do que os outros. As pessoas confundem, pensam
que é pelo motivo oposto. O João Gilberto sabe o que faz, por isso gravou meia
dúzia de discos. Eu ainda não sei direito o que eu faço: toco violão e piano,
escrevo para quarteto, sinfônica... A minha relação com música é geral. Tenho
ligações com a música indígena, com o pop brasileiro e com o universo inteiro
do jazz. Toco com qualquer pessoa. Eu só quero me divertir. Eu só faço música
para fazer o outro feliz. Música não serve para outra coisa.