quinta-feira, dezembro 05, 2019

EGBERTO GISMONTI, HANNAH ARENDT, SARAH BERNHARDT & ANJA MATKO


A ALMA DE GISMONTI - Os acordes do Palhaço de Circense trouxeram lembranças do primeiro contato na Dança das Cabeças: acordes de cordas e teclas, batidas de corpo e de alma. Outras memorações, como a do Nó Caipira ou Zig-Zag, tão similares às coisas de minha gente com suas quermesses cumprindo penitentes a sua obrigação para livrar das mandingas, enganando as dores do mundo às mungangas e saudando a vida nos parques de diversão, ou na saída da sessão do cinema, as rodas de conversa com adágios e licenciosidades nas lapadas da tirana com estalado dos dedos e caretas de mamulengo pras quatro festas do ano, no meio de loas com livusias e pinoias de Malasartes e Camonge. Ah, minha gente, como coisas de Carmo, a Cidade Coração e a herança ítalo-libanesa: a mãe que canta acalanto para ninar o futuro do seu filho ou como quem junta mão-de-milho a tomar da garapa ou do ponche, soltando lorotas e potocas para quem puxa moda de viola, parlendas e mnemonias das coisas do Monge de Ipanema ou de Conselheiro, a glosa do mote de quem ouviu Pai João e bate o pandeiro embolado no coco que é assim: quando não se sabe o começo, não sabe onde é que é o fim. Como alma ameríndia e de malungo, como mel de uruçu: Altura do Sol do Meio-Dia, Xingu dos Iaualapitis, Kuarup, Amazônia, a Árvore, A Viagem do Vaporzinho & o Dirigível Tereré e O Pai das Águas Luminosas e todas as trilhas, estradas de ferro desaparecidas e dos que mijavam na cova ou cortavam orelhas para o sangue dar no mocotó e na volta da canela mandarem ver no parraxaxá! A alma dos Corações Futuristas e a Janela de Ouro do Sonho 70: seguro os Sete Anéis que lá vem Lôro, Frevo, Maracatu e caboclinhos! E mais: a Sanfona, a Fantasia, o Mágico e o Orfeu Novo que saiu do Computador para Academia de Danças e eu coroado com meu poeminha no Jornal Caipira do Em Família. E lá vem mais Folk Songs, Meeting Point, El Viaje, Guitar From Live Works In Montreal, e isso com João Cabral, Ferreira, Amado, os Sonhos de Castro Alves, Villa-Lobos & Trem Caipira Num Feixe de Luz da Alma de Pessoa e Música de Sobrevivência. É vida de alma e corpo, Água & Vinho, Duas vozes e a Dança dos Escravos, O Pagador de Promessas desde a Infância na Casa das Andorinhas, com Saudações e tudo mais. Enfim, a alma é uma Carta de Amor. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo & aqui.

DITOS & DESDITOS: [...] A nossa crença na realidade da vida e na realidade do mundo não são, com efeito, a mesma coisa. A segunda provém basicamente da permanência e da durabilidade do mundo, bem superiores às da vida mortal. Se o homem soubesse que o mundo acabaria quando ele morresse, ou logo depois, esse mundo perderia toda a sua realidade, como a perdeu para os antigos cristãos, na medida em que estes estavam convencidos de que as suas expectativas escatológicas seriam imediatamente realizadas. A confiança na realidade da vida, pelo contrário, depende quase exclusivamente da intensidade com que a vida é experimentada, do impacto com que ela se faz sentir. [...]. Pensamento da filósofa política alemã de origem judaica Hannah Arendt (1906-1975), que, entre outras coisas atinentes à educação, expressou que: A escola não é de modo algum o mundo, nem deve ser tomada como tal; é antes a instituição que se interpõe entre o mundo e o domínio privado do lar. A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele, se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo. Veja mais aqui, aqui & aqui.

A ARTE DE SARAH BERNHARDT
Quando a cortina é levantada, o ator deixa de pertencer a si próprio. Ele pertence ao seu caráter, ao seu autor, ao seu público.
A vida é curta, mesmo para quem vive muito tempo, e devemos viver para os poucos que nos conhecem e nos apreciam, que nos julgam e nos absolvem e por quem temos o mesmo carinho e indulgência.
SARAH BERNHARDT - A arte da atriz francesa Sarah Bernhardt (1844-1923), a Divina Sarah, considerada a mais famosa atriz da história, por ter sido A dama das camélias de Dumas, a Iphigénie e Phèdre de Racine, a Valérie de Eugène Scribe, a Armande da Les Femmes Savantes de Molière, a Jeanne-Marie de Theuriet, a Dona Maira da Ruy Blas de Hugo, a Le Mariage de Figaro de Beaumarchais, a Cordélia do King Lear de Shakespeare, a Pelléas de Maeterlinck, Salomé de Oscar Wilde, entre outras, afora atuar em diversos filmes, tornando-se a pioneira do cinema entre os anos de 1908 a 1923. Também foi escultora e se envolveu com pintura e artes visuais, expondo suas obras em Paris entre os anos de 1874 e 1896. Posou para Antonio de La Gandara e Alphonse Mucha, escreveu três livros autobiográficos e foi condecorada com a Légion d’honneur pelo governo francês. Diversas publicações fazem o acervo de obras sobre sua vida, dando conta que em vida ela teve mais de 1.000 homens diferentes. Veja mais aqui e aqui.

A FOTOGRAFIA DE ANJA MATKO
A arte da premiada fotógrafa, artista e designer eslovena Anja Matko, que é forma em Tecnologia gráfica e de mídia em Ljubljana. Veja mais aqui.

A OBRA DE EGBERTO GISMONTI
Quero dizer que ninguém grava 60 discos porque sabe exatamente o que está fazendo. Quem grava 60 discos está procurando mais do que os outros. As pessoas confundem, pensam que é pelo motivo oposto. O João Gilberto sabe o que faz, por isso gravou meia dúzia de discos. Eu ainda não sei direito o que eu faço: toco violão e piano, escrevo para quarteto, sinfônica... A minha relação com música é geral. Tenho ligações com a música indígena, com o pop brasileiro e com o universo inteiro do jazz. Toco com qualquer pessoa. Eu só quero me divertir. Eu só faço música para fazer o outro feliz. Música não serve para outra coisa.
A obra do compositor, arranjador, cantor & multinstrumentista Egberto Gismonti aqui e aqui.