NITOLINO NO REINO ENCANTADO DE TODAS AS COISAS - A ideia
de criação do personagem Nitolino
surgiu com o convite feito pela professora e coordenadora pedagógica, Ceiça
Mota, da Escola Estadual Josefa Conceição da Costa, bairro de Canaã, Maceió,
para recreações com contação de história em turmas de educação infantil. O que
era para ser um único momento findou em contínuas apresentações tanto para alunos
da educação infantil até as quartas séries do Ensino Fundamental, com as
histórias dos meus livros para crianças, como também para estudantes das demais
series do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos
(EJA), para os quais desenvolvi atividades com literatura de cordel, tudo
enquadrado ao meu projeto Brincarte nas
Escolas. Assim foi ao longo de todo mês de julho em 2008, finalizando com o
lançamento dos meus livros infantis Turma
do Brincarte e Frevo Brincarte,
e do cordel Tataritaritatá, com
exposição dos meus outros livros publicados, palestras, contação e cantação de
histórias. Depois disso, como eu estava recebendo inúmeros convites dos mais
diversos educandários, tanto da rede pública como da rede privada de Alagoas e
de outros estados, o personagem foi tomando corpo e, já no mês de agosto do
mesmo ano, o Nitolino já se
apresentava em colégios, associações de moradores, centros recreativos e de
saúde, bem como nos mais diversos auditórios das mais variadas instituições
sociais, fato que levou a criação do evento Natal do Nitolino, com o objetivo de levar livros, contação de
história e promover o hábito da leitura entre crianças das áreas periféricas
das cidades, bem como da participação em eventos nas Bienais do Livro,
Convenções, Congressos, Palestras e em mesas de debates, fato este que levou
durante os anos de 2009, 2010 e 2011, à realização de temporadas do espetáculo Nitolino no Reino Encantado de Todas as
Coisas, no Teatro Linda Mascarenhas, em Maceió, concomitante ao lançamento
do livro homônimo e da segunda edição do livro infantil O lobisomem zonzo, culminando com a gravação do DVD com o resultado
dos espetáculos destinados aos alunos da rede pública de ensino e,
posteriormente, abertos para o público em geral. Além do mais, Nitolino nada mais é que a minha eterna
maneira de ser menino com a perspectiva de que ser criança é pra brincar e ser
feliz; com a esperança de que este possa ser um mundo no qual as pessoas possam
construir relações saudáveis respeitando uns aos outros, cuidando do planeta e
reconhecendo o outro como extensão afetiva de si e de toda irmandade humana;
enfim, a minha crença de que o Brasil possa ser um país melhor, mais justo e
solidário, porque todo dia é dia de ser
criança. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
OS OBJETOS DE BAUDRILLARD
[...] hoje os objetos
tornaram-se mais complexos que o comportamento do homem a eles relativo [...] Somos
continuamente remetidos, por meio do discurso psicológico sobre o objeto, a um
nível mais coerente, sem relação com o discurso individual ou coletivo, e que
seria aquele de uma língua dos objetos [...] O homem é reduzido à incoerência pela coerência de sua projeção
estrutural. Em face do objeto funcional o homem torna-se disfuncional,
irracional e subjetivo, uma forma vazia e aberta então aos mitos funcionais, às
projeções fantasmagóricas ligadas a esta estupefaciente eficiência do mundo
[...] É da frustrada exigência por
totalidade residente no fundo do projeto que surge o processo sistemático e
indefinido do consumo. Os objetos/signos na sua idealidade equivalem-se e podem
se multiplicar ao infinito: devem fazê-lo para preencher a todo instante uma
realidade ausente. Finalmente é porque se funda sobre uma ausência que o consumo
vem a ser irreprimível.
Trechos
extraídos da obra O Sistema dos
Objetos (Perspectiva, 2008), do
sociólogo e filósofo francês Jean Baudrillard (1929-2007), defendendo
que: Sou
um dissidente da verdade. Não creio na ideia de discurso de verdade, de uma
realidade única e inquestionável. Desenvolvo uma teoria irônica que tem por fim
formular hipóteses. Estas podem ajudar a revelar aspectos impensáveis. Procuro
refletir por caminhos oblíquos. Lanço mão de fragmentos, não de textos
unificados por uma lógica rigorosa. Nesse raciocínio, o paradoxo é mais
importante que o discurso linear. Para simplificar, examino a vida que acontece
no momento, como um fotógrafo. Veja mais aqui,
aqui, aqui, aqui & aqui.
Veja
mais sobre:
O amor
de Naipi & Tarobá, Arte e
percepção visual de Rudolf Arnheim, Eles
eram muitos cavalos de Luiz Ruffato, Improvisação para o teatro de Viola
Spolin, a música de Vivaldi & Max
Richter, a fotografia de Fernand
Fonssagrives, a coreografia de Regina Kotaka, a pintura de Fernand Léger & a arte de
Eugénia Silva aqui.
E mais:
Duofel, três por um, A sociedade do consumo de Jean
Baudrillard, Histórias extraordinárias de Edgar Allan Poe, Tristão & Isolda
de Richard Wagner, a coreografia da arte de Pina Bausch, o cinema de Roger
Vadim, a pintura de Alice Kaub-Casalonga & Vicente do Rego Monteiro,
a arte de Miles Williams Mathis, Amores impossíveis, Poetas de Palmares & Jayme
Griz aqui.
A cidade, a urbanização e as enchentes & a arte de Márcia
Spézia aqui.
Reino dos sonhos, a literatura de Osman Lins, a poesia de Denise Levertov, A palavra na democracia e na psicanálise de Jurandir Freire Costa, o cinema de Pedro Almodóvar, a música de Renato Borghetti, a fotografia de Laszlo Moholy-Nagy, a arte de Cédric Cazal & Mike Todd aqui.
&
A PERDA
DE INGEBORG BACHMANN
Usámos a dois: estações do ano, livros e uma
música.
As chaves, as taças de chá, o cesto do pão, lençóis de linho e uma
cama.
Um enxoval de palavras, de gestos, trazidos, utilizados,
gastos.
Cumprimos o regulamento de um prédio. Dissemos. Fizemos.
E estendemos sempre a mão.
cama.
Um enxoval de palavras, de gestos, trazidos, utilizados,
gastos.
Cumprimos o regulamento de um prédio. Dissemos. Fizemos.
E estendemos sempre a mão.
Apaixonei-me por Invernos, por um septeto
vienense e por
Verões.
Por mapas, por um ninho de montanha, uma praia e uma
cama.
Ritualizei datas, declarei promessas irrevogáveis,
idolatrei o indefinido e senti devoção perante um nada,
Verões.
Por mapas, por um ninho de montanha, uma praia e uma
cama.
Ritualizei datas, declarei promessas irrevogáveis,
idolatrei o indefinido e senti devoção perante um nada,
(- o jornal dobrado, a cinza fria, o papel
com um aponta-
mento)
sem temores religiosos, pois a igreja era esta cama.
mento)
sem temores religiosos, pois a igreja era esta cama.
De olhar o mar nasceu a minha pintura
inesgotável.
Da varanda podia saudar os povos, meus vizinhos.
Ao fogo da lareira, em segurança, o meu cabelo tinha a sua cor
mais intensa.
A campainha da porta era o alarme da minha alegria.
Da varanda podia saudar os povos, meus vizinhos.
Ao fogo da lareira, em segurança, o meu cabelo tinha a sua cor
mais intensa.
A campainha da porta era o alarme da minha alegria.
Não te perdi a ti,
perdi o mundo.
perdi o mundo.
Poema Uma
espécie de perda, extraído da obra O tempo
aprazado (Últimos poemas 1957-1967 - Assírio & Alvim, 1992), da poeta e
filósofa austríaca Ingeborg Bachmann
(1926-1973).
RÁDIO
TATARITARITATÁ:
Hoje é dia de especiais com o compositor
alemão Carl Orff e a sua cantata Carmina Burana &
Streetsong; a violinista britânica Chloë
Hanslip interpretando Mozart, Cinema Paradiso de
Ennio Morricone & Fantasy de Franz Waxman; o pianista Nelson
Freire
interpretando obras de Villa-Lobos & Debussy In Recital; e da pianista e maestro japonesa Mitsuko Uchida interpretando estudo de Debussy & concerto de
Beethoven. Para
conferir é só ligar o som e curtir.
A ARTE DOROTHY
IANNONE
A arte da artista visual alemã Dorothy
Iannone.