AS SÚPLICAS DA PAIXÃO DELA – Lá
estava ela olhos vivos, sorriso largo encantador e a surpresa do flagra na branquitude
úmida da calcinha desesperada ao escancaro confortável das pernas. Logo
escorrega indisciplinada do divã como se o piso se fizesse pelas brumas da
paixão como se de joelhos se arrastasse pela agitação das ruas implorando pressurosa
com seus versos aflitos a requerer a tortura consoladora dos meus afagos em seu
cabelo. Ela me deifica massageando o meu membro sob a calça, a desafivelar meu
cinturão, arrear o zíper e alcançar o que ela trata por sua salvação, enquanto
lambe saborosamente a dizer que me ama com a urgência e que sou seu poeta e meu
nome tatuado em todos os seus pensamentos. Ela assim mimada de beijos ousados
como se declarasse o fascínio de quem idolatrada seminua a se insinuar dengosa sedutora
felatriz insaciável. Mais se avoluma ao se levantar aturdida por sonhar comigo
todas as noites na penumbra da sua intimidade mais profunda, sonhos intensos em
que afogueada pelo martírio incandescente da euforia mais confessadamente entregue,
serpenteia seu dançante ventre esfregando-se ao meu. E mais beija transida de
tesão como se nada mais importasse além de se dar no meio da tempestade
devastadora de carícias, enquanto minhas mãos buliçosas explora seu corpo
aturdido de desejo desmesurad0. Então soberbamente encurvada ela se espalma às
escâncaras para que possa cobri-la esplendidamente inebriada de desdobramentos e
assim penetrá-la delirantemente devastador, com avalanches de estocadas no desvario
dos seus gemidos transbordantes. Ela quer mais e no gozo estremecido e imorredouro
encontra o equilíbrio do planeta em seu coração que sou na calmaria de todos os
seus orgasmos. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo, aqui
e aqui.
DITOS & DESDITOS - Nenhuma sociedade pode funcionar se seus
membros não mantiverem uma atitude ética... Numa sociedade autoritária ou
ditatorial há quantidades de desonestidade, mas não são conhecidas. Em um
sistema democrático tudo é conhecido mais facilmente. As democracias são sempre
mais transparentes e quando um sistema político e organizacional é mais
transparente, é mais fácil ser ético... Para ser um bom cidadão é preciso ter
um bom coração, ou seja, é preciso ter a capacidade de estimar valores, de se
entender e de argumentar... Renunciar aos valores morais mínimos seria como
abrir mão da própria humanidade ao mesmo tempo... Os pobres não podem aspirar a
ser felizes...
Expressões da filósofa espanhola Adela
Cortina Ortz. Veja mais aqui.
ALGUÉM FALOU: Os efeitos da ordem de nascimento são como aquelas coisas que você pensa
que vê com o canto do olho, mas que desaparecem quando você as olha de perto. Eles continuam
aparecendo, mas apenas porque as pessoas continuam procurando por eles e
analisando e reanalisando seus dados até encontrá-los. Pensamento da psicologa
estadunidense Judith
Rich Harris (1938-2018).
A CIDADE & A NATUREZA – [...] É exatamente
pelo fato da paisagem ser natureza que nós somos também natureza, não nos
limitamos a viver na paisagem, mas vivemos a paisagem, porque vivemos a
natureza e, ademais, vivemos da natureza: daquela natureza que na paisagem se
configura em imagem, imagem da qual nós somos, à qual pertencemos, e não
simplesmente imagem que observamos estando fora dela. Mas quando se diz que
vivemos a paisagem porque vivemos da natureza, devemos estar atentos a não crer
que viver da natureza seja aqui uma simples metáfora [...] A paisagem com seus aromas, mas também com
suas cores, as suas luzes: Com o seu céu; as suas águas, as suas rochas, a sua vegetação,
as suas aves e insetos e animais de todo o tipo; o ar que chega aos nossos
pulmões entra-nos literalmente, no sangue, e expande-se pelos membros,
fazendo-nos sentir unos com a natureza: e exalta o nosso ser natureza, a
natureza que está em nós, e reaviva-a; e dela faz objeto de deleite, para a alma,
suscitando em nós a alegria da nossa identificação com a natureza, de fazer da
sua a nossa alegria [...]. Trechos extraídos da A paisagem e a estética
(CFUL, 1973), do filósofo italiano Rosario Assunto (1915-1994).
MALUNGUINHO -- [...] O centro do quilombo de Malunguinho ficava num lugar conhecido por Cova da Onça, no interior da floresta do Catucá [...] A floresta do Catucá, onde prosperou o quilombo de Malunguinho, era cortada por estradas que levavam gado e algodão dos distritos de Bom Jardim, Limoeiro e Nazaré para o Reciufe ou para Goiana [...] Tal como aconteceu com Zumbi dos Palmares, os documentos sobre Malunguinho foram escritos por seus inimigos.[...] Malungo é uma palavra de origem africana [...] ma luga ou companheiro, do quimbundo, lingua de Angola; ou ma lungo, isto é, no mesmo navio, do congolês. [...] do líder do Catucá, qualquer que fosse ele individualmente. Se for este o caso, o último Malunguinho chamava-se João Batista e sua sorte foi selada com o fim da Cabanada, em 1835 [...] Um deles, liderado por João Bamba, atacava nas estradas, vilas e engenhos, o outro, menos agressivo, costumava entrar pacificamente nas vilas para vender peixe, comprar armas e pólvora. Seu líder, João Pataca, promovia batuques e festas religiosas que duravam dias, e andava com um séquito de mulheres e guarda de honra. [...] A Acácia Jurema, árvore leguminosa, era usada em cerimônias secretas pelos pajés, sacerdotes indígenas, para fazer uma bebida sagrada [...] Culto da Jerema e da religião dos Orixás (Candomblé, que em Pernambuco e parte do Nordeste também chamava-se Xangô [...]. Trechos extraídos do artigo O Zumbi da Cova da Onça (História Hoje, jul. 2004), do professor Marcus J. M. Carvalho. Veja mais aqui e aqui.
SOLITÁRIO – [...] Em uma hora,
tudo estava resolvido para aquela noite. Um pequeno lugar de descanso tinha
sido feito para a criança morta em um canto da sala, onde ela estava coberto
com um grosso lençol branco, que foi o último que sobrou daqueles que a esposa
do velho Oliver havia fiado em sua infância. O velho deu sua promessa de ir
para a cama quando o sr. Ross e o médico saíssem; e ele dormiu levemente, seu
rosto voltado para o lugar onde seu pequeno amor estava dormindo. Uma luz fraca
queimou a noite toda no quarto, e Tony, que não conseguia adormecer, sentado no
canto da chaminé, com Beppo em seu joelhos. Havia uma tristeza indizível e
silenciosa dentro dele, misturada com uma estranho espanto. Aquela criancinha,
que tinha brincado com ele, e o beijou apenas um dia depois, já tinha ido para
o mundo invisível, que era tão muito perto dele agora, embora parecesse tão
distante e tão vazio antes da. Deve estar muito perto, já que ela foi até lá
tão rapidamente; e não estava mais vazio, pois Dolly estava lá; e ela disse que
faria vigiar a porta até ele chegar em casa. [...]. Trecho extraído da obra Alone In London (Start Classics, 2011), da escritora britânica
Hesba Stretton (1832-1911), pseudônimo de Sarah Smith que
inventou o nome das iniciais de seus cinco irmãos e o nome de uma aldeia
vizinha.
UM POEMA – INTERNACIONAL:
Levantai-vos
trabalhadores de vossos sonos / Levantai-vos prisioneiros da necessidade / Pois
a razão em revolta agora troveja / E por fim termina a era do cant. / Fora com
todas as suas superstições / Massas servis levantam-se, levantam- se / Nós
mudaremos daqui em diante a velha tradição / E desprezaremos o pó para ganhar o
prêmio. / Então camaradas, venham juntos / E a última luta vamos enfrentar / A
Internacional une a raça humana. / Então camaradas, venham juntos / E a última
luta vamos enfrentar / A Internacional une a raça humana. / Não mais iludidos
pela reação / Somente nos tiranos faremos a guerra / Os soldados também farão
greve / Eles quebrarão as fileiras e não lutarão mais / E se esses canibais
continuarem tentando / Nos sacrificar ao seu orgulho / Eles logo ouvirão as
balas voando / Vamos atirar nos generais do nosso lado. / Nenhum salvador do
alto entrega / Nenhuma fé nós temos em príncipes ou pares / Nossa própria mão
direita as correntes devem tremer / Correntes de ódio, ganância e medo / E'er
os ladrões vão sair com seu saque / E dar a todos um lote mais feliz. / Cada um
na forja deve cumprir seu dever / E atacaremos enquanto o ferro estiver quente. Poema do poeta e anarquista francês Eugène Pottier (1816-1887).
Queremos ainda destacar o maravilhoso trabalho desenvolvido pelo Jalme Calheiros na Secretaria de Meio Ambiente de Marechal Deodoro, como também da artesã Denise Evaristo e da Uva no Mova-Brasil.
EU TE AMO, MEU POETA (PARA LAM) - Eu te amo meu poeta, e leio teu nome compulsivamente em meus
pensamentos a cada segundo de minha vida, como se o sol ou a lua, todos os
mistérios dependessem do meu amor. Como se nada pudesse existir sem ele. Eu te
amo nos dias claros e amenos, na agitação das ruas, no equilíbrio do planeta ou
nas tempestades devastadoras. Eu te amo, meu poeta, cada segundo mais
intensamente, e já não importa todo o resto, se existem ódios ou
incompreensões, se já não posso apreciar o mar ou as estrelas porque tudo se
resume em ti. Eu te amo e sinto tuas mãos em meu corpo a aturdir-me, teu olhar
a dominar-me excitante, teu corpo a cobrir-me e penetrar-me soberbo, enquanto
já nada existe senão a tua presença. Eu te amo, meu poeta e fascinada acompanho
teu desejo que se mistura num desvario com o meu metamorfoseando nossas vidas
em uma avalanche de prazeres e paixão sublimes e imorredouras. Eu te amo, nos
momentos de harmonia plena, de conflitos, seriedade ou diversões, quando nossos
risos enfeitam pedaços da vida ou quando lágrimas escorrem lentas e cheias de
emoção. Eu te amo, meu poeta, quando a aflição do desejo encontra em teus
braços o alívio e quando retorna cada vez mais urgente procurando o tesouro que
penetras entre gemidos de prazer. Eu te amo, meu poeta, quando pressuroso
compreendes meus momentos de dor e me abraças apertando-me no teu corpo quente
e tão amado ou nas alegrias brilhantes em que teu peito transborda da minha
felicidade. Eu te amo, meu poeta, quando comemoro contigo ou te consolo, quando
me procuras indefeso ou possessivo, nas horas de suavidade ou rigidez, e quando
já nem sei como cabe esse sentimento desmesurado a compartilhar desse amor cada
vez maior e mais devastador. Eu te amo, meu poeta quando te procuro mimada e
dengosa, faceira ou frágil e encontro na tua paixão a força para enfrentar as
sequelas da vida, o sol que tudo inebria ou o crepitante anseio de minha alma
apaixonada. Eu te amo meu poeta, quando no delírio nada mais vejo, em transe de
prazer e de loucura a sentir teu corpo, a aspirar tua respiração, a vibrar no
teu beijo, encontrando a vida somente na tua, morrendo por ti e revivendo por
teu amor. Eu te amo, meu amado poeta... Poema da escritora Vânia Moreira Diniz. Veja mais aqui,
aqui e aqui.