A arte
do pintor francês Marcel René von
Herrfeldt (1889-1965).
DITOS & DESDITOS - Não importa que a comunicação seja de conteúdo
profundo ou apenas de matéria superficial ou supérflua. A humanidade necessita
e consome ambos, que a análise crítica que possa modificar ou sugerir
modificações em seu modus vivendi ou apenas uma palavra de alento ou de beleza,
que lhe inunda o coração. A poesia também é indispensável no cotidiano. Pensamento
do tapeceiro, pintor e desenhista Genaro
Antônio Dantas de Carvalho (1926-1971).
A ARTE – [...] A arte deve
ensinar ou proporcionar prazer? A esse respeito, só quero frisar que esse
debate está repleto de paradoxos, e de paradoxos inevitáveis, uma vez que a
ação de aprender pode ser um prazer, e que, por outro lado, o fato de estar
experimentando uma sensação não nos impede de estar aprendendo alguma coisa. No
decorrer da história do mundo ocidental, a concepção didática da arte tem
prevalecido. [...]. Trecho extraído da obra O teatro engajado (Zahar, 1969), do escritor, professor, critico de
teatro, editor e tradutor estadunidense Eric
Bentley.
BOLA DE SEBO - […] A mulher, uma
dessas a quem chamam de libertina, era célebre por sua corpulência precoce, que
lhe valera o apelido de Bola de Sebo. Pequena, toda rechonchuda, gorducha
mesmo, com dedos inchados e estrangulados nas falanges, semelhantes a réstias
de salsichas curtas, com uma pele luzente e esticada, um pescoço enorme que
transbordava o vestido, ela continuava, no entanto, apetitosa e solicitada, de
tanto que seu frescor dava prazer á vista. Seu rosto era uma maça vermelha, um
botão de peônia prestes a florescer, e ali se abriam, em cima, uns olhos negros
magníficos, cobertos por grandes cílios espessos que os mergulhavam na sombra;
embaixo, uma boca encantadora, estreita, úmida para o beijo, recheada com dentinhos
brilhantes e microscópios. Além disso, ela era, diziam, cheia de qualidades
inestimáveis. Assim que foi reconhecida, correram cochichos entre as mulheres
direitas, e as expressões “prostituta” e “vergonha pública” foram sussurradas
tão alto que ela levantou a cabeça. Então passeou por sobre os vizinhos um
olhar tão provocador e intrépido que imediatamente um grande silêncio se
instalou, e todo mundo baixou os olhos, à exceção de Loiseau, que a espreitava
com ar animado. Mas em seguida a conversa foi restabelecida entre aquelas três
mulheres que a presença da outra fizera subitamente amigas, quase íntimas. Elas
deviam formar, parecia-lhes, como que uma liga de suas dignidades de esposas
diante daquela vendida sem – vergonha; porque o amor legal sempre desdenha seu colega
libertino. […] Várias vezes Bola de Sebo se inclinou como se
procurasse alguma coisa embaixo da saia. Hesitava um segundo, olhava para os
vizinhos, depois se punha outra vez direita, tranquilamente. Os rostos estavam pálidos
e crispados. Loiseau disse que pagaria mil francos por um pedaço de presunto.
Sua mulher fez um gesto como para protestar, depois e acalmou. Não podia ouvir
falar em dinheiro desperdiçado e não suportava nem mesmo as brincadeiras a
respeito do tema. [...]. Trechos
extraídos da obra Bola de Sebo e outros
contos (Bruguera, 1971), do escritor francês Guy de Maupassant
(1950-1893). Veja mais aqui e aqui.
LINGUA LIQUIDA - A
líquida língua vaza! / Infiltra-se entre os dentes, / rompe os limites dos
lábios / gotejando boca á fora / ou, entornando livremente... / Não há
fronteira que a reprima, / não há limite que a contenha. / O dono da língua
líqüida, / possui ouvidos alados / que saem pelas orelhas, / lúcidos ou
atordoados, / diretos ou de qualquer maneira / e colhendo informações / voam
pra todo lado! / Temo essa língua por ela, / pelos ouvidos que a acompanham / e
por todos ouvidos alheios / nos quais chega, sem medo, / a relevar os segredos.
/ Se uma dessas, liqüefeitas, / vem molhar-me os ouvidos, / afasto-a
rapidamente, / secando depressa o líquido, / temendo que tal proximidade / impune
contamine-me a língua, / e que por momentos, instantes / ou pelo restante da
vida / liqüefaça-a abundante, infame / larga, solta e incontida... Poema da
escritora, pedagoga e professora Maria
da Graça Almeida. Veja mais aqui e aqui.
A arte
do pintor francês Marcel René von
Herrfeldt (1889-1965).
Veja
mais sobre:
Querência
& a arte de Mazinho, Fiódor Dostoiévski, Igor
Stravinsky, Saulo Laranjeira, René Clair, Joseph
Tomanek, Veronica Lake, Erich Sokol & Bioética:
meio ambiente, saúde e pesquisa aqui.
E mais:
A arte
de Rosana Simpson aqui.
Danos
Morais & o Direito do Consumidor aqui.
Interpretação
e aplicação do Direito aqui.
Direito
como fato social aqui.
A arte
de Di Mostacatto aqui.
Concurso de Beleza, Vinicius de Morais,
Carlos Zéfiro & Nik aqui.
A arte
de Lanna Rodrigues aqui.
Sindicato
das Mulheres Feias, Saúde & Sexo, Humor, Papo vai & papo vem aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá!!!
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.