A SEDUÇÃO DE ARUANNE - Como sempre, Aruanne chegara serelepe aquariana e
sedutora, vestido estampado, solto, esvoaçante, aquela coisa linda de ser ver e
desejar. Livro à mão, ela arregaçou a saia até acima dos joelhos, sentou-se à
minha frente toda espaçosa, debruçando-se sobre o livro, as pernas em Padmasana – a maravilhosa posição do lótus
–, deixando-me ver-lhe um lance da calcinha listrada guardando seu sexo abundante,
inchado, excepcional, aliciador. Não conseguia despregar meus olhos da sua
excitante intimidade ali quieta sobre o tamborete. Para além disso, eu imaginava
ali ela disposta pra mim, no V sex para o cadeado, ou na montanha mágica, no ato
de retorno ou amazona, a reunião quente, todas as posições e formas do kama
sutra ali, nela, todinha minha, ah, meus sonhos eróticos perversos para que
jamais escapasse, e inquietante a agarrasse e a possuísse obscena, nua, tarada.
Eu só queria tê-la ali exclusiva, sozinhos, a vê-la toda pra mim. De repente,
soltou as pernas, abrindo-as, para que eu visse mais detalhadamente sua
gostosura ventral. Ao levantar meus olhos, eita, vi-lhe flagrando minha atenção
nela. Sorriu. Levantou-se, veio em minha direção e sua voz sussurrou ao meu
ouvido: Gostou de ver minha intimidade, foi? Respondi-lhe com nuto. Pôs sua mão
sobre meu ombro, alisou-me a nuca e ciciou confidente: Eu dou, vem cá. Puxou-me
pela mão, abriu o trinco duma porta e adentramos na sala clareada apenas pelas
persianas da janela. Ao fechar a porta, aproximou-se de mim, senti seu fôlego
descontrolado, seu hálito amante, seu cheiro de almíscar, braços ao meu
pescoço, lábios rentes ao meu, um beijo tímido que se tornou poderoso com o
alisado das minhas mãos por seu corpo sobre o vestido. Sua boca ardente se
ocupava da minha, enquanto eu tocava sua pele por baixo das vestes, a pele
macia, suas curvas, as ancas robustas e buliçosas, a cintura que delineava a
chegada aos seios fartos, ductos endurecidos, e mais os afagava ternamente. Encostei
à parede, desci as mãos para alcançar seu sexo úmido e atiçado, alisá-lo para
alcançar-lhe o interior da vagina, ao que ela soltou-me o pescoço e levou suas
mãos a pressionar meu pênis intumescido, alisando-o por cima do tecido da
calça, contornando-o, invadindo por dentro da calça, a mão nua na minha pele. Buscou
meu sexo, alcançando-o, trouxe-o para fora, distendido, fitou alisando-o e
espremendo carinhosamente a glande, ficou de cócoras e começou a beijá-lo, manipulando
a língua no meu sexo que pulsava febril, lambendo o frênulo do prepúcio o que
me levava a ponto máximo do gozo e da ejaculação incontrolável, ao que evitei e
ela disse-me segredando: Não goze agora, por favor, quero mais! Mandona e puta,
fez-me ajoelhar, levantei seu vestido, removi sua calcinha e a beijei na união
do elefante. Repetia boquejante: Não goze agora, por favor, quero mais. E fez
do meu pênis o seu cavalo de balanço e ao cavalgar demoradamente, virou-se e se
ofereceu na posição do culto para que eu lhe penetrasse o cajado mais,
atendendo seus pedidos tácitos. Não me deixou gozar, rogava veladamente, deitando-se
agora nua, descabelada, olhos cerrados, boca entreaberta, língua inquieta
passeando sobre os lábios salientes, nua, fogosa, etérea reluzente para que eu
pudesse, enfim, alisar carinhosamente suas pernas e coxas, as quais ao toque do
meu tato ela mais se arrepiava e comecei por beijá-las, lambê-las, alcançando o
seu sexo trêmulo, minha língua passeando por seus grandes e pequenos lábios, a
entrada do canal vaginal, enfiada pela uretra, lambendo carinhosamente seu
clitóris, chupando sua drupa, enquanto minhas mãos passeavam do períneo ao
ânus, alisando-os e enfiando meu dedo para ouvi-la murmurar de prazer por ser
explorada intimamente pelo ápice da minha língua que se estirava sibilante na sua
fundura saborosa. Mais traquinei nela, língua e dedos enfiados em seus
orifícios a faziam gemer enlouquecida, puxando-me selvagem e determinada para o
triângulo luminoso inquieto, mais penetrava, arremetia, mais socava meu cajado na
sua caverna, ela estertorava, a me exigir de joelhos para a borboleta e a
penetrei mais, empurrei vingativo e cravei meu caralho rijo e insaciável para
seus múltiplos gozos a desmaiar com orgasmo e me puxar a colher, 99, guardando
meu prazer aprisionado ao seu entre as coxas, atravessado rente ao ânus e a
vagina, para adormecer desvalidos até perder a completa noção do tempo e de
tudo. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui &
aqui.
DITOS & DESDITOS - Os que nunca vivem o momento presente são os
que não vivem nunca. Pensamento do escritor e
matemático dinamarquês Piet Hein
(1905-1996).
ALGUÉM FALOU: Porque o tempo é tão implacável, roubando-nos as oportunidades se não
formos suficientemente rápidos para agarrá-las imediatamente?
Expressão da atriz e escritora norueguesa Liv
Ullmann. Veja mais aqui.
ORGULHO & PRECONCEITO - [...] Não creio que
encontre dificuldade em aplicar esta filosofia à sua própria vida. As suas lembranças devem ser
tão desprovidas de toda mácula que
não é preciso nenhuma
filosofia para sentir o contentamento que se origina
delas. Mas comigo não é assim: quando penso no passado intervém muitas recordações
dolorosas que não podem e não devem ser repelidas. Toda a minha vida fui
um ser egoísta, se não na prática, pelo menos
nos meus princípios. Em
criança me ensinaram o que era direito, mas não me ensinaram a corrigir o meu gênio. Deram-me bons princípios. Mas deixaram-me
praticá-los orgulhosamente. Infelizmente,
sendo durante muito tempo
único filho, e mais tarde único filho
homem, fui mimado pelos meus pais e, embora eles fossem bons, meu pai
sobretudo, que era a benevolência em
pessoa, permitiram, encorajaram e quase me ensinaram a ser egoísta e tirânico, a pensar apenas nas pessoas da
minha família, desprezar todos os
outros e a pensar, com desprezo, no bom senso e valor das outras pessoas, comparados com os meus. Assim fui
eu dos oito aos vinte e oito anos. E, se
não fosse a minha querida e adorável Elizabeth, talvez ainda não me tivesse mudado. Que é que não lhe devo? A lição que me deu foi certamente a
princípio muito dura, mas muito vantajosa. Por suas mãos recebi a humilhação que devia. Aproximei-me de você sem duvidar de que seria aceito. Revelou-me como eram insuficientes as minhas pretensões de agradar uma mulher digna de ser amada. [...]. Trecho extraído da obra Orgulho e preconceito (Abril Cultural,
1982), da escritora inglesa Jane
Austen (1775-1817). Veja mais aqui.
PRÓLOGO
– Não haviam feito anos nem a rosa nem o
arcanjo./ Tudo, anterior ao batido e ao pranto. / Quando qualquer luz ignorava
ainda / se o mar nasceria menino ou menina. / Quando o vento sonhava melenas
que pentear / e craveiros o fogo que acender e bochechas / e a água alguns
lábios parados aonde beber. / Tudo, anterior ao corpo, ao nome e ao tempo. / Então,
eu me lembro que, uma vez, no céu... Poema do poeta
espanhol Rafael Alberti (1902-1999). Veja mais aqui & aqui.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONTEXTO HISTÓRICO – A Educação Ambiental surge com os movimentos
ambientalistas e da conscientização ambiental ocorridos nos finais dos anos 40
e na década de 50 e, segundo Dias (2000, p. 36), se formalizou a partir da
Conferência em Educação de 1965, realizada em Keele, na Grã Bretanha,
denominada “environmental education”,
quando passa a ser parte essencial de todos os cidadãos. Em seguida, segundo,
Grün (1996), Guimarães (2000) e Dias (2000), exatamente em 1970 que foi
aprovada a primeira legislação referente à Educação Ambiental, nos Estados
Unidos. E, a partir de 1971 a UNESCO realiza um Programa Internacional sobre o
homem e a Biosfera, o MAB - “Man and
Biosphere”, introduzindo a importância da biosfera e lançando as bases
científicas que deveriam reger a utilização dos recursos naturais. Tal conduta
levou em 1972, o Clube de Roma a apresentar o diagnóstico contendo os problemas
globais do meio ambiente, passando, com isso, a promover a conscientização dos
problemas ambientais com apresentação das soluções alternativas. No mesmo ano
de 1972 ocorre entre os dias 5 e 16 de junho, a Conferência da ONU sobre o Meio
Ambiente, realizada em Estocolmo, na Suécia, segundo UNESCO(1999), procedendo
ao surgimento mundial dos movimentos de conscientização ambiental, exigindo-se,
com isso, o reconhecimento da necessidade de se desenvolver uma educação que
atente para os problemas ambientais com o restabelecimento de programas neste
sentido. Após a conferência as questões e problemáticas ambientais passaram a ser
abordada numa ótica multidisciplinar e, até, holística. Foi, com isso, que
surgiu e teve desenvolvimento a Educação Ambiental pela aquisição do papel de
uma nova ciência voltada para o combate aos problemas e as suas soluções na
área ambiental mundialmente. Tal desenvolvimento se deu mais efetivamente pela
ação dos movimentos ambientais, passando a Educação Ambiental a se realizar como
método de ensino. Com o plano de Ação Mundial – Conferência de Estocolmo sobre
o Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, 1972 –, segundo Viola e Leis (1995),
ficou clara a determinação proposta pela recomendação da Conferência para os
países no sentido de se efetuarem a criação de programas e ações nacionais
voltadas para implantação e implementação da EA. Quando da ocorrência da
Conferência de Belgrado, na Iugoslávia em 1975, promovida pela UNESCO, que,
segundo Adams (2005) se deu à formulação dos princípios e orientações que
dariam corpo ao desenvolvimento de um programa verdadeiramente de Educação
Ambiental. Tal movimentação levou a realização em 1977, em Tbilisi, na Rússia,
da Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, que conforme UNESCO
(1999), foi quando se reconheceu mundialmente a necessidade de desenvolvimento
de programas ambientais, apresentando, por isso, quarenta e uma recomendações
com as diretrizes necessárias, dentre ela está que a EA é um método de formação
eficaz de integracionistas, isto é, de estudiosos que tem enfoque
pluridisciplinar, os quais com esta formação holística servem como integradores
entre os generalistas e especialistas, formando importante elo de iteração de
várias ciências em prol do desenvolvimento. Isto quer dizer que tudo começa em
junho de 1972, quando a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano –
CNUAH -, mundialmente reconhecida como Conferência de Estocolmo, levou o PNUMA
- Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e a UNESCO a criarem, em
1975, o Programa Internacional de Educação Ambiental - PIEA. E para cumprir a
Recomendação 96, desta Conferência, que atribui grande importância estratégica
à EA dentro dos esforços de busca da melhoria da qualidade ambiental foi
realizado em 1977, em Tbilisi (URSS), a primeira Conferência Intergovernamental
sobre Educação Ambiental. Por esta ocasião foram definidas as bases assentadas
nas finalidades, objetivos, princípios orientadores e estratégias para o
desenvolvimento da Educação Ambiental. Por força dessa conferência passou-se a
reconhecer a importância de se conhecer a interdependência dos fatores
econômicos, sociais, políticos e ecológicos e a necessidade se conscientizar
todos os segmentos da sociedade, para que, agindo em conjunto, possam elaborar
planos de ação em busca de soluções globais para a problemática ambiental. Exemplo
disso, conforme Adams (2005), a conferência trouxe por resultado em suas
recomendações que a educação ambiental é o resultado de uma orientação e
articulação de diversas disciplinas e experiências educativas que facilitam a
percepção integrada do meio ambiente, tornando possível uma ação mais racional
e capaz de responder às necessidades sociais. Em virtude disse, esta
recomendação extraída da Conferência de Tbilisi considera que a EA é um
processo transformador e conscientizador que vai interferir, de forma direta,
nos hábitos e atitudes dos cidadãos. Noutra recomendação extraída da
Conferência de Tbilisi, conforme Adams (2005), a educação ambiental passa a ser
vista como suscitando uma vinculação mais estreita entre os processos
educativos e a realidade, estruturando suas atividades em torno dos problemas
concretos que se impõem à comunidade; enfocando a análise de tais problemas,
através de uma perspectiva interdisciplinar e globalizadora, que permita uma
compreensão adequada dos problemas ambientais. Merece menção, segundo Gadotti
(2000), o fato de que na Declaração Mundial sobre Educação para Todos:
Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem, aprovada na Conferência
Mundial sobre Educação para Todos, realizada em Jomtien, Tailândia, de 5 a 9 de
março de 1990, foram reiterados, entre seus objetivos, que: a satisfação das
necessidades básicas de aprendizagem confere aos membros de uma sociedade a
possibilidade e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de respeitar e desenvolver
a sua herança cultural, lingüística e espiritual, de promover a educação de
outros, de defender a causa da justiça social, de proteger o meio ambiente. Tais
movimentações, segundo UNESCO (1999), culminam com a realização da Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – UNCED, mais
conhecida como Rio-92 que editou a Agenda 21 reforçando as recomendações de
Tbilisi, com propostas que evidenciem a promoção do ensino, o treinamento e a
consciênciatização, bem como a reorganização do ensino com a incorporação da EA
no ensino regular. É conveniente mencionar, com base em Grün (1996), Magalhães
(1994) e Hutchison (2000), que na Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD, celebrada no Rio de Janeiro em junho de
1992, foram lançados os desafios principais que balizaram as políticas governamentais
dos países contratantes para o século XXI, também no Tratado de Educação
Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, em caráter
não oficial, celebrado por diversas Organizações Não Governamentais - ONG's -,
na Conferência Rio 92, as mesmas reconheceram a educação como um processo
dinâmico em permanente construção e que, por isso, deve, portanto, fomentar a
reflexão, o debate e a sua própria modificação. Ainda reconheceu que a EA para
uma sustentabilidade eqüitativa é um processo de aprendizagem permanente
baseado no respeito a todas as formas de vida. Em 2002, ocorre em Joanesburgo,
África do Sul, a Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável – World
Summit on Sustainable Development - WSSD, visando adoção de medidas concretas e
identificação de metas quantificáveis para pôr em ação de forma eficaz a Agenda
21. Neste evento, segundo Almeida (2002), levaram à avaliação dos avanços
obtidos e ampliou-se o escopo para as chamadas Metas do Milênio que visavam,
além de garantir a sustentabilidade ambiental: erradicar a fome e pobreza
extremas; alcançar uma mínima educação primária com iguais oportunidades para
homens e mulheres; reduzir a mortalidade infantil com especial enfoque ao
combate à AIDS e malária; melhorar as condições de vida dos que moram em
favelas e de outras populações mais necessitadas; ampliar o acesso à água
potável; desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento que incluísse
sistemas internacionais de comércio e financiamento não discriminatórios e
atendesse às necessidades especiais dos países em desenvolvimento, aliviando
suas dívidas externas, provendo trabalho aos jovens e acesso a remédios e novas
tecnologias. Ainda em conformidade com Almeida (2002), a WSSD reuniu 60 mil
participantes, sendo 12 mil de delegações incluindo chefes de Estado, líderes
de ONGs, empresas e outros grupos principais. Além dos encontros
intergovernamentais, eventos coordenados pelas Nações Unidas buscaram a troca
de experiências e maiores oportunidades para diálogo entre os participantes
oficiais dos encontros oficiais. Vários encontros preparatórios ocorreram para
realização da WSSD a exemplo de Prepcom I de 2001 em Nova York, Prepcom II, III
e IV, de 2002, organizados pela Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Sustentável - CSD10 -, que guia e dá suporte ao processo de negociações entre
Estados-membros e grupos majoritários. A respeito desses eventos, Adams (2005,
p. 16) afirma que: Eventos internacionais
importantes, destacados pela Coordenação Geral de Educação Ambiental COEA (MEC
PRONEA, 2004), como a Conferência de Estocolmo, em 1972, o Congresso de
Belgrado, em 1975, a Conferência de Tbilisi, em 1977, a Conferência sobre o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento, mais conhecida por Rio-92 (ou Eco-92), e que
resultou na criação da Agenda 21 e no importante Tratado de EA para Sociedades
Sustentáveis (Anexo II), e a Conferência Internacional de Thessaloniki, em
1997, entre outros, revelam uma preocupação mundial em relação à EA.
Determinações importantes que resultaram dessas conferências servem de
referencial para o desenvolvimento e efetivação da prática educacional
ambientalista, nos ambientes institucionais (escolas, empresas, ONG s, igrejas).
Desta forma, segundo a autora mencionada, a EA passa a ser entendida como uma
das mais desafiadoras e abrangentes temáticas inseridas nas atuais sistemáticas
educacionais, assumindo uma importância relevante nas discussões e debates dos
problemas ambientais que se detectam em níveis locais e globais, exigindo,
portanto, dos cidadãos de toda humanidade a adoção de uma postura inédita
voltada para a relação do ser humano com o meio ambiente, modificando assim, a
sua intervenção no meio e seu modo de viver, ser, ver e relacionar-se com o
planeta num posicionamento responsável e sustentável.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: VISÃO GLOBAL DO MUNDO - A adoção de uma visão global da questão ambiental como
um todo, surgiu com os movimentos pacifistas que adotaram posicionamento
conservacionista contra as atitudes beligerantes e aguerridas do pós-guerra. No
entanto, é a partir das observações de Branco (1998), Souza (2000) e Pereira
(1997), é que se entende que desde que o homem apareceu na face da terra que
ele atua, interage, explore e subsiste das suas ações, intervenções e
interações com o meio ambiente, possuindo, assim, um ambiente natural,
cultural, químico, físico e biológico, interferindo e alterando todo ao seu
redor na busca de proteção, existência e conforto. Isto quer dizer que, em
conformidade com as idéias expressas por May e Mota (1994), que o
relacionamento da humanidade com a natureza se inicia desde a mais remota época
com a sua interferência nos ecossistemas, tendo hoje culminado numa forte
pressão exercida sobre os recursos naturais, provocando a poluição, a
contaminação dos cursos de água, a devastação da flora, destruição da fauna e a
redução da potencialidade do meio, além de muitas outras formas de agressão
ambientais. As ações iniciais de visão global, segundo Mota (2008), se deram a
partir de atitudes preservacionistas cultivando o símbolo energizante da
montanha, vales e florestas, com forte sentimento panteísta no ponto de vista
filosófico e estetizante sob o ponto vista da relação homem-natureza, tendo por
intenção última a preservação da natureza como ela é, intocada pelo homem. Depois
destes, segundo Mota (2008), surgiram os ideais ambientalistas que se demonstra
como um movimento onde a ecologia lança mão para seus estudos valendo-se do
trabalho de correções daquilo que já foi degradado, nos casos físicos, e
prejudicado, nos casos de animais e plantas, com a preocupação corretiva, a
tese do equilíbrio dos ecossistemas e apoiando-se decisivamente nos estudos dos
cientistas físicos e naturais. Mais adiante surgiram os conservacionismo que,
segundo Mota (2008), trazem no bojo de sua defesa à questão da sustentabilidade
do sistema produtivo, em virtude do homem não ser a medida de todas as coisas,
mas uma espécie que luta com as outras
por sua sobrevivência, sendo necessário, devido ao tremendo multiplicador de
seu poder de interferência sobre a vida no planeta, examinar alternativas e
correções de rumo, de modo a conter o caráter destruidor deste poder e salvar o
seu lado benéfico. Este movimento trabalha o desenvolvimento ambientalmente
sustentável, aquele que não está coadunado com a natureza intocável, nem com o
desenvolvimento desejável do capitalismo, tratando a natureza como bem maior da
humanidade. Tendo em vista que, segundo Pereira (1997), o ambiente é visto como
um conjunto de fatores naturais e não naturais, os problemas ambientais do
homem não podem ser tratados com neutralidade, carecendo, assim, para solução
dos problemas de natureza histórica de uma transformação das atuais relações da
sociedade com a natureza. A partir disso, a visão global da Educação Ambiental,
segundo o que se apreende de Branco (1998), May e Mota (1994), Souza (2000),
Grün (1996), Guimarães (2000), Dias (2000) e Pereira (1997), parte para o
contexto da necessidade de mudança comportalmental do ser humano com relação à
natureza, na promoção de um modelo de desenvolvimento consciente e responsável
por meio de um processo que seja capaz de assegurar a gestão responsável dos
recursos do planeta de forma a preservar os interesses das gerações futuras e,
ao mesmo tempo atender as necessidades das gerações atuais. Quer dizer, uma
postura para o desenvolvimento sustentável visando a compatibilização de
práticas econômicas e conservacionistas, com reflexos positivos evidentes junto
à qualidade de vida de todos. Assim sendo, em conformidade com Martins (2002) e
Viola e Leis (1995), a visão global de educação ambiental consiste na adoção de
um programa efetivo que promova simultaneamente, o desenvolvimento de
conhecimento, de atitudes e de habilidades necessárias à preservação e melhoria
da qualidade ambiental, utilizando-se como laboratório, o metabolismo urbano e
seus recursos naturais e físicos, iniciando pela escola, expandindo-se pela
circunvizinhança e sucessivamente até a cidade, a região, o país, o continente
e o planeta. Assim, conceitualmente a EA, segundo Oliveira (2000, p. 23), a
partir do reconhecimento da sua importância a partir dos movimentos ambientais
e das recomendações de diversas conferências internacionais realizadas desde
1972 até hoje, é: (...) um processo
voltado para a apreciação da questão ambiental sob sua perspectiva histórica,
antropológica, econômica, social, cultural e ecológica, enfim, como educação
política, na medida em que são decisões políticas todas as que, em qualquer
nível, dão lugar às ações que afetam o meio ambiente. Isto quer dizer que a
EA, para o autor em referência, é à parte da educação que trata das relações do
homem com o seu meio natural, suas interferências no mesmo, as causas que levam
o homem a realizar tal tarefa e suas conseqüências. Para Gadotti (2000, p.
131): Educação Ambiental é um processo
que parte de informações ao desenvolvimento do senso crítico e raciocínio
lógico, inserindo o homem no seu real papel de integrante e dependente do meio
ambiente, visando uma modificação de valores tanto no que se refere às questões
ambientais como sociais, culturais, econômicas, políticas e éticas, o que
levaria à melhoria da qualidade de vida que está diretamente ligada ao tipo de
convivência que mantemos com a natureza e que implica atitudes, valores e ações.
Trata-se de uma opção de vida por uma relação saudável e equilibrada com o
contexto. A Educação Ambiental deve estimular a solidariedade, a igualdade e o
respeito aos direitos humanos, valendo-se de estratégias democráticas e
interação entre as culturas. Também Branco (1998, p. 51) entende EA como
sendo: (...) todo processo cultural que
objetive a formação de indivíduos capacitados a coexistir em equilíbrio com o
meio. Processos não formais, informais e formais já estão conscientizando
muitas pessoas e intervindo positivamente, se não solucionando, despertando
para o problema da degradação crescente do meio ambiente, buscando novos
elementos para uma alfabetização. Para Adams (2005, p. 17), para
contextualizar o conceito de EA, entende-se que: (...) se trata de uma prática educacional sintonizada com a vida em
sociedade, que deve ser inserida sob diversos enfoques: social, econômico,
político, cultural, artístico, etc., não podendo ser considerada como uma
prática estanque, uma vez que abrange diversas áreas, confirmando sua
interdisciplinaridade. Já para Dias (2000), a EA é “(...) um processo por meio do qual as pessoas
apreendam como funciona o ambiente, como dependemos dele, como o afetamos e
como promovemos a sua sustentabilidade". Vê-se, com isso, que a
educação ambiental, em conformidade com os autores mencionados, deve se
constituir de um formato de educação que seja abrangente, e por meio de um
processo participativo pedagogicamente, que atinja todos os cidadãos e de forma
permanente procure incutir a conscientização numa postura crítica baseada na
capacidade de captar as origens, causas, conseqüências e alternativas possíveis
diante dos problemas ambientais.
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