A arte
da compositora francesa Lili Boulanger
(1893-1918).
TODO DIA – (Imagem: George Pitts) - DE MANHÃ: Aninhada em meu sexo, sou seu desjejum: ósculos
de mimo e devoção. E sorve meus prazeres, haurindo meu cajado engalanado,
sugando minhas inquietudes potencializadas, tomando meus líquidos e prazeres. Satisfeita,
ela é o Sol iluminando a manhã. DE TARDE:
Espalhada e nua, sou sua sesta. Ela se estira e se contrai, sou sua rede. Ao seu
prazer, nos embalamos tarde afora, até que ela seja crepúsculo deitada sobre
meus músculos. DE NOITE: Despida da
vida, sou seu sacrifício: ela me escraviza e me faz súdito pros seus quereres
arreganhados. Por todos os seus quadrantes, nela me introduzo; e o prazer é
mútuo pela madrugada. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja
mais abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS – Por que passamos anos gastando os corpos
para alimentar as mentes com experiência, para no final descobrir as mentes
voltando-se para os corpos exaustos em busca de consolo? Ninguém jamais calculou com exatidão, nem
mesmo os poetas, o quanto suporta um coração. O
medo é uma questão de nervos... Talvez todas as emoções sejam. Melhor
deixar cada um por si e interpretar as coisas de modo a se adaptarem aos
desejos pessoais. Gosto de pagar pelo que faço... desse modo, sinto-me em dia
com o mundo. Pensamento da escritora,
dançarina e pintora estadunidense Zelda
Sayre (1900-1948), que se casou muito jovem com Scott Fitzgerald e serviu
de material para os romances dele, chegando a acusa-lo de plagiar o diário
dela. Ela foi vítima de seu relacionamento com o escritor, findou queimada em
um manicômio.
ALGUÉM FALOU: Muita
natação e — não posso negar — abri e fechei essas pernas demais. É ótimo
exercício. Frase da atriz, cantora e vedete brasileira Virginia Lane
(1920-2014), uma das mais importantes vedetes do teatro e do cinema, cujas
pernas eram uma mania nacional. Veja mais aqui.
AS CRIANÇAS & O FUTURO - O
que se faz agora com as crianças é o que elas farão depois com a sociedade. As
ideias expressas pelo sujeito são consideradas funções de sua existência...
sistemas de ideias não são considerados na forma em que se apresentam, mas
interpretados à luz da situação de vida de quem as exprime.O pensamento de todo grupo é visto como decorrente de
suas condições de vida. Enquanto alguém não questiona sua própria posição, mas
a considera absoluta, ao interpretar as idéias de seus oponentes como uma mera
função das posições sociais que ocupam, o passo decisivo ainda não foi dado. Pensamento do
sociólogo húngaro Karl Mannheim
(1893-1947).
MARIGHELA – O documentário Marighella (2000), dirigido por Isa Grinspum Ferraz e narrado por Lázaro
Ramos, resgata a resgata
a trajetória do militante da luta armada esquecido pela história, o escritor e
guerrilheiro comunista Carlos
Marighella (1911-1969), co-fundador da Ação Libertadora Nacional e
assinado numa emboscada, que atuou nos principais acontecimentos políticos do
Brasil entre os anos 1930 e 1969 e foi considerado o inimigo nº1 da ditadura
militar brasileira. Líder comunista, vítima de prisões e tortura, parlamentar,
autor do mundialmente traduzido “Manual
do Guerrilheiro Urbano”, sua vida é considerada por muitos um ato de
resistência e coragem. Veja mais aqui e aqui.
BAIXO-RELEVO COM HEROIS - Os jovens soldados foram postos na
vitrine,/ como quando foram encontrados com tiros na testa, / para ser vistos
foram postos na vitrine, / fiéis aos seus últimos gestos, / perfil, arma,
joelho, seus últimos gestos, / como quando levaram um tiro, sem saber, na testa
/ ou entre os ombros espadas mais finas / que o dedo de uma criança em direção
à lua. / Atrás deles o quartel estava vazio, / cheirando a coturnos, cigarros
pisados, janela fechada. / Nas malas de madeira que enchem o quartel, / as
alças de ferro ainda balançam, / como as alças de ferro da lua ainda balançam /
agora, antes de serem abertas / para se procurar por cartas e fotos
envelhecidas / pelo tempo. / Os jovens soldados permanecem encerados, / seus
rostos e armas, para brilhar, / encerados para brilhar, encerados / e sentados
exatamente como no segundo / em que a vida se rompeu e a morte engoliu o
segundo. / Permanecem assim, brilhando sempre, / e nós os respeitamos como a
lua / que se levanta no meio da praça. / Para nós que temos a mesma idade que
eles, / apesar de estarem há anos na vitrine, / para nós que os capturamos e
passamos por eles, / e temos corações que batem, e memória, / memória fresca,
fresca demais, / os jovens soldados foram postos na vitrine / imitando uns aos
outros, / como se estivessem vivos. Poema do poeta romeno Nichita Stănescu (1933-1983).
A PSICOLOGIA, OS ADOLESCENTES & AS
DST/AIDS - A DST, conforme Brasil (2011) é a sigla que
compreende as doenças sexualmente transmissíveis, ou seja, aquelas contraídas
por meio de relações sexuais. Assinalam Souza
et al (2014, p. 91) que: As DST
podem causar graves complicações à saúde dos jovens quando não diagnosticadas e
tratadas a tempo. Durante a gestação, algumas podem ser transmitidas ao feto,
causando-lhe lesões irreversíveis, aborto espontâneo, ou mesmo levar a morte
fetal ou neonatal. Além da questão psicológica, as DST não deixam de provocar
um impacto social que se traduz em custos indiretos para a economia do país.
Essas podem ser vírus, parasitas, bactérias que entram no organismo humano,
apresentando sintomas ou não, como verrugas, feridas, coceiras, ínguas,
corrimento, bolhas, entre outras formas. Há que se considerar que nem sempre
apresentam sintomas. Algumas dessas DST possuem tratamento fácil e solução
rápida, entretanto, outras possuem persistências que levam a duração de mais
tempo. Em vista disso, há dificuldades em fazer distinção entre as reações
sintomáticas. As características epidemiológicas das DST, segundo Souza et al (2014), identificam-nas como patologias
passíveis de intervenção que requerem ações de prevenção que incluam a
utilização de métodos contraceptivos como os preservativos, de forma adequada
em todas as relações sexuais. Façanha et al (2004) assinalam fatores
contribuintes para incidência das DST, entre eles a desinformação, maior
liberdade na prática da atividade sexual, menor temor público por doenças,
aparecimento da resistência microbiana aos quimioterápicos e antibióticos,
automedicação ou medicação ministrada por pessoas não-qualificadas,
multiplicidade de parceiros, entre outros. O procedimento adequado no caso de
suspeita da DST é imediatamente procurar profissional da área de saúde, para
atendimento, diagnóstico, orientações e tratamento. Tal fato se deve de que
algumas DST não diagnosticas e tratadas com a devida presteza, evoluem para
complicações agudas e graves, levando até a morte. Por essa razão, Façanha et
al (2004, p 43) assinalam que: [...] o
conhecimento acerca da prática sexual desempenhada por uma determinada
população, os métodos preventivos utilizados, o conhecimento específico sobre
os métodos de transmissão e onde tal população adquire tais informações é de
extrema importância para guiar as ações governamentais em prol do controle
desta grande epidemia que atinge todo o mundo. Para os autores em análise,
a conscientização da população é uma das formas principais de se combater o
avanço das DST/AIDS, além das estratégias de promoção do uso de preservativos,
uso de seringas e agulhas descartáveis ou esterilizadas, adoção de cuidados na
exposição a manejo adequado a material biológico, controle do sangue e
derivados, entre outras importantes iniciativas voltadas para a educação e
promoção da saúde. Dessa forma, observou-se que o tratamento das DST
compreendem ações que objetivam interromper a cadeia e ciclo de transmissão da
doença, tendo em vista que elas são consideradas como o fator facilitador
principal para transmissão da Aids. A AIDS, segundo Duarte (2008), é definida a
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida que afeta todos os grupos sociais, ou
seja, crianças, jovens, adultos, heterossexuais, homossexuais. No dizer de Giacomozzi
et al (2010, p, 34) , “A aids é uma doença emergente, de caráter pandêmico”,
apresentando-se como um dos maiores problemas de saúde pública. Acrescentam Camargo e Bertoldo (2006, p. 21) que “A AIDS é
uma doença cuja transmissão envolve aspectos comportamentais, cognitivos,
emocionais e culturais que são de ordem complexa”. A AIDS, segundo Rua e
Abramovay (2001), teve três fases. A primeira fase caracterizada pela expansão
da epidemia no país, focalizada nos infectados pelo HIV com a identificação de
grupos de risco. A segunda caracterizada pela adoção do conceito de
comportamento de risco, voltada para a exposição do vírus com identificação da
principal transmissão pelas drogas injetáveis. A terceira e atual fase está
caracterizada pela generalização da suscetibilidade dos indivíduos ao vírus,
pela infecção em todos os níveis e gêneros. Tem-se, portanto, que, pelo
exposto, a AIDS carece de medidas preventivas voltadas para diminuição de sua
incidência, em razão do que foi observado por Camargo e Bertoldo (2006, p. 11), ao anotarem que: As medidas
preventivas orientadas para a totalidade da população provaram ter pouca
eficácia diante de grupos específicos, tais como o adolescente, o de mulheres
casadas, dentre outros. A consideração das diferenças entre os grupos sociais é
necessária para qualquer atividade bem-sucedida de prevenção. Por essa constatação, observou-se que a AIDS tem
causado diversos problemas à saúde, principalmente ao constatar-se que as
crianças e adolescentes são bastante vulneráveis a essa enfermidade. As DST/AIDS, segundo Souza et al (2014), são
consideradas facilitadoras para a transmissão sexual dos principais vírus HIV,
HBV, HCV e HPV, com presença de úlceras genitais aumenta o risco de infecção. Entre
as prevenções tanto para DST como o vírus do HIV, o uso de preservativos nas
relações sexuais é o mais eficaz na redução do risco dessas doenças. Além das
relações sexuais, conforme Duarte (2008), também o uso de drogas é outro
facilitador para contaminação das DST/AIDS. É nesse sentido que são envidados
esforços que se concentram na promoção da saúde. Tal procedimento encontra-se
inscrito na Carta de Ottava, segundo Duarte (2008) que a promoção da saúde
compreende o processo de envolvimento, participação e capacitação da comunidade
visando a melhoria da qualidade da saúde e de vida da população. As políticas
públicas de saúde que envidam esforços na sua promoção visam a criação de
espaços para debates acerca dos modelos culturais construídos a respeito da
sexualidade, da feminilidade e da masculinidade, ao considerar a modo singular
dos grupos na busca por construir estratégias adequadas e eficazes à prevenção
das doenças. As políticas de combate à epidemia, segundo Rua e Abramovay (2001),
são desenvolvidas em três ambitos: as políticas de saúde pelo SUS, as políticas
de Estado no âmbito dos Poderes Públicos; e as políticas globais com o
envolvimento da sociedade, iniciativa privada e ONGs. São essas políticas e
programas preventivos às DST/AIDS, conforme Duarte (2008) e Brasil (2011) que
devem ser levadas a alcançar o mais amplo público, principalmente crianças e
adolescentes na fase escolar, para difusão de medidas preventivas, como também
adoção de medidas de promoção da saúde. Entre os programas desenvolvidos
encontra-se o Programa Brasileiro de DST/AIDS, que, segundo Rua e Abramovay
(2001), é o resultado de um acordo realizado entre o Brasil e o Banco do
Mundial, com o objetivo de redução da incidência de infecção pelas DST/AIDS,
ampliação do acesso aos diagnósticos, acesso ao tratamento e assistência para
melhoria da qualidade, e fortalecimento das instituições públicas e privadas
para controle das DST/AIDS. As diretrizes e estratégias traçadas pelo programa
visam a promoção, proteção, prevenção, diagnóstico e assistência,
desenvolvimento institucional e gestão. O Projeto Escolas, conforme Rua e
Abramovay (2001), é outra iniciativa que se encontra em desenvolvimento como
estratégia, destinadas às escolas públicas estaduais envolvem ações que visam desenvolver
atividades de esclarecimento acerca do uso de drogas lícitas e ilícitas,
ampliação do tratamento incluindo afetividade, autoestima e prazer por meio de
utilização de novas linguagens como teatro, danço, música e cultura em geral,
oferecendo palestras que envolvam professores e alunos nas escolas. As ações
desenvolvidas pelas políticas e programas envolvem a capacitação de professores
via Educação a distância (EAD), oficinas de prevenção de DST/AIDS e drogas com
o objetivo de formar agentes de prevenção com metodologia participativa e
promoção à saúde para prevenção de DST/AIDS e uso indevido de drogas para
professores e alunos.
O PAPEL DA PSICOLOGIA - A psicologia, conforme Duarte (2008), é a ciência que
tem se preocupado com a compreensão acerca do funcionamento comportamental e
psíquico do ser humano. No dizer de Lima, Brito e Firmino (2011), a atividade
do psicólogo era voltada quase que exclusivamente para serviços especializados
na área de saúde mental. Contudo, nas últimas décadas ocorreu uma ampliação na
atividade decorrente da migração desses profissionais da clínica para a saúde
publica. Com esse objetivo, surge a Psicologia da Saúde voltada para a saúde do
homem por meio da atuação de conhecimentos agregados das áreas científicas,
educacionais e profissional, com a finalidade de promover a saúde para
prevenção e tratamento da doença, identificação e diagnósticos das disfunções
físicas e psíquicas, e manutenção da saúde. Além do mais, procura atender por
meio de parcerias interdisciplinares voltadas para a análise do ser biopsicossocial.
Segundo Duarte (2008), a psicologia da saúde procura trabalhar a prevenção e a
promoção da saúde por meio das mais diversas atividades destinadas à
observância da transformação dos comportamentos, seus estilos de vida,
constituição da família e ambiente da cultura da comunidade, para procedimento
amplo da educação e qualidade de vida. Assim, para Nascimento et al (2009, p.
17) A promoção de saúde e a promoção dos
direitos humanos são exemplos de ações que estão diretamente relacionadas à
tentativa de colocar ações em prática que estejam relacionadas às políticas
públicas nesse campo, em uma ação direta entre o fazer do(a) psicólogo(a) e a
população que é usuária do trabalho desses profissionais. A psicologia da
saúde, segundo Duarte (2008), está inserida na luta de combate às DST/AIDS, sua
contaminação e consequências, por meio do desenvolvimento de programas e
promoção da saúde emocional e mental dos adolescentes. Esse ramo da psicologia envolve
a preocupação com a prevenção e elaboração de programas que sejam capazes de
promover a saúde e a educação, envolvendo crianças, adolescentes, profissionais
da educação, pais, famílias e comunidade, por meio da capacitação de agentes de
transformação. Já a Psicologia Social que, segundo Giacomozzi et al (2010, p.
19), “[...] tem contribuído para a compreensão da relação entre o conhecimento
e as práticas preventivas em saúde”, por envolver por parte dos indivíduos a
adoção de comportamentos pautados na crença sobre saúde envolvendo hábitos,
intenções, condutas, para adoção de um comportamento preventivo. É o que tem
constatado Barbará, Sachetti e Crepaldi (2005), ao se voltar para as áreas
públicas e comunitárias, a psicologia social tem contribuído, entre outras
formas, para a prevenção de DST/AIDS e promoção da saúde. Por outro lado, a
Psicologia Escolar, na expressão de Proença (2014, p. 21), que [...] constituiu-se historicamente enquanto uma
área de aplicação da psicologia, atendo-se, principalmente às questões
referentes aos problemas de aprendizagem, ao aconselhamento psicológico e
vocacional, bem como à modificação de comportamentos na sala de aula e
treinamento de professores. No dizer da
autora, essa área psicológica consiste na observação das questões referentes aos problemas de aprendizagem, ao
aconselhamento psicológico e vocacional, bem como à modificação de comportamentos
na sala de aula e treinamento de professores. Além do mais, essa área da
psicologia vai atuar com projetos que envolvam inclusão social, prevenção de
DST/AIDS, entre outras ações e atuações interventivas. Assinala Duarte
(2008) que as práticas preventivas requerem a realização de programas contínuos
envolvendo as áreas de educação e saúde, elaboração por parte do profissional
psicólogo de intervenções com atividades dinâmicas e lúdicas que levem à
interação com crianças e adolescentes. Tais iniciativas do psicólogo, no dizer
de Duarte (2008), devem fazer emergir a possibilidade de transformação da
consciência a respeito do conhecimento e informações de comportamentos
protetivos e afetivos. Em vista disso a psicologia contribui diretamente para a
melhoria da qualidade de saúde e de vida por meio de ações que sejam capazes de
diminuir a vulnerabilidade de todo o ciclo vital. Por todo exposto, passa-se a
tratar acerca da ação do psicólogo intervindo entre os adolescentes na
prevenção da DST/AIDS nas escolas públicas do Ensino Médio.
A PSICOLOGIA E O ADOLESCENTE - A adolescência, conforme recolhido de Façanha et al
(2004, p. 18): [...] é a etapa da vida
marcada por complexo processo de desenvolvimento biológico, psíquico e social.
É principalmente nesta fase que as influências contextuais, externas à família,
tomam maior magnitude, pois vão implicar na tomada de decisões, de condutas e
contribuir para a definição de estilos de vida. Para Duarte (2008), Belo (2004), Camargo e Bertoldo (2006) e Monteiro et al (2009), a adolescência tem recebido
tratamento tradicional por assim ser considerada com um dos períodos mais
críticos do desenvolvimento humano, responsáveis por diversas modificações
abruptas e de natureza biopsicossocial. Entendem Duarte (2008), Wiese e
Saldanha (2011) e Paiva, Silva e Matera (2014), que o período compreendido pela
adolescência é aquele em que se dão uma diversidade de acontecimentos oriundos
das transformações tanto físicas quanto bioquímicas, além da ocorrência
ajustamento ao meio social perturbando emocionalmente o jovem, tornando-o
questionador e mais promíscuo, em contrapartida menos idealista, buscando sua
independência e se confrontando com padrões e valores de conduta. Entende-se,
portanto, que a adolescência é abordada sob os mais diversos aspectos, sendo
tratada como uma etapa na vida do indivíduo que se encontra apoiada nas
internalizações das relações objeto-parentais, destinada a descoberta e
estabelecimento da identidade e verificações da realidade oferecida pelo meio social.
Trata-se da formação de grupos jovens que são vulneráveis por passarem pelos
mais diversos e instáveis desequilíbrios e por estarem voltados para o
sentimento individual de autoconceito e autoestima, sua imagem corporal,
competência, valores e descobertas, tornando-se uma fase de perturbação e
altamente perturbadora em todas as sociedades do mundo. Nesse período da vida,
conforme Façanha et al (2004, p. 19), “[...] o jovem se arrisca, oscilando
entre as situações de risco calculado, decorrentes de ação pensada, e as de
risco insensato, nas quais, expondo-se gratuitamente, pode comprometer sua vida
de forma irreversível”. Acrescentam Camargo e Bertoldo (2006, p. 11) que: Comportamentos típicos dessa idade, como
explorar o novo e experimentar riscos [...] tornam os adolescentes uma
população vulnerável ao HIV e, também, ideal para o investimento em
educação. Durante a adolescência ocorrem
a aquisição e a consolidação de hábitos que, muitas vezes, perdurarão pela vida
do indivíduo, como o hábito de fumar, ingerir álcool ou, especificamente,
engajar-se em relações sexuais desprotegidas. As práticas relativas à
sexualidade são apreendidas com os outros componentes dos grupos sociais de
pertença, os quais modulam também sua própria expressão. É em vista disso que há necessidade de convocar a
responsabilidade pela promoção da saúde e da orientação sexual, visando uma
educação sexual que contemple o seu foco aos adolescentes, principalmente com relação
ás questões de DST/AIDS, uma vez que o grau de informações, representações e
atitudes dos adolescentes são frágeis, tornando ineficazes os processos de
ordem educacional e da amplitude de informações relativas às prevenções dessa
epidemia. Observam Marques
et al (2006, p. 7) que nessa fase, os adolescentes: [...] se deparam no
início da prática sexual, associados com a pouca percepção de risco e limitada
informação que têm sobre sexualidade e doenças sexualmente transmissíveis
(DST), coloca-os na condição de presa fácil das mais diferentes situações de
risco como, o uso de drogas, gravidez precoce e indesejada, violência,
DST/AIDS, evasão escolar e outros. Tal fato traz a constatação de Façanha et al (2004, p. 18)
de que: Os adolescentes e adultos jovens
constituem um grupo de risco crescente para as doenças sexualmente
transmissíveis (DST), incluindo a infecção pelo HIV. A maior vulnerabilidade
dos jovens decorre de falhas ou inconsistências no uso de preservativos em
paralelo às elevadas taxas de atividade sexual com diferentes parceiros. Assinalam
mais Souza et al (2014, p. 22) que
nessa fase da adolescência ocorrem com todos os “[...] jovens dos
diferentes continentes e se não forem acompanhados os resultados podem afetar
as suas vidas, principalmente sua saúde sexual e reprodutiva, o que pode
contribuir para uma gravidez não planejada bem como aquisição de DST e a AIDS”.
Essa é a perspectiva de Brêtas et al (2009) ao mencionarem que os jovens nessa fase vivenciam
um momento caracterizado pela “[...] vulnerabilidade
às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e ao Vírus da Imunodeficiência
Humana (HIV), e isso ocorre devido à liberação sexual, a facilidade dos
contatos íntimos, aos estímulos vindos dos meios de comunicação, que propiciam
os contatos sexuais precoces”. Em vista disso, torna-se de fundamental importância
uma dedicada e insistente ação no sentido de buscar novas formas e abordagens
para um maior esclarecimento desse nicho, levando a noção de risco e de perigo
de contaminação a que estão sujeitos todos os adolescentes.
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