Curtindo o álbum (2 CDs) da ópera Orfeo
ed Euridice (Grammophon, 1998), do compositor alemão Cristoph Willibald Gluck (1714-1787), com a Münchner
Bach-Orchester, regida por Karl Richter. Veja mais aqui e aqui.
DANÇA NUA NO MEU CORAÇÃO – Imagem: arte do fotógrafo alemão Gert
Wiegelt. – Dança, Eurídice, dança ninfa nua e linda para se certificar do
amor do filho de Calíope por tua formosa cupidez de serva do prazer. Vem
líquida como o rio Hebrus onde nasci, porque sou mortal navegante desposado por
teus encantos de mar. Vem inteira me hospedar como a Trácia porque quero me
servir no teu banquete dionisíaco. Ah, me acode encantada Eurídice com a fome
sensual de tua boca voraz felatriz, com o ósculo dos teus lábios acetinados no
meu sexo argonauta retesado pela magia de tua dança resvaladiça, e me leve aos
teus recantos na gula da garganta, para que eu possa corrompê-la com minhas
carícias apaixonadas no nosso covil. Vem bailarina tentadora e côncava com seus
glúteos salientes no saracoteado enfeitiçador, que a minha clava é a serpente
que se enrosca ao teu tornozelo flutuante para usufruir de tuas prendas e
matá-la de gozos. Vem requerente e convexa na dança extravagante desnuda a se
achegar rendida, ombros inclinados, pele eriçada e toda suspirosa carne ardente
e contagiante, exibida esvoaçante entre meus braços abertos, para que minhas
mãos possam na roda-viva dos seus passos, delinear as curvas de tua cintura e
quadris a me desvendar o segredo do universo. Vem me ensinar o espírito livre
de tua natureza selvagem, que eu vou com firmeza de predador invadir tuas
florestas e cavernas, destemido e às arremetidas para conquistar tua vulva
contraída, aos arrancos na indomável na ginga do teu corpo que não rechaça
minhas investidas ao teu submundo. Vem aos regalos me entreter se esfolando no
meu tronco com tuas coxas trêmulas a deslizar macia tua fruta madurinha, cheia,
úmida, puta esguia tantalizada no meu sexo vigoroso, para que te salve
evanescida do Hades com orgasmos exaltados, noiva nua, toda minha. © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA - Ninguém pode compreender o que
é misterioso. Ninguém é capaz de ver o que ocultam as aparências. As nossas
moradas são provisórias, exceto a última: a terra. Beba muito vinho, amiga.
Basta de palavras supérfluas. Pensamento do poeta,
matemático e astrônomo persa Omar Khayyam (1048-1131). Veja mais aqui.
ORFEU & EURÍDICE – Na mitologia grega, o poeta e cantor Orfeu, filho da musa Calíope e
de Apolo, rei da Trácia, era argonauta muito talentoso ao tocar sua lira: os
pássaros paravam de voar, os rios mudavam seu curso, os animais selvagens
perdiam o medo e as árvores se curvavam para ouvir os sons aos ventos. Ele
apaixonou-se pela bela ninfa Eurídice. Depois do casamento, ela foi vítima de
assédios do apicultor Aristeu, ao recusá-lo, ela foi perseguida e, ao tentar
escapar, tropeçou em uma serpente que a mordeu e a matou. Orfeu ficou
transtornado de tristeza e, armado com sua lira a cantar e tocar, foi até o
mundo inferior, o Hades, para tentar trazê-la de volta. A sua canção
pungente e emocionada convenceu Caronte, o barqueiro do rio Estige. Em seguida,
a canção da lira adormeceu Cérbero, o cão de três cabeças que vigiava os
portões. Sua música aliviou os tormentos dos condenados e encantou os muitos
monstros que surgiram na sua jornada. Ao chegar ao trono de Hades, o rei dos
mortos ficou irritado ao ver que um vivo tinha entrado em seu domínio, mas a
agonia na música de Orfeu o comoveu, e ele chorou lágrimas de ferro. Sua
esposa, a deusa Persféfone, implorou-lhe que atendesse o pedido de Orfeu, e o
atendeu. Eurídice poderia voltar com Orfeu ao mundo dos vivos, mas com uma
única condição: que ele não olhasse para ela até que ela, outra vez, estivesse
à luz do sol. Orfeu partiu pela trilha íngreme que levava para fora do escuro
reino da morte, tocando músicas de alegria e celebração, para guiar a sombra de
Eurídice de volta à vida. Ele então quase no final do tenebroso túnel olhou
para se certificar de que Eurídice o acompanhava e não a viu. Hades e Perséfone
os seguiram e como ficou estabelecido que ele não poderia olhar para Eurídice
até chegar ao fim do túnel, Hades a tomou novamente. Por um momento ele a viu,
perto da saída do túnel escuro, perto da vida outra vez. Mas enquanto ele
olhava, ela se tornou de novo um fino fantasma, seu grito final de amor e pena
não mais do que um suspiro na brisa que saía do mundo dos mortos. Ele a havia
perdido para sempre. Em desespero total, Orfeu se tornou amargo. Recusava-se a
olhar para qualquer outra mulher, não querendo lembrar-se da perda de sua amada.
Esse mito deu origem ao orfismo, uma espécie de serviço de aconselhamento; ele
ajudava muito os outros com seus conselhos, mas não conseguia resolver seus
próprios problemas, até que um dia, furiosas por terem sido desprezadas, um
grupo de mulheres selvagens chamadas mênades, caíram sobre ele, frenéticas,
atirando dardos. Os dardos de nada valiam contra a música do lirista, mas elas,
abafando sua música com gritos, conseguiram atingi-lo e o mataram. Depois
despedaçaram seu corpo e jogaram sua cabeça cortada no rio Hebro, e ela
flutuou, ainda cantando, "Eurídice, Eurídice!". Com o choro dele, as
nove musas reuniram seus pedaços e os enterraram no monte Olimpo. Quanto às
mênades, que tão cruelmente mataram Orfeu, os deuses não lhes concederam a
misericórdia da morte. Quando elas bateram os pés na terra, em triunfo,
sentiram seus dedos se espicharem e entrarem no solo. Quanto mais tentavam
tirá-los, mais profundamente eles se enraizavam. Suas pernas se tornaram
madeira pesada, e também seus corpos, até que elas se transformaram em
carvalhos silenciosos. E assim permaneceram pelos anos, batidas pelos ventos
furiosos que antes se emocionavam ao som da lira de Orfeu, até que por fim seus
troncos mortos e vazios caíram. Recolhida da obra Uma história natural do amor (Bertrand
Brasil, 1997), da escritora e naturalista estadunidense Diane Ackerman. Veja aqui.
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA- O
presente artigo aborda a questão da dificuldade de aprendizagem da Língua
Portuguesa, por ser esta dificuldade um dos problemas que mais incidem nas
instituições educacionais. A dificuldade de aprendizagem é um tema que tem apresentado
preocupações constantes por incorporar no sistema de ensino e a todos os
níveis, novos métodos, com objetivo de desenvolver o próprio sistema.
A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA: Partindo
do entendimento de que a aprendizagem, nas expressões de Nunes et al (2000),
Fonseca (1999), Sena e Gomes (2002), Cezar et al (2010), Guerra (1998),
Castilho (1998), é um processo pelo qual objetiva a prática pedagógica na
produção do conhecimento, participando, portanto, da formação do indivíduo e
sua relação com a interpretação e discernimento na vida. O processo de
aprendizagem, conforme Calsa (2002), passa pela reorganização do conhecimento
anterior do sujeito por meio do estabelecimento de novas relações e inferências
desse saber com os objetos de conhecimento que estão em processo assimilação e
acomodação. Assim sendo, a aprendizagem, segundo Lores (2010, p. 6), “[...] é
um processo de aquisição e assimilação mais ou menos consciente, de novos
padrões e novas formas de perceber, ser, pensar e agir”. Já para Freitas (2010,
p. 1), a aprendizagem: “[...] é a construção do conhecimento, são processos
naturais e espontâneos na nossa espécie”. Há que se entender que, conforme Pozo (1998,
p. 32), “[…] embora novas aprendizagens impliquem a reorganização de esquemas
conceituais prévios, esses esquemas nem sempre facilitam novas apropriações,
pois têm como uma de suas características mais importantes a resistência à
mudança”. É nesse aspecto que surgem alguns problemas de aprendizagem que são
detectados no processo de ensino. Estes problemas, para Carvalho
(2010), são considerados patológicos sob óticas que determinam quatro fatores
para os problemas da aprendizagem: os orgânicos, os psicógenos, os específicos
e os ambientais. Ou seja, os fatores orgânicos, são aqueles que tratam o
indivíduo como um todo e não partes que trabalham isoladas, com integração
entre anatomia, bom funcionamento de todos os órgãos, bem como do sistema
nervoso central. Os fatores psicógenos são aqueles que são subsidiados pela
teoria psicanalítica, que levam em consideração as disposições ambientais e
orgânicas do sujeito. Já os fatores específicos, são aqueles que são
identificados como desordens específicas ligadas a determinadas áreas também
específicas, as quais perpassam questões cognitivas e motoras. Por fim, os fatores
ambientais são aqueles que levam em consideração as questões de moradia,
bairro, escola e oportunidades de lazer, sendo, pois, mais gerador de problemas
escolares como a evasão. Já para Santos et al (2010) e Santos e Marturano
(2010), os problemas de aprendizagem não se encontram restritos às causas
físicas, psicológicas e sociais. São entendidos como fracassos articulados com
fatores de ordem diversa, como de natureza orgânica, cognitiva, afetiva, pedagógica
e social, e que são percebidos dentro das interações sociais. É exatamente esta
a base do conceito de dificuldades de aprendizagem abrangendo e incluindo
problemas decorrentes tanto das características individuais, como das
influências ambientais e do sistema educacional. Em vista disso, entende-se que
a dificuldade de aprendizagem é vista como a condição que o indivíduo
passa pelo desequilíbrio cognitivo a partir do enfrentamento de
situações-problemas que são apresentados pela escola. Há também a observação de
que a dificuldade de aprendizagem (DA), segundo Nascimento et al (2010), seja
uma genérica designação para heterogêneas dedordens identificadas como
disfunções do sistema nervoso central, manifestadas na aquisição ou utilização
dos recursos auditivos, da fala, da escrita, da leitura e do raciocínio
matemático. Assim, a incidência dessas dificuldades de aprendizagem
varia de acordo com determinados parâmetros e definição nem sempre
concordantes. Essas dificuldades podem ser identificadas a partir de
dificuldades emocionais que envolvem desde problemas de integração de natureza
auditiva e visual, desinteresse, despedagogia, negativismo, avaliações
sub-valorativas, hiperatividade, reforços negativos, programas inadequados,
atitudes negligentes, entre outras causas tidas como multinacionais. Encontra-se
na literatura que são diversas as causas dessa dificuldade, observando-se que
estas são oriundas de explorações psicodinâmicas nas funções cerebrais, bem
como causas encontradas nas circunstancias socioeconômicas, de fatores
sanitários, complexas privações socioculturais, múltiplos índices, hábitos
alimentares e culturais, inclusive, assinalando-se ser a DA o resultado de
muitos conflitos e tragédias familiares.Nessas causas, Polity (2010) inclui
problemas oriundos de fatores orgânicos, como saúde física deficiente, falta
de integridade neurológica, alimentação inadequada; fatores psicológicos, como
inibição, ansiedade, angústia; e fatores ambientais, tais como ambientais:
educação familiar, grau de estimulação, influência dos meios. Alem disso,
elenca os problemas de aprendizagens condicionadas pela situação familiar e
pela educação. As primeiras ocorrem pelos distúrbios de aprendizagem
condicionados por características da personalidade. As segundas são pelo
desempenho escolar e são representadas pelas dificuldades de indivíduos com
inteligência normal ou acima da média, apresentadas em reter ou expressar
informações recebidas. São divididas em verbais e não-verbais. As verbais são
relacionadas às dificuldades para adquirir processos simbólicos de leitura,
escrita e matemática, além das dificuldades de aprendizagem escrita, disgrafia
e disortografia e a discalculia (matemática). Já as não-verbais são aquelas que
apresentam para o autoperceber-se, perceber seu mundo e relacionar-se com
outras pessoas, embora tenham inteligência normal ou superior à média e não
apresentam nenhum transtorno emocional. Já Lores (2010) amplia esse universo de
causas da DA, como a privação psicossocial e a expansão da democratização do
ensino que não signifique democratização sociocultural, identificando na etiologia
da DA, dois níveis: o endógeno e o exógeno. Nos aspectos endógenos estão os
fatores hereditários e a sua influência em termos de desenvolvimento. Já nos
níveis exógenos estão as influências das oportunidades e das experiências
multi-sensoriais, para além das necessidades de segurança, afeto, interação
lúdica e lingüística, responsabilidade e independência pessoal. Fica definido que a etiologia das DA
carece de uma observação com tratamento baseado nos fatores patogênicos do
envolvimento, requerendo, com isso, partir de um estudo interdisciplinar para a
execução de um estudo interdisciplinar integrado. Em razão disso, evidencia-se
que só
é possível identificar as dificuldades de aprendizagem, quando no contexto não
interferirem os fatores socioeconômicos, uma vez que são os fatores de
disfunção psico-neurológica do processamento de informação que incidem sobre o
problema. Mediante isso, chama-se atenção para a distinção entre dificuldades
de aprendizagem que surgem oriundas das razões de desvantagens culturais, do
envolvimento socioeconômico e da inadequada aprendizagem, bem como daqueles que
são identificados pela deficiência diagnosticada cientificamente ou por
inadequada integração pedagógica. Razão esta, pela qual, assinala Lores (2010),
passar o problema da DA pela má nutrição, pela privação de estímulos e
informação, desencorajamento e desconfiança de reforço, subcultura, hierarquização
e diferenciação no critério de homogeneidade cultural incompatível com o
social, entre outros. Pelo exposto, entende que a DA tem se tornado amplamente
encontrada entre os estudantes e em qualquer indivíduo de nível econômico
diverso, e que se sinta ameaçado, confuso ou inseguro diante das exigências
escolares. Isso porque, segundo o autor mencionado, é no ambiente escolar que
se revelam os problemas emocionais secundários, oriundos de acumulações de
ansiedades, depressões, frustrações, agressores e de insucesso dentro de uma
cadeia de inadaptações que ocorrem naquele meio. Entretanto, é preciso sempre
buscar as causas dos problemas de aprendizagens, tratando-a por meio de uma
intervenção especializada e num combate constante e contínuo pela área de
atuação da Psicopedagogia. No que concerne ao ensino de Língua
Portuguesa, Cezar et al (2010) assinala que resultados publicados pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC), têm
evidenciando a apresentação de resultados insatisfatórios, sinalizando a indicação
de que o desempenho dos estudantes nessa disciplina vem se agravando a cada
pesquisa. Além do mais, o fato se agrava pela dicotomia existente pelo formato
oral e a língua escrita nas aprendizagens, bem como pela ineficácia das
metodologias de ensino dessa disciplina, notadamente no campo de referência
entre a língua falada e as regras gramaticais. No entendimento de Travaglia
(1996), o problema para se compreender e assimilar os conteúdos ministrados em
Língua Portuguesa, se deve ao fato da não cessão por parte do professor do
espaço importante da atividade de reflexão do estudante, enfatizando uma
abordagem metodológica baseada na predominância da abordagem tradicional da
regra pela regra. Esta é uma metodologia reducionista e empobrecida que pela
repetição fragmentada e ausência da compreensão adequada dos conceitos, funções
e relações existentes, dificulta a aprendizagem no ensino da língua. Também Macedo e Pinto (2010) adotam o posicionamento de
que: Um dos grandes obstáculos ao
processo de aprendizagem é o encaminhamento metodológico usado pelo professor.
As complexas relações entre som/grafia, na retenção, na integralização dessas
experiências, na compreensão e na interpretação da leitura e da escrita
precisam ser bem asseguradas, pois, para que o domínio da linguagem pela
criança aconteça, o professor precisa intervir no momento certo, fazendo o
aluno elaborar suas hipóteses para que mais tarde possa reelaborar sozinho suas
hipóteses. É o que entende Dorziat e Figueiredo (2010) na distinção
entre linguagem como expressão do pensamento, como instrumento de comunicação e
como forma de interação. No primeiro caso, distinguem como expressão do
pensamento se faz necessário o estudo da gramática normativa tradicional, a
partir do estudo da morfologia e sintaxe. No segundo caso, observam que como
instrumento de comunicação, ou seja, o código, a gramática fica formada de
regras a serem memorizadas e seguidas, no sentido de relação entre a língua
padrão e a praticada pela fala das classes sociais. No terceiro caso, entendem
que a gramática é vista como um feixe de variações e recursos lingüísticos que
deve ser usado em função do texto (oral e escrito) que se produz e de seu
contexto. Com isso, entendem os autores que esse resultado mostra como a língua
portuguesa foi veiculada na grande maioria das escolas: de uma maneira muito
desvinculada das reais necessidades da língua e que profissionais estão nas
escolas, reproduzindo um ensino também inadequado. O tema atinente à
dificuldade de aprendizagem na língua portuguesa, segundo Lores (2010, p. 28)
constitui um problema de atualidade mundial. E assinala que: “No respeitante à
área em que os alunos têm as dificuldades e estabelecida a relação com a língua
materna soube-se que, na leitura e na gramática, as dificuldades são maiores
nos alunos de língua materna portuguesa”, detectando as maiores dificuldades
nos casos de escrita, leitura e interpretação. Como remédio, a prática do
exercício de leitura tem sido eficiente para a superação, seguindo-se um
vigilante acompanhamento pedagógico. No entanto, a prática ortográfica tem sido
abandonada, quando esta se revela importante e decisiva no tratamento da DA em
língua portuguesa. Já entre as dificuldades elencadas por Dorziat e
Figueiredo (2010) estão a produção de textos, a ortografia, as regras
gramaticais e a interpretação de textos. Tem-se encontrado, ainda, que as DA em língua
portuguesa estão elencadas a partir da condição do estudante, carga horária,
falta de motivação, da falta de material didático, responsabilidades familiares,
relacionamento entre professores e alunos, todas afetando a leitura, a escrita,
a gramática e a interpretação. Há observações como a de Olimpio (2010) e
Guimarães (2010) que identificam as dificuldades de leitura, escrita e
ortografia só serão superadas quando os professores, notadamente os de Língua
Portuguesa, se dedicarem ao aprendizado ideal e verdadeiro do aluno, uma vez
que a língua exerce um papel de suma importância do desenvolvimento desses
alunos, exigindo por isso, o desenvolvimento de um método sólido e eficaz no
seu ensino. E mais porque, segundo Silva (2002), a
construção de um processo ensino-aprendizagem da língua materna passa
necessariamente pela interação do aluno com o professor, com seu meio e com o
mundo. Isso em consonância com Olimpio (2010) que se posiciona pela necessudade de
condução do trabalho de leitura por meio da interação de diversos métodos, a
exemplo das reflexões, compreensões e interpretações promotores de encontros
literários, roda de leitura, jogos de adivinhações literárias, paráfrases,
entre outras formas que incluam o lúdico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao se observar o
problema da aprendizagem em Língua Portuguesa, constatou-se que este problema é
flagrado como no contexto de uma situação real que perpassa todas as
instituições escolares, carecendo de aprofundamento reflexivo dos profissionais
de educação para a matéria. Isso porque essa dificuldade de aprendizagem tem
propiciado o insucesso escolar que pode ser oriunda de uma série de fatores,
desde problemas disléxicos ou de outras naturezas socioafetiva, orgânica ou
psicológica, como também da má preparação do professor ao ministrar os
conteúdos. Isso porque o desenvolvimento do estudante depende também das
condutas e ações dos adultos e professores. No caso específico da dificuldade
de aprendizagem da Língua Portuguesa, recomenda-se, com base na literatura
estudada, que no ensino da disciplina não se priorize as questões de errado ou
certo, visando, ao contrário disso, estimular a reflexão e a análise sobre a
língua. Ao professor de Língua Portuguesa é sugerido que faça uma seleção
criteriosa dos conteúdos gramaticais adequados e relevantes, direcionados aos
interesses, compreensão e faixa etária dos estudantes, posicionando-se de forma
atenta e vigilante para o funcionamento psicológico dos discentes e seu
desenvolvimento intelectual. Além do mais, na sua prática diária o professor
precisa interagir e conhecer os estudantes, promovendo um acompanhamento
individual para ajudar, estimular e compreender o que se passa no resultado da
sua prática. Para tanto, se faz necessário estar robustecido de sensibilidade
que seja capaz de detectar as mudanças que ocorrem na sala de aula. Nessa
condução, é de fundamental importância a interação, especialmente pela condução
do professor em fomentar e proporcionar ao discente a promoção da construção do
discurso próprio, por meio do destaque de suas próprias experiências
vivenciadas culturalmente, na amplitude dialógica que seja capaz de refletir a
dinâmica intra-interdiscusiva. Como prática eficiente para reverter esse
quadro, há a necessidade de mudança na produção dos conhecimentos
articulando-se com a vida cotidiana, propiciando uma identidade entre a
realidade do estudante e o conteúdo ministrado na sala de aula. Neste sentido,
essa identificação com a realidade dada proporciona o entendimento do
aprendizado, evitando-se o aprendizado factual ou mnemônico que possibilita,
tão somente, a fixação dos conteúdos para atividades direcionadas. Essa atitude
pode facilitar a aprendizagem, dirimindo e propiciando uma identificação com os
conhecimentos prévios adquiridos com o indivíduo e a nova propositura efetuada
pelo processo de informação. Tal condução leva ao entendimento da necessidade
de processos dialéticos na prática pedagógica da Língua Portuguesa,
possibilitando uma interação que resulte num desempenho satisfatório pautado na
experiência multi-sensorial capaz de desenvolver associações e integridades
auditivo-verbais e viso-motoras. É preciso que a escola tome uma atitude
preventiva com relação a DA, aparelhando-se de uma orientação psicológica,
educacional e pedagógica, detectando o discente com dificuldade de
aprendizagem. Também, à escola exige-se a constante orientação aos professores
com relação à elaboração de métodos aplicados e a adequação do programa na
prática diária, ofertando condições aos profissionais da educação a busca pela
compreensão nas situações particulares de aprendizagem e na construção da
inteligência. Mais ainda, a escola deve promover o desenvolvimento global de
todos os discentes e a integração dos destes no desenvolvimento formativo,
incluindo professores e pais na ação preventiva das dificuldades de
aprendizagem. É evidente que a escola sozinha não será jamais capaz de superar
todos os problemas de aprendizagem, carecendo da intervenção familiar que
possui um papel imprescindível no processo formador do indivíduo em todos os
níveis.
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TRAVAGLIA, L. C. Gramática e Interação: uma
proposta para o ensino de gramática no 1º. e 2º. Graus. São Paulo: Cortez,
1996. Veja mais aqui, aqui e
aqui.
Curtindo o DVD com a
ópera Orpheus und Eurídike (BelAir, 2009), do compositor alemão Cristoph Willibald Gluck (1714-1787),
com coreografia da memorável
coreógrafa, dançarina, pedagoga e diretora de balé alemã Pina Bausch
(1940-2009) & Ballet de l’Opéra National de Paris. Veja
mais aqui.
OS DELICIOSOS VERSOS SENSUAIS DE LÍRIA PORTO
PARELHA
aberta a janela
penetra-se nas trevas
estrelas se fazem
e nus nesse oásis
quedamo-nos
entre as frestas
o caldo da entrega
sal do amor
a morte
hora incerta
deu-nos a deus
corpos inocentes
roupas largadas
montanhas
pegadas
suor
LA BELLA DONNA
seus olhos são noites
seu cheiro manhãs
são tardes seu colo
seu sexo agoras
seus seios auroras
o tempo advoga
a seu favor
O SEMINARISTA
afunda no decote
margeia os mamilos
escorre pelas bordas
desvia pros quadris
desce até as coxas
retorna ao umbigo
enquanto a prima dorme
cheirosa igual canela
biquini cor-de-rosa
virgem por triz
(IN)DE.CISÃO
todos os dias
ao amanhecer
jogo-te ao vento
tomo a decisão
de te esquecer
depois eu me lembro
do teu riso do teu beijo
sinto um arrepio
e me arremesso
ARRASTÃO
teus olhos são rede
o mar é amor
eu - peixe
ÂNGELA
a moça de alma albina
quer ser puta não consegue
fica nua vai pra esquina
quando um homem se aproxima
lua não tem sexo
FLUIDOS
tornei-me assim liquefeita
quando daquela feita
despi-me de nãos e sins
de mim então me perdi
nesta vontade inconclusa
acumulada no rim
ficou a mágoa comigo
fincada dentro do umbigo
um imenso chafariz
minha tristeza de chuva
essa amargura profusa
tem olhos túmidos
sou tal e qual um dilúvio
derramo transbordo enxurro
sangro os pulsos
CÓCEGAS
tuas águas me embalançam
como o mar e o navio
rio
DELTA
entre os joelhos e a virilha
uma ilha de renda a esconder a gruta
de mato dentro
TESÃO
cheiro de arroz cor de leite
salpicado com canela
gosto de cravo pau de canela
um doce manjar dos deuses
para todos os prazeres
para dar água na boca
sentir vontade e voltar
arroz doce com canela
nesta vida passageira
esperarei por cem anos
mais que isso se preciso
retornarás bem cremoso
cheiro de arroz cor de leite
gosto de cravo pau de canela
AL DENTE
saia curtinha
blusinha verde
e o vegetariano
não desgruda os olhos
da sua carne tenra
OBLÍQUA
quando a cama fica imensa
atravesso-a de ponta a ponta
desassossegos pelo meio
insônias no viés
DESMILAGRE
eu te abismo
tu me abismas
e em queda livre
precipitamo-nos
o fundo
era previsível
a superfície
nem santo
DI_AMANTE
eu te quero sol de todo dia
e só vens na lua cheia
a bola de neve do meu medo
(não sou a amada sou o pouso o oásis)
te traz na primavera do ano bissexto
assusta-me à distância
o cometa halley
SEM PÉS NEM CABEÇA
ali
no ponto gê
a tomada elétrica
deixa guiomar
de pernas pro ar
MAGO
alguém que me queira como sou
que me pegue e me esfregue
até que eu veja o gênio
da lâmpada
DE TODAS AS FÓRMULAS
fazes-me falta
em todas as fases
faltas-me
LADAINHA
faço verso rastejante
igual cobra no papel
faço verso flutuante
passarinho lá no céu
faço verso comprimido
fechado dentro do frasco
faço verso assim ridículo
acostumado ao fiasco
faço verso bem florido
nascido em pleno setembro
faço verso esquecido
o jeito dele nem lembro
faço verso galopante
como visita de amante
faço verso des'tamanho
coração de minha mãe
faço verso
faço verso
faço verso
CUNHÃ
parece uma flor de palha
a moça que me atrapalha
sem cheiro e sem encantos
no entanto igual arraia
enreda em sua saia
o dono dos meus quebrantos
O CABAÇO
penso aqui com os borbotões
estou cheia de senões
se fossem abotoados
os pingolins dos meninos
ia ser um desatino
desarrolhar os coitados
acho mesmo houve engano
nas meninas muito pano
os rapazes sem cortina
triste é a nossa sina
um selo de validade
desde a mais tenra idade
LÍDER
peito para frente
bunda para trás
e o batalhão atrás
CONQUISTA
a pele da piscina
arrepia-se
com as tuas braçadas
DIABA
nem mais bonita rica ou inteligente
queria tão somente ser o seu tipo
a mulher que ele escolhesse sem titubeio
sem avaliar os prós os contras
a que tivesse a medida
o exato tanto
entre puta e santa
LIRIA PORTO
– A poeta e professora mineira Liria
Porto tem vários de seus excelentes poemas publicados em
diversas páginas, revistas, sites e portais da web. Veja mais aqui.
Veja
mais sobre:
Rio Uua,
Henri Bergson, Heitor Villa-Lobos, José
Lins do Rego, Cora Coralina, Nelson
Freire, Viola Spolin, Grande Otelo, Manuel da Costa Ataíde, Humor e
alegria na educação & Dia do Pintor aqui.
E mais:
A mulher
fenícia & Big Shit Bôbras: Inhame cura aqui.
As
trelas do Doro: A vingança aqui.
Proezas
do Biritoaldo: Quando o bicho leva
um puxavanque da vida, para baixo todo santo ajuda numa queda só: tei bei! Era
uma vez, hem hem.... aqui.
A
biblioteca nossa de cada dia, Nicole
Krauss, Carles
Riba, Lloyd Motz, Filipe Miguez, Yasujirō
Ozu, Carla Bruni, Shima Iwashita, Mauro Soares, Tributo & capacidade
contributiva, Diagnóstico e tratamento na aprendizagem aqui.
A música
e a poesia de Bee Scott aqui.
CRÔNICA
DE AMOR POR ELA
Leitora
parabenizando o Tataritaritatá.
CANTARAU: VAMOS
APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.