A arte do artista
espanhol Luis Royo.
CONTENDA - Imagem: A arte do
artista espanhol Luis Royo. - Ela
nua e linda ali pronta para o ataque: pele despida assaltando o meu coração
apressado que vai com toda munição nas mãos para suplantar suas defesas e
trapaças na mira do meu gatilho até a última instância de todas as suas
sedições voluptuosas. Ela, a Vênus nua dos olhos faiscantes de infinitos
desejos e que possuem o néctar do gozo dos mil ventos que inebriam com o fogo
das suas entranhas rasgando a velada intimidade fecunda de amor onde eu sou
remador dessa canoa de desejos. Nua e linda se fazendo errada às vergastas do
meu carinho ateu enquanto o seu sorriso estelar compõe os matizes de luz que
irradiam de sua carne fêmea uivante queimando a lenha da minha canção ardente e
estiolada. Não me contenho e sou manhã integral no seu paraíso e embriagado com
o vinho do seu corpo de vertiginosa flor das entranhas nuas com todos os
ferrolhos destrancados, todas as escoras rebentadas, todos os pilares
removidos, todas as searas para o meu domínio e eu torrencial no contágio da
sua boca que engole a minha agonia e o sangue fervendo nas veias. Sou mais que
faminto porque sei que não oferece a menor resistência e se deixa espalmada no
tabuleiro pronta para o sacrifício da última cartada no bem mais precioso: a
sua dinamite úmida onde alcanço o céu e recolho toda maravilha do dorso felino
no sonho de Ariano. Revigorada e à espreita em plena temporada de caça, ela
acomoda a nudez de esvoaçante onirismo: dos pés à cabeça é só sedução. E ela
insurreta me faz caudatário da sua sublevação que nos confunde caça e caçador
na mesma batalha, guilhotinando o tempo, minando os espaços e eu fico refém da
fogueira do seu ventre, dos sóis e luas da boca dos lábios de carmim e riso
tentador com açoites incontáveis que esfola a alma e se desata no arremesso
demolindo todas as estruturas do universo. Nosso olhar se confunde em nossa
pele eriçada: é tudo explosão no trapézio da cama-de-gato, nos grilhões do
desejo, na questão de honra de esmagar enquanto a faço prisioneira impedida de
desertar do meu ataque. Assim, nua e linda capitula e se banqueteia na minha
proclamação triunfante sobre a nossa mútua rendição. © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA – [...] Por
desejo sempre se quer significar a ausência do objeto e quando se fala em amor,
geralmente, se quer indicar a presença do mesmo. Pensamento extraído do livro Leviatã:
ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil (1651 – Abril,
1979), do filósofo, matemático e teórico político inglês Thomas Hobbes (1588-1679). Veja mais aqui e aqui.
ENÉAS & DIDO – Enéas era um príncipe troiano, filho
de Anquises e de Afrodite, que foi obrigado a fugir por conta da destruição de Troia,
para construir uma nova cidade. Navegando pelo mar Mediterrâneo, ele ancora em
Cartago, cidade governada pela belíssima rainha Dido, filha de Belo - o Rei de Tiro e casada
com Siqueu - o homem mais rico de todo o reino que foi assassinado. Ele conta à rainha a tomada de Tróia e
relata as viagens que empreendera até chegar a Cartago. Ela ficou impressionada
e ofereceu hospitalidade a todos. Apaixonada por Enéias, Dido organizou
uma caçada nos arredores das montanhas de Cartago. Porém Hera convenceu ao deus
dos ventos Bóreas a soprar um fortíssimo vento naquelas montanhas o que obrigou
a todos a buscar refúgio. Ávida por um abrigo, Dido se perdeu de seu grupo e se
abrigou em uma gruta onde também chegou Eneias. A chuva continuou a cair e eles
permaneceram toda noite dentro da gruta entregues aos seus amores. De repente
todos souberam do amor de Dido e Enéias na gruta que a Fama fez questão de
levar ao conhecimento da cidade, ajudada pelo Boato, a Calúnia e a
Maledicência. A suposta castidade da rainha passou a ser comentada atingindo
sua reputação. Mas antes que pudesse recuperar o respeito que tinham por ela,
Eneias decidiu partir. Ela,
depois de uma noite de amor e acometida de grande paixão, roga a Eneias para
não a deixar. O príncipe surdo às súplicas resolve continuar viagem, atendendo
ao pedido dos deuses, seus protetores. Dido, não resistindo ao abandono, busca
no suicídio alívio para a sua desventura. O drama de Dido deve-se ao fato de
Eneias ser forçado, depois de uma noite de amor, a abandoná-la, para
cumprimento do destino heróico que o manda fundar Roma, acabando a rainha por
suicidar-se. A história do casal aparece na A Eneida, do poeta latino Virgílio e,
também, foi tema de uma ópera homônima de Henry Purcell, em 1688. Extraído da
obra Uma história natural do amor
(Bertrand Brasil, 1997), da escritora e naturalista estadunidense Diane
Ackerman. Veja mais aqui e aqui.
UM HOMEM COM UMA DOR - um homem com uma dor / é muito mais elegante /
caminha assim de lado / como se chegando atrasado / andasse mais adiante / carrega
o peso da dor / como se portasse medalhas / uma coroa um milhão de dólares / ou
coisas que os valha / ópios édens analgésicos / não me toquem nessa dor / ela é
tudo que me sobra / sofrer, vai ser minha última obra. Poema extraído da obra La vie en close (Brasiliense, 1994), do escritor, critico literário,
tradutor e professor Paulo
Leminski
(1944-1989). Veja mais aqui.
A arte do artista
espanhol Luis Royo.
RUTHE LONDON – A cantora e compositora paulista Ruthe London é uma linda e maravilhosa artista que encanta platéias com suas voz suave, seu jeito versátil de cantar & seus blues contagiantes. Ela nasceu em Avaré, estudou violão com Mozart Mello e canto com Nancy Miranda. Influenciada pela jovem guarda, mais especificamente Roberto Carlos, e pela irreverência musical de Rita Lee, Ruthe London começou a tocar aos 10 anos e compôs sua primeira música aos quinze. Foi apresentada ao blues, nesta mesma época, por um amigo, que se propôs a ensiná-la o inusitado ritmo. Formou um trio com o guitarrista Marcelo Watanabe e com o gaitista Paulo Meyer, o Crossroads, que além de mostrar os clássicos do blues tradicional, já levava ao público as músicas da própria artista. Participou de vários festivais de música, apresentou-se em diversos espaços culturais da cidade de São Paulo e do interior.
Em 2002, após 12 anos de carreira lançou o seu primeiro álbum. Intitulado "Bossa in Blues", a intérprete lança mão de seu estilo pessoal para cantar cinco músicas próprias e novas versões para canções de Herbert Viana, Tom Waits, Paul Rodgers e Little Walter. Tudo isso sem contar que Ruthe é nada mais nada menos que prima do cantor e compositor Nando Reis, ex-Titãs.
NOSSO BLUE – Este é o nome do seu segundo cd “Nosso blue” um trabalho com arranjos primorosos de Walter Nery, que também assina a direção musical, e de sonoridade leve, limpa e envolvente.
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