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sábado, abril 18, 2015

ARUNDHATI ROY, PAGU, GROTOWSKI, ALESHIA BREVARD & HIPÓLITA

 


LITERÓTICA: A PODEROÍSSIMA SEDUÇÃO DE HIPÓLITA... - Soube dela certo dia e sequer podia adivinhar a maldição de ser por ela movido. Fui possuído pelo poder de sua sedução e, por causa dela, empreendi o que seria a loucura da vida. Fui tomado e completamente obcecado naveguei até a foz do rio Termodonte e lá cheguei ao Ponto Euxino de Termiscira para dar de frente com suntuoso palácio. As portas todas se abrirão como se adivinhassem minha recepção. Adentrei e, naquele espaço colossal, fui recebido pela rainha das amazonas. Ela me sorriu impressionada porque não me atrevi a raptar nem vencer em combate a sua irmã Melanipe, nem exigi nenhum resgate, muito menos enfrentamento. Apenas queria vê-la cativado por sua extremada beleza. Destemida por sua personalidade forte, revelou-se altiva ao perceber que eu não seria um inimigo gárgaro e, de vontade própria, me deu por recepção todo o seu poder e autoridade do cinturão mágico – o cinturão da guerra do primeiro dragão. Abdiquei do presente porque só queria vê-la para satisfazer meu encantamento. Ela então correspondendo aos meus sentimentos tentou me abduzir confessando-se derrotada pela minha adoração. Então ofereceu-me o seu trono amazona. E, mais uma vez, renunciei a honraria, mas tudo fiz para que ela se tornasse o meu troféu amoroso. Então, enlevada de paixão com as vestes soltas, ela puxou a barra da saia, levantando-a a expor suas torneadas pernas, suas voluptuosas coxas e ofertando o mais cobiçado ventre em ebulição. Desnudei-a e ela dançou nua em mim a Ercole su'l Termodonte de Vivaldi, embriagando-me de prazeres inaugurais sucessivos do Sonho de Uma Noite de Verão, numa Ilha do Paraíso. Durante a volúpia confessou-me Jacinta e me convocou para a conjuração mineira. Revelou-se mais: a inconfidente da Fazenda Ponta do Morro. Era o seu feitiço para mim e que inadvertida foi também envolvida ao entregar-me a carta com as instruções dos conjurados para que montasse uma reação a partir do Serro. Provocou-me sedutora: Quem não é capaz para as coisas, não se mete nelas. Era a oferta entre as suas pernas da Vila Rica de todos os seus encantos, e me montou a cavalgar insaciável em meu ventre de alazão incansável por dias e noites infindas. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 


DITOS & DESDITOS - É triste admitir que nenhuma palavra cautelosa de quase sabedoria poderia ter me impedido de me aventurar em ruas perigosas. Enquanto o ódio e a incompreensão existirem, o abuso também existirá... Quando alguém morre... você simplesmente coloca um pé adiante e segue em frente. Isso parece maldoso... mas, pense... que outra escolha realmente temos?... Eu nunca presumiria dizer aos outros como viver melhor suas vidas; só posso esperar que aqueles que assim se inclinam encontrem seus sonhos realizados... Pensamento da atriz, modelo, professora e escritora estadunidense Aleshia Brevard (1937-2017), autora do livro The Woman I Was Not Born to Be (Temple University Press, 2001).

 

ALGUÉM FALOU: Uma luta política que não tem mulheres no centro, acima, abaixo e dentro dela não é luta nenhuma... Pensamento da escritora e ativista indiana Arundhati Roy. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

HOJE É DIA DE MONTEIRO LOBATO – Quando li o livro Urupês (1918), do escritor Monteiro Lobato (1882-1948), fiquei impressionado. A razão disso? Uso as palavras do antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997), no seu Aos trancos e barrancos (Guanabara, 1985): Monteiro Lobato alcança enorme êxito, assumindo a liderança da vida intelectual do país com o livro de Urupês – mal ilustrado por ele próprio -, ambientado nas fazendas de café de São Paulo. Retifica, aí, seu célebre retrato do caipira, admitindo que seus males vêm da falta de saúde, de instrução e de assistência: “Perdoa, pois, pobre opilado e crê no que te digo ao ouvido: tens no sangue e nas tripas todo um jardim zoológico... és tudo isto sem tirar uma vírgula, mais ainda és a melhor coisa desta terra. Os outros, os que falam francês e, senhores de tudo, te mantêm nesta gueena infernal para que possam, a seu salvo, viver vida folgada à custa de teu dolorido trabalho, esses, meu caro Jeca Tatu, esses têm na alma todas as verminoses que tu tens no corpo. Doente por doente, antes tu, doente só de corpo”. Aí vieram as leituras de Problema Vital (1918), Cidades Mortas (1919), Ideias de Jeca Tatu (1919), Negrinha (1920), A Onda Verde (1921), Mundo da Lua (1923), O macaco que se fez homem (1923), Jeca Tatuzinho (1923), O choque das raças ou O Presidente Negro (1926), Mr. Slang e o Brasil (1927), Ferro (1931), América (1932), Na antevéspera (1933), O escândalo do Petróleo (1936), A barca de Gleyre (1944), Prefácio e entrevistas (1946) e o incrível livro Zé Brasil (1947), do qual destaco o trecho inicial: Zé Brasil era um pobre coitado. Nasceu e sempre viveu em casebres de sapé e barro, desses de chão batido e sem mobília nenhuma – só a mesa encardida, o banco duro, o mocho de três pernas, uns caixões, as cuias. Nem cama tinha. Zé Brasil sempre dormiu em esteiras de tábua. Que mais na casa? A espingardinha, o pote d´água, o caco de sela, o rabo de tatu, a arca, o facão, um santinho na parede. Livros, só folhinhas – para ver as luas e se vai chover ou não, e aquele livrinho do Fontoura com a história do Jeca Tatu. – Coitado deste Jeca! -, dizia Zé Brasil olhando para aquelas figuras. – Tal qual eu. Tudo que ele tinha, eu também tenho. A mesma opilação, a mesma maleita, a mesma miséria e até o mesmo cachorrinho. Pois não é que meu cachorro também se chama Joli?... [...]. Veja mais aqui, aquiaqui e aqui.
  
Imagem: Indígena & População indígena do Cantagalo (1926), do pintor e desenhista francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848). Veja mais aqui.

Ouvindo: Tudo e todas as coisas (1984), do grupo instrumental Uakti, formado por Marco Antônio Guimarães, Artur Andrés Ribeiro, Paulo Sérgio Santos e Décio Ramos. Veja mais aqui e aqui.

EM BUSCA DE UM TEATRO POBRE – O livro Em busca de um teatro pobre (Civilização Brasileira, 1971), do diretor de teatro polaco e figura central do teatro experimental e de vanguarda, Jerzy Grotowski (1933-1999), o autor defende que: [...] Nossos postulados não são novos. Exigimos das pessoas as mesmas coisas que todo verdadeiro trabalho de arte exige, seja a pintura, a escultura, a música, a poesia ou a literatura. Não satisfazemos o espectador que vai ao teatro para cumprir uma necessidade social de contato com a cultura: em outras palavras, para ter alguma coisa de que falar aos seus amigos e poder dizer que viu esta ou aquela peça, que foi muito interessante. Não estamos no teatro para satisfazer sua “sede cultural”. Isto é trapaça. [...] Estamos interessados que sinta uma genuína necessidade espiritual, e que realmente deseje, através de um confronto com a representação, analisar-se. Estamos interessados no espectador que não para num estágio elementar de integração psíquica, satisfeito com sua mesquinha estabilidade espiritual, geométrica, sabendo exatamente o que é bom e o que é ruim sem jamais pôr-se em dúvida. Não foi para ele que El Greco, Norwid, Thomas Mann e Dostoiévski falaram, mas para aquele que empreende um processo interminável de autodesenvolvimento, e cuja inquietação não é geral, mas dirigida para uma procura da verdade de si mesmo e da sua missão na vida. [...] O teatro deve reconhecer suas próprias limitações. Se não pode ser mais rico que o cinema, então assuma sua pobreza. Se não pode ser superabundante como a televisão, assuma seu ascetismo. Se não pode ter uma atração técnica, renuncie a qualquer pretensão técnica. Dessa forma chegamos ao ator “santo” e ao teatro pobre. [...] Portanto, o teatro deve atacar o que se chama de complexos coletivos da sociedade, o núcleo do subconsciente coletivo, ou talvez do superconsciente (não importa como seja chamado), aqueles mitos que não constituem invenções da mente, mas que são, por assim dizer, herdados através de um sangue, uma religião, uma cultura e um clima [...]. Veja mais aqui, aqui, aqui, aquiaqui.

SONETOS DE ANTERO – Do livro Sonetos Completos (Portuense, 1886), do escritor português Antero de Quental (1842-1891), destaco, primeiramente, Mors amor: Esse negro corcel, cujas passadas /Escuto em sonhos, quando a sombra desce, / E, passando a galope, me aparece / Da noite nas fantásticas estradas, Donde vem ele? Que regiões sagradas / E terríveis cruzou, que assim parece / Tenebroso e sublime, e lhe estremece / Não sei que horror nas crinas agitadas? / Um cavaleiro de expressão potente, / Formidável, mas plácido, no porte, / Vestido de armadura reluzente, / Cavalga a fera estranha sem temor: / E o corcel negro diz: “Eu sou a morte! / “Responde o cavaleiro: “Eu sou o Amor!”. Também da sua lavra, destaco Mors liberatriz: Na tua mão, sombrio cavaleiro, / Cavaleiro vestido de armas pretas, / Brilha uma espada feita de cometas, / Que rasga a escuridão, como um luzeiro. / Caminhas no teu curso aventureiro, / Todo envolto na noite que projectas... / Só o gládio de luz com fulvas betas / Emerge do sinistro nevoeiro. / - «Se esta espada que empunho é coruscante / (Responde o negro cavaleiro andante), / É porque esta é a espada da Verdade: / Firo mas salvo... Prostro e desbarato, / Mas consolo... Subverto, mas resgato... / E, sendo a Morte, sou a liberdade. Veja mais aqui, aquiaqui.  

PAGU – No livro Parque Industrial (José Olympio, 2006), a escritora, diretora de teatro, desenhista, jornalista, militante comunista e musa do Modernismo brasileiro, Patrícia Galvão, ou simplesmente Pagu (1910-1962), encontro para destaque os seguintes textos: [...] As seis têm olhos diferentes. Corina, com dentes que nunca viram dentista, sorri lindo, satisfeita. É a mulata do atelier. Pensa no amor da baratinha que vai passar para encontrá-la de novo à hora da saída. Otávia trabalha como um autômato. Georgina cobiça uma vida melhor. Uma delas, numa crispação de dedos picados de agulha que amarrotam a fazenda. – Depois dizem que não somos escravas. [...] - Você pensa que vou desgostar mademoiselle por causa de umas preguiçosas! Hoje haverá serão até uma hora. – Eu não posso, madame, ficar de noite! Mamãe está doente. Eu preciso dar remédio pra ela! – Você fica! Sua mãe não morre por esperar umas horas. – Mas eu preciso! – Absolutamente. Se você for é de uma vez. A proletária volta para seu lugar entre as companheiras. Estremece à ideia de perder o emprego que lhe custara tanto arranjar. [...] - O voto para as mulheres está conseguido! É um triunfo! – E as operárias? – Essas são analfabetas. Excluídas por natureza. [...]. Para se ter uma ideia da importância dessa mulher, o antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997), no seu Aos trancos e barrancos (Guanabara, 1985), diz dela: Patrícia Galvão – Pagu -, moderna, bela, assanhada, a brasileira mais inteligente de sua geração, escreve e desenha, menina ainda, seu primeiro livro: Pagu. Um caderninho sacaníssino. Sua vida foi contada no filme Eternamente Pagu (1987), direção de Norma Benguel, protagonizado por Carla Camurati, afora ter sido tema de dois documentários: Patrícia Galvão – livre na imaginação no espaço e no tempo (Unisanta, 1988) de Lúcia Maria Teixeira Furlani, dirigido por Rudá de Andrade e Marcelo Tasara, e Eh, Pagu!, Eh!, do cineasta Ivo Branco. Também tema-título de uma parceria musical entre Rita Lee & Zélia Duncan, afora ter sido tema nos palcos teatrais, a exemplo do espetáculo Dos Escombros de Pagu, baseado no livro homônimo assinado por Tereza Freire, além da fotobiografia Viva Pagu, de Lúcia Maria Teixeira Furlani e Geraldo Galvão Ferraz. Veja mais aqui, aqui, aquiaqui.






CHORO: APOIO AO PROJETO QUEBRA CABEÇA
O grupo instrumental Sacudindo Choro, formado por Bruno Vinci (Violão 7 Cordas), Rafael Mota Rodrigues (Percussão), Rafael Nascimento (Violão 6 Cordas) e Fabrício Rosil (Cavaquinho), está lançando o seu primeiro disco Quebra Cabeça, com composições autorais e voltado para difusão do choro. Confira e apoie o projeto aqui.


Veja mais sobre:
Uma canção de amor, a literatura de Geoff Dyer & Victor Hugo, a música de Miles Davis & O Jazz de New Orleans, a fotografia de Robert Mapplethoppe, a arte de Debra Hurd & Lisa Lyon, a pintura de C. Vernet & Pedro Cabral aqui.

E mais:
Corações solitários, Hipócrates, Isaac Newton & Catherine Barton Conduitt, O homem & pós-homem de Fernanda Bruno, a literatura de Carlos Castañeda, a poesia de William Wordsworth, a música de Elena Papandreou, O teatro do Bharata, a arte de Luis Fernando Veríssimo, a entrevista de Claudia Telles, a pintura de Cristina Salgado, o cinema de Júlio Bressane & Josie Antello aqui.
Solilóquio na viagem noturna do sol, A Educação no Brasil, o pensamento de Sêneca, a música de Maria Esther Pallares, a coreografia de Paula Águas, a pintura de Terry Miura & Amenaide Lima aqui.
Solilóquio das horas agudas, O mito de Sísifo de Albert Camus, Neurofilosofia & Neurociências, a música de Meg Myers, a pintura de José Manuel Merello, Hipócrates & Luciah Lopez aqui.
Solilóquio do umbigocentrismo, Rio São Francisco - Velho Chico, Richard Bach, Quando todo dia é segunda-feira, Chamando na grande & mandando ver no lero aqui.
O espectro da fome de Josué de Castro, Ilíada de Homero, a música de Mercedes Sosa & Martha Angerich, a pintura de Tamara de LempickaAna Botafogo, Eliezer Augusto & Genesio Cavalcanti aqui.
Quem desiste jamais saberá o gosto de qualquer vitória, A ciência da linguagem de Roman Jakobson, a literatura de Marcel Proust, a música de Secos & Molhados & Luiza Possi, a pintura de Henry Asencio, a arte de Regina José Galindo, a fotografia de Thomas Karsten & Tortura é crime aqui.
Boa noite, Penedo, às margens do São Francisco, a literatura de Adonias Filho & Georges Bataille, A história social do Brasil de Manoel Maurício de Albuquerque, a música de Bach & Rachel Podger, a arte de Marcel Duchamp, a pintura de Jaroslav Zamazal, a fotografia de Karin van der Broocke, Vanguard & Kéfera Buchmann aqui.
E a dança revelou o amor, a literatura de Manuel Scorza, A busca fálica de James Wyly, a música de Gabriel Fauré & Ina-Esther Joost, a pintura de Francisco Soria Aedo, a coreografia de Merce Cunningham, a arte de Yves Klein & a fotografia de Richard Rutledge aqui.
Três poemas & a dança revelou o amor..., a pintura de Andrew Atroshenko & Ton Dubbeldam, a fotografia de Klaus Kampert & a arte de Jeremy Mann aqui.
Quando ela dança tangará no céu azul do amor, A condição pós-moderna de Jean-François Lyotard, A estética da desaparição de Paul Virilio, a música de Anna-Sophia Mutter, a pintura de Alex Alemany & Eloir Junior, a arte de David Peterson & Luciah Lopez, Carlos Zemek & & Isabel Furini aqui.
A dança dos meninos, a poesia de Manuel Bandeira & Amiri Baraka, A bailarina de João Cabral de Melo Neto, O Kama Sutra de Vatsyayana, A dançarina de Yasunari Kawabata, a música de Isabel Soveral & António Chagas Rosa, a pintura de Jose Manuel Abraham, a fotografia de M. Richard Kirstel, Pas de deux & Ary Buarque aqui.
O voo da mulher, Dicionário de lugares imaginários, o teatro de Federico Garcia Lorca, a música de Duke Ellington, o cinema de Lars von Trier & Nicole Kidman, a arte de Tatiana Parcero & Caco Galhardo, Rô Lopes & Como veio a primeira chuva aqui.
Saúde no Brasil, O Fausto de Goethe, o pensamento de Terêncio, Ética & Fecamepa, Os sentidos da integralidade de Ruben Araújo de Mattos & Remexendo as catracas do quengo e queimando as pestanas com coisas, coisitas e coisões aqui.
Todo dia é dia de dançar o amor aqui.
O alvoroço do poema na horagá do amor & a pintura de Oscar Sir Avendaño aqui.
Literatura de cordel : quebra pau no STF, de Bob Motta aqui.
A pingueluda aqui.
A arte de Marcya Harco aqui.
O pensamento de Georg Lukács, A psicanálise de Jacques Lacan, o teatro de Samuel Beckett, a literatura de Henry James, a música de Morton Subotnick, o cinema de Jane Campion & Nicole Kidman, a pintura de Aurélio D'Alincourt, a arte de Fady Morris & As poesias pontilhadas de Dorothy Castro aqui.
Pindura aí, meu! O negócio tá ficando feio, Cidadania insurgente de James Holston, a poesia de Sérgio Frusoni, A cidadania de Maria de Lourdes Manzine Covre, a música de Sol Gabetta, a fotografia de Mara Saldanha, a arte de Stanley Borack & a pintura de Fernando Rosa aqui.
Lasciva da Ginofagia aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
História da mulher: da antiguidade ao século XXI aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Veja mais aquiaqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra
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segunda-feira, novembro 19, 2007

VERNE, JENNY SAVILLE, CARDOZO, QUINTANA, EVREINOFF, HEGEL, DWORKIN, DEBRET, PAULEY PERRETTE, CYANE, FECAMEPA & OS ESCRAVOS



FECAMEPA & A ESCRAVARIA TODA


O amo não é amo senão pelo fato de que possui um escravo que o reconhece como tal”. Georg W. F. Hegel, filósofo alemão (1770-1831)

É graças a Deus que o Brasil tem saído de situações difíceis. Mas, graças ao diabo, é que se mete em outras”. (Mário Quintana)




Ahá! Sabe da maior? Deu o créu! Foi mesmo, teve um trupé indigesto que deu num desmantelo nauseante durando uns 400 anos de remoeta! Maior parque de diversão pros colonizadores que davam de urubu só por cima da carne seca! Espia só. Tudo começa quando a maldizente monocultura escravocrata da cana-de-açúcar chega por aqui por volta de 1535, usando abusivamente do braço escravo para se sustentar economicamente. Lembra? Pois é, primeiro foram para as bandas dos índios que depois de muita sacanagem, caiu a ficha deles e se viram na maior roubada pagando um mico da peste. O que deu? O invasor botou as manguinhas de fora e invadiu terra, derrubou matas, tomou as mulheres, bufou e mandou ver. Não deu outra, né? Ôxe, o aborígene deu um freio de arrumação com um ré-pra-trás fuderoso, começando um arranca-rabo que só finda com sua quase extinção. Aí a coisa começa mudando de figura, porque como o papel de servo era para o autóctone, quando este sacou a maruagem, logo se rebelou e tudo virou para o tráfico do negro africano que era tratado talqualmente bicho, ou seja, um antropóide de cor que nem era gente na regulação das Ordenações Filipinas, que o tinha no mesmo capítulo destinado aos animais. Aí sim que deu o outro bode brabo, pois foi quando se deu o pontapé inicial num conflito que num vai terminar nem tão cedo. Pois bem, derramados na praia depois duma travessia das mais sacrificantes, os negros iam se amontoando numa infecta senzala com a mais diversa etnia de boçais e ladinos minas, nagôs, guinéus, minas-nagôs, cafres, calabares, minas-popos, hauçás, malês, jejes, grumcis, tapas, iabus, benins, mundubis, bornus, baribas, grumas, camarões, congos e cabindas, tudo para adoçar o mundo com a desgraça deles. A estratégia dos traficantes era que eles não se entendessem de jeito nenhum, senão era prejuízo certo. Sabidos.



Imagem: Debret.


A exemplo das carnificinas que vitimaram os ameríndios, os escravos também não escaparam de castrações, amputações, extrações e torturas as mais terríveis. Isso sem falar que eram, entre outras malvadezas, punidos severamente quando famintos lambiam o querosene dos lampiões. Por isso, tinha até escravas que preferiam abortar a ver seus filhos nessa desgraceira de vida. E era justamente essa desgraça que os fraternizava para sublevar, causando a criação de quilombos que, segundo quase todos os historiadores, só deram o ar da graça mesmo na vera no final do séc. XVI. Pelo visto, como registram unanimemente, os escravos não tinham saída: ou a floresta, ínvia, impenetrável, desconhecida e hostil, ou a re-escravização. E aí, hem? Sinuca de bico. Deu no que deu, né? O quilombo era para o rei de Portugal, “(...) toda habitação de negros fugidos que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos levantados nem se achem pilões neles”. E a fuga era a única forma de libertação e representava um perigo: a tentativa de aqui repetir a façanha da ilha de São Tomé quando os negros tomaram pé da coisa e expulsaram os portugueses. A-há! Bem feito, hem? Destá. O caldo engrossa e a rebelião começa mesmo pra valer quando os fugitivos se deram munidos de armas de fogo, chuços, de facões e de lanças. Nasce, então, Palmares, o mais importante acontecimento do século XVII. Localizada numa imensa selva entre o rio São Francisco e o Cabo de Santo Agostinho, abrigo para os negros fugitivos, índios, mamelucos, mulatos e brancos, bem como fugitivos do serviço militar, criminosos e todos os perseguidos e deserdados da sociedade colonial. Este reduto resistiu a todas as expedições punitivas de 1630 até 1695. Como tudo tem duas faces, a guerra com os palmarinos tinha lá seus interessados, o que, segundo Décio Freitas, por causa disso – a exemplo das inúmeras campanhas e investimentos públicos de hoje -, a roubalheira comia no centro: “(...) em grande parte motivada pela desbragada corrupção que lavrava nos altos escalões administrativos da colônia. Governadores, magistrados, oficiais das câmaras e outros funcionários se apropriavam regular e impunemente das rendas da coroa”. Além do mais, uma coisa era certa: as ordens da coroa eram sempre acatadas, mas raramente cumpridas. Eita! Esse filme eu vejo hoje, né não? Igualzinho, né? Vamos lá. Os quilombos se multiplicavam chegando ao registro de 11 no Amazonas, 04 no Maranhão, 09 em Minas Gerais, 11 em São Paulo, 12 na Bahia, 08 em Sergipe e 11 em Pernambuco. Neste último, Palmares que foi primeiro comandado por Gangga-Zumba, que caiu na besteira de celebrar um tratado de paz com Portugal, findando sitiado em Cucaú e, depois, assassinado. Aparece então Zumbi, o Espártaco Negro dos Palmares, nascido no começo do ano de 1655, numa das inúmeras povoações palmarinas. Esse guerreiro chegou ao ponto ter a patente de capitão reconhecida pelo rei D. Pedro II, de Portugal, que perdoou “seus crimes” na tentativa de selar a paz, Mas tá, hem? Nem aí. E mais ainda: a turma dos senhores de engenho logo se mobilizaram para acabar com essa festinha pacífica e botando fogo no monturo com todas as influencias em Lisboa. Pois é, cada guerra com seus interesses, ora. Aí entra na história a tropa de choque dos sanguinários e violentos bandeirantes paulistas, capitaneados por Domingos Jorge Velho, promotores de briga, ruína e terror. Deram logo um treino – tipo café pequeno - e lascaram a vida duns coitados dos índios janduins. Já eram, coitados. Num foi bem assim, o bafafá deu trabalho, mas findou, a exemplo dos caetés, com a varredura geral dos nativos.



Imagem: Debret.


O foco passa a ser Palmares, maior teitei estrepitoso. Investidas atrás da outra e nada. Vai e volta, passam os anos. Até o dia que juntaram todo ódio e partiram com tudo para acabar com o que tivesse em pé. No fim, Zumbi não morreu como conta a lenda: um suicídio se jogando no despenhadeiro. Na verdade, ele morreu atraiçoado no dia 20 de novembro de 1695, pelo negro Antonio Soares, numa cilada armada pelos paulistas que transportaram seu corpo para Porto Calvo, lavrando-se o Auto de decapitação do negro Zumbi. Quando todos pensam que a coisa se aquieta, ledo engano, meu. Eis que surge o quilombo de Ambrósio que, segundo Clóvis Moura “Tudo era de todos e não havia nem meu nem teu”, em Minas Gerais, que durou até 1746 quando foi destruído. E ainda prosseguem em Minas Gerais, tanto em 1756 como em 1864, as revoltas negras objetivando a liberdade dos cativos. Ainda no séc. XVIII grupos esparsos de escravos fugidos continuavam homiziados na região palmarina dando trabalho às autoridades coloniais. Foi quando a massa escrava brasileira – as de Minas Gerais, Bahia, Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro -, se rebelou de vez. Tome bronca. E lá vai logo em 1821 os escravos da fazenda Santana, Ilhéus, na Bahia, se revoltando e permanecendo na propriedade até 1824, prosseguindo em 1828 quando os cativos tentam tomar conta de tudo. Quando ocorre, então, a grande insurreição negra de 1835, em Salvador, findando só no dia 14 de maio, condenados à forca mas por não dispor de carrasco para a execução, restou o fuzilamento de todos os seus membros. Segura a onda que lá vem mais. Depois, entre os anos de 1838/41 foi a vez do Preto Cosme, no Maranhão, aderir à Balaiada. Quando finda a rebelião, o de sempre: os liberais são salvos por anistia, e os escravos sacrificados por obra e comando de 8 mil homens do coronel Luís Alves de Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias. Pois é, Preto Cosme foi preso, julgado, condenado e enforcado em São Luis. Também Manuel do Congo, no Estado do Rio de Janeiro, em 1838, liderou uma rebelião na Fazenda Freguesia e Maravilha, quando foi aclamado Rei por todos os revoltosos. Mas, em 1839, Caxias invadiu o quilombo em pavorosa carnificina e tudo já era então, pronto, findada toda festa. Já o quilombo de Jabaquara, em São Paulo, foi formado pela ideologia abolicionista e não pelos escravos. Isso ocorre por volta de 1882, por iniciativa dos abolicionistas Américo Martins e Xavier Pinheiro, sendo escolhido Quintino de Lacerda como líder. Este quilombo finda quatro anos depois de sua criação, junto com a abolição da escravatura em Santos. Mas a coisa vai mudando e a partir de 1870, a região Sul do Brasil passa a empregar assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros. No Norte, as usinas substituem os engenhos de cana. Parece mais que o Brasil vai mudando de vez, acredita? Eu, hem! Ah, vamos lá. Tudo vem na esteira dos acontecimentos internacionais com a extinção do tráfico negreiro em 1850 – e o Brasil, como sempre, atrasado como porra.
Depois, veio a Lei do Ventre-livre, de 1871, tornando livres os filhos dos escravos. Logo após, a lei dos Sexagenários de 1885 que contemplava os negros de mais de 65 anos. E por fim, a Lei Áurea de 1888, declarando livre todos os escravos, sendo, pois, o Brasil o último país do mundo a abolir a escravidão negra depois de quase 400 anos de regime escravista. Ô atraso, hem? Pensa que terminou por aí, foi? Então vamos aprumar a conversa. Sabe qual a remissão dos pretos então libertados? Claro e evidente que toda cultura escravista brasileira não desaparece por força de uma simples lei, nada disso. E passando a limpo: tudo aconteceu – como sempre acontece no mundo – por força do desenvolvimento econômico, custe o que custar, né? Pois bem, a revolta que criou o Estado Negro de Palmares resistiu até o fim do séc. XVIII. Foram ao todo 35 expedições. Dá pra ver os custos desses gastos e a contraproducência, tudo em nome da ambição, ganância e avareza. Seria cômico se não fosse trágico! A lição que fica dessas revoltas todas é que se adoçava o mundo com o sangue da desgraça humana. Quer a prova dos nove? Ainda há que considerar que o regime escravocrata se mantém disfarçado ainda hoje e de forma tal que nenhum órgão fiscalizador – que também é ao mesmo tempo conivente – é capaz de flagrar, punir e erradicar. Vê-se, apenas, que uma vez ou outra é feita uma incursão séria entre os Andorinhas da cana, ou nas fazendas de todos os Estados, ou qualquer esporádica intervenção combatendo o escravismo, logo é flagrada e registrada pela mídia atual, muito embora resulte no afastamento de funcionários que vão tomar na tarraqueta ou casa de caixa pregos, engavetamento de processos que viram dorminhocos dos compadrios, retaliações violentas que sapecam o pé do maluvido delator e impunidade geral reinando para felicidade dos promotores do desenvolvimento econômico do país. Inegavelmente tal escravismo disfarçado que já vinha desde sempre solapando a massacrada vida dos trabalhadores da economia privada brasileira, mascarou-se mais com a flexibilização e desregulamentação das leis trabalhistas em relações informais, subempregos, baixas remunerações, desqualificações e outras práticas abusivas arrepiando a lei e fomentando uma exploração que é protestada desde que o sujeito entra para trabalhar e não tem hora para sair e sem hora-extra nem qualquer verba indenizatória, ao bel prazer da bondade do patrão. Vê-se com isso que a escravidão só fez virar com uma cara eufemista, persistindo ainda hoje com outra nomenclatura. Precisamos, pois nos libertar de verdade. Ih, lascou, né? Pois é, gente, vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!!! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais FECAMEPA.


DITOS & DESDITOSO homem possui um instinto com relação ao qual, a despeito de sua inesgotável vitalidade, nem os historiadores nem os psicólogos nem os que se ocupam de estética disseram jamais, até aqui, a menor palavra. Refiro-me ao instinto de transfiguração, ao instinto de opor às imagens recebidas de fora, as imagens arbitrárias criadas no íntimo, ao instinto de transformar as aparências ofertadas pela natureza em alguma outra coisa..., numa palavra, ao instinto cuja essência se revela no que eu chamo a teatralidade. Pensamento do dramaturgo russo Nicolas Evreinoff (1879-1953). Veja mais aqui.

MULHER, CORPO & PADRÕES DE BELEZA – [...] Padrões de beleza descrevem em termos precisos o relacionamento que uma pessoa terá com seu próprio corpo. Eles prescrevem sua mobilidade, espontaneidade, postura, porte, os usos que ela pode fazer de seu corpo. Eles definem precisamente as dimensões da liberdade física. E, é claro, a relação entre liberdade física, desenvolvimento psicológico, possibilidades intelectuais e potencial criativo é umbilical. Em nossa cultura nenhuma parte do corpo feminino foi deixada intacta, inalterada. Nenhum aspecto ou extremidade é poupado da arte, da dor, do aprimoramento [...] Da cabeça aos pés, cada traço do rosto de uma mulher, cada parte do seu corpo é sujeita a modificação, alteração. Essa alteração é um processo contínuo e repetitivo. É vital para a economia, é o objeto principal da diferenciação entre homem e mulher, é a realidade física e psicológica mais imediata do ser mulher. Dos onze ou doze anos até a morte, uma mulher gastará grande parte de seu tempo, dinheiro e energia talhando-se, depilando-se, maquiando-se e perfumando-se. É comum e errôneo dizer que os travestis, usando roupas e maquiagens femininas, caricaturizam as mulheres em que se transformariam, mas qualquer conhecimento real do ethos romântico deixa claro que esses homens penetraram no cerne da experiência de ser uma mulher, um construto romantizado. [...] Trechos extraídos da obra Woman-Hating (Dutton, 1974), da escritora feminista Andrea Dworkin (1946-2005).

20 MIL LÉGUAS SUBMARINAS[...] Não posso de modo algum dar aqui pormenores das maravilhas do fundo do mar, nem dos formosos e surpreendentes exemplares de seres vivos, ignorados até agora, que passaram pelos meus olhos fascinados, durante esta memorável viagem, e que jamais, antes de mim, vira qualquer naturalista. Mas é preciso não se supor que, pelo fato de estarmos prisioneiros, nunca saíamos do interior do Nautilus. [...] Existe ainda o Nautilus? Viverá ainda o capitão Nemo? Nada se pode dizer ao certo sobre o destino do capitão Nemo. O que afirmo, porque distou estou bem certo, é que só há dois homens no mundo com direito a responder à pergunta formulada no livro Eclesiastes: Quem poderá saber o que está longe e a muita profundidade? Esses dois homens são: o capitão Nemo e eu. [...]. Trechos extraídos da obra Vinte mil léguas submarinas (Hermis, 1982), do escritor francês Julio Verne (1828-1905). Veja mais aqui e aqui.

O UM E A SUA INTIMIDADE No Um está o ser isolado e / está o Universo. / Não é naquele ser, porém, nem neste Todo / onde reside a sua intimidade. / Não está no subjetivo, nem na unidade. / O Um é único e absolutamente disjunto / não tem aberturas, nem fechos. / O Um não participa, como supõem / das unidades do corpo dos complexos / dos quatérnios / dos octérnios / dos sedênios / a sua intimidade é a infinita sinfularidade / do só, a infinitude da concentração do ser / é o ser sobre o ser: SER/SER = UM / A intimidade do Um está no valor da função / que na sua origem, num breve, infinitamente instante, liturgicamente / oscila eternamente, entre +1 e -1 / entre os dois, no entanto, não há tempo de zero - / a intimidade do Um está no ponto antesdepois / do teu prazer, Mulher! / Esta no ponto AnteDepois da Morte. Poema extraído da obra Joaquim Cardozo: contemporâneo do futuro (Ensol, 2003), que reúne a vida e a obra: um livre entrelaçamento, do objeto ao olhar: o mundo em processo e visão do último trem subindo ao ceu, a poesia escolhida: Trivium e poemas; signo estrelado: canções varzinas e praianas, a aprição da rosa e outros sonetos, fábulas, elegias, Arquitetura nascente & permanente, mundos paralelos, réquiem por uma vida desnecessária, versos urgentes, sonetossom, poemas sistema, entre outras, de Joaquim Cardozo, organizada por Maria da Paz Ribeiro Dantas. Veja mais aqui.

A ARTE DE JENNY SAVILLE
JENNY SAVILLE – (por Cyane Pacheco) - H.A: A carnação de morte nas obras de Jenny Saville, os seus grises, rosas e azuis, quando elege os proscritos pela sociedade, quando os releva às belezas improváveis, também diz do tempo sobre os corpos, dessa incidência que igualmente busco, no que reflete sobre a decomposição dos afetos, dos pudores da morte. Como aproximar-se dessa "coisa" que é gente e corpo, simultaneamente? Fiquei realmente impressionada, com suas mulheres obesas, seus olhares longitudinais, de soberba e inocência, acuadas e ferozes, mostrando seus excessos adiposos, devolvendo-os às dobras projetadas por essa mesma sociedade, que empanturra seus alvos: homens, mulheres e crianças impondo-os objetos, cânones, letreiros - animados e inanimados, reificados ou subsumidos, despudoradamente, roubados, recusados, tecidos nas malhas e imposições perversas, impondo o horror da máquina faminta por dinheiro. Quando a artista regurgita e aproxima os corpos que concebe, a partir das grossas pinceladas, os une (uns aos outros e à morte) convidando a recusa do nosso olhar, a refletir sobre nossos próprios corpos, busca o que fazemos quando resistimos sob todos os riscos, o que Conrad escreveu ("o horror, o horror") ao enfrentar geografia diversa, nos indica aqueles que negam a vaidade doentia- estéril e rasa, aqueles que nunca negociaram suas verdadeiras essências (Goya, Bacon, Freud, Jean Rustin, tantas fotógrafa(o)s e tantos outra(o)s pintora(e)s), para urdirem suas obras. A artista e essa genealogia artística, fizeram um doloroso percurso em volta dos seus desertos íntimos, para continuarem seguindo atrás das respostas; para não cerrarem os olhos às diferenças, lugar constituído de suas perguntas; para acolherem o outro, incluindo-o em seus suportes e, consequentemente, nas discussões sobre o mundo; para retratarem esse "outro" e não encaixá-lo nos padrões do consumismo anódino, quando enfrentam o horror, simetricamente, com toda a coragem que dispõe ou inventam em suas urgências. Fito a metáfora, que dá-se a outros fins, que mira a palavra em seu voo primeiro, atingindo-a para que se torne outra coisa, um teatro de sombras, por exemplo, alcançando os mesmos territórios que alcançaram esses artistas, em suas buscas. Sobre a imagem e a palavra, na obra de Jenny Saville, urge serem fragmentadas, recompostas, ampliadas, exibidas engolindo o olhar do fruidor, que tirem suas vestes de gala, para que a vejam nua, andando por aí, escancarando nossas mortes. Veja mais da arte da pintora britânica Jenny Saville aqui e aqui.



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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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