domingo, dezembro 30, 2012

SHEL SILVERSTEIN, ARUNDHATI ROY, HENESTROSA, ELSA MORANTE & GINOFAGIA LITERÓTICA


GINOFAGIA – I – MINHA: Eu vou a vau e se me deres serei nau ou lobo mau ou o que quiseres, com todos os talheres pro seu apetite. E me acredite: vou à deriva! E se tiver viva me salve e seja boazinha, seja até mais que madrinha: pro que der e vier. Seja então a mulher, nua rainha, com todos os seus encantos, com todos os seus espantos de fadinha que é só minha... II - TEU NOME: Se me quiseres, tudo será como o céu na plenitude da minha vida. Por isso, tudo o que me deres será como um passeio por Belvedere onde serei o seu garboso alferes pronto para servir tudo que não tiveres. E tudo o que puderes será verdadeiro halteres nos meus quereres mais ávidos de ti. E se souberes o quanto vou te venerar e tudo o que me houveres dar será lautamente servido além das colheres, com todos os talheres da minha cobiça. E se me disseres que me queres na lua de abril ou no sol do dia e me puseres entre os teus seios até que teu corpo me seja como um poema de Cecília Meirelles, eu juro que farei com que sejas a mais que premiada entre todas as mulheres. III - NA TABA DA VENTA – Quando fisga o olho no olhar, ela faz um reclamo: será que a amo? É sua indagação. Fecho questão e solto pilhéria. Aí, fica séria e levo na esportiva. Não me dá alternativa e me beija demais, demonstrando ser capaz de ir além do que diz: remexe em mim, revolve o confim de toda dimensão. Vai além da tesão, dilatando o poder, engole meu querer e tudo o mais. E muito sagaz manha uma arenga, ameaça pendenga e só me depena. Ela muito bem encena com todo talento pelo meu tegumento a invadir. Me dá um banho de chantili e encontra todas as respostas ocultas e dispostas no meu olhar. É quando devagar, na taba da venta, pra lá de 8 a 80, além do radar e mais pra cá que pra lá ela flagra o que sinto pra mais de infinito, muito mais que amar. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui, aquiaqui.

 

DITOS & DESDITOS - Nossos sonhos foram modificados. Não pertencemos a nenhum lugar. Navegamos sem ancoradouro em mares turbulentos. Podemos nunca ter permissão para desembarcar. Nossas tristezas nunca serão tristes o suficiente. Nossas alegrias nunca são felizes o suficiente. Nossos sonhos nunca são grandes o suficiente. Nossas vidas nunca são importantes o suficiente. Para importar. Quem pode saber pela palavra adeus que tipo de despedida está reservado para nós. Com nossa arte, nossa música, nossa literatura, nossa teimosia, nossa alegria, nosso brilho, nossa implacabilidade absoluta - e nossa habilidade de contar nossas próprias histórias. Histórias que são diferentes daquelas em que estamos sofrendo uma lavagem cerebral para acreditar. Só existe um sonho que vale a pena ter: viver enquanto você está vivo e morrer apenas quando estiver morto. Pensamento da escritora e ativista anti-globalização indiana Arundhati Roy. Veja mais aqui e aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Hoje minha experiência traduz o verdadeiro significado de muito do que então parecia absurdo ou misterioso. Muitas notícias são invenções de propaganda. A câmara de gás é o único local de caridade no campo de concentração. Dos vários tipos de violência, a pior violência contra o homem foi a degradação do intelecto. O sacrifício é a única perversão humana verdadeira. Quem foge por amor não encontra paz na solidão. E assim, para sempre, cada pérola no mar copia a primeira pérola e cada rosa copia a primeira rosa. A esperança às vezes enfraquece as consciências como um vício. Para quem vagueia meio bêbado, todos os milagres, pelo menos por alguns minutos, são possíveis. O conhecimento é a honra do homem. Pensamento da escritora italiana Elsa Morante (1912-1985). Veja mais aqui e aqui.

 

FAMÍLIA - [...] pensar a família como uma realidade que se constitui pelo discurso sobre si própria, internalizado pelos sujeitos, permite que a própria família pense na construção cultural de si mesma. [...] As mudanças são particularmente difíceis, uma vez que as expe­riências vividas e simbolizadas na família têm como referência definições cristalizadas de família socialmente instituídas pelos dispositivos jurídicos, médicos, psicológicos, religiosos e pedagógi­cos, enfim, os dispositivos disciplinares existentes em nossa socie­dade, que têm nos meios de comunicação um veículo fundamental, além de suas instituições específicas. Essas referências constituem os “modelos” do que é e deve ser a família, fortemente ancorados numa visão de família como uma unidade biológica constituída segundo as leis da “natureza”. A pergunta a ser formulada, então, é [...] como romper esses modelos sociais internalizados e como es­cutar os discursos das próprias famílias sobre si, nessa permanente tensão entre a singularidade de cada uma e as referências sociais das quais não podemos escapar? [...]. Techos extraídos do artigo A família como ordem simbólica (Psicologia USP, 2004), de Cynthia Andersen Sarti, acrescentando no artigo A família como ordem moral (Cadernos de pesquisa: A família em destaque, 1997), que: [...] O homem é considerado o chefe da família e a mulher a chefe da casa [...] constituir a ‘boa’ autoridade, digna da obediên­cia que lhe corresponde, não basta ao homem pegar e botar comida dentro de casa e falar que manda. Para mandar, tem que ter caráter, moral. [...]. Veja mais aqui e aqui.

 

MINHA MÃE – [...] Aquele amor não durou muito. Doze anos depois meu pai morreu. Muito tempo para o sofrimento, mas um instante para a felicidade. [...] Minha mãe viveu chorando. Depois enxugou as lágrimas, e uma grande resignação, refúgio de meus dois sangues oprimidos, ocuparam o lugar da desgraça. [...] O trem apitou. Eu entrei nele e tenho certeza que naquela noite ele chorou todas as lágrimas que segurava diante de mim. Tenho certeza porque me sinto ancorado, igual a um pequeno barco, para um rio de lágrimas.[...]. Trechos extraídos da obra Retrato de minha mãe (1940), do escritor mexicano Andrés Henestrosa (1906-2008), que noutra obra, Nossa Palavra (El Nacional, 1990), expressa que: Venho como todos os homens, de muito longe, de muito baixo; pertenço à multidão mexicana desalinhada, descalça e faminta, e lutei, desde que me lembro, porque amanhã é diferente de hoje e depois de ontem; Minha luta tem sido diferente a cada dia, mas sempre com um horizonte e sem deixar de ser aquela que andou descalço na infância. Veja mais aqui e aqui.

 

TODO O TEMPO NO MUNDO - Deite-se / Vamos explorar essa ternura entre nós / Não há ninguém por perto para nos ver / E baby, você se importaria / Se talvez você e eu / Demorássemos um pouco para nos encontrar? / Baby, nós temos todo o tempo do mundo / Então por que não vamos com calma e calma? / Temos tudo o que precisamos / Para plantar uma semente de amor / E todo o tempo que precisamos para vê-la crescer. / Fique abaixado / Fique pelo menos até que o fogo pare de queimar / Pelo menos até que o quarto pare, está virando / E quando as brasas morrerem / Estamos mentindo no crepúsculo / Vai ser tão doce quanto qualquer coisa que já conhecemos / Baby, Temos todo o tempo do mundo / Então, por que não vamos com calma e calma? / Temos tudo o que precisamos / Para plantar uma semente de amor / E todo o tempo que precisamos para vê-la crescer. Poema do escritor, compositor e cartunista estadunidense Shel Silverstein (1930-1999).

 



PROGRAMA DOMINGO ROMÂNTICO – O programa Domingo Romântico que vai ao ar todos os domingos, a partir das 10hs (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação deste domingo aqui. Na edição deste 30/12 do programa Domingo Romântico Especial de Ano Novo, apresentação da radialista e poeta Meimei Correa e produção de Luiz Alberto Machado, conta na sua programação as atrações: Isaac Karabtchevsky, Lêdo Ivo, Tom Jobim, Carlos Drummond de Andrade, Egberto Gismonti, Paul McCartney, Eliane Elias, Jamiroquai, Toquinho, Rita Lee, Lima Duarte, Ivan Lins, José de Abreu, Pink Floyd, Nana Caymmi, Guilherme Arantes, Simone, Djavan, Lenine, Elis Regina, Mauricio Tapajós & Aldir Blanc, Zélia Duncan, Cacaso, Zé Ramalho, Gonzaguinha, Fafá de Belém, Cassia Eller, Sandra de Sá, Chico de Assis, Mácleim, Clara Redig, Fabio Rabin, Wanessa Camargo, Cláudio Zoli, Magno Átimo, The Fevers & muito mais. Veja mais aqui.

Para conferir é só clicar aqui e depois em Reproduzir Tudo. E veja outras edições do programa aqui.




Veja mais sobre:
Crônica de amor por ela aqui.
Ginofagia aqui, aqui e aqui

E mais:
O presente na festa do amor aqui.
Primeiro encontro, a entrega quente no frio da noite aqui.
Primeiro encontro: o vôo da língua no universo do gozo aqui.
Ao redor da pira onde queima o amor aqui.
Por você aqui.
Moto perpétuo aqui.
O uivo da loba aqui.
Ária da danação aqui.
Possessão Insana aqui.
Vade-mécum – enquirídio: um preâmbulo para o amor aqui.
Eu & ela no Jeju Loveland aqui.
O flagelo: Na volta do disse-me-disse, cada um que proteja seus guardados aqui.
Big Shit Bôbras aqui.
A chupóloga papa-jerimum aqui.
Educação Ambiental aqui.
Aprender a aprender aqui.
Crença: pelo direito de viver e deixar viver aqui.
É pra ela: todo dia é dia da mulher aqui.
A professora, Henrik Ibsen, Lenine, Marvin Minsky, Columbina, Jean-Jacques Beineix, Valentina Sauca, Carlos Leão, A sociedade da Mente & A lenda do mel aqui.
Educação no Brasil & Ensino Fundamental aqui.
Bolero, John Updike, Nelson Rodrigues, Trio Images, Frederico Barbosa, Roberto Calasso, Irma Álvarez, Norman Engel & Aecio Kauffmann aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Todo dia é dia da mulher aqui.
Fecamepa aqui e aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora comemorando no Tataritaritatá!!!
Veja aqui, aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra: 
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.




CHRISTINA VASSILEVA, KATHERINE JOHNSON, MARTÍN-BARÓ, JOÃO CABRAL & MATA SUL INDÍGENA

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Mistérios do Rio Lento (The Voice of Lyrics, 1998), Santiago de Murcia: a portrait (Frame,...