O BRASIL ÀS AVESSAS NA HORA DA CRISE - Quando
alguém me pergunta sobre o Brasil, a primeira imagem que me aparece no quengo é
aquela do indivíduo cabeça de fósforo, bicudo de endinheirado, entrando numa
daquelas lojas de magazine do tipo hipermercado, pegando um velocípede embaixo
do sovaco, uma vassoura e um rodo pruma faxina de limpeza das brabas nas
intimidades do recinto domiciliar, uma lata de queijo do reino, uma caçamba de
ovos e um botijão de vinho pra comemoração inusitada e, no caixa, mandando
fazer um embrulho só pra presente prele mesmo, ora! Isso porque ele presenciou
o discurso de uma daquelas raposas vetustas dos políticos profissionais que há
mais de 50 anos mamam nas tetas dos municípios e da capital estadual, ao
assumir uma das secretarias berrando aos microfones & alto-falantes: - Nos
últimos 50 anos este estado sucumbiu às más gestões e à corrupção de políticos
incompetentes. A partir de agora, todos verão, assume quem vai fazer deste
estado o mais promissor da nação! Tenho dito! Aí, nessa hora, grita um gaiato
da plateia: - Ô, meu, onde é que tu tava esses anos todos, hem? Tuf! Um tiro no
próprio pé. Mais feliz ainda com o anúncio do Ministério da Educação de que
ninguém precisa mais estudar! Nunca vi tanta gente impando de satisfação, ainda
ontem eu vi um dizendo: - Eu mesmo, se soubesse quem inventou estudo, mandava
matar! Afora ser este país o último dos últimos: o último a abolir a
escravatura (e de quê jeito, hem?), o último a ficar independente, a se tornar
República (e que ré-pública!), só não é o pior em Educação porque ainda restam
o Haiti, Ruanda e Porto Príncipe, salvou-se da lanterninha. Ah, mas aqui é o
país do deixa pra lá ou, se tem que tomar providência que seja pra amanhã, que
hoje não dá! Está precisando? Vá ver se estou na esquina! Pois é, quem sabe, de
Brasil em Brasil a gente um dia faça um que preste, um que saiba porque a gente
escreve com “S”, enquanto o mundo todo só sabe com “Z”, e que mostre pra gente
como é que tudo foi de verdade! Porque o de agora, ah, não, parece que se a
gente deu uns dois ou três passos com um pinote pra frente, de um dia desses
pra cá deu uns trocentos pra trás, isso sem falar do cai-cai, do se segura que
lá vem queda, do balança quase cai, afora as prioridades mais duvidosas que
ninguém sabe se é enredo pros Irmãos Metralhas ou pro Ali Babá com seus mais de
quatrocentos e tantos ladrões. Entre gatunildos e ladronaldos, salva-se quem? O
que é certo é que tem muita gente que ainda não entendeu a fita, só se
perguntando: - O que é que tá havendo, hem? Como é mesmo? Sei que já tem gente
pedindo penico, outros tantos pedindo parada pra descer. Onde vai parar, ninguém
sabe. A sensação que fica é que a coisa vai desgovernada, só esperando o
desmantelo! Já que vai rachado no meio, um rachão a mais só aumenta a corda de
guaiamum, mais nada, rachado por um, rachado por mil. E tome bola pra frente
que o campeonato é só no tapetão e, por favor, que não venha alemão passear na
nossa frente que agora aqui tudo é perna-de-pau, avisei! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
GINÁSIO MUNICIPAL DOS PALMARES
[...] Naqueles tempos, no currículo existia a música
como disciplina obrigatória. O Ginásio teve mais de um professor de música. A
professora Celecina, o professor José da Justa e outros. Quando comecei a
ensinar, tínhamos como professor José da Justa. Além da cadeira de música ele
criou um orfeão. Foi muito importante para p Ginásio o orfeão de José da Justa.
Mais de uma vez exibiu-se em festas religiosas e cívicas, não somente em
Palmares, como em outras cidades vizinhas. Claro que sempre alcançou nota dez.
atualmente estamos procurando reviver o orfeão. Não sei se é coral ou orfeão a
designação atual. Sei que contamos com o velho mestre José da Justa, gerou da campanha da Princesa e
do atinado piston que toca como gente grande. Ao alinhavarmos a vida do Ginásio
temos que relatar fatos deploráveis e fatos mais ou menos jocosos. O que não
podemos é omiti-los sob pena de prejudicar a verdade. [...].
Trecho
do livro Contribuição à história do
Ginásio Municipal dos Palmares, do Professor Brivaldo Leão de Almeida, lançado pela Prefeitura dos Palmares, em
1992. Veja mais aqui e aqui.
A AMPLITUDE DA REEDUCAÇÃO – À medida que o cliente ganha a consciência e
a autocompreensão, dá-se uma alteração nítida do caráter da relação
terapêutica. O cliente fica sob menos tensão. Aborda com mais confiança os seus
problemas. Tenta com menos freqüência pôr-se na dependência do psicólogo e
mostra que trabalha melhor com ele. A relação torna-se mais genuinamente
cooperadora e em que ambos, consultor e cliente, analisam os próximos passos a
dar no sentido da maior independência do segundo. Como o cliente desenvolveu a
capacidade de se acietar como é, tem uma atitude menos defensiva e é capz de
apreciar de forma mais construtiva as sugestões e os conselhos, embora seja duvidoso
que se ganhe muito fazendo-lhe sugestões, mesmo nesta fase do tratamento. O cliente
tem, não raramente, necessidade de informação que o ajude a atingir os seus
novos objetivos e o psicólogo está apto a fornecer-lhe esse conhecimento ou
pode-se indicar outras fontes a que se dirigir. [...]. Trechos extraídos da
obra Psicoterapia e consulta psicológica
(Martins Fontes, 1987), , do
psicólogo norte-americano e criador da abordagem psicoterapeuta Terapia
Centrada na Pessoa, Carl Rogers (1902-1987). Veja mais aqui, aqui e
aqui.
CIDADANIA
& MOBILIDADE URBANA
– A primeira atitude a ser tomada em
respeito à cidadania é analisar como ocorre a mobilidade de sua cidade ou no
seu bairro. Isto permitirá que você comece a avaliar não apenas o comportamento
das outras pessoas mas também o seu comportamento no trânsito. A partir deste
conhecimento inicial você poderá rever o que acontece hoje e reorganizar a sua
participação no trânsito, de forma a torná-la mais “cidadã”. [...] Você vai se surpreender ao constatar que é
possível alterar seus hábitos com pouco de esforço e desta forma contribuir
para um trânsito mais seguro e ambientalmente saudável. [...]. Trechos
extraídos da obra Mobilidade urbana e
cidadania (Senac, 2012) do sociologo e engenheiro civil doutor em Políticas
Públicas, Eduardo Alcântara Vasconcellos. Veja mais aqui.
O PAÍS
DAS MARAVILHAS DE ALICE
- [...] ela imaginou como aquela sua
irmãzinha pequena, em algum tempo, ia se transformar em mulher feita. E como
ela guardaria, nos anos maduros, o coração simples e amoroso de sua infância. E
como reuniria em volta de si outras crianças, seus filhos, e faria seus
olhinhos ficarem brilhantes e curiosos, com muitas histórias estranhas, talvez
mesmo o sonho que tivera com o País das Maravilhas muito tempo antes. E como
ela sentiria todas as tristezas simples que eles sentissem e teria prazer com
todas as suas alegrias singelas, lembrando sua própria vida de criança e os
dias felizes de verão. Trecho extraído da obra Alice no País das Maravilhas (Ática, 1989), do escritor,
desenhista, fotografo e matemático Lewis
Carroll
(1832-1898). Veja mais aqui e aqui.
A
LOUCURA DO TRABALHO
- [...] a organização do trabalho exerce,
sobre o homem, uma ação específica, cujo impacto é o aparelho psíquico. Em
certas condições, emerge um sofrimento que pode ser atribuído ao choque entre
uma história individual, portadora de projetos, de esperanças e de desejos, e
uma organização do trabalho que os ignora. Esse sofrimento, de natureza mental,
começa quando o homem, no trabalho, já não pode fazer nenhuma modificação na
sua tarefa no sentido de torná-la mais conforme às suas necessidades
fisiológicas e a seus desejos psicológicos – isso é, quando a relação
homem-trabalho é bloqueada. [...] O
trabalho repetitivo cria a insatisfação, cujas consequências não se limitam a
um desgosto particular. Ela é de certa forma uma porta de entrada para a
doença, e uma encruzilhada que se abre para as descompensações mentais ou
doenças somáticas, em virtude de regras que foram, em grande parte, elucidadas.
[...] Considerando o lugar dedicado ao
trabalho na existência, a questão é saber que tipo de homens a sociedade
fabrica através da organização do trabalho. Entretanto, o problema não é,
absolutamente, criar novos homens, mas encontrar soluções que permitiriam pôr
fim à desestruturação de um certo número deles pelo trabalho. Trechos
extraídos da obra A loucura do trabalho:
estudo de psicopatologia do trabalho (Cortez/Oloré, 1987), do psiquiatra e
psicanalista francês especialista em medicina do trabalho, Christophe
Dejours.
Veja mais aqui.
ANSIEDADE
& OS DIAS DE HOJE
- [...] Todas as ansiedades que atribulam
a vida do ser humano, em geral, são aquelas que podem ser atribuídas ao
fracasso da pessoa em estar certa de algum, valor que perdurará, a despeito do
que mais possa acontecer. As incertezas, medos, preocupações, superstições e
outros problemas, existentes na vida das pessoas, devem-se principalmente ao
fato de que a pessoa está sob a impressão de que aquilo que tem valor para ela
pode lhe ser arrebatado. Em tais circunstâncias, ela sente-se frustrada e tem a
sensação de que nada lhe pode dar apoio em momento de necessidade para se
adaptar a um ambiente novo ou modificado. O que o indivíduo precisa é de um
senso de valores que não esteja relacionado com as ansiedades que atribulam
cada dia. Esses valores terão de ser valores que não pertençam ao mundo
material. São valores do espírito, aqueles que vêm da própria força vital que,
afinal, é a essência do homem. [...] Parece-me
que as ansiedades do dia-a-dia nos acompanharão por toda vida. Não nos livramos
delas; aprendemos a viver com elas e delas. Somente a paciência e a
perseverança ocasionarão esse fim almejado. [...] Esse deveria ser o objetivo da vida, ir mais longe do que jamais
acreditamos ser possível. Precisamos não só nos dirigir para o crescimento como
também temos de fixar metas e ideais que estão muito além de nosso alcance no
mento, mas rumo aos quais nos podemos dirigir, lembrando que a paciência e a
perseverança são as chaves. Essas metas ajudarão a aliviar as ansiedades que
nos atribulam a vida. Trechos extraídos da obra Ansiedade: um obstáculo entre o homem e a felicidade (Renes, 1978),
do escritor e pesquisador místico estadunidense Cecil A.
Poole
(1907-1989). Veja mais aqui.
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CANÇÃO AO AMANHECER
Entre as chuvas e o Sol
Este canto tão puro,
Esta língua de fogo,
Estes vulcões ocultos,
Este veludo claro,
Estas palavras secas,
Esta colina aérea,
Este sol cor de seda,
Esta luz nas varandas,
Esta fala dos deuses,
Esta fome de canto,
Fome de canto ou sede?
Cabelos de cristal,
Alamedas de estrelas,
Brancas barbas de sal,
Alvas asas lhes selam,
Olhos fluviais nos lagos
Da face, fitam o mar,
O tempo sem correnteza
Está sempre a passar.
Poema
extraído da obra O arranha-céu e outros
poemas (Tempo Brasileiro, 1994), do poeta, jornalista, professor e crítico
literário Cesar Leal (1924-2013).