Ainda
ontem semeava futuro tropeçando no presente.
Distâncias
sem fim e o triz nas perdas do tempo que sangram escombros de agora.
Sou rios
das terras que deixei e deságuam na minha solidão.
Mais que
nunca a voz ao muro, como um pé na porta e a fuga do frio.
Há muito
mais que olhar pros lados e ver apenas o que está visível.
Intenções
ignoradas, afetos roubados, emoções escondidas, eu sinto mesmo pelas costas o
abraço: da janela insone sou a chuva na madrugada.
É tudo o
que tenho e me valho não ter outra opção.
Aponto
adiante, passos de esperança como o dia que teima amanhecer.
Se não
tem jeito, está feito, sou o que ficou de quem partiu entre estrelas, olhares,
errâncias, entre lapsos e lembranças, coisas que esqueci e não,
Voo
colhendo sonhos nos galhos da vida.
VOLTANDO ÀS RAÍZES PRA RECOMEÇAR DO ZERO DE NOVO! – Lá vou eu fazendo o caminho de volta, como se
fosse raiz que a semente gorou no meio do dia feito de escuro no inverno. Sigo
em frente, mesmo que não saiba se chego ou parto, sei que ardo como quem
sucumbe à febre eterna de amar. Lá vou eu beira de rio, vida de mato, a
reaprender do amargo no canavial, lições pra quem tanto fez e não deu nada:
murros n’água, subindo ladeira pra lugar algum, a seguir o dedo sem direção na
itinerância de quem perdeu o chão e vai ao vento ao sabor da correnteza, como a
aprender com as estrelas de céu algum, a renascer nas esquinas exorcizando
sonhos de olhos abertos e a inventar a vida às mãos vazias. Sigo rédeas soltas,
tez afoita rente à vida, moita adentro lida louca, alma outra, só relento. Sigo
no peito e na raça, no meio da sorte ou de outra desgraça que vem sem aviso e a
remoer, como se isso valesse entender. Lá vou eu topando breu enquanto o dia é
outra agonia que à noite imensa é só revelia. Lá vou eu com o que é meu pelas
mesquinharias que sacodem pra fora do lance, pelas patifarias que golpeiam
destinos pra aumentar no peito a rebeldia. Lá vou eu noutras voltas, cheio de
nó pelas costas, pro que der ou vier, por bem ou por malmequer, pelas raias dos
ventos e haja o que houver até que a vida se esvaia na navalha do tempo. Vou
ali volto já. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
Imagem: Between War and Dream, do pintor, artista gráfico,
ilustrador e escultor eslovaco Vincent
Hložník (1919-1997).
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Penedo,
às margens do São Francisco, Pequena história da formação social brasileira de Manoel
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de Denis Diderot, Erotique & Claudia Ohana, a pintura
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PRINCÍPIO
DO PRAZER DE LUCIAH LOPEZ
Quando eu fui poesia
naveguei no jardim de anêmonas
cavalguei cavalos marinhos
me vesti de rendas de espuma
enfeitei os cabelos com conchas e corais
cavalguei cavalos marinhos
me vesti de rendas de espuma
enfeitei os cabelos com conchas e corais
Quando eu fui poesia
vi o sol e a lua sobre o mar
contei estrelas no céu___colhi estrelas no mar
vi o sol e a lua sobre o mar
contei estrelas no céu___colhi estrelas no mar
Quando eu fui poesia
corri léguas marinhas, profundezas abissais
tormentas, vastidões de silêncio e luz
(me fiz grande e me descobri pequena)
corri léguas marinhas, profundezas abissais
tormentas, vastidões de silêncio e luz
(me fiz grande e me descobri pequena)
Quando eu fui poesia
entendi o segredo da concha vazia
o poderio e a glória de navegar
o mundo submerso.
entendi o segredo da concha vazia
o poderio e a glória de navegar
o mundo submerso.
Princípio do prazer, poema/arte
da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez.