DIAS & NOITES A FIO – Noites e
dias a fio, a minha teia de Penélope pelo fio de Ariadne, passo a passo
inventando sonhos na urdidura dos dias, nos labirintos da noite, entre telhados
e luas na procela das horas. Aos indiferentes minha saudação e muito obrigado. Aos
renitentes, eu aceno: sigam em paz. Aos que não sabem com seus olhares perdidos
e mãos à cabeça, sou solidário. Histórias sem fim emolduram o presente, vou
entre sarcasmos e risos acanhados como quem estivesse pronto para dar conta do
recado e não estava, como quem tivesse poupado quando todos necessitavam, como
quem resistiu à tentação das seduções diabólicas de vender a alma e sair
debulhando um a um dos que achava odientos ou praticantes nefandos de heresia,
como quem resistisse às duras penas e mesmo sangrando escoriações do tempo,
chegasse ao destino que jamais soubera, com a vida sobrecarregada de
lugares-comuns na teimosia de competir contra o mundo inteiro, não logrando
êxito e ainda conseguir sorrir. Tanto faz como tanto fez, quando o firme é mais
que falso, não faz a menor diferença se entre ruínas e trivialidades, remorsos
não saram feridas: é lamber os talhos e seguir adiante até o fim da linha,
saindo ou não dos eixos, aos descompassos, fio de prumo no desnível, como quem
vive no mundo da lua e à beira vertiginosa e abissal das iminentes quedas ao
fundo do poço, cavernas que criei para inventar o Sol, porque toda ida é sempre
volta no contorno das pedras. Se eu tivesse mais uma chance, seria mais que o
improvável, não seria nada de mais ou de menos, o olho erra o alvo e acerto
quando menos aprumo. Apenas vivo no presente, tudo passa e fiquei só dias e
noites a fio. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.
ESTABELECIDOS & OUTSIDERS DE NORBERT
ELIAS
[...] O grupo estabelecido tende a atribuir ao
conjunto do grupo outsider as características ‘ruins’ de sua porção ‘pior’ – de
sua minoria anômica. Em contraste, a auto imagem do grupo estabelecido tende a
se modelar em seu setor exemplar, mais ‘nômico’ ou normativo – na minoria de
seus melhores membros [...] A peça
central dessa figuração é um equilíbrio instável de poder, com as tensões que
lhe são inerentes. Essa é também a pré-condição decisiva de qualquer
estigmatização eficaz de um grupo outsider por um grupo estabelecido [...] quando o diferencial de poder é grande e a
submissão inelutável, vivenciam afetivamente sua inferioridade de poder como um
sinal de inferioridade humana [...].
Trechos
de Os estabelecidos e os outsiders, do
sociólogo alemão Norbert Elias (1897-1990), extraído da obra Os estabelecidos e os outsiders: sociologia
das relações de poder a partir de uma pequena comunidade (Zahar, 2000), de
Norbert Elias e Johan L. Scotson, abordando sobre as relações de poder em uma
cidade interiorana da Inglaterra, com análise de questões como a violência, a
discriminação e a exclusão social. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
Veja
mais sobre:
Entre
topadas e sonhos, A poesia completa de Ledo Ivo, Esferas de Peter Sloterdijk, Linguagem poética de
Jean Cohen, a música de Miguel Álvarez-Fernández, a coreografia de Pina Bausch & a pintura de María Blanchard aqui.
E mais:
Brincarte
do Nitolino, Holismo & evolução de Jan Christiaan Smuts, a poesia de Joseph
Brodsky, a música de Bob Dylan, o
teatro de Gianfracesco Guarnieri, o cinema de Leon Hirszman, a pintura
de Jacopo Pontormo & a arte
de Helena Ranaldi aqui.
Finanças
públicas aqui.
Sulina, a opulência da beldade, Viventes das Alagoas de Graciliano
Ramos, Mídia & cultura de Douglas Kellner, a música de Ronaldo
Bastos, o pensamento de Horácio, Rede de Arame de Wanda Cristina da Cunha, o teatro de Lavinia Pannunzio & Regina França, o cinema de Andrew
Niccol Uma Thurman, a pintura
de André Derain & Cindy Sherman, Todo dia é dia da mulher & a
arte de Thaís Motta aqui.
Todo dia
é dia da mulher, a literatura de Mário Quintana, Os contos tradicionais
de Luís da Câmara Cascudo, o pensamento de Voltaire, A
comunicação de Juan Diaz Bordenave, o teatro de Sérgio Roveri & Tuna Dwek, o cinema
de François Truffaut & Jeanne
Moreau, a música de Daniela Spielmann, a poesia de
Gerusa Leal, a pintura de Anita Malfatti & Hans
Temple aqui.
A mulher
na antiguidade, Berenice de Edgar Allan Poe,
O fio da navalha de Louise Glück, A quântica de Max Planc, O diário de
Adão & Eva de Mark Twain, Foco & sucesso de Daniel Goleman, a música de
Shirley Horn, o cinema de Alain Berliner & Demi Moore, a arte de Alessandra
Cavagna, a pintura de Edouard Manet & a gravura de Johann
Theodor de Bry aqui.
Leolinda
Daltro & Todo dia é dia da mulher aqui.
A mulher
nos primórdios da humanidade, A mulher grega de Friedrich Engels, A época
da inocência de Edith Wharton, Sou a flor de Maria Polydouri, Virginia Woolf
& Paula Picarelli, a música de Sainkho Namtchylak, o pensamento de Horácio
& Jean de La Fontaine,
o cinema de Michael Haneke & Juliette Binoche, A instrução dos amantes de Inês
Pedrosa, a pintura de Jean-Léon Gérôme & a arte de Hanna Cantora aqui.
Derluza
& a saúde na Justiça, Jardim morto de Federico García Lorca, Filosofia na alcova de Marquês de Sade, a poesia
de Robert
Burns, O sexo na História de Reay Tannahill, a música de Radamés Gnatalli & Fernanda Chaves
Canaud, o pensamento de Virgílio, o cinema de Jean-Luc Godard, a pintura de Sebastian
Llobet Ribas, a arte de Jules Ralph Feiffer & Chilica Contadora de Histórias aqui.
A mulher
na Roma Antiga, Uma rosa para Emily de William Faulkner, A
mulher e o patriarcado Helena Iara Bongiovani Saffioti, a música de Jacqueline Du Pre, o pensamento de Victor Hugo, Elizabeth Short & Mia Kirshner, a arte
de Carmen Tyrrel, a escultura de Jean-Baptiste Pigalle, Lenita Estrela de Sá
& Lia Helena Giannechini aqui.
As duas
mortes de Dona Zezé, Violência contra a mulher de Maria Amélia
de Almeida Teles e Monica Melo, a música de Jane Birkin, o pensamento de Jacques-Antoine-Hyppolyte,
a pintura de Rafael Hidalgo de Caviedes, a poesia de Diva
Cunha, o teatro de João Caetano dos Santos, o cinema de Joel Coen & Frances McDormand, a arte de Frank
Miller & Maria de Medeiros, Fernando Fiorese, Regina
Souza Vieira & Deize Messias aqui.
A mulher
no Cristianismo, O caso das camas de Fernando Sabino, A responsabilidade dos relacionamentos afetivos
de Ana Cecília Parodi, a música de Francisco Mignone
& Lilian Barreto, a poesia de Germana Zanettini, o teatro de Adrienne
Lecouvreur, o cinema de Júlio Bressane & Bel Garcia, Teodora & Marózia, a arte de Rodrigo Luff &
Manoela Afonso aqui.
As sombras
de Gilvanícila, O barão de Itararé de Fernando de Brinkerhoff Torelly, a música
de The Dresden Dolls, o pensamento de Juvenal
& Voltaire, Heloisa de Paráclito, a
poesia de Claudia Pastore, o teatro de Mademoiselle Clairon, o cinema de Rainer Werner Fassbinder & Rosel
Zech, a pintura de Ângelo Cantú, a arte de Demócrito
Borges & Isabela Morais aqui.
A mulher
da Idade Média, A cidade de Ulisses de Teolinda Gersão, Mulher
& gênero de Cecília Toledo, Ser humana de Marcia Moraes, a música de Johann
Joachim Quantz & Verena Fischer, a literatura de Naoki Higashida, o teatro
de Marie
Dumesnil, o cinema de Fritz Lang & Anne Baxter, a pintura de Georges
Rouault & Siron Franco, Benita Prieto & Maisa Vibancos aqui.
Mulher
& Solidariedade, A mulher medieval de Andreé Michel, o
teatro de Mademoiselle Mars, a música de Joyce, o pensamento de Sêneca, O
florista de Nilza Amaral, O Tristão de Dilercy Adler, o cinema de Neil Jordan
& Ruth Negga, a pintura de Paulo Paede, a arte de Julia Crystal & Claudinha
Cabral aqui.
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quando o Brasil dá uma demonstração de que deve mesmo ser levado a sério aqui.
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O APRENDIZ DE GERARDO MELLO MOURÃO
Não mais a Musa não mais
Teresa ou Isabel
e o príncipe devasso?
e o domador de fêmeas?
e o pretendente e o palácio
da mulher de Ulisses?
Galerias de cal
no hospital de Cleveland:
no hospital de Cleveland:
Enfermeiras e a neve e o ouro desses cabelos
e a bainha engomada dessa roupas de linho
por cama e câmara esvoaçam
aprendizes de anjo;
na boca morde termômetro de vidro
aprendiz de defunto.
O aprendiz,
poema extraído da obra Cânon & fuga (Record, 1999), do poeta, jornalista,
tradutor e biógrafo Gerardo Mello Mourão
(1917-2007). Veja mais aqui.
CANTARAU:
VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra:
As bailarinas
do fotógrafo Alex
Krivtsov.
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.