ENCONTRO AMANTE - Imagem: arte da poeta,
artista visual e blogueira Luciah Lopez
- Minhas mãos atormentadas buscam a sua presença enquanto recito a Elegia: indo ao leito, de Donne, e ei-la
nua e linda diante dos meus olhos arregalados qual Safo a transpirar sedução. Não
há como evitar e beijo-lhe os lábios ardentes e minhas mãos à face exposta ao
anelo, adivinhando o semblante afogueado de quem faz como quem gosta e me
aperta contra o peito a me corresponder aos beijos tantos, como se não mais
houvesse tempo a perder ao abraço eterno. Alcanço-lhe o aroma na curva do
pescoço, minha língua ao ombro acetinado, roçando-lhe a nuca ao arrepio e sinto-lhe
as têmporas me envolvendo com seus ardores. O seio à mão acariciante,
comprimido à palma a me dar o percurso dos braços requerentes e o frescor de sua
nívea carne no esplendor da nudez, carnadura pros meus dentes na sua alvura
aveludada, tudo tão louvável quanto oferecido, a se fazer alta pra minha
adoração. Beijo-lhe os pés e a minha errante mão toma-lhe o calcanhar
imobilizada, percorro entre as pernas adentrando seu joelho que arqueia e
apalpo suas coxas, seguindo como lhe apraz na penetração do seu mistério, e alcanço
o seu monte em brasa quebrantada de assaz prazer e a seu contento, a me dar
quartel requestada, sirvo-me ao paladar de todo seu poderio ventral, acometido
de prazer no seu rancho, suas orlas e margens, todas as suas paragens, seus
flancos macios a remir repleta de amavios por seus quadris, tomo da cintura e
sinto ao toque o calor de suas entranhas ígneas, em luta redobrada e qual navegante
astuto, frente a frente, terra à vista, minha América, o reino de paz, a sua
mina preciosa e o meu império, meu selo gravo a conquista e toda minha sem
penitência nem decência, chegou ao céu cintilante que desvela o branco véu da
sua nudez a me apossar da sua entrega derramada em torpor. Empunho a minha vela
acesa, persigo suas veredas servindo-me parelha pra ser bem servida, apetecida,
pra saborear suas vinhas ao se inclinar sobre o leito e a desfrutar da
ondulação de suas ancas primorosas de bailarina lasciva, nas quais agarro e
seguro firme cravando meus dedos nas suas costelas e recuo sem evasiva e
retorno cavaleiro valoroso, indo e vindo no prazer que provém do corpo nu para minha
honra abonada a gosto de quem se faz amante, a minha liberdade escravizada em
sua esbelta compleição, arrancando-lhe as restrições, interditos, a ser-me
ousado por seus vãos, desvãos, senões, para ser-me inteira sideral, entregue
constelada com a vulva cremosa purgando-se da clausura e o meu membro alçado
para arregaçá-la sobre o seu ventre, a chave certa pro segredo do seu cofre,
pernas entre pernas atrevidas e a fenda portentosa que quer ir além, nada
detém, sua mão provocadora conduz meu emblema viril e pulsante, a sua voz como
quem goza pra me incendiar com a sua erupção e dentro dela esguicho a delícia de
gozar no seu paraíso e a me fazer imortal vertendo a seiva do prazer no templo
do amor. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.
PAIXÃO DE APRENDER & CONHECER O MUNDO
Todo fazer pedagógico nasce de um sonho.
Sonho que emerge de uma necessidade, de uma falta que nos impulsiona na busca
de um fazer. Sonhamos porque vivemos alimentados por nossas faltas... Num
primeiro movimento desse sonhar pedagógico o ingrediente básico – porque ainda
não iniciamos o fazer – é a idealização: capacidade de imaginar, idear,
projetar fantasias, planejar idéias a serem executadas. Ou seja, faz parte do
planejar a ação de sonhar que, neste primeiro movimento, ainda não está no
plano das idéias, das hipóteses que estruturarão a ação pedagógica. No contato
com a realidade pedagógica o mundo do sonho planejado, idealizado, pode sofrer
choques (grandes ou pequenos, fracos ou fortes, em sintonia ou dessintonias)
onde emerge um segundo movimento que é o do desilusionamento. Podemos ter duas
possíveis reações no contato com esse movimento: ou caímos numa atitude
pessimista, desesperançosa, fatalista ou incorporamos esse movimento como
elemento constituidor do sonhar. Pois, é do sonho que construímos um fazer,
“chegamos” a realidade e, é na realidade, tendo nosso sonho como parâmetro, que
poderemos trabalhar o enfrentamento do idealizado, do fantasiado, do imaginado
com o real. Para, assim, começarmos a nos instrumentalizar para a construção de
um sonho mais real – adequado à realidade; agora não a realidade imaginada,
fantasiada, mas a real. Será no fazer desse processo de sonhar – planejar –
idealizar – desilusionar–se e reconstruir o sonho mais perto do possível, do
realizável, nos limites que a realidade nos impõe, que poderemos agilizar em
nós: Você não deve pensar: Eu não consigo, pois sonhar é fácil, mas, exige o
exercício constante da persistência, da perseverança para a construção do rigor
na ação do refletir – estudar – planejar – avaliar, na recriação permanente do
sonho desejado; para que seu planejamento seja produto final conquistado. [...].
Trecho do
artigo Planejamento: sonhar na
ação de planejar, da professora, arte-educadora e pedagoga, Madalena Freire, autora das
obras A paixão de aprender (Paz e
Terra,. 1984) e Paixão de conhecer o
mundo (Paz e Terra, 1983). Veja mais aqui.
Veja
mais sobre:
As
flores maio, Os cantos de Ezra Pound, O poço dos
milagres de Carlos Nejar, Neurociências, a música de Marku
Ribas, a pintura de Fernand Léger, a fotografia de Waclaw Wantuch & a arte de Luciah Lopez aqui.
E mais:
Albert Einstein, Quatro paredes de Jean- Paul Sartre, Indícios de oiro de Mário Sá-Carneiro, Liberdade
de pensamento de Fichte, By by Brasil
de Cacá Diegues, a música de B.
B. King, a pintura de Jacob
Jordaens & Programa Tataritaritatá aqui.
Carlo,
uma elegia, a pintura de Edvard Munch
& Zine Tataritaritatá aqui.
Direitos
fundamentais e a Constituição Federal aqui.
A
educação nos anos 70 e as desigualdades sociais aqui.
Renuído
& IV Feira de Música, Viventes das Alagoas de Graciliano Ramos,
Os cantos de Gonçalves Dias, Cibertextualidade de Lucia Santaella, O segredo de Rhonda
Byrne, o teatro de Martins Pena, a música
de Marianne Rosenberg, a pintura de Domingos Sequeira, a arte de Randy Bordner,
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fábulas de Jean de La Fontaine, a
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Góes, o cinema de Woody Allen, As
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Galvão – Pagu & Todo dia é dia da mulher aqui.
Serenar
& Crônica de amor por ela, Tantas florestas de Jacques Prévert, Margarida La Rocque de Dinah Silveira de Queiroz, Sussurros do eu interior de Validivar, A
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cinema de Wong Kar-Wai & Shirley Kwan, a pintura de Agi Strauss, a música
de Elisete Retter & Lilian Pimentel aqui.
Ana Lins,
a Revolução de 1817 & Todo dia é dia da mulher aqui.
Fonte
& Crônica de amor por ela, Amor nos tempos de cólera de Gabriel García Márquez, O poema e arte
de Paul Éluard, Amor & Sexo de Alan Watts, Carmina Burana de Carl Orff, A poesia erótica de José
Paulo Paes, Apocalipse de Fernando Bonassi, o pensamento de Michel de Montaigne,
o cinema de Ingmar Bergman & Birgitta Valberg, Kabuki de Maurice
Béjart & o trabalho educativo de Rachel Lucena aqui.
&
A ARTE DE BILL EVERETT
A arte
do cartunista estadunidense Bill Everett
(1917-1973), criador de historias em quadrinhos de sucesso. Veja mais aqui,
aqui, aqui, aqui e aqui.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
hoje eu acordei
a um voo
das minhas asas.
sem que
eu pudesse alçar a liberdade
daqueles
dias onde era impossível não ser feliz!
hoje eu
acordei assim________________pássaro de mim!!
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.