sexta-feira, maio 19, 2017

A PAIXÃO DE MADALENA FREIRE, A ARTE DE BILL EVERETT & ENCONTRO AMANTE


ENCONTRO AMANTE - Imagem: arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez - Minhas mãos atormentadas buscam a sua presença enquanto recito a Elegia: indo ao leito, de Donne, e ei-la nua e linda diante dos meus olhos arregalados qual Safo a transpirar sedução. Não há como evitar e beijo-lhe os lábios ardentes e minhas mãos à face exposta ao anelo, adivinhando o semblante afogueado de quem faz como quem gosta e me aperta contra o peito a me corresponder aos beijos tantos, como se não mais houvesse tempo a perder ao abraço eterno. Alcanço-lhe o aroma na curva do pescoço, minha língua ao ombro acetinado, roçando-lhe a nuca ao arrepio e sinto-lhe as têmporas me envolvendo com seus ardores. O seio à mão acariciante, comprimido à palma a me dar o percurso dos braços requerentes e o frescor de sua nívea carne no esplendor da nudez, carnadura pros meus dentes na sua alvura aveludada, tudo tão louvável quanto oferecido, a se fazer alta pra minha adoração. Beijo-lhe os pés e a minha errante mão toma-lhe o calcanhar imobilizada, percorro entre as pernas adentrando seu joelho que arqueia e apalpo suas coxas, seguindo como lhe apraz na penetração do seu mistério, e alcanço o seu monte em brasa quebrantada de assaz prazer e a seu contento, a me dar quartel requestada, sirvo-me ao paladar de todo seu poderio ventral, acometido de prazer no seu rancho, suas orlas e margens, todas as suas paragens, seus flancos macios a remir repleta de amavios por seus quadris, tomo da cintura e sinto ao toque o calor de suas entranhas ígneas, em luta redobrada e qual navegante astuto, frente a frente, terra à vista, minha América, o reino de paz, a sua mina preciosa e o meu império, meu selo gravo a conquista e toda minha sem penitência nem decência, chegou ao céu cintilante que desvela o branco véu da sua nudez a me apossar da sua entrega derramada em torpor. Empunho a minha vela acesa, persigo suas veredas servindo-me parelha pra ser bem servida, apetecida, pra saborear suas vinhas ao se inclinar sobre o leito e a desfrutar da ondulação de suas ancas primorosas de bailarina lasciva, nas quais agarro e seguro firme cravando meus dedos nas suas costelas e recuo sem evasiva e retorno cavaleiro valoroso, indo e vindo no prazer que provém do corpo nu para minha honra abonada a gosto de quem se faz amante, a minha liberdade escravizada em sua esbelta compleição, arrancando-lhe as restrições, interditos, a ser-me ousado por seus vãos, desvãos, senões, para ser-me inteira sideral, entregue constelada com a vulva cremosa purgando-se da clausura e o meu membro alçado para arregaçá-la sobre o seu ventre, a chave certa pro segredo do seu cofre, pernas entre pernas atrevidas e a fenda portentosa que quer ir além, nada detém, sua mão provocadora conduz meu emblema viril e pulsante, a sua voz como quem goza pra me incendiar com a sua erupção e dentro dela esguicho a delícia de gozar no seu paraíso e a me fazer imortal vertendo a seiva do prazer no templo do amor. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.

PAIXÃO DE APRENDER & CONHECER O MUNDO
Todo fazer pedagógico nasce de um sonho. Sonho que emerge de uma necessidade, de uma falta que nos impulsiona na busca de um fazer. Sonhamos porque vivemos alimentados por nossas faltas... Num primeiro movimento desse sonhar pedagógico o ingrediente básico – porque ainda não iniciamos o fazer – é a idealização: capacidade de imaginar, idear, projetar fantasias, planejar idéias a serem executadas. Ou seja, faz parte do planejar a ação de sonhar que, neste primeiro movimento, ainda não está no plano das idéias, das hipóteses que estruturarão a ação pedagógica. No contato com a realidade pedagógica o mundo do sonho planejado, idealizado, pode sofrer choques (grandes ou pequenos, fracos ou fortes, em sintonia ou dessintonias) onde emerge um segundo movimento que é o do desilusionamento. Podemos ter duas possíveis reações no contato com esse movimento: ou caímos numa atitude pessimista, desesperançosa, fatalista ou incorporamos esse movimento como elemento constituidor do sonhar. Pois, é do sonho que construímos um fazer, “chegamos” a realidade e, é na realidade, tendo nosso sonho como parâmetro, que poderemos trabalhar o enfrentamento do idealizado, do fantasiado, do imaginado com o real. Para, assim, começarmos a nos instrumentalizar para a construção de um sonho mais real – adequado à realidade; agora não a realidade imaginada, fantasiada, mas a real. Será no fazer desse processo de sonhar – planejar – idealizar – desilusionar–se e reconstruir o sonho mais perto do possível, do realizável, nos limites que a realidade nos impõe, que poderemos agilizar em nós: Você não deve pensar: Eu não consigo, pois sonhar é fácil, mas, exige o exercício constante da persistência, da perseverança para a construção do rigor na ação do refletir – estudar – planejar – avaliar, na recriação permanente do sonho desejado; para que seu planejamento seja produto final conquistado. [...].
Trecho do artigo Planejamento: sonhar na ação de planejar, da professora, arte-educadora e pedagoga, Madalena Freire, autora das obras A paixão de aprender (Paz e Terra,. 1984) e Paixão de conhecer o mundo (Paz e Terra, 1983). Veja mais aqui.

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A ARTE DE BILL EVERETT
A arte do cartunista estadunidense Bill Everett (1917-1973), criador de historias em quadrinhos de sucesso. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
  
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra:
hoje eu acordei
[ ! ]assim, meio pássaro
sentindo a linha do horizonte
(...) bem aqui,
a um voo das minhas asas.
sem que eu pudesse alçar a liberdade
daqueles dias onde era impossível não ser feliz!
hoje eu acordei assim________________pássaro de mim!!
Imagens & poema: arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez.
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