O MUNDO TODO
CABE EM UM ATO DE PAZ - Imagens: arte do
escultor e artista visual estadunidense Paul
Vilinski - A despeito do que possa me valer desse minifúndio que ocupo pras
minhas ruminantes tentativas ineptas na fonte das intuições, e pro oficio de
aprender e descobrir entre a sinceridade e o fingimento, tenho sempre, pra mim,
nas minhas leréias de acaciano, que sou capaz de fazer pedras mexerem no
quintal ou peixes fisgarem a minhoca do anzol nas pescarias que nunca faço. Evidente,
sempre fui mais propenso a cometer que evitar. Â beira da doidice carrego zis
dúvidas e quase nenhuma hipótese: vou até onde só a coragem chega pra saber que
não tenho a mínima salvação - como se procurasse um novo código de conduta no
desacato. Mesmo que não se espere lá muita coisa, vou munido das maiores
expectativas e a impossibilidade de dar certo, ou quase. Vingo, ou tento. Nem
sempre o riscado sai como o planejado e sou mais um entre os criadores de
monstrengos inúteis no reino dos protozoários e dos descartáveis. Valho-me da
antítese entre ter o que dizer e não. Outsider? Melhor ovelha negra ou patinho
feio mesmo, porque se não me dava conta das vilanias e seus correlatos nos
arredores, coexistia com cobras e lagartos sem distingui-los, um flerte com o
perigo muito de perto. E nem morri, ainda. Dou munição pro inimigo: um pouco de
vergonha compensaria os meus maus procedimentos, o que já seria um grande
passo, talvez, que seja, pras minhas próprias implicâncias com os limites do
que se pode chamar de tolerância: quais limites pro asneirol, pro frenesi dos
umbigos, pra espetacularização do ínfimo, pro homogêneo jeito dos enturmados,
pras sacanagens dos políticos, oh, não!?! Ah, um doido a mais, nada mais. Se me
dou por perdido por conta dos resultados dos meus paradoxos e irresoluções, mais
por meu desmedido açodamento e explosivo despudor, de sobremesa, sirvo os
cacoetes da ourivesaria maldita dos meus devaneios na minha ascese diante do
desconhecido ou incerto no espelho da identidade perdida, como quem sempre foi
punido com irrestrito rigor. Se o prazer é ou não perda de tempo, são outros
quinhentos; se creia ou não, do que faço e digo, eu sei ars longa, bellum brevis, só um pretexto: o mundo todo cabe em um
ato de paz. © Luiz Alberto Machado.. Veja mais aqui.
Curtindo a música do cantor e compositor Cláudio Nucci.
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