O MELHOR DO DIA
DO HOMEM É SABER QUE TODO DIA É DIA DA MULHER - Para glosar mote certeiro, vou sair já de peão: jogando
no tabuleiro, geme o rico, o moço e o velho, gemem sem ter paradeiro. E o
miserável do pobre, ai! Ui! Ui! Ui! Esse geme o tempo inteiro. Depois dessa
gemederia, outro peão é jogado: e o pecado do perdão, volto o perdão no pecado.
Isso é que é mourão voltado, isso é que é voltar mourão. Outro e mais outro mourão,
vou arrumando ali a sela, amonto probo o alazão, vai ligeira, vai parcela, findo
nos oito pés de quadrão: quando eu disser que é meia quadra, diga que é quadra
e meia, quando eu disser quadra e meia, você diz que é meio quadrão. Outro peão
no tabuleiro, outra casa vou pular: um galope à beira mar faz cantar o violeiro
a maior das cantorias: se eu deixar de cantar, morro de fome, que a cantiga é
meu pão de cada dia. Se avie outro peão, o quarto pro tirinete: vai martelo na
função, embolada ou gabinete. Outro ginete soberano, sacado pra essa função,
com rojão pernambucano ou dez de adivinhação. Um quinto peão no lembrete, cantador
de goteira sem vintém: quem não canta gabinete, não é cantor pra ninguém. Solta
um bispo na lapada, taboada miúda no jejum: quinze, treze, onze, nove, sete,
cinco, três e um. Bota mais peão na trilha, solta a toada no festim: apruma
direito a carretilha que quebra cabeça é assim. Não arme a sua rede, nem abra para
um trem, puxe a rima no balaio e a torre na parede que tem: cantar um pé
quebrado, não é bom para ninguém, se for, vá envergonhado, que aqui vou mais
além! O último peão na jogada que não sou nenhum freguês: vamos ver se você
canta nove palavras por três! Um bispo aprumando certo pra viola não emborcar:
ai, d-a, dá! O que é que vai, não chega, nunca acaba de chegar? Com a torre dá um
blefe, festa já de campeão: Jesuino já morreu, acabou-se o valentão, morreu no
campo da honra sem se entregar à prisão! Não amanso a viola, a rainha é da vez:
Já ensinei aos meus cabras a comer de mês em mês, beber água por semestre,
dormir no ano uma vez, atirar em um soldador e derrubar dezesseis! Se o
trabalho está feito no fandango ou marujada, o rei não pode esperar, o xeque
mate na parada! E nessa vida moribunda, uma coisa faz alarde: é mais fácil
chegar segunda, do que findar sexta essa tarde! É que toda sexta de tarde, a
vida então entronca: é quando aparece um traste com o pior de toda bronca! De
Leandro a lição, de Patativa o traçado, dos Batistas a louvação, de Oliveira o
marcado, de Bentevi a porteira, findei cantador de goteira, poeta d’água doce
lascado! E se hoje é Dia do Cordelista, é dia de festa pra minha homenagem! Ainda
mais é o Dia Mundial do Xadrez e da Bandeira do Brasil, o estandarte da nossa
Nação. Também é Dia Mundial da Prevenção a Violência Doméstica contra Crianças
e Adolescentes: tá na hora da gente aprumar essa conversa, caboré! Mas só de
uma coisa eu tenho a certeza: que o melhor do Dia Internacional do Homem é
saber que todo dia é Dia da Mulher! © Luiz Alberto Machado.. Veja mais aqui e aqui.
Veja mais sobre:
Vamos aprumar a conversa, Ariano Suassuna, Elomar Figueira de Mello & Camerata
Kaleidoscópio, Luís da Câmara Cascudo, Leandro Gomes de Barros, Cantadores de
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&
DESTAQUE: FRANCISCO MILANI
No final dos anos 1980, tive a grata
satisfação de recepcionar e entrevistar o ator, humorista, dublador e político Francisco Milani (1936-2005), na minha
terra natal. Na ocasião, pude, ao lado do amigo Carlão Henrique, apresentar pra
ele as belezas, a literatura e as artes do povo da terrinha, até tomar umas
cervejas no saudoso bar do Rosalvo, na Cohab-I. Por conta da entrevista, pude
saber que ele iniciou a carreira atendendo convite do dramaturgo Oduvaldo
Vianna Filho, quando começou a trabalhar no Centro Popular de Cultura (CPC), na
União Nacional dos Estudantes (UNE). Perseguido pela ditadura militar,
interrompeu sua carreira e se tornou caminhoneiro, até retornar à arte anos
depois. Ele participou de filmes como Terra em Transe (1967), entre outros, até
participar dos programas televisivos Armação Ilimitada, Viva o Gordo de Jô
Soares, Chico Anysio Show, Zorra Total, A Grande Família, Casseta & Planeta
e Escolinha do Professor Raimundo. A saudade traz essa homenagem.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: xilogravura do pintor, desenhista e gravurista Gilvan Samico (1928-2013).
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra, Paz no Brasil:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.