terça-feira, novembro 29, 2016

HANNAH ARENDT, ALEX GREY, CAROL SABOYA, BRASILEIRO & FECAMEPA


O QUE É SER BRASILEIRO? - Não é decorar a História do Brasil da sala de aula, quando a tragicômica evolução dos séculos esconde uma inglória, nefasta e horrorosa coleção de fatos que mais envergonham até quem nem nasceu aqui. Não é cantar o Hino Nacional vestindo a amarelinha em dia de jogo de uma seleção organizada por uma entidade privada como a CBF, igualzinha a qualquer outra corporação voltada pros lucros, jogatinas e com escândalos até o pescoço, muito menos quando políticos golpistas encenam na defesa de suas aprovações, quando estão simplesmente fazendo valer o interesse da mão invisível em detrimento da população brasileira, nem nas inaugurações públicas realizadas com licitações duvidosas que mais encheram os bolsos dos interessados em nome da utilidade pública. Não é soltar uma ôia pro patrulheiro prele liberar sua viagem numa rodovia, ou pro fiscal de renda esconder sua sonegação, sequer quando azeita a engrenagem de qualquer servidor para agilizar seu processo em órgãos públicos. Não é se valer da carteirada para furar fila, avançar o sinal ou se achar o maior dos privilegiados em prejuízo dos demais. Não é ficar ancho por ser duma religião em que só os seus membros são irmãos e os demais de outras são os pecadores sem solução. Não é se aproveitar da promoção dos produtos da merenda escolar ou dos medicamentos dos postos de saúde, nem achar que pedestre devia ficar em casa, nem PNE ser um condenado divino, nem idoso um atrapalho de vida e criança uma dor de cabeça. Não é ser dendroclasta para arrancar qualquer pé de planta das calçadas e sair desmatando tudo em nome do progresso que só serve ao seu bolso. Não é achar que pobre não é gente, nem que toda biba é um desvio dos céus. Não é se informar apenas com as notícias da ideologia dos mandonistas e se achar que só sua TV a cabo informa tudo pra deixá-lo talqualmente qualquer bom de bolso em qualquer parte do planeta. Não é gritar que o Brasil é uma droga que não tem mais jeito e se balançar cantando uma felicidade de mentira ou uma dor de corno de amor ao país. Pra falar a verdade, nada disso acontece mesmo aqui, não é? Pode ser que isso seja lá do outro lado do mundo ou noutro país que ninguém vê, menos aqui. Isso porque, na verdade, falta é brasileiro no Brasil. © Luiz Alberto Machado.. Veja mais aqui

 Curtindo o álbum Belezas (AAM Music, 2012), da cantora Carol Saboya.

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DESTAQUE: A VIOLÊNCIA
[...] A forma extrema de poder é o de todos contra um, a forma extrema da violência e um contra todos [...] Ao que parece, a resposta dependerá do que compreendemos como poder. E o poder, ao que tudo indica, é um instrumento de dominação, enquanto a dominação, assim nos é dito, deve a existência a um ‘instinto de dominação’. Lembramo-nos imediatamente do que Sartre disse a respeito da violência quando em Jouvenel que ‘um homem sente-se mais homem quando se impõe e faz dos outros um instrumento de sua vontade, o que
lhe dá um ‘prazer incomparável’ [...] o poder é de fato a essência de todo governo, mais não a violência.  A violência é por natureza instrumental; como todos os meios ela sempre depende da orientação e da justificação pelo fim que almeja. [...].
Trechos extraídos da obra Sobre a violência (Relume Dumará, 1994), da filósofa política alemã de origem judaica Hannah Arendt (1906-1975). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagens: a arte do artista estadunidense Alex Grey.
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

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