A arte do pintor e impressor francês Theóphile Alexandre Steinlen (1859-1923).
LITERÓTICA: POEMIUDERÓTICOS - RENDEIRA – Seu corpo em
meu verso; sua carne, uma renda. Seu desejo a oferenda no reino dos amplexos. Ela
tece o prazer, um filé, rendedê, sua língua no meu sexo. CULTO – A doçura dos seus lábios alcança minha alma e me contempla
com o mais extraordinário dos espetáculos: o espargir de todas as constelações
siderais, premiando o meu desejo. É quando o mel de sua língua deliciosa e
atrevida diviniza a minha vida e o seu beijo faz de mim o mais amado entre os
mortais. ELA – Sol da manhã é o riso
dela. E nela os tons da graça linda. E ainda, a vida passa e a vida é ela. REMELEXO – O seu dorso impávido
dsesliza agudo peças insones águas do meu desejo arrebatado. LÁ - Na sua
boca, o que me dera, me dará. Vem dela na minha vela o embalo, larali, laralá. Meu
falo espera tudo nela, revela a vida, saravá. Atravesso à vera, mendigo dela,
meu beijo verá. OS
DEIOS DELA – Provo o mel do seu seio. A lamber o anel do seu meneio
e a vida gira em carrossel. GINOFAGIA
– Água na boca, falo molhado. Ficou louca? Ah, coito arretado! PÁLIN – Mais uma vez ela ferve. E de
vez bem me serve com agonia e gula. Cangula, o rubor da sua língua arreia a
mingua do meu falo galante. E vem ofegante com seus doces lábios. E com fúria
tão hábil ela dá na roxura com toda quentura dos seus seios de serva. E cai sem
reserva nem mede desvario, deságua o rio do seu sexo lascivo. E me faz cativo
do seu regaço quando então arregaço na sua vinha. É quando se aninha com suas
pernas ágeis mais irresponsáveis que me desacata. E me desataca, puxa e se
espreme e me empurra que urra e geme bastante possessa como uma ré confessa pra
lá de vadia. Mais me contagia, nunca vi coisa dessa, meu falo é a peça
inquebrantável. Ah, malvada amável que mais me apetece porque com ela acontece
de me fazer o seu dono, a me dar por abono tudo que me apraz. E cada vez mais
sua carnadura animal é-me dado em ternura que me faz imortal. © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS - Nos lugares em que me encontro, não posso ser de todo
estranha. Também não estranha em todas as coisas ao mesmo tempo. Sou estranha,
como outros também, em certas coisas. Não se pode pertencer a lugares. Não se
pode estar ‘em casa’ na pedra, na madeira, no que quer que seja – pois não
somos feitos de pedra ou demadeira. Se isso é uma desgraça, então ser estranha é
uma desgraça. Senão não. Pensamento da
escritora e ensaísta alemã Herta Müller. Veja mais aqui
e aqui.
BRASILZILZILZIL – [...] o Brasil [...] não apresenta quadro de seguridade social,
persiste mais a ‘inseguridade’social, a violência, a exclusão social, a
miséria, o extermínio de crianças. [...] O Brasil conhece o Estado do Mal-Estar [...]. Trecho extraído de Fragmentos de uma cidadania; um estudo na
Itália para pensar o Brasil (Tese livre-docência, USP-1994), da professora e
pesquisadora da USP, Maria de Lourdes
Manzini-Covre. Veja mais aqui.
DA RENÚNCIA À LIBERDADE E AOS DIREITOS - [...] Renunciar à liberdade é renunciar à
qualidade de homem, aos direitos da humanidade, e até aos próprios deveres. Não
há recompensa possível para quem tudo renuncia. Tal renúncia não se compadece
com a natureza do homem, e destituir-se voluntariamente de toda e qualquer liberdade
equivale a excluir a moralidade de suas ações [...] quanto à igualdade, não se deve entender por essa palavra que sejam absolutamente
os mesmos graus do poder e de riqueza, mas, quanto ao poder, que seja
distanciado de qualquer violência e nunca exerça senão em virtude do posto e
das leis e, quanto à riqueza, que nenhum cidadão seja suficientemente opulento
para poder comprar o outro e não haja nenhum tão pobre que, se veja
constrangido a vender-se [...]. Trechos extraídos da obra Contrato social (Cultrix, 1967), do
escritor, teórico político, um dos principais filósofos do Iluminismo e
precursor do Romantismo francês, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), Veja
mais aqui, aqui, aqui e aqui.
FARENHEIT 451 - [...] Montag ficou olhando a
estranha residência, agora mais insólita pelo avançado da hora, pelos murmúrios
dos viz\inhos, pelos restos de vidro esparramados e, ali no assoalho, as capas
rasgadas e espalhadas como penas de cisne, os incríveis livros que pareciam tão
estúpidos e indignos de tanta preocupação, pois não passaveam de letras negras,
papel amarelado e costuras desfiadas. [...]. Trecho extraído da obra Farenheit 451 (Globo, 2003), do
escritor estadunidense Ray Bradbury
(1920-2012). Veja mais aqui.
FOME - Derrama o teu
amor na minha língua / profano, devasso, proibido, viscoso. / Minha boca é
feita para receber-te / duro, forte, explosivo, guloso. / Derrama-te em mim por
inteiro / que todo o resto é nada / e é de ti que eu me alimento. / Eu desejo o
teu gosto, / o teu cheiro, teu unguento. / Se escorrer uma só gota / eu
recolherei com um beijo. / E se tu quiseres, amor, / podes me lamber que eu
deixo. Poema da poeta, cantora e compositora paulista Van Luchiari. Veja mais aqui, aqui e aqui.
A arte do pintor e impressor francês Theóphile Alexandre Steinlen (1859-1923).
COOPERATIVISMO E REFORMA AGRÁRIA – O
cooperativismo objetiva o desenvolvimento do ser humano, das famílias e da
comunidade. A cooperativa busca
satisfazer não somente a necessidade de consumo por um bem ou serviço mas
também a necessidade social e educativa. É uma sociedade que pode ser criada
por um pequeno grupo de pessoas, que formarão, com recursos individuais, um
capital coletivo que deve garantir suas atividades. Se diferencia dos demais
tipos de sociedades por ser, ao mesmo tempo, uma associação de pessoas e também
um negócio. Para conseguir bons resultados deverá equilibrar essa dupla
característica - o aspecto social e o econômico -, buscando sempre o aperfeiçoamento
de suas atividades e filosofia. O cooperativismo, como teoria e movimento
oficialmente reconhecido, teve origem na organização dos trabalhadores na
Inglaterra, no período da Revolução Industrial. Segundo os registros
históricos, no ano de 1844, diante do desemprego e dos baixos salários, em
Rochdale, um bairro da cidade de Manchester, 28 tecelões se reuniram para
comprar coletivamente produtos de primeira necessidade, incluindo alimentos.
Formaram, então, a “Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale”, conhecida como
primeira cooperativa da história. As cooperativas podem ser organizadas nos
mais diferentes setores da economia, no campo e na cidade. Assim, pela
diversidade de possibilidades de atuação, as cooperativas se apresentam como
alternativa para a resolução de problemas decorrentes do desemprego. Como
instrumentos de geração de emprego e renda, as cooperativas podem atuar desde
os processos de produção, industrialização, comercialização, crédito e
prestação de serviços. Entretanto, a organização cooperativa de pessoas
historicamente excluídas do acesso ao conhecimento, carece de um amplo trabalho
de formação que inclua sensibilização e motivação, preparação técnica, estudo
da história do cooperativismo e seus problemas, etc. A Sociedade Cooperativa é
uma entidade jurídica de direito privado e, por ser uma sociedade de pessoas,
se diferencia das demais sociedades em alguns tópicos, tais como: Não está sujeita à legislação falimentar (Decreto
lei 7.661/45); O capital é variável à medida em que os sócios ingressam na
Sociedade e movimentam sua atividade ou são eliminados da mesma; É uma Sociedade que não visa lucro e seus
resultados ( sobras ) , são retornados ao sócio; O capital não responde nas decisões. Cada
sócio, independentemente de seu capital, decide individualmente; É regida por
lei específica, por um Estatuto Social e por uma Assembléia composta por todos
os sócios; Como empresa, a Cooperativa opera no mercado de acordo com as
características de suas atividades. É,
portanto, um ser jurídico, devidamente constituído e com plenos direitos para
exercer o seu objetivo social.
REFORMA AGRÁRIA - Já a reforma agrária é o
conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante
modificações no regime de posse e uso, a fim de atender aos princípios de
justiça social e o aumento da produtividade, conforme o Estatuto da Terra, (Lei
4504), Art.1º, §1º. É regulada por um conjunto de medidas estruturais e que
começam necessariamente pela democratização da propriedade da terra e dos meios
de produção, base para qualquer mudança social efetiva. A questão da Reforma Agrária no Brasil é observada como
uma intervenção estatal destinada a diminuir a concentração da propriedade da
terra (diminuir os latifúndios improdutivos) com a intenção de oxigenar as
relações sociais no campo e abrir caminho para que as relações capitalistas
dominassem integralmente o setor. Apesar de ser uma "modernização
conservadora", pois não alterou o padrão de vida da população rural nem a
distribuição de terra, ela foi suficiente para que a agricultura deixasse de
ser considerada um setor atrasado e que freava o desenvolvimento do país. Tendo
em vista que atualmente o maior poder no campo está em mãos das agroindústrias
que controlam a provisão de insumos e o escoamento da produção, poderia-se
questionar a necessidade de uma reforma agrária articulada com o cooperativismo,
já que ela consiste essencialmente na distribuição entre a população rural de
terras concentradas em mãos de um reduzido número de grandes empresas agrícolas.
Isto porque é através da cooperativa que muitos trabalhadores conseguem manter
ou ter acesso ao trabalho e renda. Por sua característica autogestionária, a
cooperativa propicia um amplo processo de educação dos participantes. O
exercício da participação e da convivência constrói novas relações entre as
pessoas, o que, também, se reproduz para a sociedade. Assim sendo, unindo os
preceitos constituintes do cooperativismo e da reforma agrária poder-se-á
trabalhar melhor a gestão duma imensidão de terras a serem aproveitadas no
Brasil, fornecendo alimento, possibilitando emprego, democratizando a
realidade, produzindo menos diferenças e socialmente bem distribuído, com menos
miséria e desigualdade social.
BIBLIOGRAFIA
CASTRO,
H. M. M. Ao sul da história: lavradores
pobres na crise do trabalho escravo. São Paulo: Brasiliense, 1987.
PALACIOS,
G. Campesinato e escravidão: uma
proposta de periodização para a história dos cultivadores pobres e livres no
nordeste oriental do Brasil. 1700-1875. Dados - Revista de Ciências
Sociais, Rio de Janeiro, v.30, n.3, p.325-356, 1987. Veja mais aqui e aqui.
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