A arte do pintor e desenhista austríaco Peter Johann
Nepomuk Geiger (1805-1880)
LITERÓTICA - MÚTUA COLHEITA: Ela chega
mansa erradia como uma festa no raiar do dia só pra me enlouquecer. E vem pra
valer toda indulgente com os olhos fulgentes e cheiro raro. Eu logo deparo e se
achega incidente jeito avaro indecente soletrando meu nome como quem morre de
fome reincidente. E mais um tento e tanto com seus travessos encantos de gueixa
amorosa a vicejar com seiva de rosa no ar e um beijo de fogo queimando tudo. E
arde com zanga, sobretudo, a transpirar toda nua, dando pano pras mangas na
grua da minha tenda onde ela desvenda seus seios à mostra robustos e opulentos
de apostas, seu busto me provoca e sedento tomo-lhe a mão e o convite para
saciar meu apetite pagão porque sou seu vilão e me dá de badeja o seu fruto
bruto e foragida, vira o seu cocuruto toda tímida, minha beija-flor libertina.
É quando ela inclina, menina vermelha insensata, tão feliz abelha candidata às
minhas emboscadas. É já escrava pendurada e submetida à minha clava arretada
que sou eu torpe menino mais perto no seu corpo feminino todo aberto, fazendo
folia no seu lastro dorsal até a euforia de sua cauda magistral inclinada,
gemendo, duplicada. Eu na picada, mordendo sua cútis fina, sua fonte felina e
toda espessura estendida, estatura rendida feliz trepadeira mendigando a
mamadeira com seus olhos amendoados. Eu me dou aos bocados e a gazela se
esgoelando pitoresca voando nefelibata, carne fresca, face grata, louca mais
insensata, me dando viva pra que a minha saliva me faça verdugo e senhor, o
conduto e o condutor quando se ajoelha estirando a língua rolando golpes e ela
aos trotes, sua cabeça a premio, eu abstêmio mandão que ela suplica, ela se
duplica e diz que ama quando me vela na cama com açoites erradios e o corpo
escorregadio entrega em profusão: ela é minha, sou dela. E nela só satisfação. ©
Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS – [...] O
destino de uma mulher é ser mulher. [...]. Extraído da obra Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres
(Francisco Alves, 1991), da escritora e jornalista Clarice Lispector (1920-1977). Veja mais aqui, aqui e aqui.
O I-MUNDO, A MORTE DO FUNDAMENTO & A BARBÁRIE INTERIOR – [...]
a barbárie está no interior da
civilização como a água está no interior do copo. [...] a razão em si é bárbara – e por isso eles
remontam aos heróis da Odisseia e da Iliada de Homero, dizendo que mesmo os
heróis homéricos, que pertenciem ao mito, já são bárbaros, pois o fato de
imporem uma ordem à natureza ou ao mito é um fenômeno de barbárie. [...].
Trechos da entrevista Modernos e bárbaros
(Cult, 65, jan-2003), concedida pelo filósofo francês Jean-François Mattei
(1941-2014). Veja mais aqui aqui e aqui.
POEMA - Ó noite, negro
piano, / — os sonhos soam longe, / num teclado caído / pelo fundo horizonte. / À
música se inclina / o pensamento insone: / em que clave se escreve o itinerário
do homem? Poema da escritora, pintora,
professora e jornalista Cecília Meireles (1901-1964). Veja mais aqui.
OUTRAS & TANTAS LOAS & APRUMADAS
Pois é, eu sempre achei que todos fossem santos e só eu que fosse o que dá sempre errado. Mas esse provérbio, juntamente com o Poema em linha reta, de Fernando Pessoa, me deixaram em paz comigo mesmo.Entendeu ou quer que eu desenhe procê? (Colaboração do jornalista Marcus Aranha.)
LIDERANÇA ESSENCIAL – A respeito da temática da Liderança
essencial (Haward Business Review, dez/2001), de Annie Mckee, Daniel Goleman e
Richad Boytzis, os autores iniciam suas reflexões sobre a teoria da
inteligência emocional, abordando a inteligência como capacidade de
autoconsciência, empatia e performance. Trazem a perspectiva de que o humor de
um líder exerce influência sobre o humor de outras pessoas, chamando atenção
para o estilo emocional do líder cria a cultura no ambiente de trabalho,
estabelecendo que a sua primeira tarefa essencial é a liderança emocional. No
entanto, abordam, ainda, os chefe desagradável, rude e coercitivo que consegue
bons resultados no negócio que dirige. Pessoas essas que dirigem com dureza de
liderança, com grosseria e inflexibilidade, situando, então, que existem,
nesses casos, exceções à regra. A partir desse ponto, tratam da ciência dos
humores através de um conjunto de pesquisa sobre o cérebro humano, defendendo a
necessidade de conexão de cada ser humano para estabelecer o seu humor.
Salientam com isso que o humor é um fenômeno neurológico real e que este
apressa a disseminação de um clima alegre genuíno e que deve estar sintonizado
com os das pessoas ao redor, conforme a teoria da ressonância dinâmica. Para
alcance dessa ressonância dinâmica recomenda um processo baseado no cérebro por
causa da atitude e habilidades enraizadas, buscando a aquisição da
autoconsicência para o auto-gerenciamento e empatia estimulantes dos humores
para o gerenciamento de relacionamentos, a partir de questionamentos, tais
como, o que quer ser, o que é agora, como chegar lá, como fazer a mudança
acontecer e quem pode ajudar. Com isso, defendem que o bom humor galvaniza boa
performance de ressonância nos propósitos da inteligência emocional. Assim,
atribuem a autoconsciência a habilidade de ler as próprias emoções; ao
auto-gerenciamento, a habilidade de controlar emoções e agir com honestidade e
integridade de maneira confiável e adaptável; à consciência social, as
capacidades chaves de empatia e intuição organizacional; e ao gerenciamento de
relacionamento, como sendo a última competência emocional, as habilidades para
comunicar de forma clara e convincente. Concluem, assim, que a liderança
emocional dá partida à performance de uma companhia.
E O BRASIL COMO VAI? – O Doro andava sumido depois do
desfecho do Big Shit
Bôbras Brasil! Quando ele deu sinal de vida, instei em cima da
bucha: - Por onde andava o preclaro amigo? - Tava cum as vista nesse novo
superherói. - Como é? - Num é o padre Bidião, não; é esse ta de super Obama,
pareci que o AbinLadi preto, sem baiba, falante e jeitoso. = Como é? - Num viu
não? - Não tô entendendo nada. - Ah, insprico: os americano do norte agora
arresolveram dismascarar aquele terrorista AbrinLadin, salembra? Aí
desmasacararu o homi e viru qui num era bandido nem nada, era um pretim retinto
parente do Sadam e qui virou sensação de tomar até a presidência da repumbrica
de lá. É um ta de Obama que fez um buraco só na vida do Bushit e tomou-lhe inté
a casa. Num viu não? Tô aprendeno com ele para dar um bota-fora aqui nesse
Brasilzim veio, arrevirado e de porteira inscancarada! - Como é mesmo, Doro? -
Ah, meu fio, ta faltano um cara desse aqui no Brasi.... e sabi quem é igualzim
a ele aqui? - Não faço a mínima idéia do que você está falando, rapaz.... -
A-há! Talqualzinho que nem que ele sou eu, abestalhado! Vá lê, vá! Vá instudá.
Você tá muito desligado. Eu vou botá pra fodê pesado quano chegá em Brasilia e
amostrá cuma é que um Brasi deve vivê, quem vivê que verá!!!
ORAÇÃO
DAS MULHERES RESOLVIDAS
(Recebido de Zulmira Ines Lourena Gomes da Costa!) – Que o mar vire
cerveja e os homens, tira-gosto. Que os nossos homens nunca morram viúvos, e
que nosso filhos tenham pais ricos e mães gostosas! Que Deus abençoe os homens
bonitos, e os feios se tiver tempo; Deus... Eu vos peço sabedoria para entender
um homem, amor para perdoá-lo e paciência pelos seus atos, porque Deus, se eu
pedir força, eu bato nele até matá-lo. Um brinde... Aos que temos, aos que tivemos e aos que
teremos. Um brinde também aos namorados que nos conquistaram, aos trouxas que
nos perderam e os sortudos que ainda vão nos conhecer! Que sempre sobre, que
nunca nos falte, e que a gente dê conta de todos! Assim seja! Homens são como
um bom vinho, todos começam como uvas e é dever da mulher pisoteá-los e
mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia pro
jantar!!!!!
NO JEQUEPORTO DE
ALAGOINHANDUBA – Uma
tuia de gente estava inquieta e desaboletada no zoadeiro do recinto, aguardando
o cata-corno – aquela condução confortabilíssima que a gente espera amontoado
no aerorodoporto de lá, local de convergência de todas as naves que singram
desde mar, céu e terra, e até pelo fogo! –, quando o locutor do serviço sonoro sapecou:
- Atenção senhores passageiros, biguzeiros, calungas e curaus com destino à
Cornolância. A porcaria da empresa condutora informa: não se dirijam ao box da
plataforma de embarque, porque a porra do trajeto foi cancelado devido uma
chuvada lascante. Os insatisfeitos que botem uma brasa no cu e façam voando uma
boa viagem. Já o restante, tome no cu e passe bem. Tei bei!
PRAIAS DE MACEIÓ OU
MIJACAGADORES? – Certo
dia eu conversava com o Doro, o futuro presidente do Brasil, dando uma volta na
orla de Maceió. - Pronde vamos? -, perguntou-me o Doro. - Dá uma volta na orla
-, respondi. - No mijacagador? - Como? - É, daqui uns anos a orla de Maceió
será só mergulho em mijo e bosta! Eita, pois é. Mesmo constrangido tenho que
admitir que o Doro tem razão. Em toda extensão da orla de Maceió esgotos fazem
as línguas negras que poluem toda praia. E a população, nem aí, só timbungando
na maior. Um tempo atrás o Ministério Público dava um ar de esperança movendo
uma ação criminal contra a Prefeitura de Maceió para combater isso. Não se sabe
em que pé anda esta ação. Ao meu comentário esperançoso sobre esta medida, Doro
sapecou: - Cuma é? Sabe quando vai dar jeito? Nunca, nunquinha, meu fio. É que
falta alagoano em Alagoas. Ih!
QUALIDADE
ESCOLAR – A
qualidade tem sido uma meta perseguida por todas as modalidades organizacionais
nos dias atuais. Isto porque a qualidade tem se tornado num verdadeiro
paradigma para otimização do funcionamento das atividades e do atendimento das
demandas das mais diversas organizações, sejam elas de caráter público ou
privado, pretendendo-se, portanto, satisfazer todas as expectativas da
clientela e, consequentemente, atingindo metas consignadas na eficiëncia e na
eficácia das atividades desenvolvidas. Principalmente hoje quando a qualidade é
requisitada tanto na fabricação de bens como na prestação de serviços, tendo em
vista a competitividade exigida para atuação nos mais diversos mercados, a
concorrëncia acirrada, o consumidor cönscio e mais exigente, a emergëncia
tecnológica e a turbulëncia econömica nos mais diversos níveis de atividades.
Desta forma, atender expectativas, anseios e desejos utilizando-se um padrão de
qualidade com excelëncia, tem possibilitado desburocratizar e horizontalizar
relações entre todos os integrantes da cadeia de atendimento, satisfazendo as
exigëncias da clientela. Essa satisfação não só é objetivo de corporações
privadas na captação, prospecção e relação com os seus consumidores, mas uma
máxima também introduzida e cada vez mais desejada nas políticas públicas. Por
isso, a escola como uma organização complexa que envolve toda uma rede de
relações que passa desde a comunidade assistida, os profissionais docentes e
não-docentes e os alunos, também tem sido requerida a qualidade no atendimento
de sua clientela, qualificando os agentes emissores dos conteúdos,
horizontalizando a relação entre docentes, não-docentes, comunidade e alunos;
democratizando o processo de gestão, procedendo a inclusão social, dentre
outras importantes atribuições legais assumidas pela vigëncia da atual
legislação das diretrizes e bases da educação nacional.
DEU COM A PLEURA – O escritor e poeta pernambucano, Gustavo
Arruda, acaba de lançar o seu livro “Deu com a pleura!”. Ele é
formado em Administração pela UFPE, além de ser cronista, chargista e
colecionador de fotos antigas da sua cidade natal. É autor dos livros “O
Bê-a-bá do Bem Viver”, “Ironias do Destino” e “Ri Melhor Quem Mente Primeiro”.
Já recém-lançado o livro “Deu com a pleura” é a tradução do
"nordestinês" – expressões do nordeste do país. A obra reúne 29 contos
e revela o contraste entre a modernidade da capital e a simplicidade do
interior, num resgate da "matutice" nordestina que habita em qualquer
cidade grande. O prefácio é assinado pelo Mestre em Educação Adriano Medeiros
Costa, que ressalta a importância da preservação dos regionalismos lingüísticos
como uma das últimas resistências contra o nivelamento dos costumes e a
uniformidade das culturas". "Deu com a pleura!" vem na contramão
da unificação da língua portuguesa. O livro contextualiza o linguajar nordestino
justificando ainda sua origem em diversas línguas estrangeiras - francês,
árabe, inglês, italiano e dialetos africanos, além do português-colonial e do
Tupi-Guarany. São mais de 600 expressões regionais – hilárias! -, traduzidas em
glossários individuais, em cada conto. Ele também possui um sítio onde reúne
seus livros, crônicas, poemas, vídeos, áudios, imprensa e muita coisa boa.
Confira.
IMAGEM
DO DIA
A
arte do pintor e desenhista austríaco Johann Nepomuk
Geiger (1805-1880)
Veja
mais sobre:
Das idas
e vindas, a vida, Roberto Crema, Martins Pena, Leila Diniz, Angeli, Sharon
Bezaly, Paulo César Saraceni. Anders Zorn, Eudes Jarbas de
Melo & João Monteiro aqui.
E mais:
Uns
trecos dos tecos, A importância do
sono, Doro arretado & Zé Bilola aqui.
Horário
eleitoral puto da vida: a campanha de Zé Bilola aqui.
Cordel O sertanejo Antonio Cobra Choca, de José Vila
Nova aqui.
Voto
Moral aqui.
Maurren Maggi aqui.
Horário
eleitoral, Dani Calabreza & outras presepadas aqui.
CRÔNICA
DE AMOR POR ELA
CANTARAU:
VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá