domingo, novembro 23, 2008

CLARICE LISPECTOR, CECÍLIA MEIRELES, MATTÉI, GEIGER, QUALIDADE ESCOLAR, LIDERANÇA, MACEIÓ & ALAGOINHANDUBA, LITERÓTICA & BIG SHIT BÔBRAS


 
A arte do pintor e desenhista austríaco Peter Johann Nepomuk Geiger (1805-1880)

LITERÓTICA - MÚTUA COLHEITA: Ela chega mansa erradia como uma festa no raiar do dia só pra me enlouquecer. E vem pra valer toda indulgente com os olhos fulgentes e cheiro raro. Eu logo deparo e se achega incidente jeito avaro indecente soletrando meu nome como quem morre de fome reincidente. E mais um tento e tanto com seus travessos encantos de gueixa amorosa a vicejar com seiva de rosa no ar e um beijo de fogo queimando tudo. E arde com zanga, sobretudo, a transpirar toda nua, dando pano pras mangas na grua da minha tenda onde ela desvenda seus seios à mostra robustos e opulentos de apostas, seu busto me provoca e sedento tomo-lhe a mão e o convite para saciar meu apetite pagão porque sou seu vilão e me dá de badeja o seu fruto bruto e foragida, vira o seu cocuruto toda tímida, minha beija-flor libertina. É quando ela inclina, menina vermelha insensata, tão feliz abelha candidata às minhas emboscadas. É já escrava pendurada e submetida à minha clava arretada que sou eu torpe menino mais perto no seu corpo feminino todo aberto, fazendo folia no seu lastro dorsal até a euforia de sua cauda magistral inclinada, gemendo, duplicada. Eu na picada, mordendo sua cútis fina, sua fonte felina e toda espessura estendida, estatura rendida feliz trepadeira mendigando a mamadeira com seus olhos amendoados. Eu me dou aos bocados e a gazela se esgoelando pitoresca voando nefelibata, carne fresca, face grata, louca mais insensata, me dando viva pra que a minha saliva me faça verdugo e senhor, o conduto e o condutor quando se ajoelha estirando a língua rolando golpes e ela aos trotes, sua cabeça a premio, eu abstêmio mandão que ela suplica, ela se duplica e diz que ama quando me vela na cama com açoites erradios e o corpo escorregadio entrega em profusão: ela é minha, sou dela. E nela só satisfação. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


DITOS & DESDITOS – [...] O destino de uma mulher é ser mulher. [...]. Extraído da obra Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres (Francisco Alves, 1991), da escritora e jornalista Clarice Lispector (1920-1977). Veja mais aqui, aqui e aqui.

O I-MUNDO, A MORTE DO FUNDAMENTO & A BARBÁRIE INTERIOR – [...] a barbárie está no interior da civilização como a água está no interior do copo. [...] a razão em si é bárbara – e por isso eles remontam aos heróis da Odisseia e da Iliada de Homero, dizendo que mesmo os heróis homéricos, que pertenciem ao mito, já são bárbaros, pois o fato de imporem uma ordem à natureza ou ao mito é um fenômeno de barbárie. [...]. Trechos da entrevista Modernos e bárbaros (Cult, 65, jan-2003), concedida pelo filósofo francês Jean-François Mattei (1941-2014). Veja mais aqui aqui e aqui.

POEMA - Ó noite, negro piano, / — os sonhos soam longe, / num teclado caído / pelo fundo horizonte. / À música se inclina / o pensamento insone: / em que clave se escreve o itinerário do homem? Poema da escritora, pintora, professora e jornalista Cecília Meireles (1901-1964). Veja mais aqui.

 A arte do pintor e desenhista austríaco Peter Johann Nepomuk Geiger (1805-1880)

OUTRAS & TANTAS LOAS & APRUMADAS
Pois é, eu sempre achei que todos fossem santos e só eu que fosse o que dá sempre errado. Mas esse provérbio, juntamente com o Poema em linha reta, de Fernando Pessoa, me deixaram em paz comigo mesmo.Entendeu ou quer que eu desenhe procê? (Colaboração do jornalista Marcus Aranha.)


LIDERANÇA ESSENCIAL – A respeito da temática da Liderança essencial (Haward Business Review, dez/2001), de Annie Mckee, Daniel Goleman e Richad Boytzis, os autores iniciam suas reflexões sobre a teoria da inteligência emocional, abordando a inteligência como capacidade de autoconsciência, empatia e performance. Trazem a perspectiva de que o humor de um líder exerce influência sobre o humor de outras pessoas, chamando atenção para o estilo emocional do líder cria a cultura no ambiente de trabalho, estabelecendo que a sua primeira tarefa essencial é a liderança emocional. No entanto, abordam, ainda, os chefe desagradável, rude e coercitivo que consegue bons resultados no negócio que dirige. Pessoas essas que dirigem com dureza de liderança, com grosseria e inflexibilidade, situando, então, que existem, nesses casos, exceções à regra. A partir desse ponto, tratam da ciência dos humores através de um conjunto de pesquisa sobre o cérebro humano, defendendo a necessidade de conexão de cada ser humano para estabelecer o seu humor. Salientam com isso que o humor é um fenômeno neurológico real e que este apressa a disseminação de um clima alegre genuíno e que deve estar sintonizado com os das pessoas ao redor, conforme a teoria da ressonância dinâmica. Para alcance dessa ressonância dinâmica recomenda um processo baseado no cérebro por causa da atitude e habilidades enraizadas, buscando a aquisição da autoconsicência para o auto-gerenciamento e empatia estimulantes dos humores para o gerenciamento de relacionamentos, a partir de questionamentos, tais como, o que quer ser, o que é agora, como chegar lá, como fazer a mudança acontecer e quem pode ajudar. Com isso, defendem que o bom humor galvaniza boa performance de ressonância nos propósitos da inteligência emocional. Assim, atribuem a autoconsciência a habilidade de ler as próprias emoções; ao auto-gerenciamento, a habilidade de controlar emoções e agir com honestidade e integridade de maneira confiável e adaptável; à consciência social, as capacidades chaves de empatia e intuição organizacional; e ao gerenciamento de relacionamento, como sendo a última competência emocional, as habilidades para comunicar de forma clara e convincente. Concluem, assim, que a liderança emocional dá partida à performance de uma companhia.


E O BRASIL COMO VAI? – O Doro andava sumido depois do desfecho do Big Shit Bôbras Brasil! Quando ele deu sinal de vida, instei em cima da bucha: - Por onde andava o preclaro amigo? - Tava cum as vista nesse novo superherói. - Como é? - Num é o padre Bidião, não; é esse ta de super Obama, pareci que o AbinLadi preto, sem baiba, falante e jeitoso. = Como é? - Num viu não? - Não tô entendendo nada. - Ah, insprico: os americano do norte agora arresolveram dismascarar aquele terrorista AbrinLadin, salembra? Aí desmasacararu o homi e viru qui num era bandido nem nada, era um pretim retinto parente do Sadam e qui virou sensação de tomar até a presidência da repumbrica de lá. É um ta de Obama que fez um buraco só na vida do Bushit e tomou-lhe inté a casa. Num viu não? Tô aprendeno com ele para dar um bota-fora aqui nesse Brasilzim veio, arrevirado e de porteira inscancarada! - Como é mesmo, Doro? - Ah, meu fio, ta faltano um cara desse aqui no Brasi.... e sabi quem é igualzim a ele aqui? - Não faço a mínima idéia do que você está falando, rapaz.... - A-há! Talqualzinho que nem que ele sou eu, abestalhado! Vá lê, vá! Vá instudá. Você tá muito desligado. Eu vou botá pra fodê pesado quano chegá em Brasilia e amostrá cuma é que um Brasi deve vivê, quem vivê que verá!!!

ORAÇÃO DAS MULHERES RESOLVIDAS (Recebido de Zulmira Ines Lourena Gomes da Costa!) – Que o mar vire cerveja e os homens, tira-gosto. Que os nossos homens nunca morram viúvos, e que nosso filhos tenham pais ricos e mães gostosas! Que Deus abençoe os homens bonitos, e os feios se tiver tempo; Deus... Eu vos peço sabedoria para entender um homem, amor para perdoá-lo e paciência pelos seus atos, porque Deus, se eu pedir força, eu bato nele até matá-lo. Um brinde...  Aos que temos, aos que tivemos e aos que teremos. Um brinde também aos namorados que nos conquistaram, aos trouxas que nos perderam e os sortudos que ainda vão nos conhecer! Que sempre sobre, que nunca nos falte, e que a gente dê conta de todos! Assim seja! Homens são como um bom vinho, todos começam como uvas e é dever da mulher pisoteá-los e mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia pro jantar!!!!!

NO JEQUEPORTO DE ALAGOINHANDUBA – Uma tuia de gente estava inquieta e desaboletada no zoadeiro do recinto, aguardando o cata-corno – aquela condução confortabilíssima que a gente espera amontoado no aerorodoporto de lá, local de convergência de todas as naves que singram desde mar, céu e terra, e até pelo fogo! –, quando o locutor do serviço sonoro sapecou: - Atenção senhores passageiros, biguzeiros, calungas e curaus com destino à Cornolância. A porcaria da empresa condutora informa: não se dirijam ao box da plataforma de embarque, porque a porra do trajeto foi cancelado devido uma chuvada lascante. Os insatisfeitos que botem uma brasa no cu e façam voando uma boa viagem. Já o restante, tome no cu e passe bem. Tei bei!

PRAIAS DE MACEIÓ OU MIJACAGADORES? – Certo dia eu conversava com o Doro, o futuro presidente do Brasil, dando uma volta na orla de Maceió. - Pronde vamos? -, perguntou-me o Doro. - Dá uma volta na orla -, respondi. - No mijacagador? - Como? - É, daqui uns anos a orla de Maceió será só mergulho em mijo e bosta! Eita, pois é. Mesmo constrangido tenho que admitir que o Doro tem razão. Em toda extensão da orla de Maceió esgotos fazem as línguas negras que poluem toda praia. E a população, nem aí, só timbungando na maior. Um tempo atrás o Ministério Público dava um ar de esperança movendo uma ação criminal contra a Prefeitura de Maceió para combater isso. Não se sabe em que pé anda esta ação. Ao meu comentário esperançoso sobre esta medida, Doro sapecou: - Cuma é? Sabe quando vai dar jeito? Nunca, nunquinha, meu fio. É que falta alagoano em Alagoas. Ih!

QUALIDADE ESCOLAR – A qualidade tem sido uma meta perseguida por todas as modalidades organizacionais nos dias atuais. Isto porque a qualidade tem se tornado num verdadeiro paradigma para otimização do funcionamento das atividades e do atendimento das demandas das mais diversas organizações, sejam elas de caráter público ou privado, pretendendo-se, portanto, satisfazer todas as expectativas da clientela e, consequentemente, atingindo metas consignadas na eficiëncia e na eficácia das atividades desenvolvidas. Principalmente hoje quando a qualidade é requisitada tanto na fabricação de bens como na prestação de serviços, tendo em vista a competitividade exigida para atuação nos mais diversos mercados, a concorrëncia acirrada, o consumidor cönscio e mais exigente, a emergëncia tecnológica e a turbulëncia econömica nos mais diversos níveis de atividades. Desta forma, atender expectativas, anseios e desejos utilizando-se um padrão de qualidade com excelëncia, tem possibilitado desburocratizar e horizontalizar relações entre todos os integrantes da cadeia de atendimento, satisfazendo as exigëncias da clientela. Essa satisfação não só é objetivo de corporações privadas na captação, prospecção e relação com os seus consumidores, mas uma máxima também introduzida e cada vez mais desejada nas políticas públicas. Por isso, a escola como uma organização complexa que envolve toda uma rede de relações que passa desde a comunidade assistida, os profissionais docentes e não-docentes e os alunos, também tem sido requerida a qualidade no atendimento de sua clientela, qualificando os agentes emissores dos conteúdos, horizontalizando a relação entre docentes, não-docentes, comunidade e alunos; democratizando o processo de gestão, procedendo a inclusão social, dentre outras importantes atribuições legais assumidas pela vigëncia da atual legislação das diretrizes e bases da educação nacional.

DEU COM A PLEURA – O escritor e poeta pernambucano, Gustavo Arruda, acaba de lançar o seu livro “Deu com a pleura!”. Ele é formado em Administração pela UFPE, além de ser cronista, chargista e colecionador de fotos antigas da sua cidade natal. É autor dos livros “O Bê-a-bá do Bem Viver”, “Ironias do Destino” e “Ri Melhor Quem Mente Primeiro”. Já recém-lançado o livro “Deu com a pleura” é a tradução do "nordestinês" – expressões do nordeste do país. A obra reúne 29 contos e revela o contraste entre a modernidade da capital e a simplicidade do interior, num resgate da "matutice" nordestina que habita em qualquer cidade grande. O prefácio é assinado pelo Mestre em Educação Adriano Medeiros Costa, que ressalta a importância da preservação dos regionalismos lingüísticos como uma das últimas resistências contra o nivelamento dos costumes e a uniformidade das culturas". "Deu com a pleura!" vem na contramão da unificação da língua portuguesa. O livro contextualiza o linguajar nordestino justificando ainda sua origem em diversas línguas estrangeiras - francês, árabe, inglês, italiano e dialetos africanos, além do português-colonial e do Tupi-Guarany. São mais de 600 expressões regionais – hilárias! -, traduzidas em glossários individuais, em cada conto. Ele também possui um sítio onde reúne seus livros, crônicas, poemas, vídeos, áudios, imprensa e muita coisa boa. Confira.

IMAGEM DO DIA
A arte do pintor e desenhista austríaco Johann Nepomuk Geiger (1805-1880)


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