Eu nunca fui a garota da porta ao lado. Eu amo nadar e andar nua. Me sinto livre como
um pássaro! Eles amam as louras mas se casam com as morenas.
A arte
da atriz e modelo estadunidense Bettie
Page (1923-2008), a Rainha das Pin-Ups. Veja mais abaixo.
CADA DIA UM OUTRO DIA – UMA: PARA QUEM PAGOU O PATO E ENGOLIU SAPOS - Quem não
já pagou por patos que nem soubera (afora o da Pidona, claro!), aos tantos e
muitos pelos catabis da vida, não sabe o sabor da injustiça que reina na hora
da cruzeta. Tantas levei na cara, certo de que estava na maior idoneidade para
carregar a reputação, quando o filme estava mais queimado no conluio das
intrigas. Quase que sou enterrado vivo, escapei não sei como, sei que dei a
volta por cima. Sei o peso da lei e opróbrio popular, já me cortei muito, já
fui tirado do lance tantas vezes. De qualquer forma, sempre refleti se não fora
um estúpido a mais na jogada. Aquela que o Daniel Defoe ressalta: A justiça parece
sempre violenta a quem a recebe, pois cada pessoa é, aos seus próprios olhos,
inocente. Desconfio mesmo da minha inocência, pode até ser. Afinal levo no
aprendizado: A verdadeira grandeza
consiste em sermos senhores de nós mesmos. Assim vou de cabeça erguida. DUAS: COMO NÃO TENHO NADA, TANTO FAZ –
Já olhei para trás e saquei o quanto nada fiz: nada tenho, nunca fiz nada que
prestasse. Não lamento o que perdi, foi-se. Nem há porque chorar o leite
derramado. Guardo aquela aprendida por Cervantes:
Contento-me com pouco, mas desejo muito.
Pelo menos, acho que penso grande e muito. Pouco não satisfaz de tudo, quero
sempre mais. Só tenho de mim mesmo apenas o que posso fazer e a liberdade de ir
e vir: A liberdade é um dos dons mais
preciosos que o céu deu aos homens. Nada a iguala, nem os tesouros que a terra
encerra no seu seio, nem os que o mar guarda nos seus abismos. Pela liberdade,
tanto quanto pela honra, pode e deve aventurar-se a nossa vida. Sigo,
digamos, quixotescamente ou como o seu autor, pelo menos me sinto livre para
tal. TRÊS PRA SAIDEIRA - Olhando bem
no toitiço da coisa, a gente não é tão livre quanto pensa. Max Weber alerta: O homem é
um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu. Reparando direitinho,
é isso aí. As escolhas, escorregadas, tiradas no escuro, acertos no bambo, caprichos
e outras maloqueiradas, tudo leva mesmo para a certidão de que a teia que teci
é a mesma que me aprisionei. Mas ele mesmo acrescenta uma outra coisa pela qual
valho-me sempre: O homem não teria
alcançado o possível se, repetidas vezes, não tivesse tentado o impossível.
É isso aí, se não tivesse tentado jamais saberia o gosto do acerto ou do erro;
com o acerto, vivas! Com o erro, aprendizados. Vamos nessa. © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados.
A arte
da atriz e modelo estadunidense Bettie
Page (1923-2008), a Rainha das Pin-Ups. Veja mais abaixo.
DITOS & DESDITOS - É
por isso que se mandam as crianças à escola: não tanto para que aprendam alguma
coisa, mas para que se habituem a estar calmas e sentadas e a cumprir
escrupulosamente o que se lhes ordena, de modo que depois não pensem mesmo que
têm de pôr em prática as suas ideias. A educação é o maior e mais difícil
problema imposto ao homem. Pensamento do filósofo alemão Immanuel Kant
(1724-1804). Veja mais aqui.
ALGUÉM FALOU: Melhor acrescentar vida aos dias do que dias
à vida. O aperto de mão é para amizade a última letra do alfabeto, mas para o
amor é a primeira. A escolha de um jovem depende da sua inclinação, mas também
da chance de conhecer um grande mestre. Pensamento da neurologista italiana
Rita Levi-Montalcini (1909-2012), Prêmio Nobel de Medicina de
1986, pela descoberta de uma substância do corpo que estimula e influencia o
crescimento de células nervosas, possibilitando ampliar os conhecimentos sobre
o mal de Alzheimer e a doença de Huntington.
A PESTE – [...] Sei apenas que é preciso fazer o necessário
para deixar de ser um pestiferado e que só isso nos pode fazer esperar a paz,
ou, na sua falta, uma boa morte. É isso que pode aliviar os homens e, se não
salvá-los, pelo menos fazer-lhes o menos mal possível, e até às vezes, um pouco
de bem. [...] Tudo o que o
homem podia ganhar no jogo da peste e da vida era o conhecimento e a memória. [...]
O bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos
adormecido [...] espera pacientemente, [...] e
viria talvez um dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste
acordaria os seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz. [...].
Trechos extraídos da obra A Peste (Opera Mundi, 1973), do
escritor, dramaturgo e filósofo francês Albert Camus (1913-1960),
considerada a Magnum opus, que conta a história de trabalhadores que descobrem
a solidariedade em meio a uma peste que assola uma cidade, questionando diversos
assuntos relacionados a natureza do destino e da condição humana. Os
personagens do livro ajudam a mostrar os efeitos que o flagelo causa na
sociedade. Veja mais aqui.
LEANDRO GOMES DE BARROS
Na cidade de Macaé
Antigamente existia
Um duque velho invejoso
Que nada o satisfazia
Desejava possuir
Todo objeto que via
Esse duque era compadre
De um pobre muito atrasado
Que morava em sua terra
Num rancho todo estragado
Sustentava seus filhinhos
Na vida de alugado.
Se vendo o compadre pobre
Naquela vida privada
Foi trabalhar nos engenhos
Longe da sua morada
Na volta trouxe um cavalo
Que não servia pra nada
Disse o pobre à mulher:
_ Como havemos de passar?
O cavalo é magro e velho
Não pode mais trabalhar
Vamos inventar um "quengo"
Pra ver se o querem comprar.
Foi na venda e de lá trouxe
Três moedas de cruzado
Sem dizer nada a ninguém
Para não ser censurado
No fiofó do cavalo
Foi o dinheiro guardado
Do fiofó do cavalo
Ele fez um mealheiro
Saiu dizendo: _ Sou rico!
Inda mais que um fazendeiro,
Porque possuo o cavalo
Que só defeca dinheiro.
Quando o duque velho soube
Que ele tinha esse cavalo
Disse pra velha duquesa:
_Amanhã vou visitá-lo
Se o animal for assim
Faço o jeito de comprá-lo!
Saiu o duque vexado
Fazendo que não sabia,
Saiu percorrendo as terras
Como quem não conhecia
Foi visitar a choupana,
Onde o pobre residia.
Chegou salvando o compadre
Muito desinteressado:
_Compadre, Como lhe vai?
Onde tanto tem andado?
Há dias que lhe vejo
Parece está melhorado...
_É muito certo compadre
Ainda não melhorei
Porque andava por fora
Faz três dias que cheguei
Mas breve farei fortuna
Com um cavalo que comprei.
_Se for assim, meu compadre
Você está muito bem!
É bom guardar o segredo,
Não conte nada a ninguém.
Me conte qual a vantagem
Que este seu cavalo tem?
Disse o pobre: _Ele está magro
Só o osso e o couro,
Porém tratando-se dele
Meu cavalo é um tesouro
Basta dizer que defeca
Níquel, prata, cobre e ouro!
Aí chamou o compadre
E saiu muito vexado,
Para o lugar onde tinha
O cavalo defecado
O duque ainda encontrou
Três moedas de cruzado.
Então exclamou o velho:
_Só pude achar essas três!
Disse o pobre: _Ontem à tarde
Ele botou dezesseis!
Ele já tem defecado,
Dez mil réis mais de uma vez.
_Enquanto ele está magro
Me serve de mealheiro.
Eu tenho tratado dele
Com bagaço do terreiro,
Porém depois dele gordo
Não quem vença o dinheiro...
Disse o velho: _meu compadre
Você não pode tratá-lo,
Se for trabalhar com ele
É com certeza matá-lo
O melhor que você faz
É vender-me este cavalo!
_Meu compadre, este cavalo
Eu posso negociar,
Só se for por uma soma
Que dê para eu passar
Com toda minha família,
E não precise trabalhar.
O velho disse ao compadre:
_Assim não é que se faz
Nossa amizade é antiga
Desde os tempo de seus pais
Dou-lhe seis contos de réis
Acha pouco, inda quer mais?
_Compadre, o cavalo é seu!
Eu nada mais lhe direi,
Ele, por este dinheiro
Que agora me sujeitei
Para mim não foi vendido,
Faça de conta que te dei!
O velho pela ambição
Que era descomunal,
Deu-lhe seis contos de réis
Todo em moeda legal
Depois pegou no cabresto
E foi puxando o animal.
Quando ele chegou em casa
Foi gritando no terreiro:
_Eu sou o homem mais rico
Que habita o mundo inteiro!
Porque possuo um cavalo
Que só defeca dinheiro!
Pegou o dito cavalo
Botou na estrebaria,
Milho, farelo e alface
Era o que ele comia
O velho duque ia lá,
Dez, doze vezes por dia...
Aí o velho zangou-se
Começou loga a falar:
_Como é que meu compadre
Se atreve a me enganar?
Eu quero ver amanhã
O que ele vai me contar.
Porém o compadre pobre,
(Bicho do quengo lixado)
Fez depressa outro plano
Inda mais bem arranjado
Esperando o velho duque
Quando viesse zangado...
O pobre foi na farmácia
Comprou uma borrachinha
Depois mandou encher ela
Com sangue de uma galinha
E sempre olhando a estrada
Pré ver se o velho vinha.
Disse o pobre à mulher:
_Faça o trabalho direito
Pegue esta borrachinha
Amarre em cima do peito
Para o velho não saber,
Como o trabalho foi feito!
Quando o velho aparecer
Na volta daquela estrada,
Você começa a falar
Eu grito: _Oh mulher danada!
Quando ele estiver bem perto,
Eu lhe dou uma facada.
Porém eu dou-lhe a facada
Em cima da borrachinha
E você fica lavada
Com o sangue da galinha
Eu grito: _Arre danada!
Nunca mais comes farinha!
Quando ele ver você morta
Parte para me prender,
Então eu digo para ele:
_Eu dou jeito ela viver,
O remédio tenho aqui,
Faço para o senhor ver!
_Eu vou buscar a rabeca
Começo logo a tocar
Você então se remaxa
Como quem vai melhorar
Com pouco diz: _Estou boa
Já posso me levantar.
Quando findou-se a conversa
Na mesma ocasião
O velho ia chegando
Aí travou-se a questão
O pobre passou-lhe a faca,
Botou a mulher no chão.
O velho gritou a ele
Quando viu a mulher morta:
_Esteja preso, bandido!
E tomou conta da porta
Disse o pobre: _Vou curá-la!
Pra que o senhor se importa?
_O senhor é um bandido
Infame de cara dura
Todo mundo apreciava
Esta infeliz criatura
Depois dela assassinada,
O senhor diz que tem cura?
Compadre, não admito
O senhor dizer mais nada,
Não é crime se matar
Sendo a mulher malcriada
E mesmo com dez minutos,
Eu dou a mulher curada!
Correu foi ver a rabeca
Começou logo a tocar
De repente o velho viu
A mulher se endireitar
E depois disse: _Estou boa,
Já posso me levantar...
O velho ficou suspenso
De ver a mulher curada,
Porém como estava vendo
Ela muito ensanguentada
Correu ela, mas não viu,
Nem o sinal da facada.
O pobre entusiasmado
Disse-lhe: _Já conheceu
Quando esta rabeca estava
Na mão de quem me vendeu,
Tinha feito muitas curas
De gente que já morreu!
No lugar onde eu estiver
Não deixo ninguém morrer,
Como eu adquiri ela
Muita gente quer saber
Mas ela me está tão cara
Que não me convém dizer.
O velho que tinha vindo
Somente propor questão,
Por que o cavalo velho
Nunca botou um tostão
Quando viu a tal rabeca
Quase morre de ambição.
_Compadre, você desculpe
De eu ter tratado assim
Porque agora estou certo
Eu mesmo fui o ruim
Porém a sua rabeca
Só serve bem para mim.
_Mas como eu sou um homem
De muito grande poder
O senhor é um homem pobre
Ninguém quer o conhecer
Perca o amor da rabeca...
Responda se quer vender?
_Porque a minha mulher
Também é muito estouvada
Se eu comprar esta rabeca
Dela não suporto nada
Se quiser teimar comigo,
Eu dou-lhe uma facada.
_Ela se vê quase morta
Já conhece o castigo,
Mas eu com esta rabeca
Salvo ela do perigo
Ela daí por diante,
Não quer mais teimar comigo!
Disse-lhe o compadre pobre:
_O senhor faz muito bem,
Quer me comprar a rabeca
Não venderei a ninguém
Custa seis contos de réis,
Por menos nem um vintém.
O velho muito contente
Tornou então repetir:
_A rabeca já é minha
Eu preciso a possuir
Ela para mim foi dada,
Você não soube pedir.
Pagou a rabeca e disse:
_Vou já mostrar a mulher!
A velha zangou-se e disse:
_Vá mostrar a quem quiser!
Eu não quero ser culpada
Do prejuízo que houver.
_O senhor é mesmo um velho
Avarento e interesseiro,
Que já fez do seu cavalo
Que defecava dinheiro?
_Meu velho, dê-se a respeito,
Não seja tão embusteiro.
O velho que confiava
Na rabeca que comprou
Disse a ela: _Cale a boca!
O mundo agora virou
Dou-lhe quatro punhaladas,
Já você sabe quem sou.
Ele findou as palavras
A velha ficou teimando,
Disse ele: _Velha dos diabos
Você ainda está falando?
Deu-lhe quatro punhaladas
Ela caiu arquejando...
O velho muito ligeiro
Foi buscar a rabequinha,
Ele tocava e dizia:
_Acorde, minha velhinha!
Porém a pobre da velha,
Nunca mais comeu farinha.
O duque estava pensando
Que sua mulher tornava
Ela acabou de morrer
Porém ele duvidava
Depois então conheceu
Que a rabeca não prestava.
Quando ele ficou certo
Que a velha tinha morrido
Boto os joelhos no chão
E deu tão grande gemido
Que o povo daquela casa
Ficou todo comovido.
Ele dizia chorando:
_Esse crime hei de vingá-lo
Seis contos desta rabeca
Com outros seis do cavalo
Eu lá não mando ninguém,
Porque pretendo matá-lo.
Mandou chamar dois capangas:
_Me façam um surrão bem feito
Façam isto com cuidado
Quero ele um pouco estreito
Com uma argola bem forte,
Pra levar este sujeito!
Quando acabar de fazer
Mande este bandido entrar,
Para dentro do surrão
E acabem de costurar
O levem para o rochedo,
Para sacudi-lo no mar.
Os homens eram dispostos
Findaram no mesmo dia,
O pobre entrou no surrão
Pois era o jeito que havia
Botaram o surrão nas costas
E saíram numa folia.
Adiante disse um capanga:
_Está muito alto o rojão,
Eu estou muito cansado,
Botemos isto no chão!
Vamos tomar uma pinga,
Deixe ficar o surrão.
_Está muito bem, companheiro
Vamos tomar a bicada!
(Assim falou o capanga
Dizendo pro camarada)
Seguiram ambos pra venda
Ficando além da estrada...
Quando os capangas seguiram
Ele cá ficou dizendo:
_Não caso porque não quero,
Me acho aqui padecendo...
A moça é milionária
O resto eu bem compreendo!
Foi passando um boiadeiro
Quando ele dizia assim,
O boiadeiro pediu-lhe:
_Arranje isto pra mim
Não importa que a moça
Seja boa ou ruim!
O boiadeiro lhe disse:
_Eu dou-lhe de mão beijada,
Todos os meus possuídos
Vão aqui nessa boiada...
Fica o senhor como dono,
Pode seguir a jornada!
Ele condenado à morte
Não fez questão, aceitou,
Descoseu o tal surrão
O boiadeiro entrou
O pobre morto de medo
Num minuto costurou.
O pobre quando se viu
Livre daquela enrascada,
Montou-se num bom cavalo
E tomou conta da boiada,
Saiu por ali dizendo:
_A mim não falta mais nada.
Os capangas nada viram
Porque fizeram ligeiro,
Pegaram o dito surrão
Com o pobre do boiadeiro
Voaram de serra abaixo
Não ficou um osso inteiro.
Fazia dois ou três meses
Que o pobre negociava
A boiada que lhe deram
Cada vez mais aumentava
Foi ele um dia passar,
Onde o compadre morava...
Quando o compadre viu ele
De susto empalideceu;
_Compadre, por onde andava
Que agora me apareceu?!
Segundo o que me parece,
Está mais rico do que eu...
_Aqueles seus dois capangas
Voaram-me num lugar
Eu caí de serra abaixo
Até na beira do mar
Aí vi tanto dinheiro,
Quanto pudesse apanhar!..
_Quando me faltar dinheiro
Eu prontamente vou ver.
O que eu trouxe não é pouco,
Vai dando pra eu viver
Junto com a minha família,
Passar bem até morrer.
_Compadre, a sua riqueza
Diga que fui eu quem dei!
Pra você recompensar-me
Tudo quanto lhe arranjei,
É preciso que me bote
No lugar que lhe botei!..
Disse-lhe o pobre: _Pois não,
Estou pronto pra lhe mostrar!
Eu junto com os capangas
Nós mesmo vamos levar
E o surrão de serra abaixo
Sou eu quem quero empurrar!..
O velho no mesmo dia
Mandou fazer um surrão.
Depressa meteu-se nele,
Cego pela ambição
E disse: _Compadre eu estou
À tua disposição.
O pobre foi procurar
Dois cabras de confiança
Se fingindo satisfeito
Fazendo a coisa bem mansa
Só assim ele podia,
Tomar a sua vingança.
Saíram com este velho
Na carreira, sem parar
Subiram de serra acima
Até o último lugar
Daí voaram o surrão
Deixaram o velho embolar...
O velho ia pensando
De encontrar muito dinheiro,
Porém secedeu com ele
Do jeito do boiadeiro,
Que quando chegou embaixo
Não tinha um só osso inteiro.
Este livrinho nos mostra
Que a ambição nada convém
Todo homem ambicioso
Nunca pode viver bem,
Arriscando o que possui
Em cima do que já tem.
Cada um faça por si,
Eu também farei por mim!
É este um dos motivos
Que o mundo está ruim,
Porque estamos cercados
Dos homens que pensam assim.
LEANDRO GOMES DE BARROS – o poeta, editor e cordelista paraibano Leandro Gomes de Barros (1865-1918), é considerado o rei dos poetas populares do seu tempo. Foi um dos poucos poetas populares a viver unicamente de suas histórias rimadas, que foram centenas. Ele versejou sobre todos os temas, sempre com muito senso de humor. Começou a escrever seus folhetos em 1889, conforme ele mesmo conta nesta sextilha de A Mulher Roubada, publicada no Recife em 1907. É considerado por alguns como o primeiro escritor brasileiro de literatura de cordel, tendo escrito mais de 230 obras.
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