VALUNA: PROJETO VALE DO UNA
- APRESENTAÇÃO: O projeto Valuna compreende uma pesquisa de caráter cultural,
artístico, ambiental e socioeconômica, envolvendo os municípios integrantes da Bacia Hidrográfica do Rio Una, no Estado
de Pernambuco.
ANTECEDENTES: O projeto Valuna teve
início com as atividades desenvolvidas pela equipe Alegro Trupe, em novembro de 2010, nos municípios alagoanos
atingidos pelas enchentes de 2010. Veja detalhes aqui.
Em seguida, foi realizada a pesquisa e desenvolvimento
das atividades para o projeto Bacia
Criativa-Artística Vale do Una (BACUNA),
envolvendo os municípios pernambucanos. Veja detalhes aqui.
O RIO UNA – O rio Una é
um curso de água que possui sua nascente situada no município de Capoeiras, na
região agreste de Pernambuco, cujo topônimo significa preto ou escuro. Possui
255 quilômetros de extensão, desembocando no Oceano Atlântico, em um local
denominado Várzea do Una, no município de São José da Coroa Grande. A sua bacia
assemelha-se a um grande losango recortado no sentido oeste-leste, limitando-se
ao norte com as bacias dos rios Ipojuca e Sirinhaém e o grupo de bacias de
pequenos rios litorâneos, ao sul com a bacia do rio Mundaú, de Alagoas, e
outras bacias, a leste com o Oceano Atlântico, bacia do rio Sirinhaém e a oeste
com as bacias dos rios Ipojuca e Ipanema. São tributáios do Una os rios
Pirangi, Camevou, Verde, Preto, Parnaso e o riacho dos Cachorros. Outros
afluentes do Una são o riacho Quati, Riachão, Mentirosas e Sapo, e os rios
Jacuipe, Caraçu e Preto.
VALE DO RIO UNA - O Vale do Una compreende municípios integrantes da
Zona da Mata Sul de Pernambuco, hoje denominada de Microrregião da Mata
Meridional Pernambucana, uma das cinco mesorregiões da Mata Pernambucana, e identificada
pela composição dos municípios de Palmares, Escada e Sirinhaém. Fazem parte
desse vale os municípios de Água Preta, Amaraji, Barreiros, Belém de Maria,
Catende, Cortês, Escada, Gameleira, Jaqueira, Joaquim Nabuco, Maraial,
Palmares, Primavera, Quipapá, Ribeirão, Rio Formoso, São Benedito do Sul, São
José da Coroa Grande, Sirinhaém, Tamandaré e Xexéu, bem como os municípios da
microrregião Vitória de Santo Antão, tais como Chã da Alegria, Chã Grande,
Gloria do Goitá, Pombos e Vitoria de Santo Antão, além daqueles que se
encontram inseridos na sua bacia, tais como Agrestina, Altinho, Barra de
Guabiraba, Bezerros, Bonito, Cachoeirinha, Caetés, Calçado, Camocim de São
Félix, Canhotinho, Capoeiras, Caruaru, Cupira, Ibirajuba, Jucati, Jupi, Jurema,
Lagedo, Lagoa dos Gatos, Panelas, Pesqueira, Sanharó, São Bento do Una, São
Caetano, São Joaquim do Monte, Tacaimbó e Venturosa. Pelo visto, este recurso
hídrico tem sua nascente na região agreste, atravessando a Mata Sul até a sua
foz no Litoral Pernambuco, banhando assim 42 municípios.
RESULTADOS: Com as visitas efetuadas aos municípios componentes da
Bacia Hidrográfica do Una, os resultados frutos de observações culminaram com a
elaboração do livro ficção de viagem Valuna
(veja detalhes aqui) ainda inédito, a composição da música Una e o roteiro-base para o projeto do curta-documentário denominado
Rio Una (Veja detalhes aqui).
A arte a escultora e professora Sonia Ebling de Kermoal (1918-2006).
Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS - Nós somos hoje responsáveis pelo futuro mais longínquo da
humanidade. Pensamento do
filósofo francês Paul Ricoeur
(1913-2005), que também expressa: A virtude da justiça se estabelece com base
numa relação de distância com o outro, tão originária quanto à relação de
proximidade com outrem ofertado em seu rosto e em sua voz. Essa relação com o
outro é, ouso dizer, imediatamente mediada pela instituição. O outro, segundo a
amizade, é o tu; o outro segundo a justiça, é o cada um o que é seu. Veja mais aqui.
ALGUÉM FALOU: As leis são teias de aranha
pelas quais as moscas grandes passam e as pequenas ficam presas. Pensamento do escritor do Realismo francês Honoré de Balzac
(1799-1850). Veja mais aqui.
TECNOPÓLIO - [...] as novas tecnologias mudam aquilo que entendemos como “conhecimento” e “verdade”; elas alteram hábitos de pensamento profundamente enraizados, que dão a uma cultura seu senso de como é o mundo – um senso do que é a ordem natural das coisas, do que é sensato, do que é necessário, do que é inevitável, do que é real [...] O fato de a vida das pessoas ser mudada pela tecnologia é encarado como algo natural, e que as pessoas devem ser tratadas às vezes como se fossem maquinaria é considerado como condição necessária e lamentável do desenvolvimento tecnológico. Mas, nas tecnocracias, essa condução não ética é tida como filosofia da cultura. A tecnocracia não tem como objetivo um grande reducionismo, no qual a vida humana deva encontrar seu sentido na maquinaria e na técnica. O tecnopólio tem [...] a informação tornou-se uma espécie de lixo, não apenas incapaz de responder às questões humanas mais fundamentais, mas também pouco útil para dar uma direção coerente à solução de problemas mundanos. Para dizer isso de uma outra maneira: o meio em que floresce o tecnopólio é um meio em que foi cortado o elo entre a informação e o propósito humano, isto é, a informação aparece de forma indiscriminada, dirigida a ninguém em particular, em enorme volume e em altas velocidades, e desligada da teoria, sentido ou propósito [...]. Trechos extraídos da obra Tecnopólio: A rendição da cultura à tecnologia (Nobel, 1992), do professor crítico social e teórico da comunicação estadunidense Neil Postman. Veja mais aqui e aqui.
O HOMEM DUPLO – [...] O mal uso das drogas não é uma
doença. É uma decisão, como você parar na frente de um carro em movimento. Isto
pode ser chamado de um erro de julgamento. [...] Às vezes
a resposta apropriada para a realidade é se tornar insano [...]. Trechos
extraídos da obra O homem duplo (Aleph, 1985), do escritor
estadunidense Philip K. Dick (1928-1982), transformando na animação A Scanner Darkly (2006), dirigido
por Richard Linklater, contando que em um futuro próximo, uma droga, a
"Substância D", altamente viciante e de origem desconhecida passa a
ser investigada pela agência "Novo Caminho", que para a tarefa,
infiltra um agente entre um grupo de viciados. Embora seja um tempo em que tudo
o que se faça seja vigiado, filmado e gravado, a identidade do agente é
preservada pela tecnologia que, através de uma roupa, altera a fisionomia e a
voz do indivíduo.
EU SOU - Eu sou: o que agora sou ninguém quer saber; / Amigos
me abandonaram, fútil haver; / Eu mesmo consumo minhas paixões feéricas / Elas
nascem e se esfumam em chão estéril, / Abafados espasmos de amor delirante – :
/ Mas sou, vivo – como vapores tremulantes / Em meio a um nada ruidoso e
escamescente, / Em meio a um vivo mar de sonhos vigilantes, / Onde não há
sentido de vida ou alegrias, / Só ‘o cru naufrágio de minhas aporias; / E a
mais desejada, que me faz e desfaz, / É-me estranha – ou pior, mais estranha
que as mais. / Aspiro a lugares por homem não pisados, / Cenário não visto por
mulher, nem pranteado – / Para lá conviver com meu Criador, Deus, / Dormir como
na infância, leve, junto aos meus, / Desanuviado, e confortado onde me
encontro, / A grama por baixo – por cima o céu redondo. Poema do poeta britânico John Clare (1793-1864).