A arte da artista visual e cineasta finlandesa Eija-Liisa Ahtila
LITERÓTICA: CANTIGA – Esta canção vem de longe, muito longe lá onde
amanhece o leste carregado da missão de Verne e do espetáculo de Wakeman. Esta
canção vem de longe para ser sua mulher que se insinua e que me refugia nua e
me mata com essa graça que tem no clarão do riso de formosa princesa, a mais
linda entre as lindas, com o fogo do beijo de divina beldade musa de todas as
minhas canções. Esta canção, falo em você pelo tobogã da vala eqüidistante
entre Natal e Porto Alegre na atlântica ondulação maravilhosa do prazer: a
vértebra que serpenteia como a luz para a noite e o sol para o dia. Esta canção
é toda festa no prólogo inflamado de segunda pra terça quando chego pidão que
pede porque carece jogado pela lombada do Oiapoque ao Chuí do seu jeito de
engatinhar nua ao meu redor. Esta canção é só armadilha de terça pra quarta
quando meu relho é pontaria exata no lombo de tigela boa da cauda do cometa
onde vou desenhar a poesia do eterno coito presente em todas as ânsias,
marcante em todas as expectativas. Esta canção é só captura de quarta pra
quinta quando o meu anzol fisga sua carne fresca e vou fundo sem cessar fogo
para me lavar com nossa lama, escorrendo pela formosura do seu agoniado colo
erguido quebrando tudo no peito com chamegos safados no incomparável remanso da
sua inevitável sedução. Esta canção é só luta corporal de quinta pra sexta
quando na sua esfíngica tentação de devoradora devorada, se estraçalha com
minha língua no seu fogareiro de divino manjar, jóia da mais alta valia entre
as pernas, retrato falado do milagre e da maravilha. Esta canção é só
tempestade voluptuosa de sexta pra sábado do nosso devaneio hípico e eu alazão
fogoso devasso comendo no centro incapaz de escapar e à maneira insensata
principia e brilha maior reluzência porque é impossível poupar do veneno que
inebria e eu sou todo embalado pelo cheiro e sabor do seu sexo. Esta canção é
só recomeço puxando prima e bordão de sábado pra domingo até que chegue nas
nuvens capitulando às minhas investidas de segunda pra terça e chegando na
quarta se fazendo manha porque quinta se abre em flor que me cabe inteiro na
sexta e eu carrego no sábado de novo e peço bis no domingo, e pedimos bis um ao
outro no dia seguinte, toda minha e todo seu até presentear todos os dias com
os acordes finais pirotécnicos fatais do último movimento sinfônico do nosso
dilúvio de prazer. © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS – Um escritor é
alguém congenitamente incapaz de dizer a verdade. Por isso, o que ele escreve
chama-se ficção. Pensamento do escritor estadunidense e ganhador do
prêmio Nobel de Literatura em 1949, William
Faulkner (1897-1962). Veja mais aqui e aqui.
ALGUÉM FALOU: Temos que começar
por baixo. Como os Estados Unidos, por exemplo: eles começaram com um país só.
Pensamento do escritor, dramaturgo,
tradutor, desenhista, humorista e jornalista Millôr Fernandes (1923-2012), Veja mais aqui.
OS AMANTES –[...] Ouvia o
ruido dos seus próprios passos, via seu rosto desvairado, as mãos crispadas
tentando vingança. Pois iriam juntos para o lado de lá, e nunca mais se
apartariam. Pôs o candelabro sobre o criado-mudo. Abriu a gaveta, tirou a
garrucha. Com mão firme albejou o peito de Carolina e puxou o gatilho. Um tiro
estrugiu. E outro, em seguida. Àquela tarde houve motivo para o povo se
alarmar. Foram dois tiros, em vez de um, que atroaram no sobradinho. Era
esquisito! Muito esquisito! E estando Carolina morre-não-morre, o Emílio, por
mais amalucado que fosse, não iria cometer tamanho desatino. [...]. Trechos
do conto do escritor Orlando Bastos.
POEMA – Não te vás de
mim fugindo / de meu gesto descontente, / por ver que já estão luzindo / alvas
cãs na minha frente. / Inda que tens a cor grata / dessa viçosa estação, / nem
por isso, ó ninfa ingrata, / enjeites minha atenção. / Numa grinalda formosa /
vê tu bem com quanta graça, / coa bela pupurea rosa / o branco lirio se enlaça.
Poema do poeta grego Anacreonte
(563-578aC). Veja mais aqui.
ENTRE A FÁBRICA DE SONHOS E A
DOCUMENTAÇÃO
Nos filmes e nas instalações de
video, o meu objetivo é lançar luz sobre o tempo e a narração com auxilio de
personagens numa familia. Na história, nunca fica claro quem é quem e quais são
as relações entre os atores no filme.
A arte da artista visual e cineasta finlandesa Eija-Liisa Ahtila.
ARTE POP – A palavra pop, como abreviatura de cultura popular ou
arte popular, foi levada em consideração na obra Arte pop com 62 ilustrações a
cor (Labor do Brasil, 1974), do historiador da arte britânico Simon Wilson, traz um histórico acerca
do desenvolvimento desta modalidade artistica, seus principais autores,
cronologia e bibliografia complementar, devidamente ilustrado com as principais
obras do movimento.
A BELEZA SOB SUSPEITA – A obra A beleza
sob suspeita: o ornamento em Ruskin, Lloyd Wright, Loos, Le Corbisier e outros
(Zahar, 2000), do ceramista, pesquisador e curador independente, Gilberto Paim, trata sobre o ornamento
revolucionário e como diferenciação, os lugares apropriados, ética do consumo,
a pura visualidade, a atuação do impulso ornamental, abstração e natureza,
decoração ou horror vacui, desafio ornamental da pintura moderna, a
exuigerancia do ornamento organico, formas e funções, o exilio da decoração, o
ornamento como submissão, olhos de pedra, a prisão da arte, o desvio
ornamental, elegancia e beleza, o laboratório da indiferença, a emancipação
minimalista, desperdício ornamental, expressionismo oposto ao luxo, a matéria
da criação, a elegancia antiornamental da máquina, objetos-tipo e objetos-vida,
austeridade ostentatória, as artes vergonhosas, rigor artesanal, os limites da
razão, a beleza shibui, entre outros.
Apresentação da palestra
Aprender & Saber, para os professores da Rede Pública Municial de Ensino de
Agrestina – PE. Veja mais aqui & aqui.