domingo, dezembro 24, 2017

YUKIO MISHIMA, FRITJOF CAPRA, LILIAN HELLMAN, HANNE DARBOVEN, UNMANI, AGLAURA CATÃO, CRIAÇÃO, DIFICULDADE NA ESCOLARIZAÇÃO, CRÔNICA NATALINA & LITERÓTICA

 
A arte da artista conceitual alemã Hanne Darboven (1941-2009). Veja mais aqui.

LITERÓTICA: PRIMEIRO POEMA DE AMOR - Foi com seu jeito franzino que ela tirou um fino no céu e acertou em cheio e com escarcéu a minha retina. Esse jeito menina cheia de vida traquina virou a noite do dia dentro de mim que sem guia e na maior fantasia ficou tatuada na memória. Era a sua vitória, uma asa torta, pá virada. Eu de chapa: será roubada? Era não, era uma deusa em plena profanação. Ah, que festão no meu coração. O cheiro da sua carne amena, uma menina falena cheia de truques e simulação. Eu na maior perdição. Ela apontando pro norte e eu seguia pro sul sua sorte, maior gamação. Eu, então, sigo seu jeito que ofusca quando ela aonde me busca e não me dou por vencido. Sou enxerido e muito pelo contrário, sou vencedor. Sou o domador dessa andeja presente. E a gente, coração cheio divide a vida meio a meio sem prova dos nove ou descarte. Ela faz estandarte da minha expressão. E me leva nas mãos pelo rio do seu ventre. Eita, chaleira quente das boas esquentadas, seu chamego ponto de chegada que de mim resta quase mais nada porque sou simplesmente um reles dependente, humano reincidente querendo seu colo e suas miragens, paisagens oníricas de sua boca fatídica dos meus naufrágios. Ela cobra então ágio no nosso céu de beijos, multiplicando os desejos de abraços, cobiças e ânsias. Santa extravagância! E a vida treme nos seios dela, entre o meu coração e a apalpadela no seu sexo gostoso, é aí que vem o gozo de todos ais e uis porque os nossos sonhos são todos tão azuis. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


DITOS & DESDITOSA única maneira de sobreviver neste ninho de cobras é agarrando-se a um princípio. Um princípio nobre. O mais nobre que você puder. E, enquanto eles estiverem olhando para este princípio, você escapa com o dinheiro. Pensamento da escritora estadunidense Lilian Hellman (1905-1984).

ALGUÉM FALOU: Quando você aprende a respirar e a relaxar na presença de seus sentimentos, você se une à sua natureza, cura o fluxo da sua vida, sua consciência é expandida, antigos padrões de comportamento desaparecem e doenças físicas são substituídas por saúde e jovialidade. Pensamento da psicóloga Ma Prem Unmani.

ATO CRIADOR – [...] A ênfase dada ao processo sugere, assim, uma porta de entrada para a transdisciplinaridade, em que conexões entre ciência e arte, por exemplo, podem ser melhor examinadas. [...] Este mesmo caminho pode ser seguido em outras direções. Esta mesma morfologia oferece meios para se discutir processo em sentido bastante amplo, seja este concretizado na ciência ou na sociedade, como um todo. [...] A proposta de compreender o ato criador nos leva, certamente, à constatação de que uma possível morfologia do gesto criador precisa falar da beleza da precariedade de formas inacabadas e da complexidade de sua metamorfose. Trechos extraídos da obra Gesto inacabado: processo de criação artística (Fapesp/Annablume, 1998), da linguista e professora Cecília Almeida Salles. Veja mais aqui.

A FÍSICA HOLÍSTICA: CONEXÕES OCULTAS – [...] Minha aplicação da abordagem sistêmica ao domínio social abarca em si, tacitamente, o mundo material [...] Nossas disciplinas acadêmicas organizaram-se de tal modo que as ciências naturais lidam com as estruturas materiais, ao passo que as ciência sociais tratam das estrutras sociais, as quais são compreendidas essencialmente como conjuntos de regras de comportamento. No futuro , essa divisão rigorosa já não será possível, pois o principal desafio deste novo século – para os cientistas sociais, os cientistas da natureza e todas as pessoas – será a construção de comunidades ecologicamente sustentáveis, organizadas de tal modo que suas tecnologias e instituições sociais – suas estruturas materiais e sociais – não prejudiquem a capacidade intrínseca da natureza de sustentar a vida. Os princípios sobre os quais se erguerão as nossas futuras instituições sociais terão de ser coerentes com os princípios da organização que a natureza fez eboluir para sustentar a teia da vida. Para tanto, é essencial que se desenvolva uma estrutura conceitual unificada para a compreensão das estruturas materiais e sociais. [...]. Trechos extraídos da obra As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável (Cultriz – Amana-Key, 2005), do físico e escritor Fritjof Capra. Veja mais aqui.

MAR INQUIETO – [...] Não parecia existir sensibilidade especial na pele que os revestia. É, enquanto os bronzeava, o sol os dotara de uma coloração ao mesmo tempo translúcida e brilhante que lembrava a do mel. Em torno de todos os bicos, as aréolas formavam uma sombra difusa que parecia uma gradação natural da cor do mel; não era escuras e úmidas, a sugerir segredos. [...] Trecho extraído da obra Mar inquieto (Companhia das Letras, 2002), do premiado escritor e dramaturgo japonês Yukio Mishima (1925-1970). Veja mais aqui.

VISÃO DA INFÂNCIAParalelas as linhas férreas / que nos levam à infância / imagens de pontes e rios / refletindo vagões carregados / de encontros e despedidas. / Visão de um gato branco / adormecido no sonho / longínquo talvez  habite ainda / a casa adormecida. / Linha de ferro, apito de trem / canção da infância / vozes da memoria / varando um tempo cinzento de abismos / ou de setas de sol / incendiando as tardes. Poema da poeta Aglaura Catão. Veja mais aqui.

DIFICULDADE NA ESCOLARIZAÇÃO - [...] a necessidade de um trabalho de intervenção preventiva, que oriente os nossos adolescentes e jovens que sobrevivem nas invasões, palafitas e barracos, em condições deploráveis e sem acesso à dignidade, nas comunidades periféricas [...] na perspectiva de nos anteciparmos às armadilhas do submundo do crime e da promiscuidade que seduzem esses desvalidos. Porque, quando iniciados, esses adolescentes e jovens se desvinculam de todo e qualquer princípio [...] e passam a valorizar ações e comportamentos equidistantes da chamada sociedade organizada. [...] A sociedade não pode continuar fugindo das responsabilidades com esses adolescentes e jovens, que nada mais são do que o resultado de todo um cruel processo de exclusão, ausência de políticas públicas eficientes e falta de vontade política, que afeta mais do que uma geração inteira, com o agravente de que as futuras gerações fatalmente também serão direta e irreversivelmente, prejudicadas por causa dessa vergonhosa omissão. Trechos extraídos da obra Dificuldades na escolarização dos adolescentes privados de liberdade em Pernambuco (FASA, 2011), do professor João Constantino Ferreira Neto. Veja mais aqui.

ENUMERAÇÃO DO TEMPO
No meu trabalho, procuro o mais possível a expansão e a contração entre os limites conhecidos e os desconhecidos.
A arte da artista conceitual alemã Hanne Darboven (1941-2009). Veja mais aqui.


Muito ouvi dizer: ano meiou, ano findou! E num é que é mesmo! Ainda ontem era primeiro de janeiro de dois mil e dezesseis, êpa, leia-se: dezessete pé que foram dois anos tão iguais, talqualzinhos, cara dum, cu de outro, que nem deu preu notar que haviam passados. Quando dei fé, véspera de natal! Como é mesmo? Na vera. Nem me dei conta, como sempre, passei batido. Bem que desconfiei dos insistentes convites para confraternizações, relevei, nunca fui e quase nunca vou. Se me chamar pra trabalhar, para agir, conte comigo; pra festa, não mais. Destá, sou assumidamente farrapeiro. Agora vou aproveitar e fechar pra balanço!


Emparelhando tudo, ativo e passivo: zero. Na batata! Balanço fechado, carea lisa, bolsos vazios e uma esperança imorredoura. Algumas felicitações recebidas, todas devidamente retribuídas como manda o figurino. Se escapou alguma, minhas reiteradas escusas, aproveito aqui para mandar o recado: obrigado, retribuo todos os votos e saudações recebidas. Feito.


Não fossem neres de nada mesmo que sobrasse nem na algibeira, eu presentearia cada um de vocês com uma baita caixa, um caixão decente, papel de presente e tudo o mais, com o melhor do mundo e cada um de vocês. Mas, como as coisas andaram bem pra trás, o golpe não me poupou e sou mais um entre os que não têm nem onde cair morto. Por isso, o que desejo pra mim, desejo para todos: muita Paz, Saúde, Felicidades. Assim seja.


Ah, outra coia: o ano foi bão demais, viva! E mesmo que não teha sido de verdade, que seja. Viva, de novo. Se o restino do ano está brabo ou capengando na claudicância da Nação, nem ligue, faça como eu: viva!


Mais outra coisa: quero agradecer por tudo aos amigos, parceiros, achegados e desafetos. No frigir dos ovos, deu tudo certo mesmo. Tirante as sobradas, escorregões, topadas e chás de cadeira, no mais, tudo na mesma e estou pronto pra outra. No ponto. E vamos nessa!


Pronto. E sem mais delongas, mais de dois milhões de beijabrações paratodos. E como dizem os da tuia: ano que vem é noise na fita traveiz! E vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!


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