VAMOS APRUMAR A CONVERSA? DR. CIUÇA GORDA & OS CAVALEIROS DO PÓS-CALIPSO DO NÓ CEGO – O Dr. Ciuça Gorda – leia-se Ismael Oliveira – é um baiano de Juazeiro que, na expressão do João Beiro Mônaco – pra sorriso da Aglay -, é linha de azeite. Não sei o que significa, mas pro triunvirato do nó cego – Marcos Palmeira Tolinho Bidião, Luiz Carlos Jegue Durão e eu -, traduza-se: catimbozeiro. Um detalhe: na verdade não é um trio, é um quarteto que ele mesmo integra, mas pra prosa sair imparcial, fica valendo a tríade. Ah, sim! O trio assevera que se trata dum sujeito do tipo artista de cinema e capa de revista, digno de integrar o BSB (leia-se Big Shit Bôbras): tem cardã de força nas quatro, castiga no óleo de peroba pra arejar a lata, gosta dum holofote, distingue estria de celulite – só falta mesmo esconder a língua e falar com o queixo nos ombros: - Isso é uma vergonha! -, sabe atirar bem com espoleta dos outros, não aguenta aperto entregando tudo na primeira futucada, perito cobrador – deva a ele não! – e sonha virar escritor ou cineasta ou sei lá o quê para publicar sua história inédita O homem de uma cueca só (e com furo no fiofó). Ah, outra coisa: acrescentam mais que se você tiver segredo, não conte pra ele; se contar, logo toda torcida do Flamengo vai saber, viu? Avisei. Afinal, ele mesmo diz que não é cofre. Pronto, os caras pintaram o quadro dele, cagado e cuspido. Oxe, não avalizo nada disso, mesmo que eu tenha perdido por voto vencido. E falando sério: tudo isso da trindade só serve mesmo pra mangação no meio das loas, petas e patranhas na hora do vira-vira, toma outra e cachaça & pilhérias, tudo no reino da pinoia. Da minha parte, admito que ele tem lá os seus pantins, mas digo ao contrário: é um amigo de primeira hora. Eu mesmo, refazendo minha trajetória desde 1994, quando o conheci, que lhe devo uma (tô correndo o risco da cobrada, mas, destá). Assumo. Aliás, devo duas. É... peraí, devo três. Vixe! Tá virando confissão de dívidas - cuidado, o cabra é da turma da lei. Ih! É, reavaliando a minha vida, acho que devo um bocado – e bote volume nessa tuia! - a esse rapaz e passo impune porque, mesmo como zagueiro inescapável na marcação cerrada das cobranças, fiquei tão inadimplente com ele, que me tornei descarado insolvente, de bico e cheio de razão. Pode? Como ele tem o coração do bom baiano, acho que ele deu na veneta da sua generosidade e, numa caridosa anistia, botou os meus débitos na conta dos perdidos. Sei não, mais uma das vítimas das minhas presepadas. Pois foi, devo admitir que o cara me tirou do sufoco na hora que precisei, aguentou minhas cachaças – quer pior que um bebo chato de galocha azoando o juízo? -, teve a paciência de acompanhar as curvas e as baforadas das minhas ideias, esteve junto, somou, empurrou o meu mandú pra pegar no tranco, chegou na horagá, enfim, só me resta com a cara mais deslavada dizer: - Devo, não nego; pago quando puder. Amigo é pressas coisas, num é? E como hoje é dia do amigo – Dia Internacional da Amizade - prometo não cantar A Rosa, dar baixa na pacutia e mandar um abração fraterno de gratidão procê, Rosana & Raphinha, tá? Beijabrações no coração docês, viu? E vamos aprumar a conversa! Veja mais dele aqui e mais aqui.
Imagem: Love scene (Liebesszene)
do pintor, gravurista e litógrafo alemão Max
Liebermann (1847-1935)
Curtindo Maria Maria (G&B, 1999), do músico, compositor e
multi-instrumentista mexicano Carlos
Santana. Veja mais aqui.
AS APORIAS DE ZENÃO – No livro História da Filosofia (Melhoramentos, 1978), de Umberto Padovani e
Luís Castagnola, tem-se a informação de que Zenão de Eleia (490-430aC), integra a terceira geração eleática do
pensamento filosófico grego, discípulo de Parmênidas que aceita a concepção do
ser uno e imutável, acrescentando a infinitude. Torna-se famoso por suas
argumentações dialéticas e sofisticas contra a multiplicidade e especialmente
contra o movimento, que seriam, pois, demonstrações indiretas da concepção
eleatica do ser, concebido como uno e imutável. Ele parte do pressuposto de que
o espaço é dividido em partes infinitas e deduz a impossibilidade de que um
corpo possa percorrer o número infinito de pontos, de que consta o espaço. As
aporias mostram as consequências extremas a que conduzia o monismo
corporalista, adotando o juízo da impossibilidade do movimento e da
multiplicidade, passando a expor os argumentos tanto contra a pluralidade dos
corpos e sua mutabilidade e movimentos, ao defender a unidade do universo. Com
esses argumentos ele demonstra o seu paradoxo ou antinomia conduzindo o
pensamento a impasses e contradições lógicas insuperáveis que preparam a
invenção futura do cálculo infinitesimal. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
TRÊS SONETOS – No livro Sonetos (Sol Negro, s/d), do escritor, intelectual humanista e
filosofo italiano Francesco Petrarca
(1304-1374), traduzido por Renato Suttana, encontro três sonetos que merecem
destaque, o primeiro: Se dela
o doce olhar me mata aqui, / e as palavrinhas brandas de tal sorte, / e se Amor
sobre mim a faz tão forte, / só quando fala ou só quando sorri, / ah! que será,
se acaso ela por si, / por minha culpa ou por malvada sorte, / separa os olhos
da mercê, e à morte, / lá onde me protege, então me fie? / Porém se tremo, e em
coração gelado / vejo às vezes mudar sua figura, / medo é de antigas provas
derivado. / Mulher é coisa móvel por natura; / onde eu sei bem que um amoroso
estado / no peito dela pouco tempo dura. O segundo soneto destacado: Ó minha alcova, que já foste um porto / Às
tempestades que cruzei diurnas, / Fonte agora de lágrimas noturnas, / Que no
dia, por pejo, ocultas porto; / Ó leito, onde encontrei paz e conforto / De
tanta mágoa, que dolentes urnas / Sobre ti verte o Amor com mãos ebúrneas, / Só
para mim crueza e desconforto! / Porém do meu retiro e do repouso / Não fujo,
mas de mim e do pensar, / Que tanta vez segui num devaneio; / E em meio ao
vulgo adverso e inamistoso / (Quem diria?) refúgio vou buscar, / Tal é de ficar
só o meu receio. Por fim, o terceiro soneto destacado: Vós
que escutais em rima esparsa o som / do gemer que a meu peito deu vigor / no
meu primeiro juvenil error, / quando era em parte outro homem, e no tom / do
vário estilo em que eu discorro com / choro, esperanças vãs e esta vã dor, /
onde haja quem provado tenha amor, / perdão e piedade espero em dom. / Mas o
falar de todo o povo escuto / A que dei azo e repetidamente / De mim mesmo
comigo me envergonho; / e desse enleio vão vergonha é o fruto, / e
arrepender-me e ver tão claramente / que quanto agrada ao mundo é breve sonho. Veja mais aqui e aqui.
O AUTOR, A OBRA E O PÚBLICO – O livro Un Théatre de Situation (Gallimard, 1973), é uma compilação de
textos, discursos e entrevistas do filósofo, dramaturgo e escritor francês Jean-Paul Sartre (1905-1986),
dissecando e definindo o teatro, no qual destaco o trecho O autor, a obra e o
público: [...] Nos grandes momentos da
história do teatro, havia uma homogeneidade real entre o autor e o público.
Este vivia mais ou menos conscientemente as contradições que aquele punha em
cena. Não oferece dúvidas que Antígona representa, como aliás já o disse Hegel,
o conflito das grandes famílias aristocráticas em vias de desagregação e da
cidade que contra elas se organiza limitando-lhe o poder. Também não oferece
dúvidas que os atenienses se sentiam profundamente tocados pelo conflito entre
Antígona e Creonte. Existia pois um público unido pelo teatro. O mesmo sucedeu
no século XVIII inglês, quando a língua inglesa se enriqueceu sem cessar, e
quando a monarquia absoluta se estabeleceu; é a nação inglesa que toma
consciência de si mesma através do teatro elisabetano. na Nossa época, os
espectadores provém de meios muito diversificados e por vezes tem interesses
antagônicos, para que se possa prever as reações do público heterogêneo que
constituem. De qualquer maneira, o teatro pertence, na sua totalidade, á
burguesia. É ela quem suporta e alimenta as salas de espetáculo, estando sempre
disposta a subir os preços. Existem tantos conflitos internos nas classes
médias e mesmo na classe dominante que uma parte do público correria o risco de
se chocar se o teatro desse, da nossa sociedade, uma imagem que agradaria a
outros espectadores. O resultado deste compromisso, dá como consequência que o
teatro não mostra frequentemente as mudanças do homem e do mundo, mas antes
fornece a imagem de um homem eternamente semelhante a si mesmo num universo que
nunca muda. Veja mais aqui e aqui.
VIRIDIANA – O premiado filme Viridiana (1961), do controverso cineasta espanhol Luis Buñuel (1900-1983), conta a
história de uma jovem noviça que é obrigada pela madre superiora a visitar seu
tio, o único parente vivo, antes de fazer seus votos. Ao passar um tempo na companhia
do parente, ele tenta seduzi-la por lembrar-lhe a imagem da esposa morta. Ela
tenta fugir, entretanto, é drogada pela empregada da casa, tenta estupra-la,
preferindo, então, enganá-la no dia seguinte de que ela não é mais virgem e que
não pode ir mais para o convento, quando ela o abandona e no caminho tem a
notícia de que seu tio se suicidou. Ela retorna, acolhe pobres e os acomoda
numa das áreas da casa quando, depois de alguns dias, os pobres tentam
estuprá-la, quando é salva pela intervenção do primo Jorge, filho do seu tio
morto e, também, apaixonado por ela. Passam-se aos anos, quando ela resolve
visitar Jorge e lá o encontra com a governanta da casa, Ramona, convidada a um
ménage à trois. O destaque vai para a atriz mexicana de teatro, cinema e
televisão, Silvia Pinal. O filme causou escândalos por se tratar do nome de uma
santa católica do século XIII, sendo condenado por blasfêmia e indecência pela
Igreja, banido pelo governo do ditador Franco na Espanha, contudo, ganhou a
Palma de Ouro do Festival de Cannes, em 1961. Veja mais aqui, aqui e aqui.
IMAGEM DO DIA
Escultura Menina moça, da escultora e professora Denise Barros.
Veja mais sobre:
Quando ela dança tangará no céu azul do
amor, A condição
pós-moderna de François Lyotard, Estética da desaparição de Paul Virilio, a
música de Anna-Sophia Mutter, a pintura de Alex Alemany
& Eloir Junior, a arte de David Peterson & Luciah
Lopez, a poesia de Isabel Furini & Carlos Zemek aqui.
E mais:
Elucubrações das horas corridas, O
pensamento comunicacional de Bernard Miège, O outro por
si mesmo de Jean Baudrillard, a arte de David
Lynch & Edilson Viriato, a coreografia de Doris Uhlich,
a pintura de Vicente Romero
Redondo & Sandra Hiromoto, a música de Sarah Brasil, Efigênia Rolim &
Érica Christieh aqui.
Por onde é que anda o doro, hem?, A revolução de Florestan Fernandes, Olga de Fernando Morais, O
Uruguai de Basílio da Gama, Teatro & ciência de Bertolt Brecht, a pintura de Cristoforo Munari, a música
infantil de Adriana Calcanhoto, Olga Benário Prestes, o cinema de Patrice
Chéreau & Isabelle Adjani, Clube Literário de
Andrelândia & Sonia Medeiros Imamura, a
arte de Rollandry Silvério & Brincarte do Nitolino aqui.
Reino dos sonhos, A
palavra na democracia & na psicanálise de Jurandir
Freire Costa, Avalovara de Osman Lins, a poesia de Denise Levertov, Mal
educação de Pedro Almodóvar, a música de Renato Borghetti, a pintura de Cédric Cazal, a arte de Laszlo Moholy-Nagy & Mike
Todd aqui.
Mentes & máquinas de
João de Fernandes Teixeira,
Gerontodrama & Neurociência, a poesia de
Basilio da Gama, a pintura de Edward Hopper & Odete
Maria Figueiredo, a música de Silviane Bellato, Zacarias
Martins & Programa Tataritaritatá aqui.
A poética do espaço de Gaston Bachelard, Neurociência cognitiva
de Steven Pinker, Visão hoslística em psicologia e educação, a música de Renato
Borghetti, a pintura de Antonio Rocco,
Mácia Malucelli, Menalton Braff & Diego Lucas aqui.
Literatura de cordel:
Melancia & Coco Mole aqui.
Retrato do artista
quando jovem de James Joyce aqui.
Barrigudos, afagando o
ego aqui.
Literatura de cordel:
História da princesa da Pedra Fina, de João Martins de Athayde aqui.
A arte de Jozi Lucka aqui.
Ah, se em todo lugar houvesse amor, Origem
do indivíduo reprimido de Herbert Marcuse, Exército da arte de Vladimir
Maiakovski, Teatro pobre de Jerzy Grotowski, o cinema de Ken Loach & Eva Birthistle, a
pintura de Edgar Degas, Os Saltimbancos de
Chico Buarque, Brincarte & Literatura
Infantil & O lobisomem zonzo aqui.
Entre topadas e sonhos, Linguagem
poética de Jean Cohen, a poesia de Ledo Ivo, Esferas de Peter
Sloterdijk, a coreografia de Pina Bausch, a música
de Miguel Álvarez-Fernández & a pintura de María Blanchard
aqui.
Juramento, a poesia de Federico Garcia Lorca, Entre o passado e o futuro de Hannah Arendt, Memorável viagem
ao Brasil de Johan Nieuhof, a música de Gabriel Pareyon, a fotografia de Lionel
Wendt, a pintura de Vera Rockline & Leonid Afremov, a
arte de Rufino Tamayo & Sergio Ramirez aqui.
Os feitiços da paixão, Ação
cultural para a liberdade de Paulo Freire, Aforismos de Oscar Wilde,
Poesia viva do Recife de Juareiz Correya, a música de Yanto Laitano, a coreografia do Corpo, a pintura de Ernst Ludwig Kirchner, a
arte de Ericka Herazo & Larry Carlson aqui.
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quando o Brasil dá uma demonstração de que deve mesmo ser levado a sério aqui.
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