A arte da fotógrafa francesa Yvonne Chevalier (1899–1982).
LITERÓTICA: OUSO NELA TODO GOZAR - Ela veio proo meu súbito
despertar, linda & desatinada para ficar como quem quer ser imolada com
despudor. E logo se agacha completamente compenetrada com meu membro enrijecido
só com a sua chegada espalhafatosa. Acaricia minha intimidade a me provocar com
os lábios entreabertos, o decote dos seios, as coxas comprimidas rentes ao meu
prazer, totalmente desregrada. Alisa meu corpo como quem mais que prendada
dedica atenção redobrada aos meus dedos que passeiam por sua face ruborizada,
inteiramente enfeitiçada por minhas carícias ousadas, cabelos, ombros, um
caudal de emoção nela explorar. Ergo-a pro beijo e me toma em seus braços de
roldão. Removo calma e delicadamente suas vestes e ela se mostra nuínha como
quem se entrega ao cadafalso, cônscio da sua deliciosa condenação. Sou-lhe
inteiro na sua aflição requerente e todo domínio impiedoso sobre sua indefesa
nudez. Sou-lhe probo, exato na tomada firme de sua carne esbelta, diligente
contendor que invade sua reclusa para tê-la gemendo resfolegante de prazer e
pedindo mais e tudo que eu mais quiser dela e nela me aprumar para valer. Assim
rendida e estirada golpeio estocadas inesperadas na sua agonia e invado suas
entranhas extasiadas e mais que aberta lavada explode os orgasmos nos seus
olhos revirados que me fazem domar todo seu reinado sem que nada mais impeça a
minha conquista a me acasalar de mãos dadas. © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais aqui e aqui.
DITOS &
DESDITOS - Indivíduos têm direitos e há coisas que
nenhuma pessoa ou grupo pode fazer a eles (sem violar seus direitos). Cada
comunidade deve conquistar e manter a adesão voluntária de seus membros. Nenhum
padrão é imposto a todos, e o resultado será um padrão se e somente se todos
escolherem voluntariamente viver de acordo com esse padrão de comunidade. À
medida que mais e mais pessoas veem como funciona, mais e mais desejarão
participar ou apoiá-lo. E assim vai crescer, sem ser necessário forçar todos ou
uma maioria ou qualquer um a seguir o padrão. Pensamento do filósofo estadunidense Robert Nozick (1938-2002).
ALGUÉM FALOU: Nós
não vivemos em um século de imagens, mas sim de estereótipos. O estereótipo é o
contrário de uma imagem: imagem é algo que questiona e inquieta. Pensamento do artista francês Claude
Baillargeon (1949-2016).
POPULARES &
REVOLUCIONÁRIOS – [...] No curso daqueles anos, a derrota dos
processos “populares” e “revolucionários” trouxe à tona, na realidade e no
debate teórico, a maneira pela qual as lutas de classe eram apuradas. Tornou-se
necessário, então, e historicamente possível, reunir para a pesquisa as
questões que a realidade propunha, em uma teoria desprovida de ambiguidades [...].
Trecho extraído da obra Sociedad y sociología en América Latina (RCS, 1981), do
sociólogo peruano Aníbal Quijano
(1930-2018), que no estudo Las ideas son
cárceles de larga duración, pero no es indispensable que permanezcamos todo el
tiempo en esas cárceles (CLACSO, 1985), expressa que: [...] Não é verdade que, há dez, quinze anos
atrás, grande parte de nós esperávamos que nessa crise ocorresse uma
polarização social e política? Sim, e começou a ocorrer. Não posso afirmar que
não ocorreu. Mas fomos derrotados. E depois dessa derrota, hoje, podemos
apreciar que uma grande parte do rol das ciências sociais e dos cientistas
sociais começou a ser definida com uma relação com a pós-crises, a pós-derrota
dos movimentos dos dominados em todas as partes. [...]. Ele é autor da
expressão A vida é feita da mesma madeira que os sonhos. Veja mais aqui.
APOCALIPTICOS
&INTEGRADOS –[...] Qual a taxa de redundância aquém da qual a
novidade nâo é recebida, e além da qual a novidade se apaga na obviedade? Em
gue medida uma novidade na ordem dos significantes comporta uma novidade na
ordem dos significados? Em que medida uma mensagem altamente convencional na
obediência aos códigos, pode, em todo caso, veicular significados novos,
capazes de modificar os quadros de referência dos receptores? A esses e outros
problemas a análise semiológica pode responder elaborando mais a fundo uma
casuística dos códigos e dos quadros de referência; analisando mensagens dadas
e individuando seus níveis e estrutura comunicativa, nos termos de uma
dialética entre probabilidade e improbabilidade, na ordem dos códigos como na
dos quadros de referência. Caberá à investigação sobre o público dizer-nos qual
a diversidade entre as intenções do remetente e a interpretação do receptor. Só
então saberemos alguma coisa sobre a homogeneidade dos sistemas de significação
do remetente e do receptor, e consequentemente, sobre a real eficácia
comunicativa da mensagem televisional [...] Assim
acrescida, essa consciência pode interessar tanto a quem se dedique ao problema
da emissão, como a quem se dedique ao problema dos receptores como comunidade a
organizar e sensibilizar. A falta dessa consciência, a mensagem televisional
destina-se a permanecer como uma abstrata hipótese de comunicação, de que
talvez se possa intuir a intenção, mas
sobre cujo resultado nada se sabe. E nesse caso, permaneceriam abstratas também
as operações políticas ou culturais realizadas sobre o ente e sobre o usuário.
[...]. Trechos extraídos da obra Apocalípticos
e integrados (Perspectiva, 2004),
do escritor e filósofo italiano Umberto
Eco (1932-2016), tratando sobre Cultura de Massa e "Niveis" de
Cultura, A Estrutura do Mau Gôsto, Estilística do Kitsch, O Midcult, Estrutura
da mensagem poética, O leopardo da Malásia, Leitura de "Steve Canyon",
A linguagem da estória em quadrinhos, Hume
e o selvagem: introdução à pesquisa empírica, A tarefa da crítica e da
historiografia, Retórica e Ideologia em Os Mistérios de Paris de Eugène Sue, A
estrutura da consolação, O Uso Prático da Personagem, O problema estético do
"tipo", Razões das poéticas da tipicidade, Tipo e "topos", O
Mito do Superman, A estrutura do mito e a civilização do romance, O enredo e o
consumo da personagem, Consumo e temporalidade, Defesa do esquema iterativo, Consciência
civil e consciência política, O Mundo de Minduim, A Canção de Consumo, Os meios
audiovisuais como instrumento de informação musical, Tomada direta e
:influência sobre o filme, Comunicação e expressão, A relação com o público, As
pesquisas experimentais, Vigilância e participação, Passividade e relação crítica,
A média dos gastos e a modelação das exigências, O universo da iconosfera, A
elite sem poder, A recusa do intelectual, Um cauteloso dirigismo cultural,
entre outros. Veja mais aqui e aqui.
NUVEM MARAVILHOSA - [...] Um
relógio parou na parede... Parou exatamente às três horas... Talvez seja esta a
hora em que uma jovem perde o constrangimento, o sentimento de amor. [...] Para mim, as pessoas não compram esses
cinemas; Ele está tão enojado com a cidade que seus bares e cafés estão
lotados... A balsa partirá meio vazia... Ao decolar, as janelas vão tremer..
Vou ouvir cada batida da hélice. Aldeias do lado da Anatólia de longe, Bozburnu
da outra janela, o mar aberto; Vou observar as nuvens do sudoeste empilhadas
umas sobre as outras. Há ondas mortas no mar. De vez em quando, o navio bate em
algum lugar como nos meus sonhos de infância... O clima é do sul. O vento
parou. No mar onde os golfinhos saltam, eles seguram barcos e cavalas com suas
âncoras. Parece que muita gente, vestida com oleados, cobertores e trapos, ia
pescar por prazer, para alimentar os filhos com peixe com limão em um quarto
quente até a noite... [...] Eu vivi
em todos os lugares sem talvez viver. Eu nasci em uma casa. Eu gostava de uma
vizinha morena. Quando eu acordava de manhã, acordava com um vago sonho com
ele. Eu tinha isso em mim. Onde quer que eu fosse, ele iria junto. Foi contra
mim no meu trabalho. Quando o vi na porta à noite com as vizinhas; quando
juntarei todas as suas privações, sua tristeza, sua alegria, seus problemas,
seu descuido; Sem pensar por um segundo, eu veria e ouviria como eu sofreria
com ele, então como nós riríamos, como eu beijaria suas mãos, rosto, lábio,
olho, rótula, cotovelo, pescoço, orelha, dente. Como todo mundo, eu teria
alguma coisa. Meu coração parava, parava, depois começava a bater acelerado...
Quem não diria isso? Que ser humano não ouviu esta estranha e doce pausa e
correr dentro de si? [...]. Trechos extraídos da obra Havada Bulut (1951- Paperback, 2002), do escritor turco Sait Faik Abasiyank (1906-1954).
DOIS POEMAS - VOANDO
DENTRO DO SEU PRÓPRIO CORPO: Seus pulmões se
enchem e se abrem, / asas de sangue rosa, e seus ossos / se esvaziam e se
tornam ocos. / Quando você inspirar, você se elevará como um balão / e seu
coração também ficará leve e enorme, / batendo com pura alegria, puro hélio. / Os
ventos brancos do sol sopram através de você, / não há nada acima de você, / você
vê a terra agora como uma joia oval, / radiante e azul marinho com amor. / É
apenas em sonhos que você pode fazer isso. / Ao acordar, seu coração é um punho
cerrado, / uma poeira fina obstrui o ar que você respira; / o sol é um peso de
cobre quente pressionando diretamente / a casca rosada de seu crânio. / É
sempre o momento antes do tiro. / Você tenta e tenta se levantar, mas não
consegue. POEMA NOTURNO: Não há nada a temer, / é apenas o vento / mudando para
o leste, é apenas / seu pai o trovão / sua mãe a chuva / Neste país de água / com
sua lua bege úmida como um cogumelo, / seus tocos afogados e longos pássaros / que
nadar, onde o musgo cresce / em todos os lados das árvores / e sua sombra não é
sua sombra, / mas seu reflexo, / seus verdadeiros pais desaparecem / quando a
cortina cobre sua porta. / Nós somos os outros, / aqueles de baixo do lago / que
ficam em silêncio ao lado de sua cama / com nossas cabeças de escuridão. / Viemos
cobrir-te / com lã vermelha, / com nossas lágrimas e sussurros distantes. / Você
balança nos braços da chuva, / a arca fria do seu sono, / enquanto esperamos,
seu / pai e sua mãe noturnos, / com nossas mãos frias e lanterna morta, / sabendo
que somos apenas / as sombras ondulantes lançadas / por uma vela, neste eco / você
ouvirá vinte anos depois. Poemas da premiadíssima
escritora e crítica literária canadense Margaret Atwood. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.