A arte do fotógrafo peruano Léopold Reutlinger (1863-1937)
LITERÓTICA: CHEGADA
- Ela vem nua e linda com os olhos que roubam a minha vida.
Nua e linda ela vem e veio como quem havia de alcançar a última esperança
perdida. E eu a tomei tão contida como quem chega de um fiapo de luz e se faz
de bem acolhido com a querência de terra revolta no ventre pegando fogo, lábios
tremendo de rogo, o sexo de fora e o olhar de desmaio, os desejos todos num
balaio com relevos da carne de peitinhos empinados e nenhuma rédea no juízo. E
nua e linda chegou com gosto de saudade. De lembrança de coisas guardadas e
sentidas. Chegou e ficou resolvida a morar pro resto da vida dentro de mim. PECADO - Lá vem ela deusa
viva nua e linda, atiçando meus pecados mais libidinosos. Vem completamente nua
qual princesa atlântica pecaminosa com seus olhos sedutores de pôr-do-sol. Vem
das altitudes andinas dos desejos luxuriosos com a graça da ninfa tropical
resplandecente, pesunhando meus castigos com a aranhola das ridentes manhãs. Vem.
E vem altiva musa nua pronta para o melhor pecado dos mortais. CLOSE – Ela é linda no
coração dos meus olhos onde em folia abre alas com toda permissão de passagem,
invade destemida em sua quietude mansa até desalojar o meu íntimo para se
ocupar com o meu próprio despejo. Não satisfeita rouba a minha identidade e
descarta a minha gana desmemoriada a ponto de desfiar o flerte só para a mudez
da catarse na minha retina. Ao se apossar revira tudo de ponta-cabeça na
correnteza dos delírios sem opção de prumo, restando a certeza de quase mais
nada. E se faz ultrajante com seus olhos e lábios pedintes envolta no negrume
da noite insone da minha solidão. Invade a minha privacidade a dilapidar posses
e devaneios, provocando o ermo em sua evasão de álibi inexorável que me faz
espantado patético quando se dá refratária às minhas investidas, como se eu
deparasse a intransponível quarta margem de rio a desdizer de sonho, loucura e
erro. Ao menos vem circunspecta mais vingativa desmanchando a cobiça de sua
efígie emoldurada na idéia enquanto sou mãos carentes de seu afeto e insisto em
tê-la mesmo que seja impressão nas águas apenas refletida no prazer de matar
minha sede. (Imagem: arte do fotógrafo peruano Léopold Reutlinger 1863-1937). © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja
mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA –[...] Era necessário que viesse, e vim, para continuar a obra
de simpatia e de ligação moral que tem sido o sonho! E como a pátria está
dentro da minha própria alma, vive no meu sangue, revive sempre no orgulho com
que a quero exaltada e respeitada; para lidar todo o meu esforço não há
obstáculos que me demovam! [...] é dever nosso levantar esse padrão glorioso
da nossa obra de descoberta, penetração e administração colonial, que entregou
ao povo brasileiro, filho do nosso sangue e do nosso gênio, a maior Pátria
geográfica que hoje existe no mundo. [...] Trechos extraídos da obra A grande aliança (Lusitania, 1924), da
escritora, jornalista, pedagoga, feminista e ativista portuguesa Ana de Castro Osório (1872-1935).
TEORIA DA
COMUNICAÇÃO – [...] sempre que as ações dos agentes envolvidos são coordenadas, não através
de cálculos egocêntricos de sucesso mas através
de atos de alcançar o entendimento. Na ação comunicativa, os participantes não
estão orientados primeiramente para o seu próprio sucesso individual, eles buscam
seus objetivos individuais respeitando a condição de que podem harmonizar seus planos
de ação sobre as bases de uma definição comum de situação. Assim, a negociação
da definição de situação é um elemento essencial do complemento interpretativo
requerido pela ação comunicativa [...] não
é a relação de um sujeito solitário com algo no mundo objetivo que pode ser
representado e manipulado mas a relação intersubjetiva, que sujeitos que falam
e atuam, assumem quando buscam o entendimento entre si, sobre algo. Ao fazer isto,
os atores comunicativos movem-se por meio de uma linguagem natural, valendo-se
de interpretações culturalmente transmitidas e referem-se a algo
simultaneamente em um mundo objetivo, em seu mundo social comum e em seu
próprio mundo subjetivo [...]. Trecho extraído da obra Teoria da ação comunicativa (Martins Fontes, 1993), do
filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas. Veja mais aqui.
O ALMOÇO – [...] É curioso que os romancistas nos façam acreditar que os almoços são invariavelmente
memoráveis por algum dito espirituoso ou algum feito muito sábio. Mas eles mal
dizem uma palavra sobre o que se comeu. Faz parte de seu costume não mencionar
sopa e salmão e pato, como se a sopa e o salmão e o pato não tivessem
importância, como se ninguém fumasse um charuto ou tomasse uma taça de vinho.
Aqui, contudo, tomarei a liberdade de desafiar esse costume e contar a vocês
que o almoço naquela ocasião iniciou-se com linguado – afundado em uma travessa
–, sobre o qual o cozinheiro da universidade espalhou uma camada de um creme
muito branco, a não ser pelas manchas marrons que o maculavam aqui e ali como as
pintas nos flancos de uma corça [...]. Trecho extraído da
obra Um teto todo seu (Círculo
do Livro, 1991), da escritora inglesa Virginia Woolf
(1882-1941). Veja mais aqui e aqui.
DOIS POEMAS - EM FORMA DE AMOR: Por
que me apertas com tanta força? / Por que não tiras os olhos dos meus? / Teu
abraço me esmaga, / Teu beijo me sufoca, / Teus dedos se cravam nos meus
cabelos, / Tua voz rouca parece exprimir num rugido o que as palavras / não
podem significar... / Por que me agarras? / Assim dois inimigos se abraçam para
lutar. ESCULTURA: A forma
da fêmea integrou-se no corpo do macho, / Ambos uma só pedra / Onde ressaltam,
invisíveis, separando-os / As duas almas supérfluas. Poemas do poeta Dante Milano (1899-1991).
A arte do pintor estadunidense Carroll Dunham.
GRAVIOLA PROS PEIDINHOS SAÍREM CHEIROSOS!!! - Gente, essa é boa! De primeira mesmo! Foi recolhida pelo inquestionável haríolo padre Bidião quando ele encontrou um sujeitinho tísico que tinha tripa gaiteira defeituosa e gerando uma bostência com os piores borborigmos da paróquia. Como ele não agüentou a flatulência podre do apaideguado, prescreveu imediatamente que o mesmo tomasse suco de graviola. Graviola? Isso Mesmo. Segundo seus aprofundados estudados, a graviola, também conhecida por pinha ou fruta-de-conde, e que possui o nome científico de Annona muricata, é oriunda da Guiné-Bissau e das Antilhas. No Brasil ela é encontrada na Amazônia e no Nordeste. É uma árvore de pequeno porte atingindo entre 4 a 6 metros de altura e que traz frutos saborosos de forma ovalada, casca verde-pálida e que dão o ano todo. Já se atribuiu à graviola poderes curativos para o câncer ainda não comprovados cientificamente, mas possuindo propriedades terapêuticas em forma de chá, in natura ou de qualquer jeito no tratamento de afecções cutâneas e o seu consumo freqüente está associado ao aparecimento de parkinsonismo atípico. Destaca-se seu potencial diurético, adstringente, vitaminizante, antiinflamantário, anti-reumático, antiespasmodica, antitussígena e anticancerígena. É importante para o metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras. Também é notório que cerca de 100 gramas da fruta fornecem em média 60 calorias, 25 mg de cálcio, 28 mg de fósforo e 26 mg de vitamica C. Mas a sua mais importante propriedade mesmo, é a adoção de sua prescrição para os sujeitinhos chulos que possuem a halitose anal ou cloaca podre e que soltam aquelas flatulências nefastas de acabar com qualquer tipo de evento, feito o Abinagildo registrado nos anais da Tocha Humana. Isso quem diz é o padre Bidião:
- Para bucho podre, graviola é um santo remédio!!! Use e aprove.
ISSO NÃO TEM A MENOR GRAÇA!!! - Alexandre Santos denuncia preconceito sudestino contra a região nordestina. E tasca: na última 4ª feira, dia 11 de junho, o blog do Magno publicou o artigo 'É hora de conter os Skinheads', do engenheiro Alexandre Santos, presidente da Academia de Letras e Artes do Nordeste, que, tendo como mote, a tentativa de interdição do estádio Eládio de Barros Carvalho em função dos episódios ocorrido por ocasião do jogo de futebol entre Náutico e Botafogo, do Rio de Janeiro, trata do preconceito dos sudestinos contra os nordestinos.
Veja
mais sobre:
Da
História do Brasil pro Fecapema, William Shakespeare, Timotthy Leary, Franz Liszt, Leconte
de Lisle, Nelson Pereira dos Santos, Leila Diniz, Robert Capa, Vincent
Stiepevich, Coronelismo e cangaço aqui.
E mais:
A música
de Dhara – Maria Alzira Barros aqui.
Sobre o
Suicídio, Padre Bidião, A primavera de Ginsberg & muito mais aqui.
A
educação no pensamento Marxista aqui.
As
trelas do Doro: olha a cheufra! Aqui.
Fecamepa:
quando
embola bosta, o empenado não tem como ter jeito!!!! Aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora
manifesta sua comemoração na festa do Tataritaritatá!
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.