A arte da designer e
artista visual Oriana
Duarte
LITERÓTICA: O TALO CORAL NA FENDA DOURADA (ou viajando ao centro do teu corpo) – Em nós fez-se ontem para o que haverá e
eu guardei o meu sorriso no teu corpo e nele renasço em sol no mormaço das
cores de tua nudez maior que a manhã. Porque eu viciei todos os rios que vão
dar no Sneffels do teu cio estonteante, porque eu mergulhei nos quatro mil e
quinhentos graus centígrados de tua compleição sedutora, demolindo tuas
fronteiras, deliciando o teu magma, saciando tua fenda dourada onde a minha
língua faz festa com o fascínio que te ilumina a carne, ouro da minha cobiça,
mel no meu paladar, alvo da minha flecha certeira. E mesmo que tudo se faça na
perda, o desfeito em ti se refaz porque já vai longe o beijo roubado embaixo
dos desejos quando moqueada pela minha gula insaciável. E mesmo que ainda
amanheça, permanecerei insone porque buscarei teus olhos em todas as esquinas do
tempo, porque buscarei tuas mãos nos confins dos espaços, porque buscarei tua
exuberância desabotoada no manto acolhedor da pele descoberta, até que te sinta
presa extravasada pelo embarque do meu relho deslizante no assoalho íntimo de
tuas inquietudes abrasadas. E quando te acercares da minha possessão medonha,
eu sugarei teu veneno de serva Afrodite, me fartarei de todos teus humores e
abocanharei tua reclusa para fruir incessantemente toda satisfação universal. E
quando tudo explodir de nossa completude, eu te serei arrimo a juntar os cacos
do que sobrar reanimando a vida. E ainda que eu possa apenas me valer do dia e
da noite, reinventarei tudo em ti para que seja acesso do meu próprio ser. E
ainda que não nos baste esta vida e tantos desvarios outros, reencarnarei
tantas e quantas vezes em tua pose escancarada e nua para que se possa renascer
todas as entregas atemporais e mútuas. © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA: EDUCANDO ASSIM, O MENINO VAI VIRAR UM BICHO RUIM!!! - Verdade!!! Os alunos aprendem na escola e desaprendem em casa. E vice-e-versa. Aprendem na rua e desaprendem na TV. E vice-e-versa-e-vive-e-versa. Na escola pública é só: não tem vaga no prédio caindo aos pedaços, revolta, mungangas, insegurança, incompetência, tapio que ganho muito e é tapiando que se ensina, mãos na cabeça, zoadeiro brabo, cada um por si e todos por ninguém com todas as incertezas. U-huuuu! Nas secretarias de educação (dos Estados ou municípios, onde der é o mesmo, viu?): muitas bordadeiras, fuxico, chatices, capítulos de novelas amiudados, desinteresse, vadiagem e mal-educação. Eita, praga! Perguntam: - O que você sabe fazer? Responde a doida por um emprego: Nada. Resultado, mandam logo pro Diário Oficial: - Então vá pra Secretaria de Educação. É assim. Tei bei. No Ministério da Educação: ar-condicionado, suntuosidade, má-vontade e muito neguinho da bunda quadrada querendo solucionar o problema do Brasil num gabinete. Pergunto: é assim a educação brasileira, é? É. Mesmo tendo no art. 205 da Constituição Federal que: “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Bonito, né? Mas onde é que é isso mesmo, hem? Que país é esse?
PARTILHA DO SENSÍVEL – [...] Denomino
partilha do sensível o sistema de evidências sensíveis que revela, ao mesmo
tempo, a existência de um comum e dos recortes que nele definem lugares e
partes respectivas. Uma partilha do sensível fixa portanto, ao mesmo tempo, um
comum partilhado e partes exclusivas. Essa repartição das partes e dos lugares
se funda numa partilha de espaços, tempos e tipos de atividade que determina propriamente
a maneira como um
comum se presta à participação
e como uns
e outras tomam parte nessa partilha.
[...]. Trecho extraído da obra A partilha do sensível: estética e política (34,
2005), do filósofo e professor francês Jacques Rancière. Veja mais aqui.
O ARMÁRIO – [...] Ela se sentara no armário e com os braços delicados cingia um joelho,
que conservava soerguido, ao passo que a outra perna pendia para fora. Os pequenos
seios estavam comprimidos pela parte superior do braço, e a pele esticada do
joelho rebrilhava. Ela contou... contou em voz baixa, enquanto a chama da vela
executava danças mudas... [...]. Daí
por diante todas ele a encontrou dentro do armário e ouviu contar. Quantas noites?
Quantos dias, semanas ou meses terá permanecendo naquela casa, naquela cidade? Seria
inútil dizer quantas. A quem importaria um miserável número? [...]. Trecho extraído
do conto O armário, do
escritor alemão e Prêmio Nobel de Literatura de 1929, Thomas Mann
(1875-1955). Veja mais aqui e aqui.
DOIS POEMAS – ALGUÉM
- É um boi que passa/ clínico/
metafísico / por dentro do
ônibus / Pasta uma baba lepra / lambe um silêncio triste / e um chuncho / e um
baque / Quantos quilos? / Rabo ou pata? / Tratar com Biu de Malaquias / preço a
combinar. CONHEÇA AS
VANTAGENS - Um bom
disfarce para o medo / é a gula / é a dura trajetória / do espírito carne
adentro / é a camada de ozônio / se rompendo em raios / nuvem de chumbo sobre
frutas. Poemas do cantor, compositor, poeta e artista plástico Pedro Osmar.
A arte da designer e
artista visual Oriana
Duarte
A CANTIGA DO MAMOEIRO
(Baseada em Mateus, 13:12 “Ao que tem, mais se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem, até o que tem lhe será tomado”).
Quem tem, tem. E sempre tem.
Quem não tem, somente sonha.
Quem não tem só bate bronha!
Pois quem tem mais é que vem.
Repito o que na Bíblia tem.
Pois, quem não tem só se ajeita,
Sem ter com quem, bate punheta!
E assim sonha sem vergonha.
CURIOSIDADE POPULAR: PRA QUE TANTA GENTE NO CONGRESSO NACIONAL, HEM?
Zé-corninho acordou injuriado e procurou o Doro.
- Doro, pruquê tem tanto senador?
- Hum.... por que? -, tartamudeou Doro intrigado com a indagação do apaideguado.
- Pruquê tem tanto deputado?
- Hum....
- Pruquê tem tanto vereador?
- Hum... prurisso mermo eu digo e apalavro – estufou todo tonitruante Doro -, que quano eu mim inleger prisidente, todos os caigos, eu disse “T-O-D-O-S” os caigos, de prisidente, senadô, deputado, vereadô, prefeitis, ministru, secretáro de governo e caigos de confiança serão só na base do voluntariado. Sacumé? De grátis, na força do querê. E só. Vai ser meu premero decreto dispois di inleito. Quero ver a gente num endireitá o país dele num ficá rico dessa veizi.
AFREDO NO MATO SEM CACHORRO
Afredo estava num mato sem cachorro. Ajeitou o anzol, sacudiu a vara e tome pescaria. Num é que caiu do céu a jumentuda capricorniana doida-de-pedra Zefa, um pirãozão da porra no seu prato raso? Vixe! O homem agoniou-se e deu de buscar auxilio nos mais experientes. Adivinhem quem? O Doro, lógico. Na maior mangação ele aconselhou na lata:
- Vosmicê, meu fio, tá embroncado mermo. Aquela mulé é um desacerto na vida de quaiqué cristão. E agora ocê ou vai se fudê de vez na lascadura da vida ou vai se acertá na casa de caixa-pregos-gaia-adentro. Dependi doce, somenti. Intonse aconsêio logo vancê a tumar chá de graviola pra peidá cheiroso. Isso pode amansá-la. Ou tome banho de endro para cheirá a malte de uísque, assim ela fica bicada com os óios-trocando e dando circuito nos tico-e-teco do quengo. Aí vancê pode botá ela pra ficá brincando de Micon na frente do espelho até percebê qui ocê é um esquisitão dum Thom Yorke e dê de empirulitar e se escafedê di veizi da sua vida, né? Aí, tome no cu pra ser feliz e boa noite.
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pelos catombos, Elias Canetti, Adélia Prado, Pablo
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora
comemorando a festa do Tataritaritatá!
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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