TRÍPTICO DQP –- Uma
coisa é outra ou Braszil... - Ao som e imagens
de Don't go to Brazil - One advice: never set foot on
Brazilian soil,
original score composed by the very talented DIMMI - O Braszil
é uma coisa e outras noutras numas! É pobre endeusador de ricaço para a pisada
das pregas voarem e nem aí! É futebol de domingo todo dia da semana porque é a
única hora que bota os bofes pra fora, descasca o árbitro e manda ver e fim de
papo, lavou a alma e sai dali para aguentar ser enrabado em todo momento pela
mulher, chefe e polícia, se vira! É dançarino de ocasião para qualquer bronca! É
moralista que deita bufunfa pro ajeitado e pinota ineivado pra ser salvo por
engano na pena de todos os pecados ! E tem mais, muito mais, maior rol e muitos.
Assim como há quem não se toque derrapando na folgança, há também quem misture
as bolas e saia por aí largando cropólitos depois de tantos ditos aos
borborigmos. Nem sabem de Leibniz: Sabemos de quase nada adequadamente, de
poucas coisas a priori, e da maioria por meio da experiência. Nem
isso. Como sou mais um entre tanto, não me furto a repetir Maria Adelaide Amaral: As
diferenças não podem ser maiores que os afetos.... pessoais, politicas... a
vida é maior que isso, a vida é maior que a gente. Não é como você vive, mas o
modo como escolhe viver. Eu tô chorando pelo que podia ter sido e não foi.
Chorar é mais barato e não tem efeito colateral. O que vejo de mesmo: mãos e pés atados nas encruzilhadas
da ideia. Afinal, estante pode servir de degraus pro conhecimento, não para
subir no teto, tá? Vambora.
Uma coisa é uma
coisa... – Imagem: arte da poeta, artista
visual e pesquisadora Kátia Maciel.
- Quando ouvi pela primeira vez os versos da escritora australiana Dorothea Mackellar (1885-1968): Eu amo um país queimado pelo sol / A terra de
planícies arrebatadoras, / De cadeias de montanhas irregulares, / de secas e
chuvas e inundações... Confesso, não pude disfarçar: eu os vi
como se fossem meus, o meu país e todos nós. Mas logo as cenas em espirais labirínticas:
a matança dos nossos originários desde a
invasão colonizadora para repartição das capitanias hereditárias até então; o
tráfico e a escravização dos negros para a sina dos afrodescendentes desde a
introdução do canavial e sua monocultura secular até o extermínio nas ruas,
gabinetes e batidas policiais de agorinha mesmo; as enroladas e patifarias de
sempre que saltaram da casa grande para os suntuosos palácios governamentais
com suas garras elásticas nortoeste suleste pelas gavetas, fechaduras e frestas,
por baixo das portas, cobogós, persianas, camas e lençóis, pelos
nordestamazônicos, sudestesul atlanticandino e caribenho. De um para todos os
lados a patriamada odiante e ao ver a minha e a vida dos patrícios valendo
não mais que 1 dólar, a imundície das relações institucionais, a nojeira das
propinas azeitando as engrenagens da administração pública e as entranhas
apodrecidas dos poderes, vergonha é o que falta para que se sustente desdantanho
o desgoverno do Fecamepa,
Braszilzilzilzilzil!
Outra coisa é outra, nada mais... - Maravilhado
também quando pela primeira vez assisti ao premiado Auto das 7 Luas de Barro (1979), um musical escrito em versos sobre
o Mestre Vitalino, do premiadíssimo
teatrólogo Vital Santos (1948-2013).
Depois, entre as suas 28 peças, tive a oportunidade de ver A Feira de Caruaru, A noite
dos tambores silenciosos, Árvore dos
Mamulengos, O sol feriu a terra e a
chaga se alastrou, Rua do Lixo 24,
A menor pausa, Recortes de Infância, Solta o
boi na rua e Olha pro céu meu amor.
E também espetáculos musicais que ele dirigiu do Quinteto Violado, Elba Ramalho
e do premiadíssimo Grupo Feira de Teatro Popular de Caruaru, entre outros. Pelo
que soube, foi ele o fundador dos grupos Evolução (1966) e o Grupo Feira de
Teatro Popular. Foi durante a experiência de conhecer o seu teatro que recolhi
do dramaturgo estadunidense Edward Albee
(1928-2016): Um dramaturgo é alguém que
deixa suas entranhas rolarem no palco... Escrevo para descobrir do que estou
falando. Até mais ver.