FESTA DO DIA 8
DE DEZEMBRO, LAVANDO A JEGA – Imagem: Festa da Padroeira, do pintor Militão dos Santos. - Era 8 de
dezembro de mil novecentos e não me lembro, dia de festa da padroeira local. Tinha
eu lá pelos treze ou catorze anos de idade, por aí, acho, todo metido pelas
ruas da cidade apinhada de gente de tudo que é cato, cada qual se achando mais elegante
na sua indumentária peculiar, tudo novinho em folha do penteado ao chulé. Deus
meu, quantos ocrídios esnobes nas caricaturas jocosas dos curaus de todas as
marcas e laias mais inesperadas! Procurava eu por beldades para paqueras,
quando só me apareciam brucutus desinfelizes. Vôte! Era, a região inteira
acorria para os festejos tradicionais, cada um mais lambido que o outro,
pescando satisfação pessoal. Era gente como a praga da rua ficar estreita com
os esfregados dos que vinham aos que iam. Achando pouco o volume estrondoso da
efeméride, o prefeito inventou de, no mesmo dia, entregar algumas obras,
fazendo sua promoção pessoal. Dentre as mais bestas e as mais despropositais,
estava a principal: a rodoviária. Se tudo era um festejo, todo ano, neste dia a
coisa estava maior: era pipôco desde as seis da manhã. No meio desse festeiro,
comecei a bebericar numa barraca na praça da matriz desde as três da tarde só
vendo o povo todo se mexendo pra lá e pra cá: uma multidão que mais parecia um
mar de curaus e matutas! Quando deu lá pelas dez da noite, eu já estava bem
bicado. Presenciei tudo: alvoroço, estardalhaço, mungangas, peiticas e
apertões. A inauguração fora toda ruidosa. Mais tarde, deu vontade, pela bilionésima
vez, de mijar: - vou inaugurar a rodoviária. E fui, isso depois de ter me
aventurado a sapecar micções por locais insólitos e arranjados na hora. Fui lá.
Quanta gente, meu Deus! Só para entrar nas dependências tive que transpor uma
multidão de boquiabertos engolindo mosquito com sua leseira. Com a dificuldade
de locomoção para sobrepujar a mundiça toda, o negócio apertou. Saí empurrando como
pude e na primeira porta que encontrei aberta, adentrei. Não deu tempo nem de
olhar a diferença, tudo muito limpo - porque, banheiro de homem, fede. E catinga
mesmo com a peste! Tem nada mais chato que fedentina de mijadouro masculino,
tem? Não obstante, ali tudo limpinho, imaginei porque era tudo novo, ainda por
usar. Procurei onde e, não encontrando de primeira– novidade, hem? -, já fui
arriando o zíper porque não aguentava mais segurar a aprtura e fui inaugurando logo
no piso de azulejo branquinho, andando, até divisar uma porta e empurrei. Estava
me aliviando quando tomei um baita susto! Eu com o pingulim derramando e uma
moça loura e linda depositada no trono. O mijo, sem querer, respingou nela.
Nossa, fiquei estatelado. Imaginava o escândalo. Paralisei-me. Como pedir
desculpas? Procurei um buraco no chão e não encontrei como me safar daquilo.
Não sabia se corria ou tentava enxugar a baboseira que fiz. Até a urina trancou
na bexiga. Ainda consegui ver a carinha linda dela com seus olhos fechados, as
mãos levantadas para não ser atingida e aquele corpo sentado na privada, quase
nua. Sem saída, eu berrei: - Moça, a senhora está no banheiro errado! -
Negativo! Você que está no sanitário errado, meu caro! Será? Fiquei nervoso, cocei
o quengo. E agora? Foi aí que dei conta da mudança, da modernidade que apostava
ter chegado à cidade, não era nada, era a toalete feminina que eu... Agoniei-me
e fiz menção de sair o mais depressa daquela situação difícil, mas a porta
havia se fechado atrás de mim: dei uma cabeçada de ficar zonzo. Voltei, me
contorcendo, mas busquei o trinco, não achava, e a fechadura dificultava abrir.
Foi quando ela, a moça loura do jeito de Cristina Berndt pegou-me pelo braço e
puxou-me para perto de si. Fiquei com o meu membro rente ao seu rosto, imóvel. Não
imaginei nada, só esperava pelo pior. Ela tateou, alisou e ficou admirando
minha manjuba. Nossa, o que fazer? Ela remexeu carinhosamente e logo meu membro
deu sinal de vida – oxe, já vivia se insinuando com besteira qualquer, imagine
com uma daquela rente e disposta, hem? Oxe, a minha peia estirou-se toda, dura de
esticar maior do que já vira. Ela remexeu mais, o negócio foi ficando bom e friccionando
e eu apertando os olhos até que não aguentei e, depois da exímia manipulação
dela, fiquei exaltado, duríssimo-da-silva, perigo e prazer se misturando na
minha e ela acariciando, melando o meu pau-madeira-de-lei com uma carícia
infinda e botou um palmo de língua pra fora e começou a libar proficiente com
aquela grunhideira doce - essa, com certeza, não tinha papas na língua -, e o
meu cajado no seu eurístomo lépido de Elaine Mickeli, tomando no gargalo,
calibrando, beijando, cheirando, lambendo, de não haver quem quisesse se
desvencilhar do precipício. Justo eu um arolas franzino, quebra-freios, todo
gamela, birrento, pimponete com a domingueira em dia, com a soberba machista da
adolescência, beldroega ancho com aquilo, sem oficio nem benefício, o raio da
celebrina dum graveto de gente, todo lambaio, exaltado, danou-se! É hoje!
Medroso para não cair em alrotaria pelo flagra em local indevido, nossa! Perdi
as estribeiras! Mas ela peitou, pegou no bico da chaleira-quente, aguentou o
repuxo e me expôs o seu paladar, mordendo com os lábios, mastigando
carinhosamente, inferindo, salivando, de alcançar sua abóbada palatina, por
todos os cantos, eu morrendo, sapequei: - Isso tá bão demais de ótimo! E ela só
felando gostosamente! Isso é que era milagre! Enquanto segurava meu pênis com
uma das suas mãos, ela se alisava com a outra e parecia que ia se levantar de
tão agitada, quando sussurrei: - Bota pra cá o agasalha-rola, vai! Vou te
enfiar o meu pé-de-mesa! Hum... ela lambeu os lábios demonstrando uma carinha
de anja safada doida pela foda, se remexendo que só, ficando de quatro e se
apoiando na bacia sanitária mostrando aquela lindeza de bundinha. - Isso não é
bunda, é uma verdadeira obra de arte! -, disse eu então empolgadíssimo com
aquele pódice para lá de maravilhoso. Não podia ser diferente, com aquela
belezura toda pronta para ser servida na minha frente, não fiz por menos,
encanguei-me naquela garupa e quase estrompo a moça, todo malicioso e
inclemente, enfiando até topar no canto. E tome e tome e tome e tome,
vuque-vuque da porra, ela gemendo, se esgoelando, eu pior ainda, quanto mais eu
enfiava mais ela requebrava gemente pedindo mais e mais e mais, enlouquecidos e
ensopados de suor, mais caprichava nas estocadas, empurrando firme até que, em
uníssono, gozamos agoniado. Esporrei tudo, ela urrava de prazer, enquanto
molhávamos de suor e resfolegávamos satisfeitos, cansados, felizes. Ali,
desfalecemos de prazer. Era a surpresa mais maravilhosa que já havia sentido
até aquele momento da minha vida. Ela com a carinha mais linda foi deslizando
pela parede até sentar-se no piso. Imitei-lhe e fiquei fitando sua beleza
taful: era a glória de Deus! Fitamo-nos um tempão, até que, lá para as tantas,
ela me disse: - Muito prazer, rola-doce! - Prazer é meu, boceta-gostosa -,
respondi-lhe. Nisso, batem na porta, silenciamos e não nos mexemos. Ficamos
algum tempo ali, trancados, silentes. A tesão já dava sinal de vidas. - Adoro
foder em lugares assim, aperreados -, falou-me com seu jeito safado. - Também
-, assenti. - Vamos vasculhar outro
lugar assim? -, surpreendeu-me com jeito putinha safada. - Agora? -, perguntei
mais abestalhado que nunca. – Sim, bocó! -, assentiu. - Vamos. Quando não
ouvimos mais nenhum barulho, saímos de mãos dadas e negociamos nossos quereres
nas noites perdidas, achadas, desencontradas até o fim do nosso idílio no meio
duma ressaca das brabas. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.
Curtindo o álbum Amor
amigo – canta Milton (Lua Music, 2008), da cantora e compositora Alaíde Costa.
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Agenda de Eventos aqui.
DESTAQUE:FLORBELA ESPANCA
Passam no teu
olhar nobres cortejos,
Frotas, pendões
ao vento sobranceiros,
Lindos versos
de antigos romanceiros,
Céus do
Oriente, em brasa, como beijos,
Mares onde não
cabem teus desejos;
Passam no teu
olhar mundos inteiros,
Todo um povo de
heróis e marinheiros,
Lanças nuas em
rútilos lampejos;
Passam lendas e
sonhos e milagres!
Passa a Índia,
a visão do Infante em Sagres,
Em centelhas de
crença e de certeza!
E ao sentir-se
tão grande, ao ver-te assim,
Amor, julgo
trazer dentro de mim
Um pedaço da
terra portuguesa!
O teu olhar, do
livro A mensageira das violetas
(L&PM, 1999), da poeta portuguesa Florbela
Espanca (1894-1930). Veja mais aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
A arte da escultora francesa Camille Claudel (1864-1943).
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra: Espaço em branco entre quatro
paredes, da escultora, gravadora e desenhista Tatiana Grinberg.
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.