Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é (Dom de iludir, Caetano
Veloso)
A MENINA MORTA,
O PAI ASSASSINO – Imagem: Lola, art by Jemima Kirke - Da primeira vez, ele tremeu e, resignado, depois cedeu
ao sorriso dos bolsos. Da segunda vez, o arrependimento, mas na saliva o
gostinho do prazer. Da terceira, o vício hediondo encobria todas as feridas: no
riso amigo, todas as dores de sua infelicidade; na fala mansa, toda
monstruosidade inaudita de sua escuridão. Acumulava cruzes, mortes além dos
dedos às dezenas, centenas, milhares. Porque era subalterno, seria destemido: a
farda encobria os delitos, o quepe escondia seus olhos vingativos. Na hora do
aperto, megalópole vira matagal. Um ano depois, outro acerto e se espremia na
igreja. Dez anos quase entre o dolo, as atrocidades e a penitência. A filha
cresceu, moça adorada: namorado ciumento, certo dia, com arma em riste no
apartamento. Zoada de polícia e imprensa, o alarido de todos os fantasmas
vítimas de sua crueldade e o seu pesadelo. Não podia ser, sempre escapulia. Dessa
vez não adiantava rezar, não havia como evadir ileso. Era tudo real. O
estampido do ciúme, a invasão buliçosa, o estardalhaço espetacular. Olhou do
lado, a mãe dela e parentes choravam, lágrima alguma no seu desértico coração. A
cena do crime em todas as manchetes e, em segundo plano, um lance inadvertido da
câmara, a sua clandestinidade descoberta, furtiva, ninguém sabia, todos ocupados
com a consternação: enquanto o mundo chocado com a fatalidade da moça, as almas
penadas festejavam a sua prisão. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.
Curtindo o álbum Between Yesterday and Tomorrow
(Edel Music, 2008), da cantora, bailarina e
atriz alemã Ute Lemper.
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O banquete
natalino do Beliato, Erich Fromm, James Joyce, Manoel de Barros, Jean Genet, Peter Greenaway, Édith Piaf, Vivian Wu, Gamiani, Nathan
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DESTAQUE: DEBAIXO DA PONTE, DALTON TREVISAN
[...] Noite de vinte e
três de junho, Ritinha da Luz, dezesseis anos , solteira, prenda doméstica, ao
sair do emprego, dirigiu-se à casa de sua irmã, atrás da Ponte Preta. Na linha
do trem foi atacada por quatro ou cinco indivíduos, aos quais se reunir am mais
dois. Então violada por um de cada vez e abandonada entre as moitas. Seu choro
atraiu um guarda civil, que a conduziu até a delegacia. [...].
Trecho do conto Debaixo da ponte, extraído da obra Vampiro de Curitiba (Record, 1991), do escritor Dalton
Trevisan. Veja mais aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
A arte do escultor e artista visual
estadunidense Jeff Koons.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Arte da artista
plástica Dani Acioli.
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.