A VELHICE NÃO É
O FIM DO MUNDO - O aumento na esperança de
vida da população é um fenômeno planetário que têm possibilitado duas situações
para reflexão. A primeira delas, é que a melhoria das condições de vida,
saneamento básico, campanha de vacinação, atendimento médico-hospitalar, avanço
científic0, diminuição da fecundidade, queda na taxa de mortalidade e, por
consequência, melhor relacionamento entre os seres humanos, entre outras, têm
possibilitado que as pessoas nos continentes do mundo, possam desfrutar mais da
vida, alcançando níveis centenários de existência. Inclusive, já conheci
pessoas com mais de cem anos que mantinham uma lucidez incrível, conversavam
tranquilamente sobre os mais diversos assuntos, queixando-se aqui e ali,
apenas, de algumas memórias que haviam desaparecido ou que surgiam
inadvertidamente, confundindo alguns assuntos em momentos informais. Tirante
isso, essas pessoas mantinham o vigor físico proporcional à idade, participando
ativamente do convívio familiar dentro do que lhe cabia. Por outro lado, problemas
diversos têm sido provocados por esse envelhecimento, como, por exemplo, o
colapso da previdência social – instituição sempre vítima de má gestão por
décadas -, tornando-se iminente a desassistência que já é de fato, para ser de
direito – a exemplo do Brasil que já sinaliza uma opção já legalizada da
desaposentação e, a pior de todas, a perspectiva inglória de, após haver cumprido
todos as fases da existência, jamais conseguir a justa aposentadoria. Tal fato
é reflexo da desigualdade social, concentração de renda, alto índice de
pobreza, principalmente numa sociedade voltada apenas para a vitalidade – é a
juventude e os adultos que possuem maior poder de consumo, estão prontos para
reverter situações e, exatamente por isso, são representantes da atividade
perversa de manutenção da produtividade capitalista a qualquer custo. Crianças e
idosos, afora outros grupos sociais minimizados pelos preconceitos e
discriminações, são sempre tratados por desimportantes, valendo-se, apenas, as
primeiras pela exigência provocadora para consumo dos pais para se manterem na
moda, enquanto os segundos só valem quando possuem ganhos para contribuir com a
renda familiar. Tirante isso, crianças, idosos e outros grupos sociais são
tidos por invisíveis e entregues à própria sorte. Principalmente o idoso que
além de ser vítima do preconceito e da discriminação por estar no imaginário social
como relacionado à perda de saúde, do vigor físico e sexual, afora sofrer todo
tido de ataque à sua dignidade: filas extensas e inoperantes para seu
atendimento nos casos de medicamentos e serviços médicos, locomoção, transportes,
segurança, educação, lazer, enfim, tudo é difícil para eles. Os idosos se
encontram numa encruzilhada de óbices que se reúnem na ineficiência do serviço
público e limitação do setor privado, sem contar com a necessidade de implantação
de políticas e programas que sejam capazes de promover preventivamente o
envelhecimento saudável. Um lembrete se faz altamente necessário: todo aquele
que nasce tanto cresce, como se desenvolve e, também, envelhece. Todo o mundo
passa por isso. Um dia você também envelhecerá. © Luiz Alberto Machado. Veja
mais aqui.
Curtindo o álbum Madeira que cupim não rói: a pancada do ganzá 2 (Brincante, 1997), do
artista e músico Antonio Nóbrega. Veja mais aqui e aqui.
Veja mais sobre:
Quando
te vi, a história da canção, Marilena Chauí,
Adélia Prado, Luiz Gonzaga, Flora
Gomes, Karel Skala,
Cia. Corpos Nômades, Maysa Marta, Jan Saudek, Ana Nery & O carneiro
de ouro aqui.
E mais:
A pegação buliçosa do prazer aqui.
Ginofagia & as travessuras do desejo na manhã aqui.
A folia do prazer na ginofagia aqui.
Educação, orientação & prevenção ao abuso sexual aqui.
Os crimes contra a administração
pública aqui.
Cidinha Madeiro & Todo dia é dia da
mulher aqui.
Crimes contra a pessoa aqui.
&
DESTAQUE: A VELHICE DE YEATS
Quando fores
velha, grisalha, vencida pelo sono,
Dormitando junto à
lareira, toma este livro,
Lê-o devagar, e
sonha com o doce olhar
Que outrora
tiveram teus olhos, e com as suas sombras profundas;
Muitos amaram os
momentos de teu alegre encanto,
Muitos amaram essa
beleza com falso ou sincero amor,
Mas apenas um
homem amou tua alma peregrina,
E amou as mágoas
do teu rosto que mudava;
Inclinada sobre o
ferro incandescente,
Murmura, com
alguma tristeza, como o Amor te abandonou
E em largos passos
galgou as montanhas
Escondendo o rosto
numa imensidão de estrelas.
Quando fores
velha, do poeta, dramaturgo e místico irlandês
William Butler Yeats (1865-1939).
Veja mais aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra: Plaza de Bolívar – Bogotá – Colômbia, do fotógrafo Spencer Tunick.
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.