DITOS & DESDITOS - Não pergunte sobre o que é o trabalho. Ao
invés disso, saiba o que esse trabalho causa. Arte e trabalho e arte e vida estão
muito interligados e toda a minha vida tem sido um absurdo. Não aconteceu nada na
minha vida que não tenha sido extremo - saúde pessoal, família, situações
económicas...absurdo é a palavra-chave... Acho que
o círculo é muito abstrato. Eu poderia inventar
histórias sobre o que o círculo significa para os homens, mas não sei se é tão
consciente. Acho que foi uma forma,
um veículo. Não creio que tivesse um
significado sexual antropomórfico ou geométrico. Não era um seio e não
era um círculo representando a vida e a eternidade…. Lembro-me de sempre
trabalhar com contradições e formas contraditórias que é a minha ideia também
na vida. Todo o absurdo da vida,
tudo para mim sempre foi o oposto. Nada jamais esteve no
meio. Quando lhe entreguei
minha autobiografia, minha vida nunca teve nada normal ou central. Sempre foram extremos.
Pensamento da escultora e educadora alemã Eva Hesse (1936-1970).
ALGUÉM FALOU: Há alguns anos, meu tio idoso morreu. Foi logo após o lançamento do meu
primeiro longa-metragem. Ele foi uma figura muito importante na minha família –
uma espécie de patriarca caprichoso, cheio de poesia. Passei por três dias de
luto muito comoventes, durante os quais descobri as mulheres da minha família
sob outra luz. Eu os via como frágeis, mas sem medo de se revelarem. Pensei que
este poderia ser o tema de um filme através do qual pudesse mostrar as nossas
tradições, que são muito diferentes das do mundo ocidental. Mas tive medo de
que fosse demasiado sombrio fazer um filme sobre um funeral, especialmente
porque o assunto tem sido frequentemente abordado no cinema. Nestes tempos difíceis há uma diversidade e proposta artística
muito interessante que permite revelar novos talentos e uma forma diferente de
fazer as coisas. Pensamento da cineasta marroquina Laïla Marrakchi.
MAPA SEM RETORNO - [...] Os livros deixam gestos no corpo; uma certa maneira de se mover, de se
virar, um certo fechar dos olhos, uma maneira de sair, de hesitações. Os livros deixam certos sons, um
certo ritmo; principalmente eles deixam o
indescritível, que é toda a história. Eles deixam muito mais que as
palavras [...] Eu não
sou nostálgica. Pertencer não me interessa. Uma vez pensei que sim. Até que
examinei os fundamentos. Somos enganados quando olhamos para as velas e a
majestade dos grandes navios em vez de para a sua carga. [...] A Porta Sem Retorno – por mais reais e metafóricos que
sejam alguns lugares, míticos para aqueles de nós que hoje estão espalhados
pelas Américas. Ter a pertença alojada numa metáfora
é uma intriga voluptuosa; habitar um tropo; ser uma espécie de ficção. Viver na Diáspora Negra, penso eu, é
viver numa ficção – uma criação de impérios, e também de autocriação. É estar vivendo dentro e fora de si. É apreender o sinal que se faz, mas
não conseguir escapar dele, exceto em momentos radiantes de banalidade feitos
como arte. Ser uma ficção em busca de sua
metáfora mais ressonante é ainda mais intrigante. [...] Quero
dizer mais alguma coisa sobre o desejo. Eu realmente não sei o que é. Experimento algo que, às vezes, se
eu separar, não consigo entender. A palavra parece-me desmoronar sob o
puxão e o arrasto das suas formas mercantilizadas, sob o peso do nosso
artifício e da nossa presunção. Às vezes é impossível distinguir o
que é real daquilo que é fabricado. Vivemos em um mundo repleto de
imagens de desejo mercantilizadas. O desejo se apega a utensílios,
cadeiras, geladeiras, carros, perfumes, sapatos, jaquetas, tacos de golfe,
bolas de basquete, telefones, água, sabão em pó, casas, bairros. Até mesmo Deus. Ele se apega a uma lista
interminável de objetos. Ele se apega à face dos aparelhos de
televisão e das telas de cinema. Está glaciado em objetos atribuídos,
petrificado em gestos repetitivos e clichês. Sua repetição é tediosa, sua
aparência e som são tediosos. Tornamo-nos a repetição apesar dos
nossos melhores esforços. Ficamos entorpecidos. E embora, contra a força
impressionante disso, eu não possa dizer tudo o que esse desejo pode ser,
queria falar sobre ele não como nos é vendido, mas como alguém o coleta, pedaço
por pedaço, ao longo da vida. Eu queria dizer que a vida, se
tivermos sorte, é uma coleção de experiências estéticas, assim como é uma
coleção de experiências práticas, que às vezes podem ser a mesma coisa, e das
quais, se tivermos sorte, daremos sentido. Fazer sentido pode ser o que o
desejo é. Ou, recompondo os sentidos. [...]. Trechos extraídos da obra A Map to the Door of No Return (Vintage, 2002), da escritora, documentarista e professora canadense Dionne
Brand. Veja mais aqui e aqui.
DOIS POEMAS - EU TENHO TUDO MARCADO PARA VOCÊ - como um sítio arqueológico. \ Não é
extrair seus restos que procuro \ - ruínas de uma cidade esculpida no arenito -
\ o que quero é te penetrar \ perfurar a pedra do seu corpo \ e esse sexo
côncavo de mulher \ se torna inútil para o meu desejo.\ Eu cavo em seu umbigo \
para entrar através do fluxo de seu sangue. \ Esvazio meu espírito como o ar em
sua boca \ e vejo você me respirar. \ Já sei que não preciso de pele para te
tocar, \ não é \ isso que eu quero, é fazer \ uma caverna no seu corpo.\ Dobro
seus joelhos sob minhas axilas \ como os braços de uma furadeira. \ As calçadas
que quebro \ são as da sua rua.\ Com meus cílios varro \ a poeira que levanto
de sua testa \ e não paro até que seja você \ e seu sexo seja meu até que seja
eu \ quem esteja dentro.DE TODOS OS ESTRANGEIROS ELE FOI O PRIMEIRO A CHEGAR - Três
mil quilômetros de oceano até sua cama \ guiados pelo fio de sua voz que
repetia: \ dessa vez você chegou na hora certa.\ Não havia nada na vida dele
mais urgente do que a sua.\ Diante do vidro ele diz que quer manter o jornal de
hoje \ como já fez com o pai. \ No dia em que você morreu, todas as flores
morreram, \ a bolsa subiu, foram feitos avanços importantes na segurança
marítima \ um carro entra em alta velocidade em uma fazenda \ e mata quatro
pessoas que tomavam café no terraço. \ Se a vida é o corpo \ (aquela cápsula
frágil) \ você teve sorte, \ sua vida se estendeu aos filhos dos seus netos. \ Não
sinto pena de você, sinto muito \ por nós: \ morreu alguém que nos amava. Poema da poeta espanhola Miriam Reyes.
TRES POEMAS & DEPOIMENTOS DEVASSOS – VOLÚPIA - Volúpia é o prazer de teu corpo,\ O
calor que se desprende de ti,\ quando com luxúria te acaricio,\ ou tudo
em volta eu esqueço\ Volúpia é quando tocas em meu seios,\ E me reconheço sem
nenhuma lucidez,\ quando sinto o prazer intenso e envolvente,\ sentindo a
paixão que não sei de onde veio\ volúpia é o momento que me enlouquece,\ umedecida
intensamente pelo orgasmo,\ Cavalgando alucinada na sensação incontrolável,\ de
desejar-te em desespero eternamente. Volúpia é te galopar sem freios e
inconsciente, \ umedecida pelo orgasmo, intensamente,\ e sentir o maravilhoso
sêmen permanente,\ a regar meu corpo que só por ti anseia.\ Volúpia é desejar
tuas mãos constantemente\ é poder sentir teu mágico corpo ofegante,\ e imaginar
que me queres por toda uma vida,\ e fechar os olhos para entender o nosso amor.\
Volúpia é o que sinto até quando penso em ti. I - Ah, maravilha, ser condecorada com seus beijos em meus
lábios que me transtornam de prazer nos meus olhos e que traduzem a paixão que
me domina. Senti-lo desamarrar com suas mãos o nó do meu roupão, para que veja
extasiado os meus seios desnudados encontrando a guarida que me fará que você
precisa e que acariciará enquanto me embalo nessa paixão maravilhosa e sentindo
convulsivos desejos intermitentes e profundos. Dignificar-me, arrancando minha
calcinha em minha vagina úmida e ansiosa e amada putinha, que lhe fará chegar
ao auge como nunca sentiu, seu pênis inchado tornando-me e só e unicamente meu,
sentindo os meus beijos prementes e chupadas de minha língua devoradora e
sempre ansiosa “do que é meu” para viver nossa paixão entre gemidos de prazer e
chegando ao ápice que nos levará à loucura na minha fonte de desejos que nos
levará à felicidade, consagrando-me à mais extrema paixão. Quero você urgente
para que possamos sentir o milagroso gozo a deixar-nos arfantes e desejando
sempre mais, em todos os momentos. Nossos corpos saciados e juntos para sempre
e tudo recomeçar outra vez para a satisfação de nossos corpos em felicidade constantes
e para sempre. Eu quero, meu amor, quero muito e sempre! PORQUE TE QUERO - Eu te quero \ Desejo em teus braços dizer que te amo,\ Recitar
poemas que compus para ti,\ beijar-te, até sufocar de tanto desejo,\ e vivermos
em nosso ninho de amor.\ Sentir que me queres em horas constantes\ Dia, noite,
manhã ou misteriosas madrugadas,\ Acordar sentindo meu corpo incendiado,\ e
acordar-te com carícias plenas e exuberantes\ Desejo o que é meu para sempre,\ mergulhando
em reentrâncias escondidas,\ procurando sempre o objeto de teus desejos,\ e
vamos reviver cada dia pleno de acolhidas\ Quero encontrar o paraíso em teu
corpo.\ gemendo ansiosa de prazer e loucura,\ Acreditando plenamente em teu
sorriso,\ E nos amando loucamente até à eternidade. II - Ah
minhas mãos novamente em teu corpo, em carne viva, sentindo teu pênis
intumescido a me enlouquecer nas tardes ensolaradas de minha vida e eu qual uma
amazona cavalgando delirante e apaixonada, enquanto minha dança lasciva te leva
ao éden nunca frequentado de todos os teus sonhos mais desvairados. Ah, minha
coreografia de quadris que te faz gemer de prazer, quase embarcando em meus
mares de desejos e luxúria. Ah, sentir teus olhos vorazes de concupiscência
refletidos em meus seios cujos bicos duros faz com que arquejes de prazer e
nossos corpos trêmulos, vibrando na ânsia do paraíso de loucura afrodisíaca. Ah
sentir meus glúteos em dança lasciva a te ensandecer em nossa alcova de
prazeres ultrapassando qualquer expectativa em minha sensualidade plena! Ah
sentir teu pênis, só meu, a regar tua fonte em gozo exultante e depois, já
saciados, a tua cabeça descansando em meus seios tão docemente e podermos nos
tornar um só naquele momento mais que indescritível. Ah como te sinto em mim
para sempre! E direi como anseio por você, como quero ser fodida, e sentir “o
que é todo meu” para me foder de manhã, de tarde, de noite e nas nossas
madrugadas. Tomar-me em seus braços, beijos mais que apaixonados e sentir-me
deusa inacessível em suas mãos quentes e fortes e dama glamourosa para ser despida
deliciosamente por você. Sim, meu amor, todo dia e o dia todo me agarrando, a
sua apaixonante putinha recostada na almofada e expondo a calcinha para mais
atordoá-lo de paixão e desejo, sentir suas mãos mágicas no toque que me
enlouquece e com a outra alisando minhas coxas com volúpia, enquanto eu conto
os meus sonhos em cada detalhe e totalmente submetida aos seus mandos priápicos
e me levar a orgasmos e gozo intensos no auge da lubricidade, dominada por sua
gula de foder-me dos pés à cabeça todinha sua em carne viva. E vivendo a
realidade, desejando desesperadamente cada toque seu ou seu corpo a me
transtornar libidinosamente. É isso que eu quero agora e sempre. Eu quero! Eu
lhe espero com o desespero de quem ama e precisa sentir urgente seu toque, e
lhe beijar muito e ardentemente até que desmaiemos de prazer. E sentir seus
lábios nos meus ardentemente do jeito que já teve e eu gulosa em resposta aos
seus beijos e eu sentir “o que é meu” em minha língua, babento e ereto, minha
boca a lavá-lo com minha saliva e conseguir e sugar dele todas as suas forças e
prazeres. Exatamente isso. Anseio por você arriando a minha calcinha e beijando
meus pés e ir acompanhando seu trajeto e descobrir minha vagina que se abrirá
ao seu toque mágico e esplendoroso, tudo e absolutamente tudo para você. Mais
que fêmea, mais que poeta, mais que putinha dadeira que se ajeitará ao seu
gosto, na satisfação de todos os desejos e lhe fará premiado com meus gemidos
enlouquecedores que quero ser sua, que quero ser fodida, todinha e virar-me de
bruços com a oferta de minha bundinha e o que é meu” e só meu presenteado com
meu ânus cobiçado e prometido e nele ser carinhosa e amorosamente enfiado para
que misturemos nossos gozos infindos na celebração total de nossa paixão. MOMENTO POÉTICO - Vou ao teu encontro \ Vou ao teu encontro
incendiada de amor,\ Desejando que me abrases em paixão,\ sinta meus lábios
quentes nos teus,\ encontrando em minha língua o sabor.\ Vim em escuridão para
encontrar-te,\ Sinto teu pênis ereto e inchado de prazer,\ acaricio-te
loucamente precisando de ti,\ e sei que só contigo para sempre posso viver.\ Na
languidez que se apossou de mim,\ Teus carinhos me trazem a doçura,\ E para
sempre serão minha ventura,\ Nada mais desejo, apenas o teu amor.\ Quero que me
abraces, aperte e viva,\ quero que me eternize em teu prazer\ Dominando meu
corpo que vive em ti,\ E tornando-me a putinha dos teus prazeres.\ Quero
eternizá-lo,\ meu rei só meu\ e com meus requebros te dominar. III – Amor, estou nas nuvens,
acima de qualquer paraíso de amor. Estou me entregando nua e feliz em seus
braços. Estou aqui desejando desesperadamente acariciar seu corpo inteirinho e
sentir “o que é meu” na minha pele e antegozando o nosso amor. É isso que eu
quero; Você, todinho meu e beijando seus lábios numa loucura sem fim. Quero,
preciso com urgência de você, de seu corpo que me deleita em orgasmos
sucessivos. Isso é o que meu corpo e coração querem e precisam. Quero sentir
seu pênis em minha boca, e sentir o gosto do sêmen que preciso para estar viva.
E acariciar da sua cabeça aos pés, louca de paixão e sentindo “o que é meu”
passando pelos lábios de minha vagina que me deixa louca e entrando na minha
vagina que lhe espera febril de desejo e escorregando enquanto tento virar de
bruços para recebe-lo no meu ânus delicadamente causando-me um estertor de
alucinação e já sem nenhuma lucidez tal a profundidade do meu desejo. Quero que
“o que é meu” e só meu entre deslize em todas as reentrâncias de meu corpo e
encontre as cavidades que nem imaginei que existiam, mas o seu pênis encontrará
transido de paixão. Quero você todinho e satisfazer todos os seus desejos e eu
poder me transformar na cortesã libidinosa para a seduzi-lo sempre e cada vez
mais. Quero ser sua putinha, poeta e você meu senhor a gemer no gozo
estonteante, o mais potente de toda a sua vida. E nós dois vivendo nosso amor.
E isso me faz lembrar aqueles dias que estivemos juntos desesperadamente
paradisíacos. Quero você, todo, completo. Quero nós dois enlouquecidos, eu
intensamente sua realizando o milagre da paixão. Eu sou só sua, sua e em você e
para você, para sempre. Estou aqui, sou toda sua sempre. Quero os seus braços,
o seu corpo, “o que é meu”, tudo seu eu quero demais. E eu sempre vou querer
satisfazê-lo ao máximo do prazer, foder e ser fodida por você. Tudo para você e
em você. Estou oferecendo meu corpo desnudado para realizar o que estiver com
vontade. É todo seu, meu amor. Poemas e textos da escritora Vânia Moreira Diniz.
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