DITOS & DESDITOS - A arte só pode ter um mínimo de glória se se revestir de dignidade,
que é uma espécie de caráter que dá sustentação à forma e ao conteúdo da
atividade artística.Esse caráter, que não deve ser confundido com o caráter do
próprio artista, é a sinceridade e a verdade que o artista consegue imprimir na
obra que realiza... Pensamento da escritora Arlete Nogueira da Cruz,
autora das obras A parede (1961), As cartas (1969), Compasso binário (1972), Canção
das horas úmidas (1973) e Litania da velha (1995), entre outros, que na obra Trabalho
Manual (1998), expressou que: Ó pequenos deuses, homens e poetas, aqui
está quem, de vestido, empunha alto a sua tristeza também! Quem desterra uma
queixa, confessando que cada saudade é uma possibilidade que perdemos de estar
juntos. E não é o meu vestido que abafa, envolvendo, o meu destino. Mas é o meu
destino que aumenta, alargando, o meu vestido. Não é o mesmo que dizer sair com
o vestido, reivindicando um lugar, mas reconhecê-lo como minha indumentária, o
manto que será também tapete e véu.
ALGUÉM FALOU: Os sonhos são as
sementes da mudança. Nada cresce sem uma
semente e nada muda sem um sonho... Pensamento da
cantora, atrz e escritora estadunidense Debby Boone. Veja mais aqui.
CASAMENTO DO CÉU
E INFERNO – [...] Se as portas da percepção fossem desobstruídas,
cada coisa apareceria ao homem como ela é, infinita. [...]. Trecho extraído da obra O matrimônio entre
o céu e o inferno (Iluminuras, 1987), do poeta,
tipógrafo e pintor inglês William Blake (1757-1827). Veja mais aqui e
aqui.
PEDAGOGIA CRÍTICA - [...] o
ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a
humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens.
Assim, o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos
elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie
humana para que eles se tornem humanos e, de outro lado e concomitantemente, à
descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo. [...].
Trecho extraído da obra Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações
(Autores Associados, 2008), do filósofo e pedagogo Dermeval
Saviani, que noutro de seus estudos Antecedentes, origem e desenvolvimento
da pedagogia histórico- crítica (Autores Associados, 2011), expressou que: [...]
o papel da escola não é mostrar a face visível da lua, isto é, reiterar o
cotidiano, mas mostrar a face oculta, ou seja, revelar os aspectos essenciais
das relações sociais que se ocultam sob os fenômenos que se mostram à nossa
percepção imediata [...]. Veja mais aqui e aqui.
PROFESSOR & ESCOLA – [...] Respeitar o ser humano, eis uma verdadeira
exigência moral, que a mim parecia, jamais seria posta em dúvida. E nada mais
contrário a isto, nada mais desumano, nada mais grotesco, que limitar as
possibilidades de uma criança, candidata que é à plena humanização, na medida
em que, ao invés de lhe impormos o ritmo e o conteúdo de seu tempo,
abandona-mo-la ao sabor dos primitivos mecanismos de que a natureza a dotou.
Como sabemos – e parece que todos sabemos, porque todos afirmamos que o homem é
um ser histórico – não somos naturalmente humanos. A produção de um homem é uma
árdua e penosa tarefa: ela supõe uma luta ingente contra tudo o que há de
natural e espontâneo no indivíduo; ela supõe o lento, difícil e doloroso
aprendizado da forma civilizada de ser. A se acreditar na geração espontânea da
condição humana, não teríamos ainda nos distanciado da vida simiesca; a se
respeitar o ritmo natural da criança, não teríamos ainda saído da infância da
humanidade; e, a se respeitar uma pretensa criatividade natural da criança não
se teria exposto à disciplina e não se teria jamais produzido, no seio da
humanidade, a criatividade extraordinária que tornou sublimes homens como
Mozart e Da Vinci. Sequer aspiramos que todos tenham o porte de um Homero, de um
Shakespeare, nos basta que não sejam decadentes, que sejam razoavelmente
sábios, judiciosos, competentes. Para isso sabemos o quanto de sacrifício, de
disciplina, de estudo e de trabalho é necessário. [...]. Trechos extraídos do artigo O professor decreta o fim da
escola (Revista Intermeio, 1995), da professora Lígia Regina Klein,
autora da obra Alfabetização: Quem tem medo de ensinar? (Cortez, 1996).
Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
UM LUGAR
NA ÁFRICA - [...] Agora é quando você deve aprender a distinguir as coisas importantes
daquelas que não são. [...] É melhor falar o menos possível sobre seus planos. Você não sabe mais aonde uma
conversa pode levá-lo ou o que pode esperar das pessoas que conheceu durante
toda a sua vida. [...] O que a voz interior diz não
decepciona a alma esperançosa. [...]. Trechos extraídos da obra En un
lugar de África (Maeva, 2012), da escritora
alemã Stefanie Zweig (1932-2014).
TRES POEMAS - PELE DO POETA – Vivi nesta toca que abriga a todos e uma busca no corredor de
dois sacrifícios \ ruminando nas entradas próximas ao esterco \ Algumas baratas
vieram provar meu exílio \ Tive um sonho onde andava apertando à força \ um
bastão em forma de cogumelo \ e chovendo flores de lótus como lágrimas \ Há
terra acima de mim e abaixo de mim \ Para acordar todos os dias, \ devo cavar
com os dedos a terra de dois olhos. \ Pelas paredes corremos rostos que vêm
fazer seu concerto \ sem palavras \ Intenção de ouço música \ Um choque na
areia \ Tremo faço abismo E começo a girar. IMOLAÇÃO DA PELE - Deixa-me descansar em ti em teu olhar \ Quero que
descubras o céu dos caídos\ Deixa-me o último suspiro de cada orgasmo\ Incinera
a tua alma e me presenteia com as cinzas\ Entrega-te a meus segredos de luxúria\
Empresta-me teu corpo para imolar meu desejo. A PAZ É MULHER - A Paz é mulher
que respira \ e essa inalação guarda o ar que nos contém.\ Ela\ com seu
clitóris aberto no amanhecer da alucinação\ nos faz andar descalços pelas
arestas da morte\ flertando com esperança.\ Suas mãos são de montanha e gente\ Seu
fogo reflete a dança dos dias entre as ideias que emergem.\ É ventre que se embala
em ziguezague\ Cordão de prata que nos conecta\ Somos enquanto ela existe\ Verde
é o seu corpo que dança entre o possível\ Trânsito é o seu sorriso de água
sobre as rochas\ A paz é mulher nômade\ agitando o néctar entre os sulcos que
dividem\ para abrir caminhos\ descongelar o corpo\ dilatar a mente \ e enlaçar
a pele ao ritmo. Poema da poeta, artista plástica e tatuadora
colombiana Sore Snid Berrío, co-fundadora do Grupo Juglares del Sueño.