“O homem está destinado por essência ao infortúnio”.
A CRIAÇÃO DO MUNDO SUMÉRIO - Vários
séculos antes da Bíblia, os deuses criaram o homem, na origem, para os aliviar
nas suas tarefas. Depois instituíram a realeza: foram 10 reinados que se
sucederam até o do fabuloso Ziusudra, cujo reino se estendeu por 36 mil anos,
em Shuruppak. Foi quando os deuses se encolerizaram contra os homens que
começavam a achar demasiado pesada a autoridade divina, chegando mesmo a
abandonar os seus senhores, a soçobrar na descrença, na anarquia e na barbárie.
Então, os deuses resolveram aniquilar a espécie humana afundando-a em um
gigantesco dilúvio. Porém o deus Enki , senhor das águas subterrâneas e rei de
Apsu, em Eridu, teve piedade dos homens e avisou ao rei Ziusudra que seguiu
seus conselhos construindo um grande navio e salvando a família, animais e
plantas. Eis o relato:
Quando os deuses acabaram a criação do
Universo, notaram que haviam negligenciado um aspecto capital das coisas: eles
mesmos tinham que trabalhar para suprir as suas necessidades. Cansados pelas
suas tarefas intermináveis, lamentavam-se sem cessar. Formou-se um cortejo e os
debates surgiram e tudo ameaçava o poder dos deuses. Procurando conjurar a
revolução, foi então que um deles, Enlil se levantou e lançou uma ideia genial:
por que não criar, com argila e água, um ser capaz de livrar os deuses do fardo
esgotante das tarefas cotidianas? A ideia foi recebida unanimemente pelos
Grandes. A notícia espalhou-se como um relâmpago entre eles. Exultava-se.
Banquetearam-se abundantemente. Além das felicitações de uso, Enki teve a honra
de ser encarregado, com a deusa-mãe Ninhursag, de criar o homem. Infelizmente a
cerveja tinha corrido demasiado nesse dia, e os deuses embriagaram-se. Por isso
o resultado das primeiras tentativas de criação foram catastróficas: das mãos
dos deuses só saíram serem anormais, inapto. A fêmea era estéril e o macho
assexuado! Estes seres nem chegaram a viver. Uma vez mais a revolução ribombou
sob as janelas de Enlil. Mas algum tempo depois o sábio Enki, tendo recuperado
a sobriedade, ensinou a Ninhursag e a todo um harém de deusas-mães, desta vez
corretamente, a arte de fabricar o homem. E o homem apareceu...
No começo as coisas não iam muito mal
entre os deuses e os homens. Estes últimos realiavam convenientemente as suas
tarefas. Os deuses estavam contentes e a tranquilidade tinha-se instalado no
panteão, desembaraçado dos vulgares problemas de administração. Desgraçadamente
esta bonança não durou. Porque o homem começou a proliferar desmesuradamente. E
a sua algazarra em breve encheu todo o universo a ponto de os deuses não
poderem dormir à vontade. Nasceu a ideia de uma destruição maciça desta raça,
desta praga mais insuportável que as tarefas de outrora. Os deuses votaram o
Diluvio e o Exterminio. Mas o sábio Enki velava. Autor do homem e a esse titulo
responsável pela calamidade, considerou muito habilmente: isso poupava uma nova
crise revolucionária entre os deuses, que inevitavelmente terminaria na
necessidade de criar um novo ser. E salvando apenas uma ínfima parte dos homens
– Ziusudra e a sua família -, encontrariam de novo as condições propícias ao
repouso divino. Daí até que a raça proliferasse de novo e ensurdecesse os
imortais com o seu alarido, teriam tempo de tomar providencias. Calculo sutil,
justo e político no mais alto grau, onde entrava também uma parte de compaixão
pelos pobres mortais.
FONTE BBLIOGRÁFICA:
HAMDANI, Amar. Suméria, a primeira grande civilização.
Rio de Janeiro: Otto Pierre, 1978.
DITOS & DESDITOS - Toda a
nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil – e, no
entanto, é a coisa mais preciosa que temos. Pensamento do físico
teórico alemão Albert Einstein (1879-1955). Veja mais aqui e aqui.
ALGUÉM FALOU: Deus se abaixou a tal ponto ao nosso
nível que de fato se tornou objeto de suplício na cruz. Neste sentido deus
morreu, mas o deus das religiões naturais, o deus arquipotente, transcendente,
misterioso que ressuscitou como história da igreja, como história de uma
humanidade transformada por mensagem... Deus morre enquanto liquida
definitivamente uma certa forma de divindade, uma certa forma de relação do
homem com deus e se dá de uma outra forma que não é mais assim transcendente e
misterioso, mas que se realiza na caridade recíproca entre as pessoas. Pensamento do filósofo italiano Gianni Vattimo.:Veja mais aqui e aqui.
VIOLÊNCIA
– [...] è o poder da sedução de
produzir o descontrole através das artimanhas “instintivas” do eterno feminino.
E é por aí que se abre a brecha para os atos agressivos e condenados pela
sociedade. São os comportamentos que sustentam o dia a dia que abrem a
possibilidade de um grande número de crimes contra as mulheres. Certamente é
preciso reconhecer que o jogo entre os sexos envolvia afetividade e
cumplicidade [...]. Trecho extraído de Homem
e mulher, as vítimas da violência, in Obra
reunida (Mameluco, 2011), da antropóloga Ruth Cardoso (1930-2008).
GENOCÍDIO BRASILEIRO – [...] O
discurso diante da realidade nos transforma em prisioneiros dela. Ao ignorá-la,
nos tornamos cúmplices dos crimes que se repetem diariamente diante de nossos
olhos. Enquanto o silêncio acobertar a indiferença, a sociedade continuará
avançando em direção ao passado de barbárie. É tempo de escrever uma nova
história e de mudar o final [...]. Trecho extraído da obra Holocausto brasileiro – genocídio: 60 mil
mortos no maior hospício do Brasil (Geração, 2013), da jornalista,
escritora e documentarista Daniela Arbex.
Veja mais aqui.
PARA NÃO ESQUECER – [...] Se recebo um
presente dado com carinho por uma pessoa de quem não gosto – como se chama o
que sinto? Uma
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da gente - como se chama
essa mágoa e esse rancor? Estar ocupada, e de repente parar por ter sido tomada
por uma desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota - como se chama o que
se sentiu? O único modo de chamar é perguntar: como se chama? Até hoje só
consegui nomear com a própria pergunta. Qual é o nome? e este é o nome.[...] Trecho extraído da obra Para não esquecer (Rocco, 1999), da escritora Clarice Lispector
(1920-1977). Veja mais aqui, aqui e aqui.
DOIS POEMAS – CAMINHO - Quando ninguém nos ama / começamos / a amar
as mães / Quando ninguém nos escreve / lembramos / de velhos amigos. / E
palavras pronunciamos já só por- / que nos assustamos com o silêncio / e
movimentos são perigosos. / No fim das contas, em parques desolados ao acaso / choramos,
através dos miseráveis clarins / de orquestras patéticas. DE NOVO: INTERVALO DE
SONO – O que olha / sempre cessa: / Dia ou mundo! / o único é / ininterrupto — / por sua face / a alma
desliza? / cinzas! / e a luz não se divisa / do que sempre olha — / cinzas
movediças: / fora da luz / desfolham-se. Poemas do poeta russo Gennadiy Aygi (1934-2006).
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mais sobre:
Quando
tolinho deu uma de bundão e quase bate as botas, Anita
Malfatti, Toninho Horta, Anaxágoras de Clazómenas, Carlos Pena Filho, André Helbo, Francis Ford Coppola,
Selmo Vasconcellos, Ginaldo Dionisio, Literatura de Cordel & A Mãe da Lua aqui.
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O
romance de Sólon e Belita, cordel de Raimundo Nonato da Silva aqui.
A menina
dos olhos do bocejo eterno aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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