Todos nós
agimos. É o que fazemos aos outros o tempo todo, deliberadamente ou não. É uma
forma de falar de nós mesmos na esperança de sermos reconhecidos como
gostaríamos de ser. Eu trabalhei em uma série de negações. Não à luz primorosa,
não às composições aparentes, não à sedução das poses ou da narrativa. E todos
esses não me forçaram a sim. Tenho um fundo branco, uma pessoa que me interessa
e coisas que acontecem entre a gente. Um retrato não é uma semelhança. No
momento em que uma emoção ou um fato se torna uma fotografia, deixa de ser um
fato para se tornar uma opinião. Numa fotografia não há imprecisão. Todas as
fotos são precisas. Nenhum deles é a verdade. Qualquer coisa pode ser uma arte
se você colocá-la no nível da arte. Sempre sou estimulado por pessoas, quase
nunca por ideias. Meus retratos são mais sobre mim do que sobre as pessoas que
eu fotografo. Tenho me interessado ultimamente, pela passagem do tempo dentro
de uma fotografia. Acho que toda arte é sobre controle, o encontro entre o
controle e o incontrolável.
A arte do fotógrafo estadunidense Richard Avedon (1923-2004).
Veja mais abaixo.
LOUVOR À DOR
& ARTE DE ARTEMÍSIA GENTILESCHI – Foi
em Pisão, desde menina, seguia os passos do seu pai Orazio, cuidada por sua mãe
Prudentia que morreria na sua adolescência. Era a filha mais velha, restou a
amizade de Tuzia, aquela que seria, mais tarde, a responsável por sua desgraça.
Romana, fazia retratos de quem aparecesse, encomendasse, inspirada em Caravaggio e no que expressava da
Bolonha de Carracci. Seus passos
eram promissores na barroca visão, a ponto de tornar-se a primeira da academia
de Florença. Como bem tudo são flores na vida, a sua arte era a vingança sobre
Tassi que, entre as aulas particulares, a violentou com a ajuda do cúmplice
Quorli: Trancou o quarto a chave e depois me jogou sobre a cama, imobilizando-me
com uma mão sobre meu peito e colocando um dos joelhos entre minhas coxas para
que não pudesse fechá-las. E levantou minhas roupas, algo que lhe deu muito
trabalho. Pôs um pano em minha boca para que não gritasse. Eu arranhei seu
rosto e arranquei seus cabelos. Tinha apenas dezoito anos e não adiantaram os gritos por
socorro, Tuzia os ignorou e até fingiu que nada houve ali. Depois de tudo,
havia a esperança de um casamento, mas o abusador se esquivou e voltou atrás –
haviam outras acusações contra ele, como a de planejar o assassinato da sua própria
esposa e do envolvimento extraconjugal com a cunhada, o que era tido como crime
de incesto então. Uma queixa paterna e sete meses de julgamento. O traumatizante
exame ginecológico, duas obstetras experientes. Condenado, jamais cumpriu a pena
e após revisão, exilou-se impune. O trauma, a dor, a frustração, o seu tema era
o seu ser, a naturalidade e a sua dor ofuscante, traumatizada. Ela então foi Judite
Decapitando Holofernes, foi Susana
e os anciãos, foi, em si, todas as dores de mulher e delas. Desonrada,
seu pai escolheu Pierantonio e se foi para Florença. Ela estava na Casa
Buonarroti e dos Médici e da do rei da Inglaterra. Tiveram uma filha, Prudentia,
e contatos com Allori e Galileo.
Descobriram as suas cartas: o triângulo amoroso consentido com Maringhi e os
rumores que a fizeram retornar à terra natal. Logo seguiu para criar a Anunciação de Nápoles, a sua segunda
casa. Lá mantendo o seu arquétipo empoderador: o Autorretrato como Alegoria
da Pintura, trabalhando ao lado do pai na corte inglesa, até a guerra civil
para retornar novamente à Nápoles e passar a viver sob os conselhos do
siciliano Ruffo. Parece ter morrido na devastadora praga napolitana, só se sabe
porque sua obra reapareceu nas páginas do Artemisia
Gentileschi—A New Documented Chronology (Rights & Usage, 1968) de R.
Ward Bissell; no Why Have There Been No
Great Women Artists? (Thames & Hudson,
1971), da historiadora Linda Noclin; no filme drama Artemísia (1997), de Agnes Merlet; no Artemisia Gentileschi
around 1622: The Shaping and Reshaping of an Artistic Identity (UCP, 2001), de Mary Garrard; na sua
suposta biografia Artemísia (Bison, 2003) escrita por Anna Banti; também no Violence & Virtue: Artemisia's Judith
Slaying Holofernes (AIC, 2013), de Eve Straussman-Pflanzer; e no Gentileschi padre e figlia (Abscondita, 2019), de Roberto Longhi. Pelo menos está
restabelecida sua dignidade, a sua arte como instrumento de defesa das mulheres
e o seu nome entre as maiores artistas do planeta. Veja mais aqui, aqui, aqui e
aqui.
A arte do fotógrafo estadunidense Richard Avedon (1923-2004).
DITOS &
DESDITOS – Qual é o
primeiro dever do homem? A resposta é breve: ser ele próprio. O homem mais
forte do mundo é o mais solitário. Se deres tudo, menos a vida, fica certo de
que não deste nada. Pensamento do
dramaturgo do Realismo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906). Veja mais
aqui.
ALGUÉM FALOU: O amor é um jogo
de anjos cruéis. Costumo dizer não a qualquer coisa que não seja apenas
escrever. A habilidade que você está pensando na imaginação, sem a qual não
pode haver compreensão, na verdade não é ficção. Pensamento do escritor irlandês William
Trevor Cox (1928-2016). Veja mais aqui.
O DON
SILENCIOSO – [...] Cerca de quatro dias mais tarde, os vagões
vermelhos dos trens carregados de tropas levavam os regimentos de cossacos e
suas baterias para a fronteira russo-austríaca. "Guerra"… Os vagões
zumbiam de conversas e canções. Olhares inquisitivos e benevolentes saudavam os
cossacos nas estações, e o povo contemplava as listras das calças dos soldados.
"Guerra…" Mulheres acenavam com lenços, sorriam e atiravam cigarros e
doces para os soldados. Uma vez, pouco antes que o trem chegasse a Voronej, um
velho ferroviário enfiou a cabeça no vagão, onde estava Piotr Melekhov com mais
vinte e nove camaradas e perguntou: - Estão indo? - Sim. Entre e venha conosco,
avozinho - respondeu um dos cossacos. - Meu rapaz... bois para o matadouro! - disse
o velho, sacudindo a cabeça em tom de reprovação. [...] Estava completamente
exausto devido à guerra. Queria virar as costas ao mundo incompreensível,
tempestuoso, hostil, cheio de ódio. [...] É uma vida estranha, Aleksei!
Os homens caminham às apalpadelas, como se fossem cegos; juntam-se e se separam
de novo, às vezes se espezinhando uns aos outros… Aqui estamos, vivendo à beira
da morte, e só podemos nos perguntar selvagemente por que tudo isso? Acho que
não há nada mais terrível no mundo do que os seres humanos. Faça o que fizer,
você não chegará ao fundo deles… Aqui estou eu a seu lado e não sei o que você
está pensando e nunca soube, e também não sei que tipo de vida você leva. Você
tampouco sabe sobre a minha vida… Talvez eu esteja querendo matá-lo agora, e aí
está você me dando um biscoito, sem qualquer ideia do que estou pensando… As
pessoas sabem pouco sobre si mesmas. [...]. Trechos extraídos da obra O don
silencioso (Record, 1987), do
escritor russo Michail Sholokhov (1905-1984). Veja mais aqui.
UM POEMA - Está
tão tranquilo na luz da manhã / tão cheio de paz, que consciência piedosa; / se com beijos seu espelho o slide oeste,
/ a flor na praia mal o avista; /
libélulas tremem em sua superfície,
/ bastonetes em tons de carmim e
auriablue; / as aranhas d'água,
na imagem solar, / eles conduzem
uma dança no brilho; / guirlandas
de gladíolos latejam na margem, / e as canções de ninar soam ao lado do canavial; / E há um balanço constante e um murmúrio
submisso, / como se sussurrasse:
paz! a paz! a paz!… Poema da escritora alemã
Annette von Froste-Hülshoff (1797-1848). Veja mais aqui.
GESTÃO PÚBLICA - O administrador público: poderes e
deveres - A partir de uma observação ao que preceitua Celso Antonio Bandeira de
Mello, Carmen Rocha, Hely Lopes Meirelles, Marcelo Caetano, dentre outros, os
poderes e deveres do administrador público são os encargos daqueles que geram
bens e interesses da comunidade. Esses gestores da coisa pública, investidos de
competência decisória passam a ser autoridades com poderes e deveres
específicos do cargo ou da função. Esses deveres e poderes são expressos pela a
lei e exigidos pela coletividade. Conforme Antonio Celso Bandeira de Mello, o
poder administrativo é atribuído a autoridade para remover interesses
particulares que se opõem ao interesse público, o poder de agir se converte no
dever de agir. Neste caso, o agente tem o dever de agir com a comunidade para
seus interesses deixando de praticar o seu dever funcional. O administrativo
tem obrigação de atuar em beneficio da comunidade para praticar sua competência
legal. Já o dever de eficiência, para Celso Antonio Bandeira de Mello, é
tratado como dever de boa administração, considerando não só a produtividade
como a adequação técnica exigida pela administração econômica e técnica,
desenvolvida e aperfeiçoada através de seleção e treinamento. O dever de
probidade, conforme o autor mencionado, que é o dever de caráter integro e
honrado, considerando como elemento necessário os atos do administrador
público, quando o ato é desonesto o administrador público ficará suspenso dos
seus diretos políticos, tem a perda de sua função com a indisponibilidade dos
bens e ressarcimento ao Erário, porém sem prejuízo da ação penal cabível. Ao
lado deste dever está complementando o dever de prestar contas. O dever de prestar
contas, na ótica do autor em consideração, com a orientação dos Tribunais o
administrador deve ter gestão sua administrativa ligada aos bens e interesses
da coletividade assumindo o encargo com a comunidade. Todos os atos do governo
e da administração estão acentuados na gestão financeira para usufruir nosso
Direito Positivo e chegar-se a uma conclusão. Já no que concerne ao uso e abuso do poder, seguindo a idéia do
autor em referência, a Administração Pública deve obediência à Lei em
todas as suas manifestações, tendo em vista que o poder administrativo dado à
autoridade pública tem limites certos e forma legal de utilização, não terá
carta branca para arbítrios, violências, perseguições ou favoritismo
governamentais. Sem esses requisitos o ato administrativo expõe-se a nulidade
Desta forma, o uso do poder é seguido pelo o uso da autoridade, porém ele tem
que ser usado sem o abuso do ato administrativo. Abusar deste é empregá-lo fora
da lei, sem utilidade pública. Este é um ato ilícito sendo que o uso do poder é
lícito, ou seja, o abuso do poder ocorre a autoridade competente ultrapassa os
limites suas atribuições e desvia de suas finalidades administrativas. O uso e
abuso do poder, conforme o autor em comento, se realiza com o excesso de poder
e desvio de finalidade que estão descritos abaixo. O excesso de poder ocorre quando a autoridade pratica o ato e vai
além do permitido. Esta conduta abusiva do excesso de poder tanto se
caracteriza pelo descumprimento frontal da lei quando a autoridade age claramente
com competência e também contornando dissimuladamente as limitações da lei,
para arrogar-se poderes que não são atribuídos legalmente. Já o desvio de
finalidade, seguindo o autor relacionado anteriormente, se verifica quando a
autoridade atua nos limites de sua competência, praticando o ato por motivos ou
fins diversos, objetivados pela lei ou exigidos pelo interesse público. O ato
praticado com desvio de finalidade é consumado as escondidas ou apresenta
disfarçado sob o capuz da legalidade e do interesse público. A omissão da administração, conforme Antonio Celso
Bandeira de Mello, pode ser representada por aprovação ou rejeição da
pretensão do administrador. Quando a norma estabelece que o prazo foi
ultrapassado, o silêncio importa a aprovação ou denegação do pedido do
postulante, assim se deve entender menos pela omissão administrativa do que
pela determinação legal do efeito do silêncio. Entretanto é que o administrado
jamais perderá seu direito subjetivo enquanto pendurar a omissão da administração
no pronunciamento que lhe compete. Veja
mais aqui e aqui.
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show e das comemorações de 5 anos a seguir:
TATARITARITATÁ
(Cantarau – Show poético-musical realizado no Projeto Palco Aberto, no dia 19
de maio de 2010, no Teatro Linda Mascarenhas, em Maceió, com a banda Cianônima
Ilimitada).
Sanha
(Luiz Alberto Machado)
Abusão (Luiz Gulu França, Fernando Melo &
Luiz Alberto Machado)
Entrega (Jucimar & Luiz
Alberto Machado)
COMEMORAÇÕES:
TATARITARITATÁ 5 ANOS