quarta-feira, maio 07, 2008

CASANOVA, ANTÔNIO CÂNDIDO, ANÍSIO TEIXEIRA, WÄINÖ AALTONEN, LITERÓTICA, COMTE & EDUCAÇÃO

 
A arte do pintor e escultor finlandês Wäinö Aaltonen (1894-1966)

LITERÓTICANA ALCOVA DA MUSA – Os meus lábios requerentes e apaixonados se encaminham para os seus, minha Ishtar nua e descoberta, enquanto meu coração se descabela a quatro mil rpm numa rajada barulhenta da bateria das nossas escolas de samba juntas em plena terça-feira de carnaval do nosso lúbrico amor que incendeia nossas almas e vicia nosso querer constante e obsessivo. E quando os meus e os seus lábios se encontram faíscam relâmpagos violentos de festa em zis fogos de artifícios, acompanhando a tremedeira energizada de todo meu corpo que se apronta para ser eletrocutado pelo prazer da sua obsessão lasciva até nos entregarmos dependentes um do outro na explosão do nosso coito para serenar nossas vidas. E minhas mãos segurarão seu rosto para que os beijos estalem certeiros e, com isso, elas possam explorar sua vitalidade contornando carinhosamente sua beleza anatômica sensual e inquieta, alisando seus braços, seios, quadris, ventre. E podendo sentir seu corpo abrasado no meu com a nudez de nossas almas incendiárias de hipererosia. E você enlouquecendo a se esfregar no meu corpo, saracoteando, dando voltas em si para que eu possa tomar ciência de toda proporção da sua maravilha, para que eu possa morder sua carne e encare suas costas enquanto seu glúteo saboroso rebola no meu membro em riste e eu possa lambuzar com a minha excitação máxima toda a pele sedosa de suas ancas, de sua púbis e do seu prazer. Ah! deusa única e exclusiva do meu panteão, minha nau do prazer, deixa que eu me atire na façanha de tê-la égua da melhor montaria, que eu seja rendido como Enkidu pelo feitiço de seus encantos luxuriosos, que eu me realize no nosso intercurso e me derrame em profusão como um príapo enlouquecido e nessa loucura eu seja o sorvete de morango no seu paladar, e você a calda de ameixa saborosíssima no meu gozar. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


PENSAMENTO DO DIAQuando a luz se extingue, todas as mulheres são iguais, sem amor essa tarefa grandiosa torna-se desprezível, porque ela era bela, porque eu a amava e porque seu encanto nada significaria a menos que tivesse o poder de sufocar toda razão. Pensamento do aventureiro e escritor italiano, Giovani Jacopo Casanova (1725-1798). Veja mais aqui, aqui e aqui.

O AMOR DE COMTE & CLOTILDE – [...] Em outubro de 1844, Augusto Comte encontrar-se-ia com a mulher que iria decidir do sentido dai última fase de sua doutrina. A influência de Clotilde de Vaux seria decisiva para os destinos do positivismo. A admiração que Comte sempre demonstrara pelo catolicismo, também se faria sentir agora, no momento em que êle transforma o seu sistema numa religião, que muito se assemelha, nas fórmulas e na disciplina, ao catolicismo. E' certo que desde os Opúsculos já se assinalava a aptidão do positivismo para uma síntese da qual poderia resultar o estabelecimento de uma verdadeira religião. Mas o que decidia do advento da Religião da Humanidade, seria, além da admiração que o catolicismo inspirava a Augusto Comte, a sua paixão por Clotilde. Foi essa paixão o fator decisivo para o advento de uma religião eminentemente social e política como é a Religião dai Humanidade. A feição mística que esta assumiu, foi devida à "Mulher divina que ele proclamou sua Colega, Inspiradora, bem como seu Juiz Supremo". A mulher, divinizada na figura de Clotilde, terá urna importante missão no positivismo. "Se a nova filosofia não pudesse obter tal apôio (o das mulheres), ela deveria renunciar (à pretensão) de substituir a teologia no seu antigo ofício social. A teoria fundamental do positivismo — diz Augusto Comte — garante a aptidão feminina do positivismo, ainda mais diretamente que a sua eficácia popular. Porque o seu princípio fundamental, a sua maneira de conceber e de tratar o grande problema humano, apenas oferece uma consagração sistemática das disposições que caracterizam espontaneamente as mulheres. A influência sentimental da mulher tem assim, considerável importância na doutrina de Comte, como tivera na sua própria existência. Só pelo exemplo feminino, modelo de amor e devotamento, na opinião de' Comte, — é que a sentimento de solidariedade social poderá progredir. Do mesmo modo que Clotilde influiu sôbre o pensamento de Comte, assim também as mulheres saberão exercer a sua influência para a regeneração social da humanidade. "Fundamentando o conjunto da sã filosofia sôbre a preponderância sistemática do coração, as mulheres são chamadas a formar a parte essencial do novo poder espiritual. A espiritualidade católica só podia ver nelas, poderes auxiliares porque sua fonte direta era independente de seu concurso. Mas a espiritualidade positiva, as aprecia como elemento indispensável, pois elas constituem a representação mais natural e mais pura do seu princípio fundamental [...]. Trecho extraído da obra Progrès de Ia Consdenee dans la Philosophle Oecidontale (Les Presses Universitaires de France, 1953), do professor e filósofo francês Léon Brunschvicg (1869-1944). Veja mais aqui.


A EDUCAÇÃO NO POSITIVISMO DE AUGUSTE COMTE - A educação para o filósofo Auguste Comte, o criador da doutrina da educação universal na filosofia, é chamada de educação positiva, aquela que visa a informar o aluno sobre a ordem, isto é, como o mundo funciona, formando seu caráter, tornando-o mais bondoso. Na educação, isso acarreta ênfase na aferição da eficiência dos métodos de ensino e do desempenho do aluno. Para ele a educação é necessária para se atingir o verdadeiro ensino integral, enciclopédico. Para o Positivismo, a educação resume-se no ensino enciclopédico, útil e verdadeiro, sem teologismo nem metafísica. Isto supõe a subordinação do espírito de detalhe ao de conjunto, da análise à síntese, do progresso à ordem, do egoísmo ao altruísmo, dando à educação um fundamento e um conteúdo ético, que pudesse ser aceito por todos. O seu programa consiste em formar uma consciência moral e social que, desde as bases, pudesse ser inspiradora de todos os idealismo humanos. Isto porque o racionalismo científico é característico do Positivismo, do ponto de vista pedagógico, mas não exclui o valor da instrução humanística, cujas decisões válidas apresentou. Para August Comte, a ciência é a escola da disciplina, porque é organismo de força intelectiva da qual a lógica, o método e as ciências especiais, são leis. O plano geral da educação positivista coloca a arte antes da ciência, com o culto religioso acima do dogma, de maneira a prevenir as dificuldades essenciais. Segundo Comte, na teoria e na prática deve prevalecer o sentimento como fonte normal da sistematização. O objetivo educacional positivista é modificar o mundo para adaptá-lo às necessidades humanas e aperfeiçoar o homem. A participação da inteligência nessa práxis transformadora consiste em esclarecer, reunindo para isso os elementos destinados às previsões. As características desta educação são as seguintes: em primeiro lugar, ela é viável aos dois sexos; a segunda, é que ela está subordinada ao desenvolvimento biológico, já que o estudo do homem e do mundo exterior constituem necessariamente o duplo e o eterno sujeito de todas as concepções filosóficas positivistas; a última característica, é que ela se relaciona à interconexão das leis dos três estados (estado teológico-ficticio, estado metafísico-abstrato e estado positivio-cientifico), com as etapas mentais do desenvolvimento da criança, combinando a estática social com a dinâmica social, ou seja, as leis da ordem com as do progresso. Em sendo o principio fundamental do Positivismo o da primazia da educação para a solução do problema social, devendo o proletariado participar da riqueza intelectual, tanto quanto os detentores do capital (o patriciado), Comte divide a educação positivista em espontânea (educação física e moral, e educação estética) e sistemática (educação intelectual). A educação espontânea – Neste sistema educacional, a primeira fase, que se estende do nascimento à puberdade, deve ser ministrada apenas pela mãe, que deve dirigi-la de modo “inteiramente espontâneo, ao mesmo tempo, física, intelectual e moral” Esta educação exclusivamente familiar deve constituir sobretudo na cultura dos sentidos, no desenvolvimento da destreza natural, pelos jogos, e na aquisição de bons hábitos. Dos sete aos oito anos até a puberdade, a educação, sem cessar de ser doméstica e dirigida pela mãe, mas não mais inteiramente espontânea, tornar-se-á estética, formando-lhe a base do ensino, a poesia, a música e o desenho ou a pintura.. Durante esse período, a cujo ensino, predominantemente artístico, será preciso acrescentar o estudo das línguas; a criança não deve ainda ouvir falar de qualquer das sete ciências da classificação comteana. A educação física e moral – O fulcro da educação positivista está em ver em cada mãe a dirigente perpétua dos filhos. Até a puberdade, devem eles depender, exclusivamente, das mães; e durante o resto da existência, a mãe deve supervisionar sua educação. Assim, nessa primeira fase, a educação deve ser essencialmente afetiva, embora o cultivo do físico da criança deva prevalecer. Aqui, a educação física consistirá menos em um exercício grosseiro dos músculos, e mais na cultura dos sentidos, da destreza, a fim de preparar a criança para a observação e para a ação. Contudo, o Positivismo não dispensa o papel do pai na educação doméstica, como auxiliar da ação materna, pelo criterioso exercício da autoridade. O pai, aconselha Comte, deve educar seus filhos pelo exemplo, pela auto-disciplina, pela atitude correta, pela união de sentimentos, pois o lar sem normas de conduta respeitadas por todos, converter-se-á em foco de desordem e a anarquia da família lhe dará cidadãos desajustados e nocivos à sociedade. Para o Positivismo, o regime pessoal é socialmente instituído pela subordinação do egoísmo ao altruísmo, segundo a lei viver para outrem. O homem isolado não existe, o que existe é a sociedade. O individuo só pode ser encarado como elemento do organismo comunitário, ensina Comte.. O primeiro dever é, pois, viver, mas viver dignamente, viver às claras, concorrendo para a conservação e o aperfeiçoamento da Humanidade. A educação estética - Se a evolução afetiva caracteriza primeira infância e elabora espontaneamente o principal elemento da lógica – os sentimentos -, a segunda infância assinala-se pelo surto estético, que vem aclarar os sentimentos com o segundo elemento lógico: as imagens. A educação estética, que vai dos sete aos catorze anos, começa, também, a sistematizar-se por uma série gradual de estudos regulares, até então interditos, ou seja, a leitura, a escrita, o canto, o desenho, e o ensino das línguas modernas. A educação sistemática - Depois da elaboração dos sentimentos, na primeira infância, e do desenvolvimento da educação estética, por meio do concurso das imagens, finalmente a adolescência completa esse preparo espontâneo, instituindo a lógica universal pelo uso sistemático do terceiro elemento: os sinais, nesta terceira fase, em que será desenvolvido o ensino abstrato, de vez que o cérebro, já educado durante a infância estará apto para o estudo das leis científicas. A característica geral da educação desta fase é desenvolver a razão abstrata, sistematizando os conhecimentos gerais adquiridos na infância. Assim, o ensino deverá consistir principalmente no estudo das leis naturais que regem o mundo e o homem, instruindo-o para a vida ativa. E, o que é muito importante neste momento, a aprendizagem de um ofício, habituando-o para o serviço efetivo na sociedade. O adolescente também inicia o conhecimento de sua própria personalidade e sua função no organismo social. A educação sistemática seguira escrupulosamente a hierarquia das ciências positivas e a ordem lógica de sua filiação, que caracteriza a ordem universal. Comte criticou as classificações propostas nos dois últimos séculos, como as de Bacon e de D’Alembert, que não só desconheciam a matéria, como pecavam pela falta de um critério positivo homogêneo e constante. A base da classificação de Comte, da generalidade decrescente, é um princípio cartesiano, partindo-se dos objetos mais simples para os mais complexos. O problema básico da educação, para Augusto Comte, é o problema da vida humana, ou seja, dentro de sua concepção, a subordinação do egoísmo ao altruísmo. Esse desiderato só será alcançado pela reação da sociedade sobre o indivíduo, pela influência da vida comunitária, sobre a vida individual. Em outros termos, a sociedade terá sempre que influir no educando. Alegando que ainda não prepondera um sistema educativo que ligue a família à sociedade, que vise sempre o social na educação do indivíduo, e que, nos contatos sociais, os pendores egoistas provocam antagonismos individuais que tendem a neutralizá-los, Comte entende que a educação deve ter por fim sistematizar essa reação geral da sociedade sobre a vida individual, preparando especialmente a conduta do individuo. Toda dificuldade educativa está, para ele, em vencer a preponderância dos instintos inferiores. Comte demonstra, assim, a necessidade social de uma educação positiva, sistemática, a fim de preparar o individuo como cidadão consciente. Individuo que se acha intimamente ligado à família, que por sua vez se liga à pátria e, por esta, à Humanidade, que o completa comunitariamente. Veja mais aqui e aqui.

CIÊNCIA E ARTE DE EDUCAR – [...] o processo educativo não pode ter fins elaborados fora dele próprio. Os seus objetivos se contêm dentro do processo e são eles que o fazem educativo. Não podem, portanto, ser elaborados senão pelas próprias pessoas que participam do processo. O educador, o mestre, é uma delas. A sua participação na elaboração desses objetivos não é um privilégio, mas a conseqüência de ser, naquele processo educativo, o participante mais experimentado, e, esperemos, mais sábio. [...]. Trecho extraído da obra Ciência e arte de educar (Educação e Ciências Sociais, 1957), do educador Anísio Teixeira (1900-1971). Veja mais aqui.

A FICÇÃO – [...] A ficção é um lugar ontológico privilegiado: lugar em que o homem pode viver e contemplar, através de personagens variadas, a plenitude da sua condição, e em que, transformando-se imaginariamente no outro, vivendo outros papéis e destacando-se de si mesmo, verifica, realiza e vive a sua condição fundamental de ser autoconsciente e livre, capaz de desdobrar-se, distanciar-se de si mesmo e de objetivar a sua própria situação. [...]. Trecho extraído de As personagens de ficção (Perspectiva, 1972), do poeta, ensaísta, professor universitário e crítico literário Antônio Cândido. Veja mais aqui.


A arte do pintor e escultor finlandês Wäinö Aaltonen (1894-1966)




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