VAMOS APRUMAR A CONVERSA?
DUOFEL, TRÊS POR UM – Era
uma sexta de 1997, parece. Direto feito cantiga de grilo e na maior tirineta da
munheca empolgada de ancho todo folgado, foi assim que descobri a maravilhosa
música do Duofel. Seguinte: era a
terceira edição do Maceió Jazz e eu teria a oportunidade de mais uma vez ver um
show do Hermeto Pascoal. Estava feliz com a edição nº 9 do meu tabloide
Nascente impresso para distribuir na ocasião, com uma entrevista do Milton
Nascimento. Tudo pronto numa área ao ar livre do hotel na praia de
Mata-Garrote, em Maceió, eu devidamente aboletado à espera do bruxo alagoano
dos sons no palco, quando apareceu uma dupla que encheu o ar com sua violada. Gente,
era cada cipoada bonita nas cordas! Eles arreavam a ripa com cada lapa de
música, eu pegando bigu no prazer das harmonias melodiosas, só molhando a goela
dando um bico na austeridade e confirmando tudo pela profusão: eles esbanjavam
talento. Quem são? Não sabia. Queria mesmo aproveitar a oportunidade, enquanto
dentro de mim ficava mais buliçosa a curiosidade. De tão bom, nem dei fé da chuviscada
insistente que caía. Fazia parte do espetáculo: o som deles era como uma
cachoeira do tamanho do Brasil distribuindo a beleza que havia em todas as
coisas da vida. No acorde final, aplaudi extasiado de pé. Já não eram mais os chuviscos
amenos, ameaçava cair uma senhora chuvada. Pois bem, chuva, copos e aguardando
Hermeto. Quando estava para começar a apresentação, caiu um pé d’água. Não
arredei: botei a mesa na cabeça e fiquei lá insistente. De repente, uma
explosão. Meia hora depois devolveram os ingressos para o domingo. – Ué, o
festival não é até sábado? O show do Hermeto fora transferido para mais um dia
de evento. Foi quando voltei pra real e o apagão se expandia geral. Parecia
mais com um causo do Daniel Cavalcanti dando conta da visita de funcionários do
ministério de Brasília para estudar a seca do Nordeste. Uma chuvada despencou
do céu quando eles estavam em Recife, malas prontas pra viajar: “[...] Viero de Brasilia uma comissão, instudá o
meu sertão. Sabe adonde fôro s’hospedá? In riba do Grande Hoté Boa Viagem, bem
na beirinha do mar. Aí Sunpedo parece que por maicação, abriu as portas do céu
e fincou água no chão. Aí eles atelegrafaram ao prisidente da Nação: nóis tá
tudo preso, nóis num pode sair não. Inté a data de hoje nóis num feiz reunião.
E pra encurtá essa história: nóis num intende esse sertão”. Tanto é que na
minha terra de Ascenso Ferreira, tem outro poeta de valia, Jayme Griz que diz
num de seus poemas da antologia Poetas de Palmares (Nordestal, 1973), assim: Verão! Sol quente de tinir! Sol quente de
rachar o chão! De repente: chuva chuva chuva chuva chuva chuva de danar a paciência!
Chuva do sapo pedir aos céus clemencia! Mãe Natura endoideceu... e se ela, que
é mãe, que é sábia, que é única, a cabeça perdeu.... quanto mais eu... quanto
mais eu. Esse o meu Nordeste. Cenário: em casa, faltando energia,
bebericando umas e outras. Quando um amigo meu liga do celular: - E aí, que
achou do show do Duofel? Quem? Duofel, cara, eu vi você lá! Ah, agora sabia:
Duofel. E ficamos jogando conversa fora até amanhecer o dia. Quando o comércio
abriu, corri pra comprar qualquer cd deles, adquiri três: o Espelho das águas
ao vivo (1994), As cores do Brasil (1990) com participação do percussionista
João Parahyba, e Duofel (1993). Tasquei os três encarreados no som e cada vez
mais ficava maravilhado. Aí, fui pesquisá-los. Bruta ignorância essa minha!
Eles existiam desde 1977 e só agora que sabia: tava passando a vida sem viver. Agora
sim, o duo do paulistano Luiz Bueno e o alagoano de Arapiraca, Fernando Melo. Deles
Hermeto havia dito: "o Duofel não é
um duo, é um trio, às vezes um quarteto e outras uma banda inteira, por isso
acho que deveriam mudar o nome para Trio Du’Ca”. Nunca uma verdade foi tão
explícita. Desse dia em diante virei fã e nem me dei conta que comi o sábado
todinho ouvindo e reouvindo os cds, até amarrar o bode e me acordar na
ensolarada tarde de domingo, prontinho da silva para marcar presença no show do
Hermeto. Quanto chego lá: Duofel! A sexta estava valendo pelos três dias numa
verdadeira festa de dia santo com direito a roda-gigante, pirotecnia e meio
mundo de gente – como festa de padroeira na minha cidade do interior! E premiada
com a bruxaria do Hermeto e, por troco, fechando tudo, um grandioso show do
Gilberto Gil. Não sei como acordei na segunda pra trabalhar, depois de três dias
de verdadeira apoteose. Agora, Duofel já com 35 anos de história, não cochilei
e me danei conferindo tudo: Kid of Brazil (1996), Duofel 20 (2000), Duofel
Experimenta (2006), Olho de boi (2008), Beatles (2010) e o comemorativo
Pulsando MPB (2013). Ao todo são doze cds e dois dvds que não tenho todos, mais
hei de tê-los. Estou repetindo tudo agora, enquanto mando ver nessas mal
traçadas linhas. Fica o convite: veja mais aqui, aqui e aqui.
Imagem: Nu aux roses, da pintora francesa Alice Kaub-Casalonga (1875 – 1948)
Curtindo Espelho das águas ao vivo (1994), do Duofel & Badal Roy. Veja mais aqui.
A SOCIEDADE DE CONSUMO – No livro A sociedade do consumo (Edições 70, 2008), do sociólogo e escritor
francês Jean Baudrillard
(1929-2007), me deparo com as seguintes reflexões: [...] Nova arte de viver, nova maneira de viver, dizem as publicidades, o
ambiente quotidiano que se respira: pode fazer shopping agradável no mesmo local climatizado, comprar de uma só
vez as provisões alimentares, os objetos destinados ao apartamento e à casa de
campo, os vestidos, as flores, o último romance ou a última quinquilharia,
enquanto marido e filhos vêem um filme ou almoçam todos ali mesmo, etc [...]
As comunicações de massa não nos oferecem
a realidade mas a vertigem da realidade […] Vivemos desta maneira ao abrigo dos signos e na recusa do real.
Segurança miraculosa: ao contemplarmos as imagens do mundo, quem distinguirá
esta breve irrupção da realidade do prazer profundo de nela não participar. A
imagem, o signo, a mensagem, tudo o que consumimos, é a própria tranqüilidade
selada pela distância ao mundo e que ilude, mas do que compromete, a alusão
violenta ao real. [...] Todas as
sociedades desperdiçaram, dilapidaram, gastaram e consumiram sempre além do
estriti necessário, pela simples razão de que é no consumo do excedente e do
supérfluo que tanto o individuo como a sociedade, se sentem não só existir, mas
viver. [...] A noção de utilidade é
substituída pela produção de valores: a noção de utilidade, de origemn
racionalista e economista, tem portanto de rever-se segundo uma lógica social
muito mais geral em que o desperdício, longe de figurar como resíduo
irracional, recebe uma função positiva, substituindo a utilidade racional numa
funcionalidade social superior e se revela, no limite, como a função essencial
– tornando-se o aumento da despesa, o supérfluo, a inutilidade ritual do “gasto
para nada”, o lugar de produção de valores, das diferenças e do sentido – tanto
no plano individual como no plano social. [...] uma definição do “consumo” como “consumição”, isto é, como desperdício
produtivo – perspectiva inversa da do “econômico”, fundado na necessidade, e na
acumulação e no cálculo em que, pelo contrário, o supérfluo precede a
necessário e em que a despesa precede em valor (se é que não no tempo) a
acumulação e apropriação. [...] As
necessidades visam mais os valores que os objetos e a sua satisfação possui em
primeiro lugar o sentido de uma adesão a tais valores. A escolha fundamental,
inconsciente automática do consumidor é aceitar o estilo de vida de determinada
sociedade particular (portanto, deixa de ser escolha! – acabando igualmente por
ser desmentida a teoria da autonomia e soberania do consumidor).[...]. Veja
mais aqui e aqui.
AMORES IMPOSSÍVEIS – Tristão e Isolda é uma das sagas
germânicas que o maestro e compositor alemão Richard Wagner (1813-1883), tomou como assunto de ópera, baseando
na lenda do Príncipe de Estrasburgo, órfão desde a infância, tendo sido
despojado de sua herança pelos vassalos do seu pai, fora para o castelo de seu
tio, Rei da Cornualha, para ser educado e tornar-se cavaleiro. Torna-se ele, o
mais brilhante dos Cavaleiros da Távola Redonda que realizou a façanha de
derrotar e matar o gigante Morlot. Dessa luta ganha um ferimento que só poderá
ser curado pela Rainha da Irlanda, que é inimiga declarada do seu tio.
Disfarçado ele consegue penetrar no castelo, tornando-se professor de música da
Princesa Isolda. Retorna curado e encantado com a beleza da princesa. O rei
resolve então pedi-la em casamento e é aceito. Abandonando a Cornualha na
tentativa de esquecer Isolda, Tristão se casa com outra mulher também Isolda, a
das mãos brancas, mas não consegue esquecer a princesa. É quando ele se vê
mortalmente ferido e pede para buscar a princesa para que ela assista sua
morte. A esposa vê o navio da princesa chegando, diz a Tristão que ela se negou
a vir. Quando a princesa, agora rainha, entra nos aposentos, já o encontra
morto. Dominada pela dor mais profunda, ela igualmente morre. Existem outras
versões para esta história, sendo tema para teatro, cinema, poemas e outras
manifestações artísticas. Exemplo disso é essa versão do escritor francês Joseph
Bédier (1864-1938), traduzida por Maria dos Anjos Braacamp Figueiredo
(Francisco Alves, 1994), da qual destaco o trecho a seguir: [...] XXXII - O PECADO E A PENITÊNCIA DE
ISOLDA - Mal encontrou a rainha, Audret disse-lhe: “Senhora, sei agora que Tristão
regressou a este país. Avistei-o perto daqui, num bosque, em companhia de um
desconhecido. Ambos se puseram em fuga por um velho caminho abandonado. Por
três vezes o intimei a parar esconjurando-o em nome de Isolda, a loura, mas ele
amedrontou-se e não ousou esperar por mim.” “Sire Audret, falais mentira e
loucura! Nunca me fareis crer que Tristão, esconjurado em meu nome por três vezes,
não tenha parado e não tenha ousado fazer-vos frente!” “No entanto, foi ele
quem eu vi! Até me apoderei de um dos cavalos: podeis avistá-lo, todo
aparelhado, lá embaixo no pátio.” Com isto, Audret despediu-se da rainha, que
deixou completamente desamparada. Começou a chorar e disse: “Infeliz, vivi demasiado,
pois vi o dia em que Tristão me despreza e amaldiçoa. Outrora, esconjurado em
meu nome, que inimigo não defrontaria? É ousado e valente: se fugiu diante de Audret
e se se recusou a obedecer à tripla esconjuração que lhe era feita em meu nome,
é porque a outra Isolda o possui e já não faz, na realidade, nenhum caso de
mim! Todavia voltara e eu recebera-o com alegria. Ora, não lhe bastou trairme, quis
desonrar-me também! Não estava eu farta dos meus tormentos antigos? Que volte,
pois, por sua vez amaldiçoado, para Isolda das mãos brancas!” A rainha chamou
Périnis, o fiel, e repetiu-lhe as notícias que Audret lhe trouxera: “Amigo
Périnis, procura Tristão na estrada abandonada que vai de Tintagel a Lancien.
Dir-lhe-ás que não o saúdo e que não seja tão audacioso que ouse doravante
aproximar-se de mim, pois fá-lo-ei expulsar pelos sargentos e lacaios.” Périnis
põe-se imediatamente à procura de Tristão e de Kaherdin; quando os encontrou,
transmitiu- lhes a mensagem da rainha. “Irmão — exclamou Tristão, espantado —,
que me contas? Como teríamos fugido, Kaberdin e eu, perante o duque Audret, se
não encontramos os nossos escudeiros no bosquezinho onde nos deviam esperar? Não
tínhamos os cavalos. Procuramos em vão Gorvenal e o escudeiro de Kaherdin;
ainda os procuramos.” Nesse mesmo momento, Gorvenal e o outro escudeiro desembocaram
do velho caminho abandonado, seguidos por um único cavalo. Interrogado por
Tristão, Gorvenal não pôs nenhuma dificuldade em confessar que haviam fugido:
“Senhor, que outra coisa podíamos fazer para não cairmos nas mãos do duque
Audret e da sua gente? Se me tivesse deixado reconhecer, o traidor teria
descoberto logo o segredo do teu regresso à Cornualha.” Então o bravo disse a
Périnis: “Querido amigo, volta depressa para a tua senhora: diz- lhe que lhe
mando saudações e amor, que não faltei à lealdade que lhe devo e que nunca fugi
diante de ninguém nem ignorei uma esconjuração feita em seu nome. Pede-lhe que
me perdoe, uma vez que não falhei e que toda esta história é o resultado de um
mal- entendido. E não deixes de voltar trazendo-me o seu perdão: aguardarei
aqui o teu regresso.” Périnis contou à rainha o que vira e ouvira; esta
recusou-se a acreditar: “Ah!, Périnis, eras o meu fiel servidor e o meu pai
havia-te afeiçoado, ainda criança, à minha pessoa. Durante anos, nada houve que
te censurar, mas eis que agora Tristão, o enganador, te conquistou com as suas
mentiras! Também tu me traíste: vai-te!” O lacaio prosternou-se de joelhos
diante dela, as mãos estendidas: “Senhora, dizeis-me palavras duras que me
ofendem e afligem. Nunca senti tal dor em toda a minha vida! Mas pouco me
importa por mim: se me aflijo, é por vós, senhora, que ultrajais injustamente o
meu senhor Tristão, e vos mostrais iníqua com ele. Estou certo de que um dia.
mas demasiado tarde, vos arrependereis.” “Vai-te, não te acredito! Também tu,
Périnis, o fiel, me atraiçoaste!” Tristão esperou muito tempo pelo perdão da rainha:
Périnis não voltou. De manhã, Tristão vestiu uma grande capa em farrapos e
tingiu o rosto com suco de casca de noz e vermelhão, a fim de ficar com o aspecto
de um doente carcomido e desfigurado pela lepra, como fizera quando da
assembléia da Charneca Branca. Tomou entre as mãos o bastão de madeira venada
que lhe dera a rainha e uma matraca. Penetrou assim nas ruas de Tintagel e,
disfarçando a voz, começou a pedir esmola aos passantes. O seu único desejo e
esperança eram avistar a rainha e fazer-se reconhecer por ela. Finalmente, ela
saiu do castelo, acompanhada por Brangia e um grupo de lacaios e de sargentos.
Quando meteu pela rua que levava à igreja, o falso leproso juntou-se ao grupo
de lacaios fazendo tinir a matraca e suplicando com uma voz dolente: “Rainha, fazei-
me algum bem, não sabeis a que ponto sofro e estou necessitado!” Isolda não se
deixou iludir pela velha capa usada e pela matraca: reconheceu Tristão pelo
belo corpo, pela nobre estatura e pelo bastão de madeira venada que lhe havia
oferecido. Mal o reconheceu, o seu corpo estremeceu todo, mas, ofendida no
orgulho, não se dignou baixar o olhar para ele. O mendigo implorou de novo e metia
dó ouvi-lo. Suplicava-lhe arrastando-se ao pé dela: “Rainha, não vos enfureçais
se ouso aproximar-me de vós! Vede a minha miséria: tende piedade de mim!” Em
vez de se comover, chama os lacaios e os sargentos: “Expulsai este vagabundo” —
ordena-lhes. Os lacaios empurram-no e afastam-no batendo-lhe com os paus. Ele
enfrenta-os ferozmente e exclama: “Rainha, tende piedade! Sofri tanto por vós!”
Quando ouviu estas palavras, Isolda desatou a rir e entrou rapidamente na
igreja. O mendigo calou-se e afastou-se. Nesse mesmo dia. Tristão, depois de
abandonar as vestes de leproso, despediu-se de Dinas de Lidan. Estava tão
desanimado que parecia ter perdido o juízo. No dia seguinte, em companhia de
Gorvenal, de Kaherdin e do seu escudeiro, todos vestidos de peregrinos, fez-se
ao mar para regressar à Pequena Bretanha. Pobres amantes! A rainha não tardou a
arrepender-se do seu orgulho e dureza. Recordando a sucessão dos
acontecimentos, compreendeu finalmente que Périnis falara verdade. Tristão
jamais fugira diante do duque Audret; jamais fora esconjurado em nome de Isolda,
a loura; cometera um grave erro ao expulsá-lo. “Infeliz de mim! — exclamou. —
Pequei contra o meu amor! Doravante odiar-me-á e nunca mais o verei. Jamais
saberá quão arrependida estou nem que penitência irei impor a mim mesma e
oferecer-lhe como penhor dos meus remorsos.” Desde esse dia. Isolda, a loura,
passou a usar um cilício e fez o voto de trazê-lo contra a carne até que
Tristão a perdoasse. [...] Veja mais aqui.
POETAS DE PALMARES – O poeta, jornalista, economista e
folclorista Jayme Griz (1900-1981),
é autor de uma diversidades de livros, entre eles Palmares, seu povo e suas tradições (1953), Gente, coisas e contos do Nordeste (1954), O lobisomem da porteira velha (1957), Negros (1965), Acauã,
O cara de fogo (1969).
Da sua poesia, destaco as que foram selecionadas na antologia Poetas de
Palmares (Nordestal, 1973), a primeira Cachoeira de Paulo Afonso: Que ruído! / Que barulho! / Que coisa atordoante!
/ Até que enfim, / vi a mijada do gigante! Também A preguiça da raça: Rede. / Rede. / Rede./ Muita rede! / Rede
armada de norte a sul, / rede gemendo em todo lugar... / E no Hino Nacional, /
consagrada, / a nossa preguiça. / a nossa vasta e gostosa preguiça, /
afrontando o dinamismo universal: / “Deitado eternamente em berço esplêndido”...
E, por fim, Abusão: No silêncio da mata /
mergulhada nas trevas / de uma noite sem fim, / um grito se ouve, / vindo de
além, / ninguém sabe de quem: / - Ô Jooooooão! / E logo em seguida, / dentro
das trevas, / outro grito ecoou: / - Inhôôôôôôôôô! / A noite é só treva, /
assombro e pavor... / E quem por desdita / (assim diz a lenda) / esta abusão
encontra, / da mata não volta, / e a história não conta. / Foi numa noite
assim, / que Bento, o caçador, / das matas do Mearim / nunca mais voltou...
Veja mais aqui, aqui e aqui.
A COREOGRAFIA DA ARTE – A memorável coreografa, dançarina,
pedagoga e diretora de balé alemã Pina
Bausch (1940-2009), é um dos mais expressivos nomes da dança contemporânea,
que foi diretora da Tanztheater Wuppertal Pina Bausch. Ela tornou-se onhecida principalmente
por contar histórias enquanto dança, sendo suas coreografias baseadas na
experiência de vida dos bailarinos e feitas conjuntamente. Várias delas são
relacionadas a cidades de todo o mundo, já que a coreógrafa retirava de suas
turnês ideias para seu trabalho. Entre os seus temas recorrentes estavam as
interações entre masculino e feminino - uma inspiração para o cineasta espanhol
Pedro Almodóvar que realizou o filme Fale com ela, em que Pina aparece em uma
bela sequência de dança. Rendemos nossa homenagem. Veja mais aqui.
HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS – O filme Histórias Extradordinárias (:Histoires extraordinaires, 1968), reúne
cineastas como Roger Vadim, Federico Fellini e Louis Malle, para realização de três
contos do escritor, editor e crítico literário estadunidense Edgar Allan Poe (1809-1849). Para o
cineasta Roger Vadim (1928-2000),
coube a história Metzengerstein, contando a história de uma condessa promíscua,
interpretada por Jane Fonda, que se apaixona por um barão que é seu primo, sendo
rejeitada por ele por seu comportamento amoral, incendeia seus estábulos e
causa a morte do barão no incêndio, quando tentava salvar seus cavalos premiados.
Um cavalo negro selvagem escapa do incêndio e foge para o castelo de
Metzengerstein, onde vive a condessa, que, impressionada com sua beleza,
resolve domá-lo e tê-lo para si. Durante uma tempestade de raios, o cavalo a
arrasta para o incêndio que os raios haviam causado. Veja mais aqui, aqui e
aqui.
IMAGEM DO DIA
Ilustrações do pintor, desenhista,
escultura, professor e poeta Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), par o livro Do Amazonas a
Paris: as lendas indígenas de Vicente do Rego Monteiro (Edusp), editadas em
francês nos livros Légendes,
croyances et talismans des Indiens de l’Amazone (1923) e Quelques visages de Paris (1925), ambos organizados
por Pierre-Louis Duchartre. Veja mais aqui.
Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do
programa Crônica de Amor, a partir das 21hs, no blog do Projeto MCLAM, com a
apresentação sempre especial de Meimei
Corrêa. Para conferir online acesse aqui.
VAMOS APRUMAR A CONVERSA?
Aprume aqui.