quarta-feira, março 26, 2025

ERICA JONG, JUNG CHANG, GABOR MATÉ & CANTINHO DO BAR BRASIL

 

 Imagem: O céu azul de Madalena – Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Hiromi Live in Concert (2005), Hiromi’s Sonicbloom Live in Concert (2007), Another (2003), Brain (2004), Spiral (2006), Place too Be (2009) e Spark (2016), da pianista e compositora japonesa Hiromi Uehara. Veja mais aqui & aqui.

 

O primeiro de muitos dias no céu de Madalena... - Ontem ouvi estrelas e o mundo era ela crepuscular, insuspeitavelmente caleidoscópica, na varanda de todos os momentos. Sorriu intensidade pacífica e seus olhos teciam sonhos habitáveis na mansidão das nuvens acolhedoras e apontavam o túmulo do jardim, como se revelasse a promessa de que ali também estaria comigo para presenciar a minha ressurreição e o meu semblante duplo: de um lado, aquele que se valia da magnificência imprescindível - a minha face serena com as quedas das águas, as brisas da tarde, o desabrochar das flores e folhas, a frieza da noite estrelada, o silêncio das pedras... Do outro, o que sou de deteriorado com todas as muitas máscaras superpostas pelo intransponível à fronteira do escancaro, o intransferível e as intercessões, o flagelo e as distorções do tempo, a vertigem dos espaços, a compulsão das esquinas e encruzilhadas, os gatilhos dos instantes encurralados, o estresse estampado nas vitrines, a degeneração das fisionomias e das coisas, pensamentos intrusos, situações aversivas, ruminações nos sentimentos dos defeitos e o caos na paleta de cores: eram as mordidas de ferro e aço, fedor de gasolina – os motores trituravam minha carne e fizeram desaparecer o meu agora. Caindo em qual lugar, ali era tudo que conhecia porque comigo memórias redivivas, o que fui e serei enquanto sendo, como se ressignificasse o privativo nas minhas transcendências e invisibilidade - um diário de temores e inquietações. Nela me via e exorcizava a vida como arte – era o que dela sou muitos em mim –, a vida e o que há de impaciente, como se eclodisse minha autorrepresentação, meu autorretrato, alter ego ambulante, apenas voo. Até mais ver.

 

Shirin Neshat: A arte é nossa arma. A cultura é uma forma de resistência... Arte não é crime. É responsabilidade de todo artista fazer arte que seja significativa... Veja mais aqui & aqui.

Marge Piercy: Nunca duvide que você pode mudar a história. Você já mudou... Veja mais aqui & aqui.

Lauren Weisberger: Não há pânico que você não possa acalmar, nenhum problema que você não possa resolver... Concentre-se em si mesmo: faça o que quiser, quando quiser, sem ter que considerar a agenda de ninguém... Veja mais aqui & aqui.

 

NÓS APRENDEMOS

Imagem: Acervo ArtLAM.

Nós aprendemos o decoro do fogo, \ Simetria curiosa da chama, \ o calor azul no centro das coxas, \ o vermelho cintilante dos quadris, \ & o ouro do sebo dos seios \ iluminado de dentro \ pela lanterna nas costelas. \ Você se afasta de mim \ Como um ramo que anseia por ser enxertado \ em uma árvore frutífera, \ pêssego e pera \ cruzados uns com os outros, \ figo & banana servido em um prato, \ a folha e o caracol luminoso \ Isso se apega a isso. \ Nós aprendemos que o rasgo \ Pode ser uma adesão, \ Que o fogo está cintilando \ Pode ser um acendimento, \ que o velho decoro do amor... \ para morrer no poema, \ Deixando o amante solitário com a caneta... \ Era tudo uma mentira antiga. \ Então nós banimos o mau-olhado: \ você tem que ser infeliz para criar; \você tem que deixar o amor morrer antes que ele escreva; \ você tem que perder a alegria de ter o poema... \ E reexaminamos as nossas vidas com fogo. \ Veja este manuscrito coberto \ com palavras cor de carne? \ Ele foi escrito em tinta invisível \ E apertou a nossa chama. \ As palavras escureceram na página \ Enquanto afundamos um no outro. \ Nós somos tinta e sangue \ e todas as coisas que fazem manchas. \ Nós nos tornamos dourados enquanto nos repassamos, \ Dourar as peles um do outro como sóis. \ Segure-me até a luz; \ Você vai ver poemas. \ Segure-me no escuro; \ Você verá a luz.

Poema da escritora e educadora estadunidense Erica Jong. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

IRMÃS: A MAIS VELHA, A MAIS NOVA... [...] Aprendemos com a observação que nenhuma nação pode se destacar a menos que suas mulheres sejam educadas e consideradas iguais aos homens moralmente, socialmente e intelectualmente... [...]. Trecho extraído da obra Big Sister, Little Sister, Red Sister: Three Women at the Heart of Twentieth-Century China (Jonathan Cap, 2019), da escritora chinesa Jung Chang, que na sua obra Empress Dowager Cixi: The Concubine Who Launched Modern China (Knopf; Primeira, 2013), expressou que: […] Talvez não se possa confiar na magia deles; mas não podemos confiar nos corações e mentes das pessoas? […] Temos apenas os corações e mentes das pessoas para depender. Se os deixarmos de lado e perdermos os corações das pessoas, o que podemos usar para sustentar o país? […] Se apenas cruzarmos os braços e nos rendermos a eles, eu não teria rosto para ver nossos ancestrais após a morte. Se devemos perecer, por que não lutar até a morte? […]. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

O MITO DO NORMAL & CULTURA TÓXICA[...] O trauma não é o que acontece com você, mas o que acontece dentro de você [...] Quer percebamos ou não, é a nossa ferida, ou a forma como lidamos com ela, que dita muito do nosso comportamento, molda os nossos hábitos sociais e informa as nossas formas de pensar sobre o mundo […] Se pudéssemos começar a ver muitas doenças em si não como uma reviravolta cruel do destino ou algum mistério nefasto, mas sim como uma consequência esperada e, portanto, normal de circunstâncias anormais e não naturais, isso teria implicações revolucionárias para a forma como abordamos tudo relacionado à saúde […] Uma das coisas que muitas doenças têm em comum é a inflamação, agindo como uma espécie de fertilizante para o desenvolvimento de doenças. Descobrimos que quando as pessoas se sentem ameaçadas, inseguras — especialmente por um longo período de tempo — nossos corpos são programados para ativar genes inflamatórios. […] Pressões de trabalho, multitarefas, mídias sociais, atualizações de notícias, multiplicidade de fontes de entretenimento — tudo isso nos induz a nos perder em pensamentos, atividades frenéticas, gadgets, conversas sem sentido. Somos pegos em buscas de todos os tipos que nos atraem não porque são necessárias, inspiradoras ou edificantes, ou porque enriquecem ou acrescentam significado às nossas vidas, mas simplesmente porque obliteram o presente. […] Na ausência de alívio, a resposta natural de um jovem — sua única resposta, na verdade — é reprimir e se desconectar dos estados de sentimento associados ao sofrimento. A pessoa não conhece mais seu corpo. Estranhamente, esse autoestranhamento pode aparecer mais tarde na vida na forma de uma força aparente, como minha capacidade de ter um desempenho de alto nível quando estou com fome, estressado ou fatigado, avançando sem consciência da minha necessidade de pausa, nutrição ou descanso. […] As crianças, especialmente as altamente sensíveis, podem ser feridas de várias maneiras: por coisas ruins que acontecem, sim, mas também por coisas boas que não acontecem, como suas necessidades emocionais de sintonia não serem atendidas [...] Não importa se podemos apontar para outras pessoas que parecem mais traumatizadas do que nós, pois não há comparação de sofrimento. Nem é apropriado usar nosso próprio trauma como uma forma de nos colocar acima dos outros — “Você não sofreu como eu” — ou como um porrete para rebater as queixas legítimas dos outros quando nos comportamos de forma destrutiva. Cada um de nós carrega suas feridas à sua maneira; não há sentido nem valor em compará-las com as dos outros. […] Nossa outra necessidade essencial é a autenticidade. As definições variam, mas aqui está uma que eu acho que se aplica melhor a esta discussão: a qualidade de ser verdadeiro consigo mesmo e a capacidade de moldar a própria vida a partir de um profundo conhecimento desse eu. […]. Trechos extraídos da obra The Myth of Normal: Trauma, Illness and Healing in a Toxic Culture (Avery Publishing, 2022), do medico húngaro-canadense Gabor Maté, autor de obras como In the Realm of Hungry Ghosts: Close Encounters with Addiction (2008), When the Body Says No: The Cost of Hidden Stress (2003) e Scattered: How Attention Deficit Disorder Originates and What You Can Do About It (1999).

 

CANTINHO DO BAR BRASIL

O Cantinho do BarBrasil é uma realização do Projeto Chá da Vida Brasil, comandado pelo escritor, músico, compositor e ativista cultural Jones Pinheiro - Hupomone Vilanova, que em parceria com a Biblioteca Pública Municipal Prof. Felenon Barreto, realizou o Sarau Castro Alves, com a participação de Zé Ripe, do historiador Alcides Alves e os alunos do 8º ano B, do Ginásio Municipal dos Palmares, entre outros participantes.

&

COLETÂNEA DE SENTIMENTOS POÉTICOS

[...] Foi por todos estimado \ com carinho e muito amor \ sempre será aqui lembrado \ como o grande e querido PROFESSOR.

Poema Ao mestre, com carinho, extraído da obra Coletânea de sentimentos poéticos (Alumiá, 2023) do poeta Manoel Vitor, em que homenageia o saudoso poeta e professor Amaro Matias. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR:

Veja mais sobre MJ Produções, Gabinete de Arte & Amigos da Biblioteca aqui.

& mais:

Livros Infantis Brincarte do Nitolino aqui.

Diário TTTTT aqui.

Literatura Indígena: Cosmovisões & Pela Paz aqui & aqui.

Poemagens aqui.

Cantarau Tataritaritatá aqui.

Teatro Infantil: O lobisomem Zonzo aqui.

Faça seu TCC sem traumas – consultas e curso aqui.

VALUNA – Vale do Rio Una aqui.

&

Crônica de amor por ela aqui.

 


GLÓRIA STEINEM, MIN JIN LEE, LINDA SUE PARK & LADY TEMPESTADE

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Apimentada (2018) e Nossa Melhor Visão de Mundo (2023), d a compositora, pianista e profes...