segunda-feira, agosto 17, 2015

ELBA, HERTA, ARIETA, GARCIA-ROZA, ALTMAN, PSICODRAMA, ALBANI, PSICODRAMA & TABLOIDE NASCENTE!

VAMOS APRUMAR A CONVERSA? NASCENTE – A edição nº 10, jan-fev/1998, do tabloide Nascente – dedicada à atriz Suzannah Boyle -, traz como editorial o meu poema O Sol Nasce Para Todos (Trâmite da Solidão. Nascente, 1992/2015). Na seção Bate Papo traz uma entrevista com Djavan. A matéria Recife: o domínio do frevo; A Excelência do Bom Gosto sobre o III Maceió Jazz Festival; uma homenagem à Barra Grande – AL, Uma história de Amor, de Francisco Ferreira Mendes (AL), e na seção Tabuletas, o episódio 3 das Proezas do Biritoaldo: Quem é bom já nasce troncho, apesar da água benta. Na seção registro traz a matéria O cálice da inspiração na terra do vinho, sobre o V Congresso Brasileiro de Poesia, com o V Encontro Latino-Americano de Casa de Poetas e II Mostra Euro-Americana de Poesia Visual, realizados na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul; a recepção do Re-Insacando a Poesia, Saco I, da Arte Vide/Verso (MG); Prazer Mortal – Çlições de Literatura Brasileira, de Enaura Quixabeira Rosa e Silva (EDUFAL); Escrevi para você, Subsídios sobre Padre Cícero, O Cangaço: ruinas de Jererau (Pequeno Romance) e Baú do Passado, de Aldemar Benevides (CE), a VII Antologia Del Secchi Literária Internacional, organizada por Roberto de Sasrro Del’Secchi (RJ), resultado do IV Concurso nacional de Poesia promovido pelo Notas Literárias, do poeta Ari Lins Pedrosa (AL), Abaretama: a sedução do guerreiro, do jornalista Fernando Vasconcelos (PR), o zine Eram os deuses zineastas? O Zine que é uma loucura, de Denio Alves (MG); o livro As aventuras do garoto, de Leonardo Pedrosa. Na seção Nascente Poético, poemas de Artur da Távola (RJ), Almandrade (BA), Ronaldo Cagiano (DF), Wilmar Antonio Carvalho (PE), Nilto Maciel (DF), Eno Tedoro Wanke (RJ), Leontino Filho (RN), Beatriz E. Chacon (RJ), Gilcia M. Neidart (SC), Belkis C. G. Barros (AL), Luiz Fernandes Silva (PB), Emanoel Fay (AL), Manoel Messuas Filho (AL), Lourdes Melo (MG), Lucila Milanese (SP), Tom (MH), Arita D. Petená (SP), Cecilia Fideli (SP), Magna Alice (MG), Abel B. Pereira (SC). Veja mais aqui e aqui.

 Imagem: Actéon métamorphosé en cerf, do pintor italiano Francesco Albani (1578-1660).


Curtindo o álbum Baioque (BMG, 1997) da cantora e atriz Elba Ramalho.
Há mil cantos no teu seio milumanoites milumamor
Ei-la jogando a sua voz agreste do leste no meu coração
Ei-la no sol que inaugura seu cabelo de guerra de terra & amor
E ela vem despertando furor minultima emoção milágrima
E eu me deliciando com seu jeito cantando o mundo & eu tocantando história de vaqueiro homenino de gente sem cor sem
E ela é um sonho de menina que dorme no quarto com cinturinha de pilão espiando o passado que dorme e os farrapos de esperança os beijos de antípodas e as ocasiões oh não!
Ela vem com seu cheiro matutino voz de língua afiada no meu sexo como o transe que se oferece à emoção ao alcance da mão & eu cantor derradeiro com a certeza do rio corrente armando revés no seu canto agora sim!
Ela vem dos teréns e com a urgência do amor o que significa pra mim a vida da minha fada madrinha.
(Elba, de Luiz Alberto Machado. Trâmite da Solidão. Nascente, 1992/2015)
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DA COSMOGÊNESE À BIOGÊNESE – O livro Do animal ao humano: uma leitura psicodramática (Ágora, 2007), do psiquiatra, professor e psicodramatista José Carlos Landini, trata sobre o lugar do psicodrama nas escolas psicoterápicas, a evolução humana, o lugar da espontaneidade, a tele-relação e papéis, instrumentos e técnicas, ego-auxiliar, protagonista ou emergente, palteia ou grupo, cenário ou placo, contextos terapêuticos, contexto social e familiar, contexto dramático, aquecimento, dramatização, compartilhamento, bases teóricas, entre outros assuntos. Da obra destaco o trecho: [...] No pensamento científico, calcuila-se que a cosmogenese é um fenômeno acontecido há vinte bilhões de anos. Este é o tempo desta formidável aventura. A criação ou o surgimento do universo desafia a mente humana. Do polo místico-religioso ao materialista, gravitam diversas matrizes cienticas e pseudocientíficas. Da concepção mecanicista de Neston, com o seu relógio a funcionar de maneira fatalisticamente previsível, às concepções modernas, antimecanicistas e probabilísticas, existem várias formas de explicação e compreensão do universo. De uma máquina, sabe-se, com antecedência, o que ela pode oferecer. Sua estrutura indica suas propriedades. Não se espera de um gerador de eletricidade outra coisa senão a geração de eletricidade. [...] A biogênese é um fenômeno que surgiu, mas poderia não ter surgido? [...] Pela ótica da física, o mundo da matéria caracteriza-se pela simplificação e não pela crescente complexificação. É assim que a essência da matéria viva é a qualidade de ser autogenerativa. A vida gera vida, sendo sintrópica. Já a matéria não-viva é entrópica. O conceito de vida está ligado a ideia de auto-organização e crescente complexidade. Sendo assim, a noção de vida deve ser entendida como um sistema aberto e, como tal, ela faz trocas com o meio externo, do qual recebe energias e alimentos, e ao qual devolve seus restos metabólicos. Do unicelular ao ser humano, todos têm essa propriedade. É por isso que a noção de vida deve ser ligada à ecologia, um sistema bipolar entre os seres vivos – biocenose – e o espaço físico – biótopo. [...] Veja mais aqui e aqui.

SOBRE FAZER AS MALAS – No livro Tudo o que tenho levo comigo (Companhia das Letras, 2011), da escritora e ensaísta alemã Herta Müller, que foi ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura de 2009, encontro a parte denominada Sobre fazer as malas, da qual destaco o trecho: Tudo o que tenho levo comigo. Ou: tudo meu levo comigo. Levei tudo o que eu tinha. Meu não era. Ou tinha outra função ou pertencia a outra pessoa. A mala de couro de porco era a pequena caixa de um gramofone. O guarda-pó pertencera ao meu pai. O sobretudo com gola de veludo, ao meu avô. A calça bufante, ao meu tio Edwin. As polainas de couro, ao vizinho, o sr. Carp. As luvas de lã verde, à minha tia Fini. Apenas o cachecol de seda vermelho-vinho e a nécessaire eram meus, presentes dos últimos natais. A guerra ainda não terminara em janeiro de 1945. Apavorados com o fato de que, em pleno inverno, os russos me obrigassem a ir sabe-se lá para onde, todos queriam me dar alguma coisa que talvez fosse útil, já que nada poderia ajudar. Porque nada no mundo poderia ajudar. Como eu estava definitivamente na lista dos russos, cada um me deu alguma coisa, guardando para si os seus próprios pensamentos. E eu aceitei, pensando, com meus dezessete anos, que essa viagem vinha na hora certa. Não deveria ser por causa da lista dos russos; mas, se a situação não ficar muito ruim, para mim será até bom. Eu queria ir embora daquele dedal de cidade onde até as pedras tinham olhos. Em vez de medo eu sentia uma impaciência encoberta. E certa culpa, já que a lista que fazia meus parentes desesperarem-se era para mim uma circunstância aceitável. Eles temiam que algo pudesse acontecer comigo longe de casa. Eu queria partir, para um lugar que não me conhecesse. Algo já havia acontecido comigo. Algo proibido. Era estranho, sujo, desavergonhado e belo. Aconteceu no Erlenpark, bem lá atrás, depois do morro de grama baixa. Voltando para casa, fui até o centro do parque, até o caramanchão redondo onde as orquestras se apresentavam nos dias festivos. Fiquei algum tempo ali sentado. A luz entrava pela madeira finamente talhada. Eu via o medo dos círculos, quadrados e trapézios vazios, unidos por arabescos brancos com garras. Era o desenho do meu desvio. E o desenho do desgosto da minha mãe. Naquele caramanchão, eu jurei para mim mesmo: nunca mais volto a este parque. Quanto mais eu evitava, mais rapidamente eu voltava ali dois dias mais tarde. Para um rendez-vous, era como chamavam aquilo no parque. Eu fui para o segundo rendez-vous com o mesmo primeiro homem. Ele se chamava a andorinha. O segundo era um novo, chamava-se o pinheiro. O terceiro se chamava a orelha. Depois veio a linha. Depois o papa-figos e o boina. Mais tarde o coelho, o gato, a gaivota. Então a pérola. Somente nós sabíamos a quem pertencia cada nome. Era um troca-troca no parque, eu me deixava passar de mão em mão. E era verão, e as bétulas tinham a pele branca, no matagal de jasmins e sabugueiros crescia a parede verde feita de impenetrável folhagem. O amor tem suas estações. [...] Veja mais aqui.

PSICANÁLISE & POESIA – A escritora e psicanalista carioca Livia Garcia-Roza é uma das autoras premiadas e mais recomendadas para leitura na atualidade. Para se ter ideia do seu talento, destaco um poema seu sem título: no fim / a linguagem silenciosa / do jaz / mim. Também Meus queridos estranhos: Manoel foi e continua sendo o grande amor da minha vida. Único, não tive outro. Até recentemente, quando ele disse que precisávamos conversar. Estranhei, ele estava calado, sério, sombrio. Outro homem, de repente. Fomos jantar fora. Assim que entramos no restaurante, sentamo-nos de frente um para o outro. Havia um branco em seu rosto. Senti a angústia chegando, sei bem como vem, pressão, aperto, quentura, como se fosse uma pata de elefante estacionada no peito. Manoel me olhava com firmeza; essa coisa terna, de uma hora pra outra, sempre me deu medo. Acho que depois de voz baixa e doce, vem a crueldade. Girando o gelo no copo, e me encarando no fundo do olho, Manoel disse: “Quero me separar.” Pela primeira vez senti morte instantânea. Me vi despencaando da janela e caindo feito puzzle na calçada. (Quem sabecompondo na eternidade uma paisagem tranquila?). Por fim, Quando jovem: Quando jovem eu gostava de ficar triste. Uma vez passei três dias na cama. Mamãe vinha me perguntar o que estava acontecendo. Nada, eu dizia, e virava de lado profundamente contente. Até que tive que levantar e ser feliz. Que trabalheira. Veja mais aqui.

DOS DIÁLOGOS DAS CARMELITAS PRA TRIBOS – A atriz de teatro, cinema e televisão Arieta Corrêa iniciou sua carreira teatral aos dez anos e já aos dezesseis fazia a sua primeira aparição no palco profissionalmente com a peça Diálogo das Carmelitas. Aí vieram muitos e tantos trabalhos no palco, entre os quais tive oportunidade de vê-la representar em São Paulo, a peça O Canto de Gregório, com direção de Antunes Filho. Aliás, foi justamente sua atuação nesta peça que lhe rendeu os prêmios Shell e APCA de melhor atriz. No cinema pude vê-la em Senhorita Helena (2005), Otávio e as Letras (2007), Um homem qualquer (2009) e Como esquecer (2010). Atualmente ela está em turnê com espetáculo Tribos, de Nina Raine, com direção de Ulysses Cruz, peça indicada a vários prêmios e que teve sua estreia em setembro de 2013. Daqui, meus aplausos presse maravilhoso talento do teatro brasileiro. Veja mais aqui.

DE CORPO E ALMA – O filme De corpo e alma (The Company, 2003), dirigido pelo cineasta estadunidense Robert Altman (1925-2006), com música de Van Dyke Parks e roteiro de Barbara Turner, trata sobre o Joffrey Ballet de Chicago, reunindo histórias recolhidas a partir do dançarinos, coreógrafos, e os funcionários da companhia de ballet, com a maioria dos papéis interpretados por membros da empresa. As muitas histórias são entrelaçadas e expressam a dedicação e trabalho duro que os bailarinos devem colocar em sua arte, embora eles raramente sejam recompensados com fama ou fortuna. O destaque do filme vai para a atriz canadense Neve Campbell que além de atuar, co-escreveu e co-produziu o filme. Veja mais aqui.
 
IMAGEM DO DIA
Foto da bailarina, modelo fitness e capa da Playboy junho 2012, Aline Riscado.


Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do programa Crônica de Amor, a partir das 21hs, no blog do Projeto MCLAM, com a apresentação sempre especial e apaixonante de Meimei Corrêa. Para conferir online acesse aqui.

VAMOS APRUMAR A CONVERSA?
Imagem: Nua, arte da arquiteta e artista plástica Mariana Pabst Martins.
Aprume aqui.



PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

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