terça-feira, novembro 25, 2014

GEORGES BATAILLE,OCTAVIO PAZ, ROBERT MISRAHI, SERGE MOSCOVICI, ANG LEE, MURILO RUBIÃO & PROGRAMA TATARITARITATÁ

O EX-MÁGICO DE MURILO RUBIÃO AO CONTRÁRIO

Gentamiga, vamos aprumar a conversa!

Seguinte: ao contrário do Ex-mágico de Murilo Rubião, aquele que era funcionário público e que tirava tudo do bolso, da gola do paletó, da manga da camisa, do cós da calça, do fundo da cartola, do buraco do umbigo, dos antros nasais, da batata da perna, de trás da orelha, do fiapo do cabelo, do meio da ceroula, do osso do mucumbu e doutras partes improváveis, tudo mesmo – até o inimaginável! - para premiar os presentes, os agentes e servidores públicos atuais colocam tudo de volta (e isso desde o séc. XVI quando os perós nos ensinaram o gostinho dessa ambiguidade de cair por cima e de fazer tudo caber no bolso – e noutras intimidades receptoras - tal qual mágico que faz desaparecer tudo à nossa frente). Conheço até um desses fiscais de instituições públicas que mediam e concatenavam para fazer caber nos seus próprios bolsos coisas do tipo, assim – incabíveis à primeira vista – como aviões, mansões, casas de praia, tratores, automóveis, iates, porta-aviões e coisas do tipo para ver como fazê-los desaparecer dentro das suas posses. Era engraçado vê-lo fazer careta com a ginástica intelectual de medir palmo a palmo e que, diante do insucesso pela constatação da impossibilidade de infringir leis físicas, mesmo assim, dava um jeito. Esse o barnabé, o primeiro estágio de instituição do Fabo brasileiro.

Ao contrário mesmo do personagem do escritor mineiro, os barnabés de hoje são os mais insaciáveis devoradores que cultuam a cantilena do “Venha nós”, cuja expressão é identificada na tipologia carne-de-pescoço que se tornam rodas-presas das disfunções burocráticas, colocando todo brasileiro num mata-burro quase intransponível: a espórtula (popularmente conhecida como toco de barnabé). Esse o azeite (ou vaselina, como quiserem) que faz girar a roda do universo público brasileiro. Por isso mesmo é o primeiro estágio do fabismo pátrio consolidando o Fecamepa inaugurado em 1500 e que segue cada vez mais robusto século após século para nossa indisfarçável indignação.

Uma vez, logo quando eu vi o art. 37 da Constituição Federal de 1988, pensei comigo: agora vai! Até pensei que era chegada a hora de se levar o país a sério. Qual nada, os anos foram passando e eu descobri que se fabricam milhares de leis por dia regulamentando tudo e, apesar da compulsoriedade, jamais foram nem serão cumpridas. E haja estelionato pipocando aqui, ali, acolá, alhures. Afinal, a nossa Carta Magna ficou na base do pra inglês ver (melhor diz o antropólogo Roberto DaMatta: pra francês ver!). Ao ponto de um dos advogados de um dos presos dos altos escalões das empreiteiras chegar aos microfones da mídia espetaculosa e dizer que o serviço público brasileiro só funciona na base da propina. Ora, ora, se não fosse tão óbvia essa constatação, diria eu que esse advogado descobriu o Brasil de verdade! Primeiro que ver executivos de empreiteiras (ainda faltam dos bancos, dos laboratórios farmacêuticos, dos planos de saúde, das seguradoras, das... vote! Parece mais aquela música: “Se gritar: pega-ladrão! Não fica um mermão!”), enfileirados indo pro xilindró é coisa pra brasileiro ver mesmo (e eu que sempre me tive na convicção de que o verdadeiro esporte brasileiro é a espórtula). Segundo, que meu desconfiômetro fica ligado prevendo a inauguração de uma nova pizzaria nas quebradas – e lava jato vire moda e mania. Terceiro: ou a gente fecha o olho – como sempre fizemos deitados eternamente em berço esplêndido esperando molhar o bico acaso sobre farelos das fortunas -, ou vamos aprumar a conversa e Tataritaritatá!


DITOS & DESDITOS - Disse alguém que o historiador é um profeta às avessas, um adivinho do passado; o poeta, poderíamos dizer, é um historiador que adivinha o que acontece. Pensamento do escritor e diplomata mexicano Octavio Paz (1914-1998). Veja mais aqui e aqui.

DESAMPARO ATUAL[...] Tenho no entanto a convicção de que nosso desamparo de hoje, nossa insegurança ante a ciência, os frutos da terra, o corpo dos animais, o contato com os outros serem, remontam àquele auto-de-fé das alinaças do universo. Restam o efêmero e a nostalgia das paixões da natureza [...]. Trecho de A natureza é uma obra de arte? (Zahar, 1999), do psicólogo social romeno Serge Moscovici (1928-2014). Veja mais aqui.

FELICIDADE - [...] O ser humano é sujeito. Não cogito puro e abstrato, mas carne e consciência, isto é, corpo-sujjeito capaz de tornar-se sujeito no sentido pleno. E este não é pura racionalidade nem piro instinto ou pulsão: é desejo. Não incosnciente, mas desejo consciente (embora obscurop) capaz de tornar-se desejo refletido. É para esse sujeito que se coloca a questão da felicidade: é porque o hmem é a um só tempo desejo e consciência de si (capaz de tornar-se desejo refletyido tendo o conhecimento de si) que ele pode se dirigir rumo a um gozo que seja satisfatório e que transcenda qas codições atuas de sua vida. [...] Trecho de A felicidade é nosso único objetivo? (Zahar, 1999), do filósofo francês Robert Misrahi.

ÂNUS SOLAR[...] Claro está que o mundo é paródia pura, quer dizer que toda coisa vista é paródia de outra, ou a mesma coisa mas com uma forma que decepciona. Desde que as frases circulam nos cérebros ocupados em refletir, o mundo chegou à identificação total, pois uma cópula ajuda cada frase a religar as coisas entre si; e estaria tudo visivelmente ligado se um só olhar bastasse à descoberta do traçado inteiro que um fio de Ariadne deixou e conduz no seu próprio labirinto o pensamento. Mas a cópula dos termos não irrita menos que a dos corpos. E quando a mim próprio exclamo: SOU O SOL, disto resulta uma ereção integral porque o verbo ser é veículo do frenesi amoroso. Todos têm consciência de que a vida é paródica e uma interpretação lhe falta. Por isso o chumbo é a paródia do ouro. O ar é a paródia da água. O cérebro é a paródia do equador. O coito é a paródia do crime. O ouro, a água, o equador ou o crime podem ser enunciados indiferentemente como o princípio das coisas. E se a origem não lembra o chão do planeta, que nos parece base, mas o movimento circular que em redor de um centro móvel o planeta faz, um carro, um relógio ou a máquina de costura podem de igual forma ser aceitos na função de princípio gerador. Os dois movimentos principais são o rotativo e o sexual, de combinação expressa numa locomotiva de pistões e rodas. [...]. Trechos extraídos da obra O ânus solar (Hiena, 1985), do escritor francês Georges Bataille (1897-1962). Veja mais aqui.

BANQUETE DE CASAMENTO – O premiado filme Banquete de casamento (1993), de Ang Lee, conta a história do jovem executivo chinês que vive em Nova York com o namorado estadunidense aceita casar-se com moça chinesa a fim de esconder sua condição gay dos pais que vêm visita-lo. Ela, em troca, poderá conseguir o visto e permanecer nos Estados Unidos. Isso gera uma série de situações ora engraçadas, ora difíceis, acabando por mostrar que os velhos percebem muito mais do que lhes é contado. O filme envolve questões éticas acerca da orientação sexual, respeito pelo modo de ser dos outros e quebra de preconceitos.



PROGRAMA TATARITARITATÁ – O programa Tataritaritatá que vai ao ar todas terças, a partir das 21 (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação desta terça aquiLogo mais, a partir das 21hs, acontecerá mais uma edição do programa Tataritaritatá – agora com 2 horas de duração -comemorando os mais de 400 mil acessos do blog, apresentação da querida Meimei Corrêa e com as seguintes atrações na programação: Pat Metheny, Yes, Quinteto Armorial, Leo Gandelman, Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco, Tunai, Fagner, Orquestra Contemporânea de Olinda, Trovadores Urbanos, Orquestra Imperial, Cambada Mineira, Lelo Praxedes, Ricardo Machado, Monsyerrá Batista, Cikó Macedo, O Teatro Mágico, Tatiana Cobbett & Marcoliva, Zé Linaldo & Washington Sidney, Gerard Joling, Jorge Medeiros & muito mais! Veja mais aqui.

SERVIÇO:
O que? Programa Tataritaritatá
Quando? Hoje, terça, 25 de novembro, a partir das 21hs
Onde? No MCLAM - blog do Programa Domingo Romântico
Apresentação: Meimei Corrêa


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