O EX-MÁGICO DE MURILO RUBIÃO AO CONTRÁRIO
Gentamiga, vamos aprumar a conversa!
Seguinte: ao contrário do Ex-mágico de Murilo Rubião, aquele que era funcionário público e
que tirava tudo do bolso, da gola do paletó, da manga da camisa, do cós da
calça, do fundo da cartola, do buraco do umbigo, dos antros nasais, da batata
da perna, de trás da orelha, do fiapo do cabelo, do meio da ceroula, do osso do
mucumbu e doutras partes improváveis, tudo mesmo – até o inimaginável! - para
premiar os presentes, os agentes e servidores públicos atuais colocam tudo de
volta (e isso desde o séc. XVI quando os perós nos ensinaram o gostinho dessa
ambiguidade de cair por cima e de fazer tudo caber no bolso – e noutras
intimidades receptoras - tal qual mágico que faz desaparecer tudo à nossa
frente). Conheço até um desses fiscais de instituições públicas que mediam e
concatenavam para fazer caber nos seus próprios bolsos coisas do tipo, assim –
incabíveis à primeira vista – como aviões, mansões, casas de praia, tratores,
automóveis, iates, porta-aviões e coisas do tipo para ver como fazê-los
desaparecer dentro das suas posses. Era engraçado vê-lo fazer careta com a
ginástica intelectual de medir palmo a palmo e que, diante do insucesso pela
constatação da impossibilidade de infringir leis físicas, mesmo assim, dava um
jeito. Esse o barnabé, o primeiro estágio de instituição do Fabo brasileiro.
Ao contrário mesmo do personagem do escritor mineiro, os
barnabés de hoje são os mais insaciáveis devoradores que cultuam a cantilena do
“Venha nós”, cuja expressão é identificada na tipologia carne-de-pescoço que se
tornam rodas-presas das disfunções burocráticas, colocando todo brasileiro num
mata-burro quase intransponível: a espórtula (popularmente conhecida como toco
de barnabé). Esse o azeite (ou vaselina, como quiserem) que faz girar a roda do
universo público brasileiro. Por isso mesmo é o primeiro estágio do fabismo pátrio
consolidando o Fecamepa inaugurado em 1500 e que segue cada vez mais robusto século
após século para nossa indisfarçável indignação.
Uma vez, logo quando eu vi o art. 37 da Constituição
Federal de 1988, pensei comigo: agora vai! Até pensei que era chegada a hora de
se levar o país a sério. Qual nada, os anos foram passando e eu descobri que se
fabricam milhares de leis por dia regulamentando tudo e, apesar da
compulsoriedade, jamais foram nem serão cumpridas. E haja estelionato pipocando
aqui, ali, acolá, alhures. Afinal, a nossa Carta Magna ficou na base do pra
inglês ver (melhor diz o antropólogo Roberto DaMatta: pra francês ver!). Ao
ponto de um dos advogados de um dos presos dos altos escalões das empreiteiras chegar
aos microfones da mídia espetaculosa e dizer que o serviço público brasileiro
só funciona na base da propina. Ora, ora, se não fosse tão óbvia essa constatação,
diria eu que esse advogado descobriu o Brasil de verdade! Primeiro que ver
executivos de empreiteiras (ainda faltam dos bancos, dos laboratórios
farmacêuticos, dos planos de saúde, das seguradoras, das... vote! Parece mais
aquela música: “Se gritar: pega-ladrão! Não fica um mermão!”), enfileirados
indo pro xilindró é coisa pra brasileiro ver mesmo (e eu que sempre me tive na
convicção de que o verdadeiro esporte brasileiro é a espórtula). Segundo, que
meu desconfiômetro fica ligado prevendo a inauguração de uma nova pizzaria nas
quebradas – e lava jato vire moda e mania. Terceiro: ou a gente fecha o olho –
como sempre fizemos deitados eternamente em berço esplêndido esperando molhar o
bico acaso sobre farelos das fortunas -, ou vamos aprumar a conversa e
Tataritaritatá!
DITOS & DESDITOS - Disse
alguém que o historiador é um profeta às avessas, um adivinho do passado; o
poeta, poderíamos dizer, é um historiador que adivinha o que acontece. Pensamento
do escritor e diplomata mexicano Octavio Paz (1914-1998). Veja mais aqui
e aqui.
DESAMPARO ATUAL – [...] Tenho no entanto a convicção de que nosso desamparo de hoje, nossa
insegurança ante a ciência, os frutos da terra, o corpo dos animais, o contato
com os outros serem, remontam àquele auto-de-fé das alinaças do universo.
Restam o efêmero e a nostalgia das paixões da natureza [...]. Trecho de A natureza é uma obra de arte? (Zahar,
1999), do psicólogo social romeno Serge
Moscovici (1928-2014). Veja mais aqui.
FELICIDADE -
[...] O ser
humano é sujeito. Não cogito puro e abstrato, mas carne e consciência, isto é,
corpo-sujjeito capaz de tornar-se sujeito no sentido pleno. E este não é pura
racionalidade nem piro instinto ou pulsão: é desejo. Não incosnciente, mas
desejo consciente (embora obscurop) capaz de tornar-se desejo refletido. É para
esse sujeito que se coloca a questão da felicidade: é porque o hmem é a um só
tempo desejo e consciência de si (capaz de tornar-se desejo refletyido tendo o
conhecimento de si) que ele pode se dirigir rumo a um gozo que seja
satisfatório e que transcenda qas codições atuas de sua vida. [...] Trecho
de A felicidade é nosso único objetivo?
(Zahar, 1999), do filósofo francês Robert
Misrahi.
ÂNUS SOLAR – [...] Claro está que o mundo é paródia pura, quer dizer que toda coisa vista
é paródia de outra, ou a mesma coisa mas com uma forma que decepciona. Desde
que as frases circulam nos cérebros ocupados em refletir, o mundo chegou à identificação
total, pois uma cópula ajuda cada frase a religar as coisas entre si; e estaria
tudo visivelmente ligado se um só olhar bastasse à descoberta do traçado
inteiro que um fio de Ariadne deixou e conduz no seu próprio labirinto o
pensamento. Mas a cópula dos termos não irrita menos que a dos corpos. E quando
a mim próprio exclamo: SOU O SOL, disto resulta uma ereção integral porque o
verbo ser é veículo do frenesi amoroso. Todos têm consciência de que a vida é
paródica e uma interpretação lhe falta. Por isso o chumbo é a paródia do ouro. O
ar é a paródia da água. O cérebro é a paródia do equador. O coito é a paródia
do crime. O ouro, a água, o equador ou o crime podem ser enunciados
indiferentemente como o princípio das coisas. E se a origem não lembra o chão
do planeta, que nos parece base, mas o movimento circular que em redor de um
centro móvel o planeta faz, um carro, um relógio ou a máquina de costura podem
de igual forma ser aceitos na função de princípio gerador. Os dois movimentos
principais são o rotativo e o sexual, de combinação expressa numa locomotiva de
pistões e rodas. [...]. Trechos extraídos da obra O ânus solar (Hiena,
1985), do escritor francês Georges Bataille (1897-1962).
Veja mais aqui.
BANQUETE DE CASAMENTO – O premiado filme Banquete de casamento
(1993), de Ang Lee, conta a história
do jovem executivo chinês que vive em Nova York com o namorado estadunidense
aceita casar-se com moça chinesa a fim de esconder sua condição gay dos pais
que vêm visita-lo. Ela, em troca, poderá conseguir o visto e permanecer nos
Estados Unidos. Isso gera uma série de situações ora engraçadas, ora difíceis,
acabando por mostrar que os velhos percebem muito mais do que lhes é contado. O
filme envolve questões éticas acerca da orientação sexual, respeito pelo modo
de ser dos outros e quebra de preconceitos.
PROGRAMA
TATARITARITATÁ – O programa Tataritaritatá
que vai ao ar todas terças, a partir das 21 (horário de Brasilia), é comandado
pela poeta e radialista Meimei
Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação
desta terça aqui. Logo mais, a partir das 21hs, acontecerá mais uma edição do programa Tataritaritatá – agora com 2 horas de duração -comemorando os mais de 400 mil acessos do blog, apresentação da querida Meimei Corrêa e com as seguintes atrações na programação: Pat Metheny, Yes, Quinteto Armorial, Leo Gandelman, Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco, Tunai, Fagner, Orquestra Contemporânea de Olinda, Trovadores Urbanos, Orquestra Imperial, Cambada Mineira, Lelo Praxedes, Ricardo Machado, Monsyerrá Batista, Cikó Macedo, O Teatro Mágico, Tatiana Cobbett & Marcoliva, Zé Linaldo & Washington Sidney, Gerard Joling, Jorge Medeiros & muito mais! Veja mais aqui.
SERVIÇO:
O que? Programa Tataritaritatá
Quando? Hoje, terça, 25 de novembro, a partir das 21hs
Onde? No MCLAM - blog do Programa Domingo Romântico
Apresentação: Meimei Corrêa
Veja mais sobre:
Origem da Vida & Programa
Tataritaritatá aqui.
E mais:
A Pesquisa, Michel Randan, Arthur
Koestler, Alan Watts, A ignorância, a Natureza Humana &
Metodologia Científica aqui.
Carl Gustav Jung, Pierre Weil &
Tagore aqui.
Jorge de Sena, Habermas, Trova &
Trovadorismo aqui.
Nietzsche, Oniomania & Shopaholic,
Noam Chomsky, Madame de Staël, Flimar & Djavan aqui.
O Apocalipse da Atualidade, Heidegger,
Carl Rogers, Konrad Lorenz & Ubiratan D’Ambrósio aqui.
José Saramago, Rogel Samuel &
Programa Tataritaritatá aqui.
Gato escaldado pra se
enturmar é um pé na frente e outro atrás aqui.
Dos temores da infância
aos arroubos juvenis aqui.
O verbo no coração do
silêncio aqui.
O trauma da moça aqui.
É pra ela, Carlos Gomes & Silviane Bellato,
Neila Tavares, Heloneida Studart, Maria Esther Maciel, Monica Bellucci, Piet
Mondrian, Edwin Landseer & A lenda Mundurucu Quando mandavam as mulheres aqui.
Direito de Família,
Psicologia Escolar, Pedofilia, Liderança & Psicose Puerperal aqui.
O pensamento de Darcy
Ribeiro aqui.
Direito Autoral,
Psicologia Social, Trabalho & Doenças Ocupacionais aqui.
Paulo Freire, Pedagogia do
Oprimido & da Autonomia aqui.
As trelas do Doro: vai
tomar no quiba, porra aqui.
Contribuições da Filosofia
Greco-Romana para a Psicologia & I FLIC de Cambuquira aqui.
História da
mulher: da antiguidade ao século XXI aqui.
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A croniqueta de
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