sexta-feira, julho 05, 2013

ANA MARÍA RODAS, UNRUH, BOYNE, CARNEGIE & LITERÓTICA

A VARANDA NA NOITE DO AMOR –A lua reinava com a chegada da noite naquelas paragens. Era cheia na penumbra e transversal dos beijos estalados com sabor de cerveja e mar. No escurinho, frente a frente, mergulhamos no confronto dos corpos e ela beijoqueira começou a uivar com seus olhos de faroleiro errante. Primeiro naufraguei no seu decote e embarquei lépido rumo à plataforma do amor e nele fiz morada para sempre sem abrir mão de cavoucar todos os acidentes geográficos de sua assimetria provocadora. E fui, com uma mão entre a pele da cintura e o elástico do biquíni rompendo os vales do ventre umedecido. A outra alisando impune o dorso da coxa divisando a mina púbica de todos os desejos florescidos. Essa a nossa balada, o momento perfeito. Foi quando ela transida pela loucura da sedução infringiu todos os limites. Investigou, virando a cabeça, inspecionando lado a lado, conferindo os mínimos detalhes do ambiente para ver a existência de alguma presença afora a nossa, algum testemunho ou atrapalho flagrante. Enquanto fazia sua minuciosa conferência por toda dimensão territorial, eu me rendia ao toque de suas mãos inquietas e usurpadoras. Era porque enquanto ela inspecionava tudo, as suas mãos percorriam minha carne agitando minhas veias., vasculhando meu ventre e, depois da conferência geral, foi se ajeitando comodamente até que ajoelhou-se no piso forrado da paixão como uma Juliete Binoche arrepiada com a intimidade desnuda embaixo da saia levantada que dava comodamente com a vagina nua assentada e esfregada no meu pé como se fosse a sela do corcel onde ela rebolava e se arrastava à medida que se preparava para uma prece em frente da minha vela viva e empunhada pelo seu bulício. Parecia que estava insatisfeita de tudo e como quem quer mais do que possui, aos murmúrios lancinantes do cio, ela arremessou a vida no alvo do meu sexo premiado e dele fez o pavio de sua busca para alimentar o hábito de querer no hálito de sua alma requerente com o trabalho de quem faz por amor na labuta dos amantes, fazendo-o da pira iluminada com a sua língua acendedora de lampião no breu. Acolhedora atirou-se incansável e frenética e foi recolhendo todo meu edifício vistoso, andar por andar, lentamente, centímetro por milímetro, delicada e vorazmente implorando por misericórdia porque queria mais e muito mais do que havia até então se apropriado. Ela rangia os dentes, boca cheia dágua da baba escorrer pelo canto. E mais agitada ia acomodando o meu rijo tridente pelos vãos dos seus lábios que apontam os jardins do Éden. E ruminava contornando toda cúpula, torre e superfície acesa descortinando a lâmina afiada da minha espada porque sua boca movediça tratava de dar cabo de toda dimensão da minha estatura agora untada por sua saliva e batom vermelho que é a rosa em flor de lótus com mil pétalas estelares para toda a cobiça e se apossava com todo gosto e me destrinchava reavendo o que perdi na existência e não me restava mais nada do que aquilo tudo da dádiva dela. Foi aí que seguiu desmedida e sussurrava amolegando o meu guidon energizado, completamente abocanhado por sua faminta determinação. E gemia com a lareira do seu ventre grudado na minha pele. E prostrada sobre o meu ventre ela encarava a minha serpente de gumes afiados e que descobre todos os seus mistérios e que a faz mais que o esplendor do veludo sobre o meu mel. E lambia os lábios abastados como quem se prepara para o banquete de gratidão, como quem se arma para o bote benfazejo ao paladar e se arregalava quando suas mãos arregaçavam com mil beijos de sua gula profana que invadia e lambuzava, segurava e sobejava o meu sobejo e vicejava afogada na mira, retendo para si entre os dedos esgoelada e sugava e eu crescia. E afagava com o rosto, e tomava insaciável o falo como quem mede o meu membro na palma da mão, ah, fodoral. Aí ela fechava o cerco e nada perco porque o meu cajado luzidio é o pico salivado pela sua sede e fome como quem escava o poço da garganta quando emerso da sua arma mais estreito transponho a abertura do seu empenho que se sujeitava a caprichar no vai-e-vem e a confiscar minha vigília como quem persegue a sua vingança, como quem rompe o senso de quem quer consolo a qualquer preço, como quem quer colo a qualquer custo e comendo bolo no maior rolo e eu aceso nos seus beiços que são novelos que me envolve na alquimia que me faz fruta madura quando a noite não cabe mais e retomo sem me deter e puxo, repuxo com força e quero atravessar sua laringe até onde mais der porque as suas margens esborraram com a lambida caleidoscópica onde toda cornucópia é mais que abundante e faustosa e tudo é imenso e absorve a minha manivela por inteiro porque ela engole o cabo e eu no seu reduto de cadela rosnando no osso de carne como quem saboreia um picolé delicioso e eu no auge vou como quem perde o leme, esquece a rota e ela me leva ao tálamo da sua presença ampla, vasta e totalmente viva entre as sombras que tenho porque fecho os olhos e ela sorve meu sêmen completamente embriagada e deliciando o néctar do meu gozo vivo nas galáxias de sua divina abóbada palatina que é a taça do desejo de sua mais que viçosa alma de nenhum fastio e transcendente precipício das chamas no maremoto da saliva que é o véu e que inventa o abismo delicioso que colhi e decifrei com toda e nenhuma direção e consinto que se sirva enquanto eu vulnerável vou sucumbindo à paixão do amor mais que desejado. Estava eu entregue e sob o seu jugo enquanto ela, olhar de sonsa, jeito de manhosa que não tem nada a ver com isso, risinho safado oculto no olhar, satisfação de tímida e nua reluzente, danada de gostosura e me tratando por herói, me fazendo amo e querendo ainda ser estraçalhada pela minha voraz vontade de esganá-la por inteiro com meus beijos, carícias e esfregões. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aquiaqui.

 


DITOS & DESDITOS - A ciência definitivamente precisa de espontaneidade. A ciência precisa desse tipo de interação casual entre as pessoas. E tanta coisa acontece por causa disso. Mesmo conversas formais podem desencadear ideias em algumas pessoas, mas elas tendem a não produzir os tipos de interações de que precisamos. Eles acontecem muito mais um a um, durante um café ou vagando pelas ruas, enquanto você observa as vistas de onde está. E essa interação casual é amplamente subestimada, eu acho, por muitas pessoas, como importante para o modo como a ciência funciona. Pensamento do físico canadense William Unruh, criador do Efeito Unruh, em 1976, cuja previsão expressa que um observador acelerado observará radiação de corpo negro onde um observador inercial não observaria nada. Em outras palavras, o observador em aceleração se encontrará em um ambiente quente, cuja temperatura é proporcional à aceleração, o mesmo estado quântico de um campo, que é considerado o estado fundamental para observadores em sistemas inerciais, é visto como um estado térmico para o observador uniformemente acelerado. O efeito Unruh, portanto, significa que a própria noção de vácuo quântico depende do caminho do observador através do espaço-tempo.

 

ALGUÉM FALOU: Lembre-se, hoje é o amanhã sobre o qual você se preocupou ontem. A felicidade não depende do que você é ou do que tem, mas exclusivamente do que você pensa. As ideias que defendo não são minhas. Eu as tomei emprestadas de Sócrates, recebi-as de Chesterfield, furtei-as de Jesus. E se você não gostar das idéias deles, quais seriam as idéias que você usaria? Uma das trágicas coisas que eu percebo na natureza humana é que todos nós tendemos a adiar o viver. Estamos todos sonhando com um mágico jardim de rosas no horizonte, ao invés de desfrutar das rosas que estão florescendo do lado de fora de nossas janelas hoje. A maior parte das coisas importantes no mundo foram realizadas por pessoas que continuaram tentando quando parecia não haver esperança de modo algum. Pensamento do escritor estadunidense Dale Carnegie (1888-1955).

 

O MENINO DO PIJAMA LISTRADO - [...] Ficar sentado miserável o dia todo não vai te deixar mais feliz. [...] O problema da exploração é que você precisa saber se vale a pena encontrar o que encontrou. Algumas coisas estão apenas sentadas lá, cuidando de seus próprios negócios, esperando para serem descobertas. Como a América. E outras coisas provavelmente são melhores deixadas sozinhas. Como um rato morto no fundo do armário. [...] somente as vítimas e sobreviventes podem realmente compreender o horror daquele tempo e lugar; o resto de nós vive do outro lado da cerca, olhando através de nosso próprio lugar confortável, tentando de nossas próprias maneiras desajeitadas entender tudo isso. [...] Suas vozes perdidas devem continuar a ser ouvidas. [...] Só porque um homem olha para o céu à noite não faz dele um astrônomo, você sabe [...]. Trechos extraídos da obra The Boy in the Striped Pajamas (David Fickling, 2006), do escritor irlandês John Boyne. Veja mais aqui.

 

TRÊS POEMAS - ANIMAL QUE DESPERTA - sou a gata que caminha dentro de mim. \ minhas patas leves de pelúcia.\ desci pelo rio\ conservando meu gosto pela caça\ o ambíguo miado.\ quando fecho os olhos atravesso o século.\ areias lhe deram cor\ a esta pele suave que esconde\ uma flor molhada entre o maxilar.\ o ouro egípcio é refletido na pupila\ desta gata\ que várias vezes\ recorda sua verdadeira condição de fera. \ A Rainha de Sabá \ teria dado a metade de sua terra\ para ter estas garras. COMO JÁ PERCORRESTE A ESTRADA MAIS LARGA - Como já percorreste \ A estrada mais larga\ Não tens mais interesse\ Nos seus peixes nem nos seus peitos.\ Colado ao teu pedestal\ Porque tu também\ Tens um desses\ Te moves nos trilhos\ Da sua trama.\ E te esqueces\ Que até ontem\ O que te empurrava era sentimento. VOCÊ LIMPOU O ESPERMA - Você limpou o esperma \ E entrou no chuveiro.\ Deu uma limpa nas provas \ Mas não nas memórias.\ Agora eu aqui, frustrada\ Sem permissão para estar,\ Devo esperar\ E acender o fogo\ E limpar os móveis\ E encher de manteiga os pães. \ Você comprou com sujos\ Bilhetes\ Seu capricho\ Passageiro \ A mim cansa um pouco tudo isso\ Onde deixo de ser humana\ E viro de novo coisa velha. Poemas da premiada escritora e jornalista guatemalteca Ana María Rodas.

 

 PROGRAMA DOMINGO ROMÂNTICO – O programa Domingo Romântico que vai ao ar todos os domingos, a partir das 10hs (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação deste domingo aqui. Na edição de hoje as comemorações de mais de 3 mil membros no grupo do programa no Facebook com muitas atrações: confira: Tom Jobim, Milton Nascimento, João Gilberto, Yes, Elis Regina, Gênesis, Gonzaguinha, Alanis Morissete, Ivete Sangalo & Dominguinhos, Dire Straits, João Bosco, Luiz Melodia, Djavan, Pink Floyd, Jorge Vercilo, Klieton & Kledir, Simple Red, Gilberto Gil, Beto Guedes, Gal Costa, Tavito Carvalho,Claudio Nucci e Zé Renato, Toninho Horta e Joyce, Maria Rita, Fafá, Seu Jorge, Maria Creuza, Captain  & Tenille, Fabio Jr, Lynden David Hall, Wanderley Cardoso, Paulynho Duarte, Robson Gomes, Sergio Santos, Cantor Pitanga, Jorge Medeiros & Banda Dr. Silvana & Cia, Benedito Pontes, Wilson Monteiro &  muito mais! Participe, comente, curta online & abrilhante a nossa festa neste 07 de julho, na programação da Cidade FM 87,9, a partir das 10hs. Veja mais aqui.

SERVIÇO:
O que? Programa Domingo Romântico.
Quando? Neste domingo, 07/07, a partir das 10hs.
Onde? Cidade FM acessando 
Apresentação Meimei Corrêa.

Veja outras edições do Domingo Romântico. 


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E mais:
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