domingo, julho 15, 2012

ALMUDENA GRANDES, BEATRIZ SARLO, FRANCISCO MORA, UMBERTO ECO, RAYMOND WILLIAMS & LITERÓTICA.

A PONTE ENTRE O AMOR E A PAIXÃO - Entre o meu coração e a imensidão cosmogônica, ela se estira nua pro meu deleite na liberdade verdadeira – a sensação etérea em mim e ao meu redor. Não fosse ela a ponte entre o amor e eu, cego eu erraria por anos e farsas. Não fosse ela a ponte entre o factível e o inatingível, eu não saberia do nirvana, nem dos registros acásicos, nem da verdadeira arte de viver. Não fosse ela a ponte entre a minha heterodoxia e meus paradoxos, eu não descobriria jamais a vida em sua plenitude. A ponte, ela: entre o universo e minha existência. Eis que ela nua e linda, ora estatelada com quem adormece à espera da minha entrega, ora de bruços como que indefesa dos meus ataques e desvarios, mais maravilhosa que sempre, mais minha que nunca, a me oferecer sua carne e começo por tomar posse dos seus pés – ah, podólogo atrevido seria eu a sacralizar toda sua emanação -, e eu como um fiel fanático, ajoelho-me e acaricio toda extensão do seu solado, calcanhar, pernas, joelhos, coxas, até folgar-me no encontro do ventre e lá provar com toda gulodice de toda sua proveitosa delícia – o manjar da vida, o elixir da alma. No meio caminho da vida real, ouso atravessar essa ponte que quero morar embaixo, viver passeando por cima, vencê-la sempre, superá-la a todo instante, sabê-la minha e só minha em todo e mais completo momento. A ponte que me ensina além de mim e de tudo e não me canso de usurpá-la lambendo seu umbigo, sugando seus seios, acariciando o pescoço, beijando apaixonadamente seus lábios e flagrando seus olhos incendiados de prazer a me queimar na combustão dos desejos. E esse contato anímico com sua carne, lábios e sexo, apossado da volúpia de todos os desejos, mergulho no céu da sua boca e entre as estrelas do prazer, me faço inteiro a cobrir seu ser - a ponte que me faz macho e homem realizado. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui, aquiaqui.
 

 

DITOS & DESDITOSEu não posso lhes ensinar. O caminho está dentro de nós, nem nos deuses, nem nos ensinamentos, nem nas leis. Dentro de nós está o caminho, a verdade e a vida. Pensamento do psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) sobre Metanoia, expressa em suas obras O livro vermelho (Liber Novus - Vozes, 2010) e A vida simbólica (Vozes, 2000), postulando como o momento de crise existencial da segunda metade da vida, dos 35 aos 45 anos, onde o eu busca a resolução de conflitos internos e autorrealização. Para ele é um momento de crescimento profundo em que a pessoa consegue ressignificar a sua atuação no mundo. O autor considera que a palavra metanóia significa mudar de conceito, mudar de ideia ou mudar seus próprios pensamentos. Veja mais aqui e aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Nada posso lhe oferecer que não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo além daquele que há em sua própria alma. Nada posso lhe dar, a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo e isso é tudo. Pensamento do escritor alemão Hermann Hesse (1877 – 1962). Veja mais aqui.

 

O CAMINHO DA VIDA – [...] Na metade do caminho da vida pelo qual caminhamos acordei e me vi no meio de uma floresta escura onde a estrada certa havia desaparecido completamente [...]. Trecho da obra Divina Comédia (1321- Ateneu, 2011), do poeta italiano Dante Alighieri (1265-1321). Veja mais aqui.

 

NEUROEDUCAÇÃO - O cérebro precisa se emocionar para aprender. É preciso acabar com o formato das aulas de 50 minutos. São os professores que, além do conhecimento, transmitem os seus valores aos homens e mulheres do futuro. Expressões do neurocientista espanhol Francisco Mora que é autor do livro Neuroeducación: solo se puede aprender àquello que se ama (Alianza, 2013). Ele é doutor em Neurociências pela Universidade de Oxford e em Medicina pela Universidade de Granada, professor de Fisiologia na Universidade Complutense de Madrid. Tornou-se uma referência internacional em neuroeducação e autor de inúmeras publicações enfatizando a importância das emoções na aprendizagem. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

LEITURAQuem não lê, aos 70 anos terá vivido só uma vida. Quem lê terá vivido 5 mil anos. A leitura é uma imortalidade de trás para frente. Vivemos para os livros. Os livros não foram feitos para serem acreditados mas para que os questionemos. Quando lemos um livro, devemos perguntar a nós próprios não o que diz mas o que significa. Tenho cerca de 50 mil livros. Quando a minha secretaria disse que ia catalogá-los disse-lhe para não o fazer, os meus interesses mudam constantemente. Para sobreviver é preciso contar histórias. Frases do escritor, filósofo e bibliófilo italiano Umberto Eco (1932-2016). Veja mais aqui e aqui.

 

CULTURA & MATERIALISMO - [...] A interpretação específica dada então foi, naturalmente, a de um declínio cultural; o isolamento radical da minoria crítica foi, nesse sentido, tanto o ponto de partida quanto a conclusão. Mas qualquer teoria do declínio cultural ou, colocando de forma mais neutra, da crise cultural [...] adquire, inevitavelmente, uma explicação social mais ampla: nesse caso, a destruição de uma sociedade orgânica pelo industrialismo e pela civilização de massa [...] Devido aos críticos de Scrutiny serem muito mais próximos da literatura, não se adequando às pressas a uma teoria concebida a partir de outros tipos de evidência, sobretudo da evidência econômica? Creio que foi por isso, mas a razão real era mais fundamental. O marxismo, como comumente entendido, foi fraco justamente na área decisiva em que a crítica prática foi forte: na sua capacidade de oferecer explicações precisas, detalhadas e razoavelmente adequadas para a consciência real — não apenas um esquema ou uma generalização, mas obras reais, cheias de uma experiência rica, significativa e específica. E não é difícil encontrarmos a razão para a fraqueza correspondente do marxismo: ela estava na fórmula herdada de base e superestrutura que, em mãos pouco treinadas, converteu-se rapidamente em uma interpretação da superestrutura como mero reflexo, representação ou expressão ideológica [...]. Foi a teoria e a prática do reducionismo — as experiências e as ações humanas específicas da criação convertidas de forma rápida e mecânica em classificações que sempre encontraram a sua realidade e significância última em outro lugar — que, na prática, deixaram o campo aberto a qualquer pessoa que pudesse dar uma explicação à arte que, em sua proximidade e intensidade, correspondesse à verdadeira dimensão humana [...]. Tenho grande dificuldade em ver os processos da arte e do pensamento como superestruturais no sentido da fórmula tal como ela é comumente usada. Mas em muitas áreas do pensamento social e político — certos tipos de teoria ratificadora, de lei e de instituição que, afinal, nas formulações originais de Marx, eram de fato parte da superestrutura —, em todo esse tipo de aparato social e em uma área decisiva da atividade de construção política e ideológica, se não formos capazes de ver um elemento superestrutural, não seremos capazes de reconhecer a realidade. Essas leis, constituições, teorias e ideologias que são tão frequentemente defendidas como naturais ou como tendo validade ou significância universal devem ser vistas como simplesmente expressando e ratificando a dominação de uma classe particular [...] Trechos extraídos da obra Cultura e materialismo (Unesp, 2011), do acadêmico, crítico e novelista galês Raymond Williams (1921-1988). Veja mais aqui.

 

MODERNIDADE PERIFÉRICA – [...] Observar o espetáculo: um flâneur é um espectador imerso na cena urbana e, ao mesmo tempo, faz parte dela: numa sequência infinita, o flâneur é observador por outro flâneur que por sua vez é visto por um terceiro [...] O circuito do passante anônimo só é possível na cidade grande, que é uma categoria ideológica e um universo de valores, mais do que um conceito demográfico e urbanístico. Arlt produz seu personagem e sua perspectiva nas Aguafuertes, tornando-se ele próprio um flâneur modelo. Diferentemente dos costumbristas que o antecederam, mistura-se na paisagem urbana como um olho e um ouvido que se deslocam ao acaso. Tem a atenção flutuante do flâneur que circula pelo centro e pelos bairros, penetrando na pobreza nova da grande cidade e nos meios mais evidentes da marginalidade e do crime. [...] Assim escreve uma mulher que quer ser poeta, mas também quer continuar a ser aceita. Norah apaga tudo o que pode colocar em questão sua respeitabilidade pós-adolescente e juvenil; apaga o que a visão social dos pais não deve ler. O ultraísmo lhe dá a irrestrita liberdade das imagens. Norah usa em seu esforço de tapar o inconveniente, e nesse esforço pode-se ler, no entanto, o trabalho da censura. [...]. Trechos extraídos da obra Modernidade Periférica (Cosac & Naify, 2010), da escritora e crítica literária argentina Beatriz Sarlo. Veja mais aqui e aqui.

 

CONFISSÕES - Eu estava esperando por você. Além do inverno, em cinquenta e oito, das letras sem pulso e verão da minha primeira carta, pelos corredores lentos e o exame, através de livros, tardes de futebol, da flor que não quis virar almofada, além do menino ligado à lua, Sob tudo o que eu amei Eu estava esperando por você. Eu estou esperando por você. Atrás das noites e das ruas, das folhas pisadas e obras públicas e comentários das pessoas acima de tudo o que sou, de alguns restaurantes que já não frequentamos, com mais pressa do que o tempo que me foge, mais perto da luz e da terra, Eu estou esperando por você. E vou continuar esperando. Como os amarelos do outono, ainda uma palavra de amor diante do silêncio, quando a pele desliga, quando o amor abraça a morte e nossas fotos ficam mais sérias, no penhasco da memória, depois que minha memória vira areia, por trás da última mentira, vou continuar esperando. Poema da escritora espanhola Almudena Grandes Hernández (1960-2021).

 

PROGRAMA DOMINGO ROMÂNTICO – O programa Domingo Romântico que vai ao ar todos os domingos, a partir das 10hs (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação deste domingo aqui. Na edição deste 15/07 do programa Domingo Romântico, uma produção da radialista e poeta Meimei Correa e apresentado por Luiz Alberto Machado, além de comemorar 2 mil membros parceiros no Grupo do Facebook, está com uma programação especial pra você, confira as atrações: Antonio Carlos Gomes, Pablo Neruda, George Gershwin, Carlos Drummond de Andrade, Arthur Moreira Lima, Herbert Von Karajan, Mário de Andrade, John Coltrane, Paulo Moura, MPB4, Milton Nascimento & Wagner Tiso, Yes, Djavan, Denise Stoclos, Ney Matogrosso, Oduvaldo Vianna Filho, Geraldo Azevedo, Joe Satriani, Edu Lobo, Elizeth Cardoso, Billie Holiday, Cyro Monteiro, Tito Madi, Agostinho dos Santos, João Bosco, Renato Teixeira, Tianastácia, Kleiton e Kledir, Tunai, Samuel Rosa, Paulinho da Viola, Natiruts, Fafá de Belém, Elba Ramalho, João Figuer, Ronnie Von, Almir Guineto & Racionais, Netinho de Paula, Edu George, Jorge Medeiros & muito mais. Veja mais aqui.

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    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Triphase (2008), Empreintes (2010), Yôkaï (2012), Circles (2016), Fables of Shwedagon (2018)...