A arte
da cantora e dançarina estadunidense Josephine Baker (Freda Josephine McDonald -1906-1975), conhecida
como Vênus Negra, Pérola Negra e a Deusa Crioula, vedete do teatro de revista e considerada
como a primeira grande estrela negra das artes cênicas. Veja mais abaixo.
CARTA PARA LARA NUA – É ela Lara que representava sem envelhecer no palco do meu quarto com
as dores de seus pais suicidas e as repressões no orfanato de freiras. Não
fosse a acolhida da madrinha, não saberia como ganhar o mundo como secretária e
datilógrafa. O desfile de moda do MASP denunciou sua beleza deslumbrante de
garota-propaganda da Tupi e com isso tornou-se a rainha má de Branca de Neve e
os sete anões, a Ivone que contracenou com Mazzaropi no Gato de Madame; a Odete
de Absolutamente certo; a Sá Lua de Arara Vermelha; a Júlia de Uma certa
Lucrécia; Rosália de Dona Xepa; Estrela de Moral em concordata; Josete de Dona
Volante Miranda; Paula de Duas Histórias; Ana Na garganta do diabo; Guigui do
Boca de Ouro; Teresina das Sete Evas; Rita bonitinha, mas ordinária; Floripe
sonhando com milhões; Cristina da Noite Vazia; Helena do Mar corrente; Nina das
Sete faces de um cafajeste; Irene Copacabana me engana; Laura do Dragão da
Maldade contra o Santo Guerreiro; Neli Em família; Cristina da vida e glória de
um canalha; Júlia das Aventuras do tio Maneco; Giselle de Lúcia McCartney, uma
garota de programa; Gertrudes do Jogo da vida e da morte; Maria de Viver de
morrer; Odete quando o carnaval chegar e Assim era Atlântida e Barra 68- sem
perder a ternura; Alaíde dos Primeiros momentos; Granfina do Vai trabalhar
vagabundo; Dulce Veiga da Estrela sobre; Isa da Rainha Diaba; Norma Menezes do
Princípio do prazer; e senhora das Flores para os mortos. Eu liga a tevê e ela
era Camila Fiordes Lamas Naqueles que dizem-amar-se; era Carlota em busca da
felicidade; era Flora das Bruxas; Era Helena na Volta de Beto Rockfeller; era
Ester Veronese do Dono do Mundo; e era Valquiria da Pátria minha. Era ela a namoradeira assumida e musa dos meus sonhos e
vida com seu estrip-teaser psicológico
e anímico incendiando todas as minhas fantasias para lá de eróticas, eternamente
bela, conscientemente linda e adorada, visceralmente desejada. E era com os
seus muitos amores das drogas e escrava do sexo no meio das tragédias. Ah, deusa
loura, diva maravilhosa que ousadamente me disse: Eu via o mundo como um close, onde só havia o rosto do homem amado. De
repente, passei para uma grande angular e hoje vejo tudo ao meu redor. E muito
mais disse e beijos e amou e eu até
desaparecer no Princípio do Prazer. Ah, onde anda você que cantava nua ao meu
ouvido, que escrevia sua vida e paixões no meu corpo pela jornada interior e que
assumia em mim os passos do seu auto-exílio búdico na busca pela paz. Cadê
você, está em mim. Homenagem à atriz, cantora e escritora Odete Lara (Odete Righi
Bertoluzzi – 1929-2015). Veja mais aqui, aqui e aqui.
DITOS & DESDITOS - Que propriedade pode um homem
possuir se uma obra de sua mente – o fruto exclusivo de sua criação, seus
estudos, suas noites, sua idade, suas pesquisas, suas observações; se suas
melhores horas, os momentos mais belos da sua vida; se seus próprios
pensamentos, os sentimentos de seu coração, a parte mais preciosa dele mesmo,
aquela que não perece, que o torna imortal – não lhe pertence? Pensamento do
filósofo francês Denis Diderot
(1713-1784). Veja mais aqui e aqui.
ALGUÉM FALOU DE EDUCAÇÃO: Há uma profunda articulação
entre o processo de aprendizagem e a relação entre pais e filhos, por isso a
escola precisa ouvir os pais e os pais precisam ouvir a escola. O vinculo entre
esses dois parceiros deve ser consolidado, especialmente quando o filho chega
ao ensino médio. No ensino médio, quando os alunos estão em uma fase mais
atribulada da vida, a presença dos pais na escola diminui. Pensamento da
psicanalista Ana Olmos. Veja mais
aqui.
OUTRA QUE ALGUÉM FALOU: Escrever é em grande parte
responder à solidão. Pensamento do escritor Cristovão Tezza, autor de obras como: Gran Circo
das Américas (Brasiliense, 1988); A Cidade Inventada (CooEditora,
1980); O Terrorista Lírico, (Criar Edições, 1981); Ensaio da Paixão
(Criar, 1985); Trapo, São Paulo, (Brasiliense, 1988); Aventuras
Provisórias (Mercado Aberto,1989); Juliano Pavollini (Record, 1989);
A Suavidade do Vento (Record 1991); O Fantasma da Infância, (Record,
1994); Uma Noite em Curitiba, (Rocco, 1995); Breve espaço entre cor e
sombra. (Rocco, 1998); O fotógrafo (Rocco, 2004); O filho eterno (Record, 2007); Um
erro emocional (Record, 2010) e Beatriz (Record, 2011).
UMA PIADA DE CAIPIRA: Em visita a uma cidade do interior, um sujeito é convidado a assistir
uma rinha de galos. Vendo que todos estão apostando, também resolve jogar.
Vira-se para um caipira que fuma um cigarrinho de palha enquanto observa com
muita atenção a luta dos bichos e pergunta: Qual o galo bom na próxima briga? O
caipira dá uma cusparada de lado: Óia, tem o galo branco e o galo preto. O bom
é o branco. Confiante, o sujeito aposta toda a grana que tem no bolso no galo
branco. Mas o bicho leva uma tremenda surra do galo preto. Indignado, ele pede
explicações ao caipira: Pô, você não me disse que o galo branco era bom? Uai,
responde o caipira: O branco era bom mesmo. Mas o marvado é o preto!
AS MOÇAS EM SEUS VESTIDOS DE VERÃO – [...] Quando eu penso na cidade
de Nova York, eu penso em todas as moças, as moças judias, as moças italianas,
as moças irlandesas, chinesas, alemães, negras, espanholas, russas, todas
desfilando pela cidade. Eu não se isso só comigo ou se todo homem caminha por
esta cidade sentido a mesma coisa, mas eu pelo menos quando passo por essas ruas
me sinto como se estivesse num piquenique. Eu adoro sentar perto das mulheres
nos teatros, as famosas belezas que demoram seis horas para se aprontar e se
exibem tão bem. E existem as moças nos jogos de futebol, com as faces rosadas,
e quando o tempo esquenta um pouco, todas as moças em seus vestidos de verão...
Ele terminou sua bebida. Essa é a história. Foi você que pediu para saber, não
se esqueça. Eu não consigo deixar de olhar para elas. Eu não consigo de desejar
cada uma delas [...]. Trecho do conto do escritor, dramaturgo e roteirista
estadunidense Irwin Shaw (1913-1973).
FEITO O MEL NA FLOR - Feito
o mel na flor, / feito a resina da árvore, / como o sangue da ferida recém
talhada, / assim veio o canto que declamaram e declamam, / assim veio a palavra
com sua melodia / como que nascida de nossas progênies. / Mesclando as lágrimas
ardentes / feito um chuvasco com sorriso soalheiro. Poema do poeta
norueguês Olav Aukrust (1883-1929).
A MULHER & AS RELAÇÕES DE GÊNERO – Analisando as bases
objetivas sobre a construção histórica das relações de gênero, compreende-se
que é importante estudar o processo histórico das relações sociais entre homens
e mulheres, considerando as relações de produção para que desta forma, para que
seja possível entender as mudanças ocorridas nas construções dos papéis entre
eles na sociedade. O ponto de partida se dá com Engels (1981), sobre a origem
da família, da propriedade privada e do Estado. Os autores que serão citados na
construção do texto também partiram da concepção de Engels (1981), para
fundamentar suas análises. Para
Engels (1981), o materialismo histórico e o surgimento da família iniciaram com
a origem da produção e reprodução da vida imediata incidido em dois tipos: a
produção dos meios de existência e a produção dos seres humanos na propagação
da sua espécie. Neste cenário, as instituições sociais sobre as quais os homens
se relacionam são condicionadas pelo estado de evolução da categoria trabalho
e, por outro lado, a família. Enquanto a categoria trabalho se apresentava numa
realidade de ordem social fundada pelos laços de sangue, a família se baseava
numa união tribal em que a mulher unia-se ao homem por tempo indeterminado e se
constituía através dos grupos. As primeiras formas de união conjugal entre homens
e mulheres, eram construídas por grupos. Nesse modelo de casamento os homens e
as mulheres viviam em poligamia, eles podiam se relacionar com outros
parceiros, e os filhos era dever de toda comunidade (ENGELS, 1981). Com o
passar dos tempos, os modelos de união grupal não perduraram por muito tempo, e
foram desaparecendo à medida que as comunidades foram se desenvolvendo,
tornando-se mais numerosos o ciclo de irmãos, entre os quais era impossível o
casamento. Assinala Engels(1981,p.11) que: [...] O impulso dado pela gens à
proibição do casamento entre parentes consangüíneo foi ainda mais longe. Assim
encontramos entre os índios Irokuás e entre a maior parte de outros índios
ainda em estado inferior à barbárie, o casamento proibido entre todos os parentes
assim classificados naquele sistema, dentro do qual existem várias centenas
deles. Mediante o exposto, parte, então, agora este estudo para a abordagem dos
meios de vivencia das comunidades no decorrer do período paleolítico e
neolítico, considerando os estudos da Michel (1979). Nestes estudos, não havia
diferenças entre homens e mulheres no período paleolítico, pois existia uma
dependência de ambas as partes nas relações de trabalho para garantir a sua
subsistência e produzir os meios de produção de uso coletivo. A relação dos
homens e das mulheres era baseada na igualdade, tanto o homem como a mulher
viviam da caça e da colheita. Para resistir, eles precisavam migrar
constantemente de um lugar para o outro em busca de alimentos. Por meio disso,
desenvolveram-se os instrumentos de produção que eram de uso coletivo, no qual
era necessário para transformar a natureza (MICHEL, 1979). No período primitivo
a igualdade entre homens e mulheres era também estabelecida e visível, que eles
possuíam uma concepção expressamente formulada pela tentativa de conhecer a
realidade de concepção de mundo através do domínio que o homem primitivo tinha
sobre a natureza, a sua organização econômica estava de acordo com o modo de
expressar a sua concepção sobre o mundo, valendo salientar que não existiam
hierarquias e nem graus na organização desta comunidade. A consciência do
indivíduo pertencente a esta comunidade era influenciada pelo meio de
convivência em que estava inserido. Assim, desse modo os meios de sua vivencia determinava
a maneira como os indivíduos deviam agir para estabelecer uma concepção própria
do mundo. Falando
da educação nesta comunidade, Ponce (2001) mostra as crianças acompanhando os
adultos em todos os trabalhos, ajudando-os na medida das suas forças e, como
recompensa recebiam uma porção de alimentos como qualquer outro participante da
comunidade. Desta forma, a educação dos membros da comunidade primitiva não
estava assegurada por ninguém em especial, ela acontecia através de uma
sensível e espontânea assimilação do ambiente na qual a criança estava
inserida, onde se amoldava aos padrões respeitados por aquele grupo. Não
existia nenhum mecanismo educativo especial com o objetivo de imprimir na
criança uma mentalidade social uniforme. Segundo Ponce, (2001, p.19-20): [...]
a criança não precisa recorrer a nenhuma instituição para aprender a falar,
também devemos reconhecer como não menos evidente que, numa sociedade em que a
totalidade dos bens está à disposição de todos, a silenciosa imitação das gerações
anteriores pode ser suficiente para ir levando a uma meta comum a inevitável
desigualdade dos temperamentos individuais. Em suma, o homem dessas comunidades
primitivas, apresentado por Ponce (2001), tinha uma concepção própria do mundo
ainda não expressamente formulada mais demonstrava o ínfimo domínio que o homem
primitivo tinha alcançado sobre a natureza em que eles tinham como instrumento
de dominação para se alimentar. Ponce (2001, p.18-19), descreve que para a
criança: A convivência diária que mantinha com os adultos a introduzia nas
crenças e nas práticas que o seu grupo social tinha por melhores. Presa às
costas da sua mãe, metida dentro de um saco, a criança percebia a vida da
sociedade que a cercava e compartilhava dela, ajustando-se ao seu ritmo e às
suas normas e, como a sua mãe andava sem cessar de um lado para o outro, o
aleitamento durava vários anos, a criança adquiria a sua primeira educação sem
que ninguém a dirigisse expressamente. Observa-se que não havia guerras entre
as comunidades e as mulheres desfrutavam da liberdade, possuindo os mesmos
direitos que os homens. As mulheres preferiam dedicar-se aos serviços
domésticos, dando total assistência tanto na alimentação de sua família, como
também aos maridos nas atividades das caças, que era a principal fonte de
alimentação das comunidades. Assim elas cuidavam dos acampamentos, das hortas,
e recolhiam as formigas, larvas e gafanhotos, que também faziam parte da
alimentação das comunidades, (PONCE, 2001). Os argumentos da Michel (1979)
coincidem com o de Ponce (2001) ao abordar sobre o costume dos povos
paleolíticos. Para ambos os autores, a forma de união das
comunidades, se constituíam através das alianças confirmadas pelas trocas
realizadas entre homens mulheres com as tribos vizinhas, o qual era um costume
das tribos para manter a paz entre eles. Portanto para Michel (1979,p.12). [...] o casamento sendo a constituição de uma aliança,
não é a cessão de um objeto, pois as mulheres, como os homens que são trocados,
continuam sendo sujeitos de direitos, tanto em relação aos seus parentes como
em relação aos parentes dos cônjuges. Os estudiosos que exploravam as tribos de
caçadores se surpreenderam ao descobrir os poderes que as mulheres exerceram
nessa tribo. Michel (1979, p. 14) descreve que: “As mulheres podiam alienar as
terras do clã, realizar casamentos e alianças, nomear e destituir a vontade os
sachems e os responsáveis pelas tribos”. Diante da afirmação do autor,
observa-se que as atribuições eram delegadas às mulheres, sendo de
responsabilidade tanto delas como dos homens também, não havendo nenhuma
divergência quanto à realização destas. O período de transição do paleolítico
para o neolítico acarreta algumas mudanças no meio de sobrevivência das
comunidades. A caça, como base de alimentação das comunidades paleolíticas,
passa aos poucos a ser substituída pela agricultura. Falando das mulheres do
período neolítico, segundo Michel (1979), pode-se afirmar que elas eram
responsáveis pelas criações e transformações da natureza com relação, às
necessidades de sobrevivência dos povos da comunidade. Era de sua preocupação
coletar alimentos, já que a função de atividades domésticas e serviços que
visavam à sobrevivência de todos, era de preferência delas. Na Primeira
Revolução Neolítica, Michel (1979) mostra que a agricultura baseada na coleta e
a agricultura de enxada (horticultura) foi uma invenção própria das mulheres e,
além desta elas foram também responsáveis pelo aparecimento de técnicas novas
como a fabricação de mós de pedra, maiores e mais pesados para triturar grãos,
confecção de recipientes para a conservação dos grãos, criação das primeiras
cerâmicas. Mais tarde elas promovem a invenção da fiação e tecelagem. A
preponderância das mulheres nessas invenções e atividades novas, durante esse
período, faz supor que sua condição deve ter-se elevado socialmente. Não
somente as mulheres transmitem o aprendizado das novas técnicas aos seus
filhos, como o parentesco efetua-se em linha feminina; além disso, as primeiras
divindades observadas são femininas (MICHEL 1979, p.15). As mulheres eram
veneradas pelos homens e pelas comunidades, serviam de inspirações para os
escultores da época. As mulheres, por possuírem o poder de gerar outros seres
humanos, eram denominadas de “Deusas-Mães”. Os homens ainda não tinham
descoberto a necessidade de sua participação no papel da geração, papel que
passa a ser descoberto mais tarde, no Neolítico Médio. O papel da mulher na
geração, e não o do homem teria marcado historicamente a vida das mulheres dos
artistas, homens ou mulheres, da época. Isso explica o fato de a mulher ter
podido gozar, nesse período, de um estatuto, que ao menos nos países anglossaxões,
é considerado como igual ou mesmo superior ao homem (MICHEL, 1979, p.14). Segundo
Michel (1979), o Neolítico Médio foi considerado a
segunda revolução técnica. Essa revolução foi marcada por novas descobertas de
energia, como a força do boi, da água e do vento, além da invenção de novas
técnicas, como o arado, o moinho de vento e a azenha, o barco a vela, por novas
formas de transportes. Outros conhecimentos também contribuíram para o
desenvolvimento do neolítico médio, como: os dos processos químicos, que
permitem a fusão do minério de cobre, pela invenção do calendário solar, das
arquiteturas e dos tijolos. Os avanços da época trouxeram algumas conseqüências
para os homens e a natureza, contribuindo para a expansão dos burgos que
futuramente se tornaram cidades. Mais tarde os avanços contribuíram para outros
desenvolvimentos, como afirma Michel (1979, p.17): “A cidade é o primeiro
antagonismo de classe, pois supõe a existência de excedentes agrícolas e de uma
classe que é alimentada por outra, o desenvolvimento da propriedade privada e
do excedente de acumulação”. O homem começa a produzir o excedente produtivo e
passa a acumular os alimentos, através do aumento das plantações, que deixam de
ser limitadas à subsistência humana, passando a ser vistas como valor de troca.
Tanto Paulo Netto (2007), como Michel (1979), aborda a idéia de que os homens
desta época aperfeiçoaram seus instrumentos de trabalho, acarretando
significativas transformações na relação dessas comunidades com a natureza. Os
homens começam a ter controle sobre o tempo (estações do ano, o intervalo entre
a semeadura e colheita), irrigação e tarefas agrícolas, desenvolvendo assim a
concepção de mundo existente em sua consciência. Os resultados destas ações do
homem sobre a natureza permitiram uma produção de bens que ultrapassava as
necessidades imediatas da sobrevivência dos seus membros. As habilidades
adquiridas pelos homens e o aperfeiçoamento dos seus instrumentos e o
conhecimento da natureza estavam em fase de progresso, tornando-se mais
produtivos. Assim Paulo Neto (2007,p.59), descreve que: “Numa palavra, estava
surgindo o excedente econômico: a comunidade começava a produzir mais do que
carecia para cobrir suas necessidades imediatas. O excedente econômico – que
alguns economistas designam simplesmente, como excedente”. É com o surgimento do excedente de produção que, segundo
Paulo Netto (2007), aumenta a produtividade do trabalho, provocando uma
verdadeira revolução na vida das comunidades primitivas. Entende Paulo Netto
(2007) que com a idéia do excedente econômico, aparece na história a
possibilidade de acumular os produtos do trabalho e duas conseqüências surgem:
uma maior divisão na distribuição do trabalho, e como se produzem bens que não são
utilizados no autoconsumo da comunidade, destinam-se à troca com outras comunidades. Em síntese, segundo Paulo Netto
(2007), surge o comércio como também a escravidão, prática social em que um ser humano tem
direitos de propriedade sobre outro. Assim mantinha os
escravos em tal condição por meio da força. Em algumas sociedades desde os
tempos mais remotos os escravos eram legalmente definidos como uma mercadoria. Esta era uma prática que desvalorizava a condição
humana, tirando todos os direitos de indivíduos dos escravos (PAULO NETTO, 2007).
Toda essa mudança nas comunidades recai também no modelo de união conjugal
entre os homens e as mulheres. Acabando de vez com as uniões grupais, e sendo
implantada a família sindiásmica que também não obteve êxito, pois o homem
necessitava assegurar sua propriedade por meio de seus laços sanguíneos. No
modelo do casamento sindiásmico era proibido à poligamia entre as mulheres,
nele só o homem podia ser infiel, mais dependia muito das suas propriedades,
pois tinham que sustentar suas mulheres. No caso das mulheres, quando elas
cometiam adultério eram duramente castigadas e punidas. Mas o laço conjugal é
tanto dum lado como do outro rompido, e os filhos pertencem, antes e depois
apenas à mãe, conforme Engels (1981 p. 12). O homem passa a investir na criação
de gados, aumentando assim, suas economias, à medida que o gado foi se
reproduzido, surge a necessidades de mais homens na família para conduzi-lo,
aumentando a riqueza da propriedade particular, fundamentada na origem
matriarcal, o que abalava profundamente ao pai que vivia ao lado de suas
esposas, sem poder garantir a herança para seus filhos. Engels (1981, p.15)
descreve que: A medida, portanto, que as riquezas aumentavam, estas davam ao
homem, por um lado uma situação mais importante na família do que a mulher, e,
por outro lado, faziam nascer nele a idéia da utilização dessa situação
reforçada afim de que revertesse em benefícios dos filhos a ordem de
sucessão tradicional. Mas isso não
poderia ser feito enquanto permanecia em vigor a filiação por direitos
maternos. A sociedade começa a se dividir em classes, que impunha o poder do
homem sobre o homem. “O neolítico Médio rompeu o equilíbrio do homem com a
natureza, com seus semelhantes e o equilíbrio de uma divisão do trabalho entre
os sexos que não se baseava na exploração de um sexo pelo outro.” (MICHEL 1979,
p.20). Dessa forma, o homem sentiu a necessidade de assegurar seus bens, a
partir dos precedentes dum membro masculino assegurando a riqueza no seio
familiar. Assim a união sindiásmica logo foi abolida. Criou-se uma nova forma
de casamento constituída no direito parterno, o casamento monogâmico (ENGELS, 1981).
A monogamia passou para o homem os direitos que eram atribuídos a mulher,
“revestida a filiação feminina e o direito hereditário materno e estabelecida à
filiação masculina e o direito hereditário paterno” (ENGELS, 1981, p. 15). O
casamento monogâmico assegura ao homem a certeza de sua paternidade, devido que
nesse modelo de casamento é proibida a poligamia por ambas as partes, mais no
caso de adultério cometido pela esposa, a punição é mais severa. Esse modelo de
casamento significou para as mulheres o inicio do enclausura mento como afirma
Engels (1981, p. 15): A reversão do direito materno foi a grande derrota
histórica do sexo feminino. O homem passou a governar também na casa, a mulher
foi degradada, escravizada, torno-se escrava do prazer do homem, e um simples
instrumento de reprodução. Essa condição humilhante para a mulher, tal como
aparece notadamente, entre os gregos dos tempos heróicos. E mais ainda dos
tempos dos clássicos, foi gradualmente camuflada e dissimulada, e também em
certos lugares, revestidas de forma mais amenas, mas não foi absolutamente
suprimida. A partir daí, são substituídas as tradições das outras formas de união
do período paleolitico, que visavam o casamento como aliança de paz entre os
clãs. O casamento passa a ser visto, desde então, como meio de perpetuar a
propriedade do patriarca (MICHEL, 1979). Para as mulheres, esse período é
representado pelo início do enclausuramento delas, pois passam a ser negociadas
por seus pais como meio deles se apropriarem da propriedade privada do outro,
através do casamento de suas filhas. Em uma de suas abordagens sobre o
enclausuramento das mulheres nas cidades antigas, como no Egito e Atenas
(situada historicamente na Antiga Grécia), Michel, (1979), alega que as cortes
femininas, equivalentes às cortes masculinas, não podiam ser definidas como harém, já que não significavam poligamia
e nem enclausuramento das mulheres. No Egito, o harém, palavra árabe utilizada erradamente pelos historiadores, era
uma corte de mulheres onde eram administrados os negócios nacionais e
internacionais, constituindo mais um sinal de poder das mulheres e não de
fraqueza. Existia nos altos círculos da aristocracia. Além disso, “a mãe ou a
mulher do imperador ou do califa tinhas eu próprio primeiro-ministro e um
séquito que compreendia milhares de pessoas.” (MICHEL, 1979, p. 21). Michel
(1979) explica que, acontecem duas etapas no enclausuramento: na primeira
etapa, os que detêm a propriedade privada da terra e vantagens dentro da
sociedade, se debruçam nas castas dos sacerdotes e militares, responsáveis por
defender os direitos e privilégios sociais e de afastar as mulheres de suas
antigas funções sacerdotais e políticas; durante a segunda etapa, o crescimento
das cidades e o desenvolvimento do comércio provocam o nascimento da classe
média, aparecendo neste momento, de forma mais visível, a ambição e o esnobismo
dos comerciantes, afastando suas mulheres da produção urbana e artesanal,
tirando delas qualquer possibilidade de atuarem no Poder Político local. As
mulheres das cortes possuíam os mesmos direitos que seus maridos, podiam
administrar suas fortunas e os negócios nacionais e internacionais. Totalmente
ao contrário das mulheres dos comerciantes de classe média, que viviam isoladas
da sociedade, sendo proibidas por seus maridos de se comunicarem com outras
mulheres que não fossem da família (MICHEL, 1979). Os chamados burocratas, segundo
Michel (1979), eram os responsáveis pelos ofícios do Estado do século VII que começaram
a defender por lei ou pela força o privilégio da classe, despojar as mulheres
de suas antigas funções sacerdotais e políticas. Os comerciantes das cidades
começavam a desenvolver-se economicamente, esses se juntam aos burocratas e
afastam suas mulheres das produções artesanais e urbanas, voltados aos
interesses hierárquicos e políticos (MICHEL, 1979). Dessa forma, as mulheres
dos comerciantes só podiam trabalhar em casa para seus maridos, aumentando
assim a produção e tornando-se força de trabalho escravo, além de ter que
cuidar dos filhos e dos afazeres domésticos. Nas grandes religiões patriarcais
e as condições das mulheres, citadas por Michel (1979), foram implantadas muito
depois de as transformações políticas, econômicas, técnicas e ideológicas terem
transformado profundamente a vida das sociedades e eliminado o monopólio
existente das divindades femininas do Neolítico Antigo, As Deusas-Mães. A
descoberta do dualismo procriador, que significa a descoberta da importância do
papel masculino na geração, fez com que se atribuísse um parceiro macho para a
Deusa- Mãe, criando assim, um laço familiar entre os sexos, como por exemplo:
esposo, irmão e filho desta, sendo que eles ainda ocupavam lugares subordinado
às mulheres (MICHEL, 1979). Para as mulheres, o homem tendo descoberto o seu
papel na geração, passa a atribuir às mulheres a função de reprodutoras, o que
significou o início do patriarcalismo e o afastamento delas de suas funções
religiosas, sendo exclusivamente proibida a sua participação nos ensinos
patriarcais, através dos quais se transmitia a superioridade do homem em
relação à mulher. O surgimento do patriarcado representa na história da mulher
o início da opressão e subordinação relacionada à diferença de sexo e privações
de vários papéis sociais. Isto acarreta transformações na educação das mulheres
e das crianças, sendo vista pelos povos da época como necessário apenas aos
homens e àqueles que exerciam funções administrativas. Do processo de educação,
estavam excluídas as mulheres e os pobres explorados pela divisão do trabalho. Assim,
segundo Ponce, (2001, p.31). [...] no momento em que surgem a propriedade
privada e a sociedade de classe, aparecem também, como conseqüências
necessárias, uma religião com deuses, a educação secreta, a autoridade paterna,
a submissão da mulher e dos filhos, e a separação entre os trabalhadores e os
sábios (PONCE, 2001, p.31). A queda do Império Romano (476 d.C.), contribuiu
para desorganização das instituições como: o estado centralizador, a cidade e
seu corolário, isto é, a existência da classe média, para quem o
enclausuramento das mulheres era sinal de conforto e mobilidade social. Essas
instituições tradicionais e hostis eram contra a qualquer tentativa de
emancipação das mulheres, pois se sentiam confortáveis com os restritos papeis
atribuídos a elas, como: domésticas e procriadoras, tal igualdade sendo
impossível para elas. Assim, elas ficavam fora dos assuntos públicos como as
políticas locais e os negócios administrativos, dessa forma para a sociedade,
as mulheres, tinham mais tempo para cuidarem de seus filhos e do marido, além
de ficarem excluídas, os padres da igreja privam as mulheres do direito ao
episcopado e colocam em seus discursos todo antifeminismo dos séculos
precedente (MICHEL, 1979). Algumas mulheres conseguiram se tornar abadessas,
passando assim a governar e administrar as terras pertencentes à igreja,
tornando-se tão respeitadas quanto os bispos. Muito admiradas, despertaram a
inveja dos monges, que passaram a contestar os papéis exercidos por elas dentro
da Igreja. Assim, elas foram destituídas dos cargos que exerciam na Igreja,
sendo reconhecidos seus trabalhos administrativos, elas perdem as funções elevadas
que exerciam, mas continuam nos setores administrativos (MICHEL, 1979). O
período feudal, tendo o seu início nos séculos IV, proporciona às mulheres uma
soberania nos papéis exercidos na sociedade, sendo possuidoras de poderes
políticos e administradoras de seus castelos. Assim descreve Michel (1979,
p.26) que: As mulheres nobres sentavam no tribunal com seus maridos e dirigiam
o castelo quando seu esposo estava na guerra (...) quando se examina esse
período, parece que não houve nenhuma barreira efetiva aos poderes das
mulheres. O século XII e XIII marcou historicamente a vida das mulheres, devido
que, as mulheres nesse período perderam todos os direitos e papéis que exerciam
na sociedade. A revolução gregoriana introduziu reformas no interior da Igreja,
impondo o celibato dos sacerdotes e expulsando os leigos dos ofícios
religiosos. Intensifica ainda mais a privação das mulheres na educação, sendo
proibidas de estudar nas novas universidades construídas pela Igreja, passando
a serem educadas apenas pelos conventos, privando as mulheres das profissões
que exerciam anteriormente. As profissões valorizadas dentro da sociedade, só
podiam ser exercidas pelos homens, destituídas as mulheres dos cargos de
medicina, direito, barbeiras, e outras profissões liberais conhecidas como
liberais (MICHEL, 1979). Os homens dos séculos XII e XIII, segundo Michel
(1979), que eram também participantes do período do Renascimento que durou
desde fins do século XIII até meados do século XIV, implantaram
uma sociedade patriarcal que proporciona às mulheres uma nova forma de
enclausurá-las, legitimada nesse momento por lei. Portanto, a sociedade reserva
a elas o espaço privado, responsabilizando-as pelo afazeres domésticos, e o
conforto dos maridos e dos filhos. Para Michel (1979), algumas mulheres
resistiram às essas novas formas de enclausuramento, como por exemplo: as
parteiras que foram cruelmente castigadas, por não aceitarem as condições
impostas a elas, que recebem o titulo de feiticeiras, devido ao fato de na hora
do parto – quando complicado – sendo necessário escolher pela vida de um ou
outro, e que nesta situação as parteiras escolhiam pelas vidas das mães como
meio de resistirem ao enclausuramento. Os comerciantes da classe média, junto à
igreja e os novos burocratas, não aceitavam a opção das parteiras e muitas eram
condenadas a serem queimadas vivas, na Alemanha no século XV. Neste sentido, Michel,
(1979, p. 33) afirma: “[...] no seio da Igreja, a inquisição celebrizou-se
enviando a fogueira muitas dezenas de milhares de mulheres acusadas de
feitiçaria. As feiticeiras estavam sempre sendo de atacar a força sexual dos
homens e de agir com o objetivo de exterminar a fé”. Na época do Renascimento,
as mulheres francesas também estavam sendo enclausuradas e privadas de seus
antigos papéis. Foi criada uma legislação nesta época que vedava à mulher de
todos os direitos administrativos e políticos, sendo excluídas da concepção de
indivíduos-cidadãos do novo Estado da França. Dedicação à família e às funções
domésticas, recorrerem aos maridos sempre que houver decisões a serem tomada,
exclusão dos negócios públicos, foram os modelos que as mulheres das classes
médias adotaram em sua maioria, definido pela ética burguesa. No século XVI, a mulher casada torna-se
incapaz, e todos os atos que ela fizer sem estar autorizada pelo marido ou pela
justiça serão radicalmente nulos. Essa evolução reforça os poderes do marido
que acaba exercendo uma espécie de monarquia doméstica (MICHEL 1979). O
contexto patriarcal induz as mulheres, especialmente as pobres, a desvalorizar
suas próprias habilidades e seus conhecimentos. Por um lado, é relevante
considerar que o patriarcalismo só pode funcionar com a cooperação, mesmo que
irrelevante, das mulheres inseridas neste contexto (MORAES, 2002). No período
muito mais próximo da consolidação do capitalismo, que acontece o aumento do
desenvolvimento dos meios de produção, ocorre à transição do feudalismo para o
capitalismo, estimulando uma concorrência, na qual o capitalismo necessita da
exploração da força de trabalho, para garantir o excedente de produção e a
mais-valia que é a sua base de sustentação. A implantação de um novo sistema de
produção, baseado na exploração da força de trabalho acarreta mudanças na
sociedade. A mulher passa a trabalhar e ser explorada pelo novo sistema, que a
oferece uma condição desumana de sobrevivência, provocada pela exploração da
força de trabalho que é a sustentação do sistema capitalista para aumentar a
produção e obter o lucro. Quase metade das mulheres que viviam na cidade era
solteira e elas só tinham sua força de trabalho para subsistir, sendo assim,
coma falta de emprego, muitas recorrem à prostituição, por fazerem parte dos
desfavorecidos pelo novo sistema, e da nova classe, a dos desempregados, e dos
miseráveis, que são vítimas das desigualdades provocadas pelo sistema
capitalista (MICHEL, 1979). Os pequenos comerciantes não abriram mão dos
trabalhos de suas esposas, que aumentavam as riquezas de seus maridos. Assim,
eles não permitiam que elas trabalhassem nas fábricas e faziam protesto cada
vez que uma mulher era contratada. “Compreende-se, portanto, que se a
discussão sobre o trabalho feminino começou no século XVI, foi no século XIX
que a oposição a ele atingiu a unanimidade” (MICHEL, 1979, p.52). As mulheres
passam cada vez mais a serem inferiorizadas pelos homens, que procuram
dificultar sua entrada no mercado de trabalho. Dessa forma, o mercado de
trabalho torna-se quase impossível para elas. Assim mulheres preferiam a vida
de casada, mesmo que elas passassem a ser exploradas e controladas por seus
maridos como as mulheres dos comerciantes de classe média, do que recorrerem à
prostituição. Resumindo, ou elas pertenciam aos desprotegidos pelo sistema
capitalista, como as classes, operária e média, ou se posicionavam na luta por
seus direitos (MICHEL, 1979). Nessas condições, não é de admirar que as
mulheres de todas as classes tenham se revoltado: as mulheres operárias contra
os salários baixos, desemprego, a dureza das tarefas a elas atribuídas; e as burguesas
contra a privação de todos os direitos políticos e econômicos. Apesar dos
grandes obstáculos, as mulheres de todas as classes denunciaram, em sua práxis
ou em seu discurso, esse esmagamento (MICHEL, 1979, p.53). Diante dessas
condições para sobrevivência oferecidas às mulheres pelo novo sistema
capitalista, elas começam a se organizarem para lutar contra as péssimas
condições de vida imposta pela sociedade patriarcal e o novo sistema de
natureza capitalista. A mulher na sociedade contemporânea, analisada por Bauer
(2001), sofre transformações no âmbito ideológico, econômico e social no
crescimento industrial do século XVIII e ao longo da primeira metade do século
XIX. Com a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra em meados do séc.; XVIII, segundo
Baur (2001), esta expandiu-se pelo mundo a partir do séc. XIX, aplicando uma nova fase na organização da sociedade,
caracterizada pela introdução das máquinas modificando o sistema de produção,
pois colocou a máquina para executar o trabalho que antes era realizada
braçalmente numa coletividade que detinha os mesmos objetivos para garantir a
sua própria existência e seus interesses comuns. Com este desenvolvimento industrial,
as pequenas oficinas foram substituídas pelas máquinas e o trabalho humano
passou a ser exercido por homens, mulheres e crianças dispondo apenas da sua
força de trabalho. Em meio a esta transformação industrial, possibilitou a
entrada da figura feminina no mercado de trabalho, passando a exercer uma dupla
jornada de trabalho, tanto no mercado de trabalho como nas tarefas do lar. A
maioria das mulheres assalariadas se dedicava à confecção de roupas e à
indústria téxtil e, na Inglaterra, o precursor da revolução industrial, o
serviço doméstico como o setor que mais absorvia a mão de obra das mulheres
provenientes das classes populares. Observando o trabalho nas fábricas, Bauer
(2001), afirma que aperfeiçoando as máquinas e, conseqüentemente, simplificando
o trabalho industrial, as mulheres e crianças passaram a substituir os
operários, recebendo um salário inferior e eram exploradas com mais facilidade:
Com a revolução industrial puseram-se em movimento uma série de transformações
que afetariam profundamente a condição social da mulher, principalmente, ou
mais evidentemente, a partir da segunda metade do século XIX. A partir de
então, podemos dizer que o seu trabalho começou a ser valorizado como um
instrumento efetivo de mobilidade social e como uma solução para ajudar a
família em sua difícil situação econômica. (BAUER, 2001, p. 71). A presença da
mulher na História do Brasil é enfatizada por Bauer (2001) de uma forma bem
clara, sobre sua participação quando se fala em organização do trabalho. Na
maioria das comunidades indígenas do país, existiam mulheres que eram
responsável pelos plantios dos milhos, batata doce, abóbora e mandioca,
organizavam festas, preparavam remédios e bebidas alcoólicas, fabricavam louça
doméstica ceramificadas e objetos de adorno pessoal. Era insubstituível a
participação da mulher nestas atividades. Mas a mulher negra era mais subalterna,
devido à escravidão no Brasil, sofrendo várias agruras. No Brasil Império,
houve intensas mudanças econômicas, políticas e sociais e em meio a estas
transformações, houve mulheres que se destacaram, enfrentando uma série de
dificuldades e tendo forte participação na história do Brasil. Anita Garibaldi
é um exemplo, revolucionária brasileira que lutou na Guerra dos Farrapos; Maria
Quitéria, militar brasileira, nascida no Estado da Bahia e patrononesse do Quadro
Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro, lutou
arduamente nos conflitos contra a opressão e domínio de Portugal em sua região
e princesa Isabel, que no dia 13 de maio de 1888, assinou a Lei Áurea,
declarando a extinção da escravidão no Brasil. Mulheres que com sua luta,
fixaram na história do Brasil sua determinação e voracidade para garantir seus
direitos dentro da sociedade, conforme Bauer, (2001). A importância da figura
feminina na formação do Brasil contemporâneo começa a se desenvolver com o
aparecimento da indústria no país, quando a presença da mulher começa a se
destacar nas atividades econômicas (está certo perguntar a professora). As
indústrias foram as que mais utilizaram a mão de obra feminina e também
infantil devido à força de trabalho ser barata e é nesta visão que podemos
afirmar e perceber o desenvolvimento crescente da participação política e
econômica da mulher no país. Para Bauer, (2001), em suas considerações, mostra
que as matrículas femininas na universidade cresceram vertiginosamente, como
também aumentava sua participação em diferentes setores, por vezes exclusivos
dos homens. Era notório que, ao mesmo tempo em que se estabeleciam novos
padrões de convivência, a competição e o conflito entre homens e mulheres se
intensificavam ainda mais, refletindo até mesmo em crises conjugais e de
gerações. “A consolidação de tais mudanças trouxeram reflexos intensos ao
conjunto da sociedade, contribuindo para derrubar inúmeras barreiras legais e
culturais ao desempenho social da mulher brasileira” (BAUER, 2001, p. 137-138).
A participação da mulher no processo de desenvolvimento do Brasil contemporâneo
foi e continua sendo latente, um fato extremamente visível na sociedade atual.
A figura da mulher não pode estar à margem da sociedade, da política, do
social, da economia e da cultura, pois elas sempre estão lutando pelo seu espaço,
com igualdade e liberdade com os homens, visando à plena cidadania e querendo
ser reconhecida pela sua importância na história brasileira, luta inacabada que
ainda exigirá muito esforço e união da classe.
CONCEITO DE GÊNERO - De acordo com Teles e Melo (2003), o termo
gênero não pode ser confundido com sexo. Este, na maioria das vezes, descreve
características e diferenças biológicas, enfatiza aspectos da anatomia e
fisiologia dos organismos pertencentes ao sexo masculino e feminino. As
diferenças sexuais assim descritas são dadas pela natureza. Mulheres e homens
pertencem a sexos diferentes. Mais a partir do entendimento de Saffioti (2004)
“o conceito de gênero não explicita, necessariamente, desigualdades entre
homens e mulheres”. Assim o termo gênero se torna amplo, pode ser empregado com
diferentes sentidos, podendo ser utilizado para se referir a espécie como,
gênero humano. Gênero também é empregado como sentido de tipo como classifica
Teles e Melo (2003, p.16). “É o que ocorre quando usamos as seguintes
expressões? Que usamos as seguintes gênero de gente é essa?; Que gênero de
música? Tem idéia de estilo ou da natureza de uma manifestação artística”. O
termo gênero é utilizado pelas ciências sociais e humanas (sociologia e
antropologia), para demonstrar as desigualdades sociais entre homens e
mulheres. No entanto este termo começou ser utilizado na década de 70 a partir
do movimento feminista. Teles e Melo (2003, p.17) ressaltam que: O gênero, no
entanto, aborda diferenças sócio-culturais existentes entre os sexos masculino
e feminino, que se traduzem em desigualdades econômicas e políticas, colocando
as mulheres em posição inferior a dos homens nas diferentes áreas da vida
humana. Essas diferenças entre os dois sexos acima, não pode ser entendida como
um fenômeno natural, em que a mulher já nasce biologicamente inferior ao homem.
Portanto, essa diferença é transmitida a mulher mediante as relações sociais.
Por isso o termo gênero é entendido como um instrumento que possibilita com
maior facilidade a percepção das desigualdades sociais e econômicas entre
mulheres e homens. Para Teles e Melo (2003, p.17). [...] Esse instrumento
oferece possibilidades mais ampla de estudo sobre a mulher, percebendo-a em sua
dimensão relacional com os homens e o poder. Com o uso desse instrumento,
pode-se analisar o fenômeno da discriminação sexual e suas imbricações
relativas a classe social. Assim entendido que gênero não significa exatamente
sexo feminino, mas sim, na maioria das vezes, descreve características e diferenças
biológicas, podendo ser utilizado tanto para o sexo masculino como para o
feminino.
DESIGUALDADE DE GÊNERO – O contexto histórico do patriarcado definiu
as atribuições dos sexos masculinos e femininos, pois determinou aos sexos a
forma de se representar nas relações sociais e de trabalho, limitando o gênero
feminino diante do exercício de suas atividades, gerando uma desigualdade sobre
o sexo feminino no meio social, este sofrendo forte discriminação e
preconceito. A identidade social da mulher, assim como a do homem, é construída
através da atribuição de distintos papéis, que a sociedade espera ver cumpridos
pelas diferentes categorias de sexo. A sociedade delimita, com bastante
precisão, os campos em que pode operar a mulher, da mesma forma como escolhe os
terrenos em que pode atuar o homem (SAFFIOTI, 1987, p.8). Com isso, a divisão
do trabalho estabeleceu formas conjunturais e históricas, construindo uma
prática social conservadora na maioria das ocupações masculinas e femininas na
indústria e entre outros setores de trabalho, originando modalidades de divisão
sexual entre as tarefas nos dias atuais. Por outro lado, observa a autora que se
mantém “[...] as desigualdades atuais entre homens e mulheres [...] como os
demais fenômenos sociais, também o patriarcado está em permanente
transformação” (SAFFIOTI, 2004, p.45). A desigualdade de gênero afeta as
mulheres de todas as classes sociais, desde que foi implantado o patriarcado,
em que a mulher é estigmatizada como sexo frágil, sem capacidade de exercer os
mesmo papéis masculinos, a mulher passa a ser vista como provedora do lar, se
resumindo a procriação e a domesticidade, criando-se a partir daí um
preconceito relacionado ao gênero, o qual contribuiu para a desigualdade da
mulher em relação ao homem. Sendo assim, a sociedade determina os papéis da
relação de poder entre o homem e a mulher, pois isso está representado nas
tradições culturais familiares de que a mulher tem de se dedicar aos afazeres
domésticos e a educação dos filhos e o homem suprir as necessidades financeiras
familiares. A cultura das gerações antigas naturaliza estes papéis que são
conferidos desde a infância, refletindo na maioria das vezes, em sua postura
quando adulta. Saffioti (1987) mostra a figura feminina brasileira nos espaços
públicos e privados e como as mulheres valorizam a liberdade conquistada com
intensidade ao longo dos últimos anos. Numa pesquisa apresentada pela autora,
39% das mulheres ressaltam a inversão no mercado de trabalho e a independência
que isto reflete sobre elas; 33% ressaltam a liberdade de agir segundo o seu
desejo e poder tomar decisões no dia a dia; 8% destacam a conquista de votarem
e serem votadas. A autora deixa claro que existem muitas diferenças de
tratamento entre homens e mulheres, havendo campos de profissão exclusivamente
para homens. Exemplificando, a mulher pode estudar Engenharia Civil, mas
chegando o momento de procurar um emprego, enfrentará sem sombra de dúvidas a
discriminação. Segundo a Carta Magna, a Constituição que define as regras do
Governo, a igualdade e a justiça está apresentada como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, existindo entre suas linhas.
O problema reside não na teoria e retórica escritas, em tal documento
importante, mas na prática, instância na qual a igualdade legal e igualitária
se transforma em desigualdade, contra a qual tem sido sem trégua a luta
feminista. Assim, o desenvolvimento social, político e econômico proporciona
simbólicas desigualdades, pondo a figura feminina em posição inferior a dos
homens, pois o contexto histórico originou causas desfavoráveis ao sexo
feminino, discriminado pelo patriarcado.
A especificação dos papéis tradicionais aponta o lado negativo de ser mulher no
Brasil, revelando a necessidade de tornar ainda mais visíveis as várias
modalidades de violência praticada contra mulheres, em especial a violência
doméstica. Para Moraes (2002, p.27), o sexismo é uma forma de discriminação com
base no gênero, que se classifica em três formas básicas: individual, cultural
e institucional. Sexismo indiviual é aquele
através do qual as pessoas agem em termo de gênero, de acordo com o que
aprenderam no meio social coletivo nas comunidades e no convívio familiar; Sexismo
cultural se refere às crenças que influenciam homens e mulheres de uma forma
social mais abrangente, ou seja, é defendido tanto por homens quanto por grande
número de mulheres, a presença do patriarcalismo determinou os papéis do homem
que no senso comum nasceu para liderar e administrar, e a mulher por ser mais
passiva, nasceram para o lar e os cuidados com os filhos e as atividades
domésticas; Sexismo institucional é o que demonstra a profunda diferença nos
sistemas econômicos e sociais com relação ao gênero, perpetuando uma
discriminação social e econômica em relação à mulher. Ressalta-se que a
desigualdade de gênero está relacionada com a discriminação e o preconceito
construído ao longo do contexto histórico da representação da posição social do
sexo feminino. Entretanto, a mulher, por não ocupar a mesma posição social do
homem, é inferiorizada pelas suas atribuições.
VIOLÊNCIA DE GÊNERO - Nas
relações sociais ocorre uma interação de dois gêneros, o masculino e o
feminino. Cada um dos gêneros representa uma particular contribuição na produção
e na reprodução de sua existência na sociedade e nas relações sociais. Mas nas
organizações sociais, o privilégio e a proteção sempre recaem sobre a figura
masculina. A violência de gênero é um problema que está ligado ao poder que
abrange a dominação do homem sobre a mulher, em suas variadas formas de
opressão, de dominação e de crueldade, estupros, abusos físicos, sexuais e
emocionais, prostituição forçada, mutilação genital e outros. A violência de
gênero pode ser entendida como “violência contra a mulher”, expressão trazida à
tona pelo movimento feminista nos anos 70, por ser esta o alvo principal da
violência de gênero. Enfim, são usadas várias expressões e todas elas podem ser
sinônimos de violência contra a mulher (TELES e MELO, 2003, p.19). A violência
de gênero é caracterizada através de preconceitos, estereótipos, discriminação,
entre outras, presentes no cotidiano das relações sociais, pois é refletida nas
relações humanas do ambiente de trabalho, nas decisões políticas, nas leis, nas
ideologias da mídia e no seio familiar. Em virtude dessa análise, violência de
gênero é o fruto de um contexto histórico marcado de fortes desigualdades
sociais entre homens e mulheres nas relações sociais ao longo da história. Constatar
a existência desta violência e atuar para a superação desta tem sido um árduo
trabalho assumido pelos movimentos feministas e políticas públicas. Mas devemos
deixar bem claro que os conceitos relativos a esta violência de gênero permitem
constatar que a violência não está apenas intrínseca às diferenças dos sexos
masculinos e femininos. Veja mais aqui.
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